Hoje, pelas 17h, vários elementos da Direcção Nacional do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) vão entregar o pré-aviso de greve à Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), consumando um período de várias lutas dos trabalhadores do sector.
As suas principais reivindicações permanecem o aumento geral dos salários, a valorização das carreiras profissionais e a revisão do Contrato Colectivo de Trabalho, a que a APED se recusa desde 2016. A verdade é que a distribuição continua a ser um sector de lucros extraordinários, em que o patronato amealha salários e bónus de milhões, enquanto a larga maioria dos trabalhadores ganha poucos euros acima do Salário Mínimo Nacional.
Desde a última greve nacional no sector, que teve lugar em 2022, foram realizadas centenas de acções de luta em empresas como a Sonae, a Jerónimo Martins, o Minipreço, a Auchan, Rádio Popular ou o Lidl, mobilizando milhares de trabalhadores na exigência do cumprimento dos seus direitos, num sector habituado a usar e abusar dos funcionários.
«Não aceitamos que num mesmo sector convivam lucros milionários para as empresas e salários muito próximos do salário mínimo nacional, quer entrem hoje, quer trabalhem no mesmo local de trabalho há décadas», refere o sindicato, em comunicado enviado ao AbrilAbril.
A 18 de Outubro, pelas 14h, a começar no Centro Comercial Babilónia, na Amadora, o CESP vai também realizar uma nova manifestação de apoio aos oito trabalhadores da MyAuchan da Amadora que estão a ser, neste momento, alvo de uma feroz acção de repressão por parte da empresa, que não lhes perdoa o facto de terem participado em greves e recusado a cumprir as ilegalidades que lhes foram exigidas.
Decorre ainda a recolha de assinaturas da petição, promovida pelo CESP, pelo imposição de um horário de abertura, em todo o comércio, entre as 6h e as 22h, de segunda a sábado, encerrando aos domingos e feriados. Mais de 15 mil trabalhadores do sector já subscreveram esta reivindicação que, ao chegar às 20 mil assinaturas, será apresentada como iniciativa legislativa cidadã na Assembleia da República. Embora o principal meio de recolha seja o contacto directo com os trabalhadores, a petição pode ser subscrita por qualquer eleitor português online.
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