Passar para o conteúdo principal

Depois de, na campanha, António Costa ter proclamado que só a vitória do seu partido permitiria um aumento extraordinário das pensões, ontem, no Parlamento, ia acontecendo o inverso, não fosse o facto de a IL ter alinhado na oposição ao reforço das pensões e dos salários da Administração Pública.

A actualização extraordinária de dez euros nas pensões até um montante de 2,5 vezes o valor do indexante dos apoios sociais (IAS), ou seja até aos 1108 euros, foi aprovada por todas as bancadas, com a abstenção do Chega. Numa altura em que a brutal escalada da inflação encurta ainda mais os rendimentos de quem vive do trabalho, os reformados e pensionistas reivindicavam novo aumento, no mínimo de 20 euros para todas as pensões.

A proposta, apresentada pelo PCP, acabou chumbada pela IL e pelo partido do Governo, que esta segunda-feira rejeitou todas as propostas apresentadas pela bancada comunista, como a admissão de 1500 trabalhadores na Segurança Social ou a integração de trabalhadores com vínculos precários nos respectivos serviços públicos, até que estivessem concluídos o processo de regularização através do Programa de Regularização Extraordinária de Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP). 

PS e IL rejeitaram também o reforço salarial dos trabalhadores da Administração Pública, onde o Governo, indiferente ao valor da inflação, que foi de 7,2% no mês de Abril, insiste nuns míseros 0,9%, que já em Outubro do ano passado não chegavam para recuperar o poder de compra perdido há mais de uma década. Apesar disso, a ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, advogou ontem, no Parlamento, que o Orçamento do Estado apresentado pelo Governo não compromete o futuro, reconhecendo ser um instrumento «absolutamente decisivo para fazer escolhas políticas».