Um dia antes da invasão da Ucrânia (24 de Fevereiro de 2022), a DECO Proteste, a maior organização de consumidores em Portugal, identificou um conjunto de 63 produtos alimentares essenciais com o custo de 183,63 euros. O custo deste cabaz essencial disparou de então para cá: os mesmos produtos custam, hoje, 228,66 euros, um aumento de mais de 45 euros.
O peixe e os laticínios são as categorias alimentares onde a especulação de preços é mais vísivel, salienta o artigo divulgado hoje pela DECO, neste último ano. «Só o peixe pode agora pesar 76,59 euros na fatura total do supermercado, enquanto os laticínios representam uma despesa de 14,61 euros num cabaz de alimentos essenciais».
A carne teve um aumento médio de 22,81%; congelados, 13,61%; frutas e legumes, 24,67%; laticínios, 27,34%; mercearia, 25,03% e o peixe, com um aumento de 26,99%. Certos produtos alimentares tiveram, no entanto, aumentos muito superiores à média: Desde Fevereiro de 2022, o preço da Polpa de Tomate aumentou 83%, o Arroz Carolino aumentou 73%, Açúcar Branco, 52% e a Cebola 49%.
Estes aumentos consecutivos «contribuíram para a subida da taxa de inflação em Portugal e no resto da zona euro», aponta a Deco. Contudo, embora os aumentos dos produtos alimentares representem mais de metade da taxa de inflação, «os preços continuaram em rota ascendente nas primeiras semanas de 2023».
Face a esta realidade, a organização de defesa do consumidor defende, para além de maior «transparência» por parte das empresas que aplicam estes aumentos, explicando as razões obscuras que os levam a impingir estes valores na população, que o Governo deve «adoptar um papel mais activo no acompanhamento da evolução dos preços da alimentação, seja em termos legislativos, seja através da ASAE».
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