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|Assembleia da República

António Costa tem todas as soluções, menos no que toca aos salários

Com o retrato que o primeiro-ministro pintou hoje, em debate na Assembleia da República, «poder-se-ia mesmo concluir que os trabalhadores ainda ficam a dever dinheiro ao Governo», afirmou Jerónimo de Sousa.

António Costa quer definir prioridades do próximo Orçamento do Estado antes das férias do Verão
CréditosAntónio Cotrim / Agência Lusa

É um fenómeno de alternância que aflige tanto o PS como PSD. Ambos os partidos assumem, cada um a seu turno, o papel de ferverosos apoiantes dos aumentos dos salários e pensões. Chegados ao Governo, passam imediatamente a ser inflexíveis gestores das contas certas, limitando ao máximo qualquer aumento de rendimento da população portuguesa.

Em 2022, é agora a vez de o PSD, depois dos cortes brutais nos salários e pensões no período da Troika, se apresentar como um partido profundamente preocupado com os parcos aumentos salariais da função pública e pensões. 

Miranda «olha para o que ele diz, não olhes para o que ele faz» Sarmento, líder da bancada social-democrata, acusou, no debate de hoje na Assembleia de República, o Governo de não aumentar salários na função pública, promovendo a perda do poder de compra.  

António «contas certas» Costa foi rápido a desmanchar a retórica de um PSD que, quando esteve no poder, nunca aplicou a fórmula da actualização da lei de bases da Segurança Social. O primeiro-ministro não deixou, no entanto, de esclarecer qual é a posição do Governo de maioria absoluta do PS.

«São necessárias políticas ajustadas para que se combata a inflação», afirmou. E tal só será atingido, defendeu o primeiro-ministro, «evitando alimentar uma espiral inflacionista, onde estamos a perder amanhã o que só aparentemente estamos a ganhar hoje».

O justo e razoável seria um aumento que garantisse que os trabalhadores não perdessem poder de compra face ao aumento dos preços. O Governo deixou clara qual é, concretamente, a sua posição no que toca ao aumento dos salários e António Costa volta a avisar: é preciso «o máximo de cautela, para evitar criar uma espiral da qual ninguém depois sabe sair».

Aumentam os custos e aumentam os lucros, só os salários ficam na mesma

A actual dissonância entre salários dos trabalhadores e os lucros das grandes empresas entrou no debate pela voz do PCP, que alertou para o facto de «os portugueses pagarem, hoje, mais 24% pela energia, mais 19% pelo peixe, mais 17% pela carne, mais 12% pelos produtos de mercearia, mais 10% pelas frutas e legumes, mais 17% pelo material escolar».

Em contraste, «as grandes empresas cotadas na bolsa arrecadaram, só no primeiro semestre, dois mil e trezentos milhões de euros de lucros».

As respostas foram evasivas. O primeiro-ministro afirmou ter ajudado muito os portugueses, acrescentou que aplicou muitas medidas de apoio, que se amparou agora as pessoas e as famílias, irá fazer o mesmo no futuro mas, por detrás desta cortina de fumo, o Governo recusou-se a esclarecer porque é que não apoia a taxação dos grandes lucros especulativos e a instituição de limites no aumento dos preços.

«Poder-se-ia mesmo concluir que os trabalhadores ainda ficam a dever dinheiro ao Governo, tal como os reformados e pensionistas», afirmou, em jeito de ironia, Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP.

Sem resposta para os salários e pensões, PS apresenta uma mão-cheia de nada para o problema da habitação

A habitação foi outro dos temas levantados pelos deputados comunistas. A inexistência de casas e quartos disponíveis para o arrendamento de jovens tem sido um dos temas centrais do novo ano lectivo, assim como uma das armas de arremesso usadas pelas associações de proprietários, nos últimos meses.

De acordo com dados do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior, apenas 9% dos 175 mil estudantes deslocados tiveram acesso a uma cama numa residência da sua respectiva instituição de Ensino Superior.

Se a resposta do PS a estes problemas não se fez tardar, o horizonte definido para a sua resolução não podia ser mais demorada. O Governo de maioria absoluta do PS acenou com o seu programa de política pública de habitação (que consiste na aquisição, recuperação e construção de nova habitação), que está já em curso, afirma António Costa.

Quem espere uma resposta aos problemas de hoje, terá de esperar sentado na rua: «o tijolo não é posto hoje e o telhado amanhã». Em concreto, neste momento, a única medida que o Governo tem para apresentar a dezenas de milhares de alunos, que não têm onde ficar, é a limitação do aumento das rendas em 2% (com a devida compensação para os proprietários).

Entre o tablóide do Chega e as conspirações liberais

IL e Chega dedicaram, quase exclusivamente, as suas intervenções a alimentar casos de tablóide ou teorias de conspiração dos recessos mais obscuros da internet.

Sobre a alucinada conspiração apresentada pela Iniciativa Liberal, segundo a qual o Partido Comunista Chinês tem instaladas esquadras policiais clandestinas em Portugal, repatriando, ocasionalmente e com recurso à força, cidadãos chineses emigrados no nosso país, António Costa garantiu que nenhuma instituição de Estado português tinha conhecimento dessa teoria. Nomeadamente, por ser falsa.

Instado a apresentar provas, João Cotrim de Figueiredo lá assumiu que as provas que tinha para insinuar «estavam na Internet», uma lógica não muito distante do militante do PNR que, há vários anos, mandava os jornalistas ir pesquisar no Google provas das afirmações mirabolantes que fazia.

A organização que fez a denúncia original sustenta esta teoria conspirativa em sites como o 0039italia, sem qualquer reputação ou fiabilidade, não apresentando nenhum dado concreto, factual, que sustente a afirmação.

António Costa sugeriu que o dirigente liberal desse conta destas informações que recolheu na Internet à Procuradoria-Geral da República. Isto, claro, se não fosse este apenas mais um caso em que a IL cria manobras de distracção para criar polémicas artificiais nas redes sociais.

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