O que se passa no Hotel Tivoli Marina de Vilamoura é apenas um exemplo do que acontece de forma generalizada em todo o sector do Turismo, lamenta o Sindicato de Hotelaria do Algarve (SHA/CGTP-IN): «imperam os vínculos contratuais precários e ilegais, incluíndo o trabalho ilegal e clandestino». Foram estes trabalhadores, mal pagos e precários, que asseguraram a realização da Feira de Emprego do Turismo no Algarve no centro de congressos desta unidade hoteleira.
A ironia não escapou ao SHA. Os trabalhadores do Hotel Tivoli Marina de Vilamoura podiam ter aproveitado a ocasião para dar «match em tempo real» (como o descreve a bolsa de empregabilidade que organizou o evento) com as mais de 70 empresas que procuravam profissionais para trabalhar, já que o seu actual empregador «tem despedido e continua a despedir trabalhadores com contratos a prazo que são necessários ao funcionamento do hotel durante praticamente todo o ano, deixando os mesmos desamparados e numa situação de instabilidade extrema».
No Hotel Tivoli Marina de Vilamoura «existem também trabalhadores chamados “extra fixos”, alguns à vários anos, que são contratados através de empresas de trabalho temporário, que também são indespensáveis ao normal funcionamento dos serviços que são prestados aos clientes durante todo o ano».
Embora 2023 tenha sido «o melhor da história» no sector do Turismo (segundo o secretário de Estado Nuno Fazenda), ano em que as empresas acumularam mais de 25 mil milhões de euros em receita, muitas unidades hoteleiras continuam a promover a exploração e a precariedade dos seus trabalhadores.
Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato da Hotelaria do Algarve repudia as práticas e a gestão da administração do Hotel Tivoli Marina Vilamoura, apelando a que todos os trabalhadores, «seja em que local de trabalho for», que se vêem confrontados com a cessação dos seus contratos, para não hesitarem em informar-se junto do sindicato «sobre a possibilidade de contestarem o despedimento e reclamarem a integração nos quadros de efectivos».
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