«A "oferta" de meia pensão a cada reformado no mês de Outubro não contribui para a reposição do nosso poder de compra», critica a Confederação Nacional de Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos (MURPI), através de comunicado, frisando que a medida anunciada pelo Governo «vai fazer com que se percam valores concebidos na lei».
A decisão de pagar aos reformados que recebem até 5318,4 euros mensais 50% da sua pensão, incumprindo a lei de actualização das pensões em Janeiro de 2023, com um aumento médio de 7,5%, é a forma, defende o MURPI, que o Executivo de António Costa encontrou para «reduzir o valor das pensões em cerca de 3%, enquanto a inflação galopa».
Este pagamento «não é um apoio extraordinário aos pensionistas, mas sim a antecipação de uma actualização do seu valor em 3% que nunca irá acontecer no futuro, havendo uma redução de igual valor de todas as pensões a partir de Janeiro de 2023», lê-se na nota.
As pensões têm vindo a perder poder de compra ao longo dos anos, já que estiveram congeladas de 2010 a 2015, e daí em diante nem todas foram abrangidas por aumentos. Conhecido o pacote «de apoio às famílias» apresentado pelo Governo, o MURPI reitera que os reformados e pensionistas precisam de dinheiro «todos os meses» e que os bens essenciais «sejam considerados em cabaz» e não sofram aumentos todos os dias.
«A erradicação da pobreza entre os idosos e o cumprimento do desígnio da Constituição da República Portuguesa de garantir o seu direito à segurança económica e outros direitos impõe a valorização das pensões», insiste a Confederação, que alerta ainda para a «defesa intransigente» do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
O MURPI insere na sua acção «a defesa intransigente do SNS, esquecido neste pacote de engano, com forte aposta no investimento primordial nos cuidados de saúde primários, garantido médico e enfermeiro de família a todos os reformados e o acesso sem constrangimentos às consultas e tratamento das especialidades, com destaque no acesso aos serviços de saúde mental, bem como, nas consultas de saúde pública».
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