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No que toca ao SNS, só o Governo PS demonstra «falta de ética»

Em resposta ao director executivo do SNS, a presidente da FNAM relembra que a profissão não é um «sacerdócio obrigatório»: não podem pedir aos médicos para abdicarem «dos seus descansos, da sua vida familiar, das suas reivindicações».

Joana Bordalo e Sá, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) 
Joana Bordalo e Sá, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) CréditosJosé Sena Goulão / Agência Lusa

Em entrevista ao Público, esta terça-feira, Fernando Araújo, director executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), reconheceu a justeza de muitas das reivindicações dos médicos mas, embora afirme que «temos de reclamar direitos», admite que os profissionais devem fazê-lo de uma forma «eticamente irrepreensível». Em causa está a escusa de responsabilidade que já foi requerida por cerca de 2500 médicos, que se recusam a trabalhar mais do que as 150 horas extraordinárias anuais para as quais foram contratados.

«Dá uma no cravo e outra na ferradura», considerou Joana Bordalo e Sá, presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), em declarações recolhidas pela agência Lusa. É que a «falta de ética está neste Governo, e nos outros todos, por terem mantido os médicos em Portugal como sendo os médicos com salários mais baixos a nível europeu».

Nas urgências, nas consultas, nas cirurgias, nos centros de saúde, com «imenso sacrifício pessoal», os médicos «cumprem com a sua ética e deontologia todos os dias e é graças a isso que mantêm o Serviço Nacional de Saúde a funcionar», alertou a dirigente.

As declarações do director executivo do SNS sugerem uma tentativa de pressionar os médicos no momento em que voltam a sentar-se à mesa com a tutela, apesar do cepticismo da FNAM relativamente à vontade do Governo PS em resolver, ao fim de 18 meses de negociação infrutífera, os vários problemas identificados.

Os médicos estão a trabalhar «no seu limite», segundo palavras da Federação. As insinuações do director executivo do SNS referem-se à escusa de responsabilidades que mais de 2500 clínicos já assinaram, recusando-se a fazer trabalho extraordinário para além das obrigatórias 150 horas anuais. Recorde-se que o SNS funciona na base das horas extraordinárias dos trabalhadores da área da saúde: entre Janeiro e Agosto, foram feitas mais de 4,3 milhões de horas suplementares nos hospitais e centros de saúde do País.

Joana Bordalo e Sá defende que a profissão não pode ser o «decreto de sacerdócio obrigatório» que o Governo PS e o director executivo do SNS está a exigir aos médicos: no limite, afirmou, permitir que os médicos continuem a trabalhar centenas de horas extra anuais, para suprir a falta de pessoal, ia levar «a que cada um de nós que ainda resta no SNS» abdicasse «dos seus descansos, da sua vida familiar, das suas reivindicações, que são mais do que justas». 

«A falta de ética é também do doutor Manuel Pizarro [ministro da Saúde], que parece que ainda não percebeu que os médicos já estão a trabalhar no seu limite há muito tempo (…). Se houver alguma fatalidade, alguma morte, alguma tragédia, que ninguém quer ver no serviço de urgência, será da sua inteira e exclusiva responsabilidade e das políticas que pratica», admitiu.

Sobre o processo negocial em curso, que tem nova reunião agendada para a próxima sexta-feira, a dirigente sindical insistiu que a FNAM «tem a solução que os médicos também querem ver», que se prende não só com a reposição dos salários, mas também com a melhoria das condições de trabalho. «Temos oito propostas em cima da mesa e durante 18 meses ignoraram-nas. Não incorporaram rigorosamente nada», criticou.


Com agência Lusa

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