Depois das ameaças e das acusações, das chantagens e das represálias, a administração do Hotel Pinhal do Sol, unidade hoteleira em Quarteira, no Algarve, foi obrigada a ceder a todas as exigências do trabalhador Francisco Cruz, empregado de mesa, que se recusou a abdicar dos termos e direitos estabelecidos no contrato que tem assinado até Fevereiro de 2024.
O Hotel Pinhal do Sol tinha avançado com uma proposta para cessar o contrato deste trabalhador, depois de o funcionário se ter recusado a ir trabalhar para a copa, tendo em conta que o contrato que assinou era para as funções de empregado de mesa. A empresa retaliou imediatamente, impedindo-o de ocupar o seu posto de trabalho, explicou o Sindicato de Hotelaria do Algarve (SHA/CGTP-IN).
«O patronato queixa-se da falta de mão-de-obra ao mesmo tempo que quer continuar a aumentar os seus lucros à custa do aumento da exploração e da degradação das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores», lamenta o sindicato.
O bluff da empresa assentava na expectativa de que o trabalhador não conhecesse os seus direitos e, com medo, aceitasse todos os desmandos do patronato, rei e senhor da sua empresa. Correu mal à entidade empregadora. Francisco Cruz limitou-se a informar o Hotel Pinhal do Sol de que regressaria ao seu posto de trabalho nas mesmas condições em que foi contratado: «exercer as funções de empregado de mesa/bar, com alojamento e alimentação».
O Sindicato da Hotelaria do Algarve «congratula-se pelo recuo da administração e reafirma que irá continuar a acompanhar a situação de perto».