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Uma percentagem «obscena» da ajuda financeira acaba nos bolsos dos países ricos

De acordo com dados da OCDE, a Oxfam estima que, em 2022, os países mais ricos se tenham apropriado de 30 mil milhões de dólares destinados a ajuda humanitária: 14,4% do total mundial.

Mulheres e crianças rohingya, refugiadas em Ukhiya, no Bangladesh
Mulheres e crianças rohingya, refugiadas em Ukhiya, no BangladeshCréditosStringer/EPA / Agência Lusa

«Numa época de múltiplas crises», ambientais, sociais, económicas, de pandemias globais, guerras, massacres e uma intensificação da exploração, os países mais ricos «roubaram às pessoas mais pobres do mundo de um apoio muito necessário», afirma Marc Cohen, perito em ajuda humanitária da Oxfam, uma das maiores organizações não-governamentais de luta contra a pobreza no mundo.

Os países responsáveis pelas doações transformaram as suas promessas de ajuda «numa farsa». Não só não entregaram «mais de 193 mil milhões de dólares» com que se tinham comprometido, «como também canalizaram quase 30 mil milhões de dólares para os seus próprios bolsos, ao rotularem de forma errada», propositadamente, o que consideravam ajuda.

«Continuam a inflacionar os seus orçamentos de ajuda humanitária com as doações de vacinas, os custos de acolhimento de refugiados e a lucrar com empréstimos de apoio ao desenvolvimento», denuncia Cohen. «É tempo de um sistema com garra os responsabilizar» e garantir que a ajuda vai para quem realmente dela precisa: «as pessoas mais pobres dos países mais pobres».

Não há desculpas, defende a ONG. «Não podemos permitir que os países ricos finjam que os seus bolsos estão vazios»: os países mais ricos «poderiam angariar mais de um bilião de dólares anualmente, através de um simples e modesto imposto sobre a riqueza».

Só falta a vontade política para colocar a dignidade dos mais pobres à frente dos interesses económicos dos mais ricos

Dados compilados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mostram que as despesas globais de ajuda humanitária dos 30 países que compõe a OCDE totalizaram 204 mil milhões de dólares em 2022: ou seja, conclui a Oxfam, os países ricos apenas afectaram 0,36% do seu Rendimento Nacional Bruto (RNB) à ajuda ao desenvolvimento, «muito abaixo dos 0,7% prometidos em 1970».

Em 2022, apenas 5 países (Luxemburgo, Noruega, Alemanha, Suécia e Dinamarca) honraram as suas promessas. O grau de ajuda ao desenvolvimento dos países mais pobres do mundo «permanece muito abaixo do que é necessário para acabar com a pobreza até 2030, cumprindo os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU», lamenta a Oxfam.

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