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|cuidados de saúde

SAMS abandona sócios, encerra clínicas e avança para lay-off

O CESP denuncia, em comunicado, a tentativa do SBSI de mitigar a má gestão com recurso à Segurança Social. Os médicos falam de uma atitude irresponsável que pôs em risco a saúde dos trabalhadores.

Fachada do hospital do SAMS em Lisboa
CréditosTiago Petinga / Agência LUSA

Em declarações ao AbrilAbril, Orlando Gonçalves, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), acusa a direcção do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI/SAMS) de deixar ao abandono os seus sócios e trabalhadores encerrando mais de uma dezena de clínicas por todo o País.

A decisão foi dada a conhecer em videoconferência, na qual a direcção do SAMS confirmou o encerramento de todos os seus serviços de saúde, incluindo o hospital, e informou o recurso ao regime de lay-off simplificado para todos os seus trabalhadores, pelo período de um mês, com possibilidade de renovação.

«O CESP rejeita a utilização do lay-off neste caso, porque está por provar a quebra de 40% dos rendimentos nos últimos 60 dias, uma vez que os sócios e as entidades bancárias vão continuar a fazer as suas contribuições», afirmou Orlando Gonçalves, sublinhando que o sindicato não aceita que haja perda de rendimentos dos trabalhadores.


Para o dirigente, trata-se de um «aproveitamento» da situação de pandemia que vivemos, tentando mitigar a má gestão através do recurso a dinheiros públicos. «Vão poupar alguns milhões de euros à custa da Segurança Social e dos trabalhadores», afirmou.

Os desenvolvimentos da situação, segundo o dirigente, têm deixado patente o «desnorte» da administração do SAMS, que começou por exigir que todos os trabalhadores estivessem mobilizados e ameaçar quem não se apresentasse ao trabalho com faltas injustificadas com vista ao despedimento. «No dia seguinte, mandaram toda a gente para casa e agora vão encerrar todos os estabelecimentos e avançar para o lay-off», acrescentou Orlando Gonçalves.

Atitude irresponsável teve «consequências drásticas»

Em nota à imprensa, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) afirma que, apesar da denúncia efectuada no dia 16 de Março, a administração do SAMS manteve em exercício de funções os médicos que estiveram em contacto com doentes infectados.

«O SMZS sabe que esta atitude teve consequências drásticas, com aumento exponencial do número de profissionais infectados por Covid-19, alguns deles internados e em risco de vida», pode ler-se no documento.

O SMZS condena o que considera ser uma atitude «irresponsável» por parte da administração do SAMS, que «colocou em risco a saúde dos seus trabalhadores e dos doentes», e que culminou na decisão de encerramento de todos os estabelecimentos de saúde, «pondo em causa os direitos e protecção social dos médicos, bem como deixando centenas de doentes sem qualquer acompanhamento».

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