A acumulação pela CGD de 429 milhões de euros em lucros nos primeiros nove meses de 2021, mais 9,4% do que em Setembro de 2020, soou a provocação aos trabalhadores, que aproveitam para contar «a verdadeira história por detrás» dos resultados divulgados na passada quinta-feira.
«Uma história de assédio, ameaças, chantagem e injustiças, que ajuda a explicar estes lucros», afirma a direcção do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos (STEC/CGTP-IN), através de comunicado.
«A comunicação social fala dos lucros da CGD e das centenas de milhões que o Estado vai receber», mas «nada diz» sobre as «milhares e milhares de horas extraordinárias que os trabalhadores são forçados a fazer, sem o pagamento que a lei impõe e o limite de utilização de trabalho extra que está determinado», realça o sindicato.
Por outro lado, denuncia a pressão exercida sobre os trabalhadores «para colocarem a CGD sempre em primeiro lugar», em detrimento dos seus «mais elementares direitos pessoais ou familiares».
O STEC alerta para os «convites» recebidos pelos trabalhadores da CGD para rescindir por «mútuo» acordo, «logo que a sua prestação seja considerada menos boa, ou a sua idade não permita acompanhar os ritmos desumanos de trabalho exigidos». Mas também para a recente atribuição de um «bónus», que «ignora um terço dos trabalhadores» e a seguir «discrimina, por critérios opacos, o valor a receber entre os felizes contemplados», excluindo trabalhadores por terem prestado assistência à família durante o período em que as escolas encerraram devido à Covid-19.
A estrutura sindical critica ainda a «injustificável demora» na actualização da tabela salarial e do valor de aposentação, salientando que todos estes factores explicam a «real história» que se vive na CGD.