«A Auchan, com a sua postura autoritária, persiste em fazer ouvidos moucos à insatisfação dos trabalhadores». A «ganância» de poupar uns trocos levou a empresa (que acaba de pagar 155 milhões pela compra do Minipreço) a fazer dos trabalhadores «pau para toda a obra», refere o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN).
Em Janeiro, a empresa despediu vários funcionários das limpezas e obrigou os restantes trabalhadores a fazer a limpeza do chão e das casas de banho públicas. Oito funcionários da MyAuchan da Amadora que se recusaram a assumir as responsabilidades da colega despedida foram alvo de vários processos disciplinares sem fundamento, substituição ilegal em greve, ameaças, a transferência compulsória para várias lojas afastadas dos locais de residência de cada um (e separados uns dos outros).
Por fim, quando nenhuma destas práticas de assédio laboral, muitas delas completamente ilegais à luz da Lei portuguesa, alcançaram o resultado desejado: quebrar a solidariedade dos trabalhadores, a Auchan avançou com a suspensão destes 8 funcionários, com vista ao despedimento «com justa causa».
«A Auchan lida mal com os direitos dos trabalhadores e, tal como acontecia em tempos antes do 25 de Abril, começou a perseguir os trabalhadores sindicalizados na loja». Em reunião com o sindicato, a empresa insiste que não está disponível para «comentar processos judiciais em andamento, nem para resolver a situação».
A acção nacional de luta, convocada pelo CESP/CGTP, em solidariedade com os trabalhadores da loja MyAuchan da Amadora, vai ter dois importantes momentos: uma concentração, às 11h, na sede da Auchan em Lisboa (Rua Pascoal de Melo, 47), com a presença de Ana Pires, da Comissão Executiva da CGTP-IN, e às 15h, em frente à loja da MyAuchan na Amadora (Rua Elias Garcia, 197), com a participação de Isabel Camarinha, secretária-geral da CGTP-IN.