Dezenas de milhares de trabalhadores aderiram hoje à convocatória da CGTP-IN para uma grande manifestação nacional, sob o lema «Todos a Lisboa! Aumento geral dos salários e pensões – emergência nacional!». A acção de luta ocorreu apenas um dia depois de uma das maiores greves da administração pública dos últimos anos, com uma adesão de cerca de 80%.
Entre as principais reivindicações dos trabalhadores estava a «valorização das carreiras e profissões, a fixação de 850 euros para o salário mínimo nacional, com referência a Janeiro de 2023, um horário semanal de 35 horas para todos os trabalhadores e a revogação das normas gravosas da legislação laboral, que o Governo manteve na recentemente aprovada Agenda do Trabalho Digno».
A manifestação, que encheu a Av. da Liberdade, arrancou com dois sectores diferentes, uma frente da Administração Pública, que partiu das Amoreiras, e outra dos trabalhadores do sector privado e empresarial do Estado, que arrancou do Saldanha, convergindo no Marquês de Pombal.
Em frente à multidão que se congregou nos Restauradores, Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP, criticou os lucros que não param de bater recordes e que «em muitas empresas e sectores mais que duplicam, ao mesmo tempo que os salários e as pensões perdem poder de compra, a maioria empobrece, necessidades básicas ficam por satisfazer».
«Isto não é, não pode ser, uma inevitabilidade. Isto é o resultado de opções políticas, isto tem um nome e chama-se exploração!».
Estes lucro, «que aumentam com a especulação, com a cartelização, com o conluio do grande capital e a acção contemplativa do Governo, com a acção cúmplice dos partidos da direita, do PSD, do CDS, da IL e do Chega, qual orquestra que sob a batuta do grande capital e de Bruxelas amarra o país à dependência», empurra os trabalhadores e as suas famílias para um cada vez mais violento empobrecimento, condenando «os pensionistas a viver com reformas ainda mais desvalorizadas» refere Isabel Camarinha.
A pobreza, a indignidade a que o PS e a direita votam milhões de trabalhadores, só tem uma solução, defendeu a secretária-geral da CGTP: «Garantam-se a todos, tenham ou não nascido no nosso país, os direitos e os salários, e assim se acabará com as situações infames que vão de Odemira à Mouraria, que estão presentes em todo o país e atingem cada vez mais camadas da população».