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O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços (CESP/CGTP-IN), em comunicado, afirma que as carreiras dos trabalhadores do Pingo Doce estão completamente desvalorizadas, e os números não mentem. De acordo com o sindicato, a desvalorização salarial é cada vez mais evidente. A título de exemplo, um trabalhador que seja operador de caixa especializado em 2007 recebia 180 euros acima do salário mínimo e atualmente recebe apenas 70 euros. 

Este é um exemplo que ilustra bem a desvalorização dos salários e das carreiras, e que se torna escandaloso quando se comparam os salários dos trabalhadores com os lucros da empresa e o salário de Pedro Soares dos Santos. Entre 2013 e 2021, o salário do administrador e presidente do grupo Jerónimo Martins subiu 323%, enquanto os trabalhadores perderam, em média, o valor correspondente a 2 salários. 

Feitas as contas, segundo o CESP, a administração e a empresa alargam as suas margens de lucro à custa da exploração laboral e por isso é que «sabe bem pagar tão pouco». É por esta razão que o sindicato luta pela valorização das carreiras profissionais e a diferenciação salarial entre categorias profissionais de, no mínimo, 40 euros. 

Com o aumento do custo de vida, fortemente aproveitado pelas cadeias de grande distribuição como o Pingo Doce, a reivindicação dos trabalhadores ganha força a cada anúncio de lucros.