São cerca de 250 médicos de «especialidades críticas para o SNS». Nomeadamente, denuncia a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), «mais de 50 médicos de Medicina Geral e Familiar, mais de 30 médicos de Medicina Interna, 16 médicos de Obstetrícia, 12 médicos de Psiquiatria e 11 médicos de Pediatria». Todos estes profissionais terminaram o internato médico, e a sua formação, em Outubro.
Este atraso «não tem justificação técnica ou administrativa», defende a FNAM. Perante uma multiplicidade de serviços de urgência encerrados, incluindo de Obstetrícia, com tempos de espera a ultrapassar as 17 horas e cerca de 15% da população sem médico de família, é evidente a negligência da acção governativa: «trata-se de uma grave falha de planeamento, de gestão e de responsabilidade política, imputável ao Ministério da Saúde, sob a tutela de Ana Paula Martins».
Num momento destes, o Governo PSD/CDS dá-se ao luxo de desperdiçar médicos altamente qualificados, «formados ao longo de mais de uma década com investimento público», quando o SNS enfrenta «uma das maiores crises de recursos humanos da sua história», considera a FNAM. O Estado gasta fundos substanciais a formar médicos, lamenta em público a escassez de profissionais e depois recusa-se a cumprir a legislação e o dever de os contratar atempadamente.
«O resultado é conhecido e repetido — a saída [dos profissionais] para o sector privado ou para o estrangeiro, agravando deliberadamente a fragilização do SNS». A Federação Nacional dos Médicos considera que esta «falha grave» não pode ser considerada apenas um mero lapso administrativo: «é uma decisão política com consequências directas na segurança dos doentes e no acesso aos cuidados de saúde» e responsabilidade directa das opções do Governo PSD/CDS-PP de Luís Montenegro.
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