«As negociações com o Ministério da Saúde têm sido prolongadas no tempo, a um ritmo demasiado lento, onde se acumulam os pedidos de adiamento de reuniões e escasseiam as propostas por parte da tutela», refere, em comunicado enviado ao AbrilAbril, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM).
«Os sindicatos médicos têm feito o seu trabalho de forma responsável, cumprindo prazos e apresentado as suas propostas», mas o Governo PS tem sido irredutível. Tendo falhado «todos os compromissos» de negociar as grelhas salariais e a falta de medidas para salvar o SNS, a posição dos trabalhadores tornou-se insustentável.
O orçamento do PS para investimento no SNS aumentou para 509 milhões de euros no Orçamento do Estado para 2022 (aprovado pelo PS, com a abstenção do Livre e PAN), mas mais de metade deste dinheiro ficou por aplicar. Foram executados apenas 230 milhões de euros: 45% do valor disponível para investir no SNS.
Neste jogo de sombras do PS, «têm sido os médicos e os profissionais de saúde a assegurar o funcionamento do SNS, apesar do subfinanciamento crónico e da deterioração das suas condições de trabalho». Mas essa situação tem consequências: «estão exaustos e desmotivados face à falta de resposta do Governo, à situação difícil do SNS e ao cansaço acumulado durante a pandemia de Covid-19».
A greve nacional de médicos, agendada para os dias 8 e 9 de Março de 2023, foi convocada pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM). Entre as principais reinvindicações está a valorização da carreira médica, «negociando novas grelhas salariais», e a «dignificação de condições de trabalho dos médicos, de forma a garantir cuidados de saúde de qualidade para a população».
«Os médicos precisam da solidariedade dos utentes neste momento difícil, a luta pelo SNS é uma luta que afecta toda a gente», frisa a FNAM. Neste momento, é urgente «cuidar de quem cuida. É preciso salvar o SNS».