As grandes manifestações realizadas hoje, 11 de Novembro, em Lisboa e no Porto são o culminar de um mês de luta convocado pela CGTP-IN, durante o qual se organizaram centenas de plenários, greves, paralisações e outras acções de luta na qual tomaram parte dezenas de milhares de trabalhadores do sector privado, do sector empresarial do Estado e da administração pública.
Por isso mesmo, Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP-IN não deixou de saudar «todos os trabalhadores em luta em todos os sectores e em todo o país, muitos hoje mesmo em greve», referindo-se às dezenas de estabelecimentos comerciais da grande distribuição em todo o país que aderiram hoje à greve da grande distribuição convocada pelo CESP/CGTP.
Em frente às milhares de pessoas que participavam na manifestação nacional em Lisboa, a dirigente sindical asseverou que esta é uma luta que «não pára com a demissão do primeiro-ministro, com a dissolução da Assembleia da República, nem muito menos com este Orçamento do Estado aprovado na generalidade, porque os problemas não se vão embora com demissões ou dissoluções, os problemas só desaparecerão quando acabar a política que está na sua origem».
O que se pôde verificar nas opções políticas tomadas pela maioria absoluta do PS, no último ano, é que no essencial «servem os mesmos interesses que os defendidos pelo PSD, CDS, CH e IL». São estas opções que estão na base dos baixos salários e pensões, na desvalorização das carreiras e profissões, no ataque à contratação colectiva e na promoção da precariedade e dos horários longos e desregulados, defendeu.
Contra os prognósticos da comunicação social, luta dos trabalhadores só se vai intensificar
«Nesta grande Manifestação Nacional, assumimos o compromisso de continuar a luta convergente já no próximo dia 29 de Novembro, dia em que vai ser votado o Orçamento do Estado» para 2024 e que, conforme está, «é um maná de benefícios fiscais para o grande capital e falta nas soluções aos problemas de quem trabalha e trabalhou». Não é por acaso que o PSD, depois de ter anunciado o voto contra, voltou atrás quando foi anunciada a demissão, defendendo agora a aprovação e promulgação do OE24.
A CGTP garante que vai «intensificar a acção reivindicativa nos locais de trabalho», seja nas dezenas de acções já marcadas e «nas muitas que serão decididas pelos trabalhadores». «Vamos mobilizar os trabalhadores, vamos esclarecer, ouvir e avançar na luta pelos direitos, pelos salários, pelos serviços públicos, por um país desenvolvido e soberano, porque “nós somos a esperança que não fica à espera”».
A central sindical defende a revogação da caducidade da contratação colectiva, a redução do horário de trabalho de 35h semanais e aumento dos salários para todos os trabalhadores em, pelo menos, 15%, uma aumento nunca inferior a 150 euros e a fixação do Salário Mínimo Nacional nos 910€ a 1 de Janeiro de 2024, atingindo os 1000 euros no final do ano.
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