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|incêndios florestais

Serra da Estrela: demasiado pouco, demasiado tarde

Ao sétimo dia, o fogo não deu tréguas. O incêndio que deflagra na Serra da Estrela, que se estende por cinco concelhos e consumiu, pelo menos, 16 mil hectares, é sintoma de uma falta de investimento crónica.

Incêndio perto da aldeia de Sameiro, na encosta norte da Serra da Estrela, Covilhã, 9 de Agosto de 2022. 
Incêndio perto da aldeia de Sameiro, na encosta norte da Serra da Estrela, Covilhã, 9 de Agosto de 2022. CréditosMiguel Pereira da Silva / Agência Lusa

Às 12h de sexta-feira, o «incêndio mantém-se com uma frente activa com maior preocupação, na zona entre Videmonte e Linhares, entre o concelho da Guarda e o de Celorico da Beira», anunciou, em conferência de imprensa, Miguel Cruz, segundo comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC).

Em Gouveia, a frente já se encontra dominada, progredindo apenas no distrito da Guarda.

No terreno, a enfrentar o incêndio que lavra desde a madrugada de dia 6 de Agosto, estão 1 571 operacionais de todo o país, apoiados por 457 veículos e 15 meios aéreos. Os dados mais recentes do Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais (EFFIS), apontam para a destruição de mais de 16 mil hectares.

Com 70 mil hectares de área ardida desde o início do ano, o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros anunciou ontem, quinta-feira, a autorização da aquisição de mais 81 viaturas de combate a incêndios, a poucas mais de um mês do fim do verão.

O mediatismo da contratação do Sérgio Figueiredo brilha mais do que as chamas

Chega, PSD, Iniciativa Liberal, BE. Naquele que é um dos incêndios mais graves deste ano, que terá já destruído uma área muito substancial do parque natural, património da UNESCO, a maior parte dos partidos escolheram focar-se no faits-divers mediático do momento: a contratação de Sérgio Figueiredo, por parte do ministério de Fernando Medina. 

Em contra-ciclo, as direcções regionais do PCP de Castelo Branco e da Guarda divulgaram um comunicado em que sublinham a evidente falta de resposta, do Governo PS, às questões estruturais para a prevenção de incêndios: o «abandono do mundo rural, a degradação dos serviços públicos, a destruição da pequena e média agricultura e pecuária, que resultam na desertificação e no despovoamento».

«Este incêndio em particular, que lavra num Parque Natural, onde o Estado tem responsabilidades directas, traz à evidência não apenas a falácia da responsabilização individual em que o Governo assentou toda a sua retórica este verão, mas também a falta de investimento na área da conservação da natureza».

Desde 2017, sucessivos anúncios caíram em saco roto: o «cadastro florestal, a criação das equipas de sapadores florestais, a reconstituição do corpo de guardas florestais e medidas imprescindíveis no sentido de valorização do preço da madeira, o que impede a gestão activa da floresta, a promoção do livre associativismo dos pequenos proprietários e o impulso adequado aos agrupamentos de baldios e aos projectos promovidos por baldios», lamentas a estruturas do PCP.

Perante a dimensão dos prejuízos e dos impactos no território, o PCP informa, no comunicad, que as suas organizações e militantes «estão no terreno em contacto com as populações e vão realizar uma ronda pelos concelhos afectados com a deputada ao Parlamento Europeu, Sandra Pereira», no dia 16 de Agosto.

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