A impunidade de um genocídio
«Estas são as linhas básicas do governo por mim chefiado: o povo judeu tem um direito exclusivo e inquestionável a todas as áreas da terra de Israel»
(Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel no discurso de posse em Janeiro de 2023)
Sob os nossos olhos desenvolve-se a partir da Faixa de Gaza, e também da Cisjordânia e Jerusalém Leste, como temos vindo a verificar, a limpeza étnica de mais de cinco milhões de pessoas executada pelo aparelho político-militar do Estado de Israel, com apoio dos Estados Unidos da América e, no mínimo, a cumplicidade dos governos dos países do chamado Ocidente colectivo. Perante esta realidade ainda não são suficientes, apesar de crescentes, a revolta e a indignação de milhões e milhões de cidadãos do mundo, inconformados com o crime de genocídio em que a fuga e a expulsão de toda a população de um território decorrem da matança de milhares de pessoas, na sua maioria crianças e mulheres.
Sob pretexto das práticas terroristas do Hamas, o Estado sionista colonial de Israel deu asas à sua máquina terrorista, com mais de 75 anos de experiência, para provocar o êxodo da população palestiniana de Gaza, parte dela já refugiada de outros episódios de limpeza étnica praticados pela mesma linhagem hereditária de assassinos em série. Numa primeira fase, os terroristas sionistas criam as condições de pânico e aniquilação indiscriminada, o terror implacável, para que a população de Gaza não tenha outra alternativa que não seja fugir para o território egípcio do deserto e península do Sinai, movimento que é recusado publicamente pelo governo do Cairo – embora, em privado, as coisas talvez não sejam muito bem assim.
«Numa primeira fase, os terroristas sionistas criam as condições de pânico e aniquilação indiscriminada, o terror implacável, para que a população de Gaza não tenha outra alternativa que não seja fugir para o território egípcio do deserto e península do Sinai, movimento que é recusado publicamente pelo governo do Cairo»
Pelo menos tendo em conta uma declaração do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmmud Abbas, publicada já em 2014 pelo Times of Israel: «Um líder sénior do Egipto disse-me que deve ser encontrado um refúgio para os palestinianos e, para isso, temos todo um vasto território de 1600 quilómetros quadrados adjacente a Gaza». Esta revelação foi feita por Abbas numa reunião do Comité Central da Fatah, a maior organização secular palestiniana, realizada em Ramallah, na Cisjordânia.
Por enquanto, no entanto, a posição oficial do Egipto, declarada pelo presidente Al-Sisi, assume que os acontecimentos de Gaza representam «uma tentativa de forçar os residentes a refugiar-se, a emigrar para o Egipto, o que não pode ser aceite». Tanto mais, acrescenta, que «a ideia de deslocar palestinianos para o Sinai significa arrastar o Egipto para uma guerra com Israel». Motivos fortes. Mas serão suficientes?
Em Gaza, o movimento de «transferência» da população envolve 2,3 milhões de pessoas.
Tragédia alastra à Cisjordânia
As mortes de civis em Gaza, que já são escandalosamente altas devido ao bombardeamento descontrolado de Israel, serão inimagináveis durante a guerra terrestre. No dia 24 de outubro, tornou-se claro para a Organização das Nações Unidas (ONU) que o bombardeamento contínuo de Gaza – que já havia matado 6500 pessoas (incluindo pelo menos 35 funcionários da ONU) – havia tornado essa parte da Palestina insustentável para a vida humana. Mais de dois milhões de pessoas vivem nessa pequena porção de terra no Mar Mediterrâneo. Desde 1948, os refugiados que vivem aqui contam com a assistência da ONU, que criou uma agência inteira (UNRWA) em 1949 para esse propósito. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse ao Conselho de Segurança da ONU que dentro de alguns dias a organização ficará sem combustível para os seus camiões, que transportam o mínimo de ajuda que chega a Gaza vinda do Egito para auxiliar os 660 mil palestinos que fugiram de suas casas para chegar aos complexos da ONU em Gaza. Os camiões transportam «uma gota de ajuda num oceano de necessidades», disse Guterres. «O povo de Gaza precisa de ajuda contínua a um nível que corresponda às enormes necessidades. Essa ajuda deve ser entregue sem restrições». A classe política israelita parece estar a utilizar o conflito que começou em 7 de outubro como pretexto para fazer o que planeou fazer durante décadas, ou seja, apagar os palestinos da Palestina histórica e apagar a nação palestina como uma entidade. No dia 30 de outubro de 2023, as autoridades israelitas afirmaram ter matado «dezenas» de combatentes do Hamas nos primeiros dias da sua invasão terrestre. Enquanto isso, o Ministério da Saúde de Gaza tem-se esforçado para manter o seu site online, devido à falta de eletricidade, internet e pelos bombardeamentos israelitas. Ao meio-dia de 29 de outubro, o Ministério da Saúde informou que o número de mortos em Gaza é agora de 8005 (dos quais 67% são mulheres e crianças). Para aqueles que duvidam dos números, o Ministério da Saúde tem divulgado listas dos mortos com os seus números de identificação israelitas (é um sinal da ocupação dos palestinos de Gaza que, quando nascem, têm de ser registados não pela Autoridade Palestina, mas por Israel). A organização Save the Children afirma que mais crianças (3195) foram mortas pelos bombardeios israelitas nestas três semanas do que o total de mortes em todas as zonas de conflito desde 2019. A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) declarou que, até domingo, dia 29, 1,4 milhão de palestinos de um total de 2,3 milhões foram deslocados internamente, com 671 mil abrigados em 150 instalações da UNRWA. A maior parte dos mortos pelos bombardeamentos e tiros dos tanques israelitas são civis. A proporção de mortos entre combatentes (poucos) e civis (muitos) é surpreendente, muito além do que acontece numa guerra (em contraste, dos 1400 israelitas mortos em 7 de outubro pelo Hamas e outras facções, 48,4% eram soldados). Ao afirmar que mataram «dezenas» de militantes do Hamas – o suposto alvo – e tendo, ao mesmo tempo, matado milhares de palestinos, as autoridades israelitas admitiram ao mundo que a sua guerra provocou muito mais mortes de civis do que de combatentes. «A maior parte dos mortos pelos bombardeamentos e tiros dos tanques israelitas são civis. A proporção de mortos entre combatentes (poucos) e civis (muitos) é surpreendente, muito além do que acontece numa guerra (em contraste, dos 1400 israelitas mortos em 7 de outubro pelo Hamas e outras facções, 48,4% eram soldados).» Enquanto isso, os militares israelitas enviaram as suas escavadoras para destruir casas e empresas no norte de Gaza, bem como na cidade de Jenin, na Cisjordânia. Nada nesta manobra se assemelha a uma operação militar, uma vez que estas casas e empresas não são instituições militares. Tendo em vista o histórico de demolição de habitações na Cisjordânia para criar colonatos e o «muro do apartheid», esta demolição em Gaza e Jenin parece uma campanha civilizatória maciça de limpeza étnica para criar aquilo a que a classe política israelita chama de Grande Israel (Eretz Yisrael Hashlema). A classe política israelita é famosa por dizer que quer mudar os «factos no terreno» para que quaisquer negociações com os palestinos sob ocupação sejam baseadas nesses «factos» e não em «reivindicações». É isto que o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu tem feito há décadas através dos assentamentos ilegais na Cisjordânia: ignorar as reivindicações palestinas sobre as suas terras e estabelecer o direito dos israelitas a toda a massa terrestre, desde o Rio Jordão até ao Mar Mediterrâneo. Efetivamente, a classe política israelita parece estar a utilizar o conflito que começou em 7 de outubro como pretexto para fazer o que planeou fazer durante décadas, ou seja, apagar os palestinos da Palestina histórica e apagar a nação palestina como uma entidade. Quando as forças políticas palestinas concordaram com um processo de paz que resultou no Acordo Provisório de Cairo (1994) e nos Acordos de Oslo (1994), adotaram o que ficou conhecido como a «solução de dois Estados» para a ocupação israelita da Palestina. A ideia central dos Acordos de Oslo era que uma Autoridade Palestina (AP) governaria o território confiscado por Israel em 1967 (Jerusalém Oriental, Gaza e Cisjordânia). Segundo o professor Haider Eid, de Gaza, os Acordos de Oslo criaram um «bantustão» (como as «pátrias africanas» criadas pela África do Sul do apartheid). «É intolerável a reiterada normalização de actos que visam punir colectivamente toda a população palestiniana», refere o abaixo-assinado. Manifestações convocadas para as 18h no Porto, dia 17, Lisboa, dia 18 e Évora, 19. «Desde há mais de um século que a Palestina e o povo palestiniano estão sujeitos a um domínio colonial que ainda não cessou e que o apoio ocidental a Israel só ajuda a prolongar e agravar», refere o manifesto «As vidas palestinianas contam! Manifesto de apoio e solidariedade com o povo palestiniano», subscrito, até ao momento, por quase 2 mil pessoas, incluindo o historiador Manuel Loff, os deputados Alma Rivera, Bruno Dias (do PCP) e José Soeiro (BE) e a presidente da Fundação José Saramago Pilar del Río. O manifesto está disponível para subscrição online. O AbrilAbril falou com Salim Nazzal, escritor e secretário do Fórum Cultural Palestino Europeu, refugiado na Noruega, e Nisreen Lubbad, resistente palestina, sobre a Nakba e o agravar da agressão israelita das últimas semanas. Salim Nazzal, escritor, dramaturgo e poeta palestino, secretário do Fórum Cultural Palestino Europeu, nasceu num campo de refugiados no Líbano. A família foi expulsa das suas casas em 1948, pelas forças de ocupação israelita. Nisreen Lubbad, refugiada palestinina residente em Madrid, activa na resistência palestina à ocupação israelita, nasceu, tal como Salim, num campo de refugiados. São experiências transversais a sucessivas gerações de palestinianos, expulsos das suas casas: muitos milhões vivem, ainda, em campos de refugiados ou espalhados um pouco por todo o mundo. Em Gaza e na Cisjordânia, a estratégia de limpeza étnica continua a ser a mesma, centenas de pessoas são assassinadas anualmente, para dar lugar a novos colonatos. «Os judeus sionistas tomaram a Palestina como se de um apartamento mobilado se tratasse». O AbrilAbril conversou com Salim e Nisreen pouco antes do arranque de uma sessão de solidariedade com a Palestina, evocativa dos 75 anos da Nakba, organizada pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), na Casa do Alentejo, em Lisboa, que juntou várias dezenas de pessoas no dia 15 de Maio. A Nakba, catástrofe ou desastre em árabe, designa o êxodo palestino de 1948, após a criação do estado de Israel (cujo dia de independência se assinala a 14 de Maio), que se traduziu na expulsão de mais 750 000 palestinianos das suas casas e terras, na destruição de 500 vilas e aldeias palestinas, na morte de 15 mil homens, mulheres e crianças da Palestina. Como explicou Salim, «não há apenas um Nakba: é uma política continuada». A continuada acção militar de Israel foi o nosso ponto de partida. No dia em que se cumprem 75 anos da Nakba, um palestiniano de 22 anos foi morto a tiro, esta segunda-feira, e outro ficou ferido durante um raide israelita num campo de refugiados em Nablus. Testemunhas disseram à imprensa que um grande contingente de tropas israelitas invadiu esta manhã o campo de refugiados de Askar, nos arredores da cidade de Nablus, o que gerou grandes confrontos e trocas de disparos no campo e no Bairro de al-Masaken. Ahmad Jibril, responsável do Crescente Vermelho Palestiniano na cidade, disse à agência Wafa que dois palestinianos foram atingidos a tiro, sendo que um deles tinha falecido e o outro se encontrava ferido, em estado grave. Em comunicado, o Ministério palestiniano da Saúde identificou o falecido como Saleh Mohammad Sabra, de 22 anos. A Wafa refere ainda que as forças israelitas cercaram e invadiram a casa da família de um palestiniano morto, Abdul-Fatah Kharousha, que em Fevereiro participou num ataque contra colonos, e tomaram medidas para a demolir. Com a morte de Mohammad Sabra, na Cisjordânia ocupada, o número de palestinianos mortos em 2023 por tropas e colonos israelitas sobe para 152, incluindo 33 que faleceram durante os bombardeamentos recentes contra a Faixa de Gaza cercada. A 15 de Maio assinala-se a Nakba – a «catástrofe» –, que diz respeito à proclamação unilateral da independência de Israel, em 1948, e à campanha premeditada que acompanhou o processo de criação de Israel, em que as milícias sionistas destruíram centenas de aldeias, cometeram inúmeros massacres e expulsaram das suas casas cerca de 750 mil palestinianos. A Nakba, a mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém e a resistência do povo palestiniano face à ocupação e repressão israelitas marcaram o acto público que reuniu centenas de pessoas em Lisboa. A brutal repressão dos militares israelitas sobre os milhares de palestinianos que se mobilizaram esta segunda-feira na Faixa de Gaza cercada, junto à vedação que separa o enclave de Israel, provocou mais de cinco dezenas de mortos e deixou feridos mais de 2700. Isto foi motivo de conversa entre os presentes, ontem, no Largo de Camões, antes das intervenções, e questão a que nenhum dos intervenientes escapou, enquanto repudiava a inauguração da Embaixada norte-americana em Jerusalém. Tiago Santos, a quem coube a apresentação dos intervenientes, saudou as mais de 50 organizações que se juntaram às quatro que promoveram o acto público no Largo de Camões, destacando o seu significado e o que representava a presença dos muitos que ali se juntaram. «Aqui estamos para apoiar os protestos legítimos e vigorosos do povo palestiniano. Aqui estamos para denunciar a violenta e a criminosa repressão contra os que, na Palestina, estão neste momento a lutar pelos seus direitos e pela paz, contra a violenta repressão que, só hoje e de acordo com números de há momentos, já provocou 52 mortos e mais de 2000 feridos [números conhecidos na altura]. Aqui estamos para dizer bem alto "não à agressão" e "fim à ocupação"», clamou. Seguiu-se a intervenção de Filipe Ferreira, em nome do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), que classificou o acto público como «imprescindível», na sequência do «provocatório reconhecimento, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de Jerusalém como capital de Israel» e de ter mudado para essa cidade a Embaixada do seu país. Trata-se, em seu entender, de uma «clara afronta» e de uma «provocação», que visa «desestabilizar e incendiar ainda mais a situação na martirizada Palestina e em todo o Médio Oriente». A transferência da Embaixada norte-americana para Jerusalém põe também em evidência a «cobertura desde sempre dada pelos EUA à política sionista de ilegal ocupação de territórios da Palestina por parte de Israel, incluindo a ocupação total da cidade de Jerusalém», afirmou, acrescentando que a cumplicidade dos EUA com Israel é responsável pela política de ocupação e repressão a que os palestinianos são submetidos. Reafirmou a exigência às autoridades portuguesas para que reconheçam o Estado da Palestina. «Portugal deve estar do lado da paz e não da guerra; tem de estar do lado da liberdade e não da opressão; tem de estar do lado da soberania e não do colonialismo; tem de estar do lado da legalidade internacional e não do arbítrio e da violência», frisou. Ana Souto, do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), leu o poema «Quero contar ao Mundo», de uma poeta palestiniana, onde ficam plasmadas as «vivências diárias, difíceis» de um povo «sujeito a práticas de terror, a uma violenta ocupação e colonização por parte de Israel». Falou das duras condições de vida na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, da pobreza que ali impera, «onde há condições sanitárias deficientes, onde o acesso à água, aos cuidados de saúde é quase inexistente». É uma «prisão de escombros a céu aberto, onde os ataques de Israel não param», afirmou, para denunciar que «tudo isto acontece com a protecção cúmplice dos Estados Unidos da América e a complacência e o silêncio da União Europeia». Referindo-se à transferência da Embaixada norte-americana, a dirigente do MDM afirmou que «os EUA reconhecem Jerusalém como capital de Israel, apoiam de forma incondicional a ocupação ilegal que Israel fez de Jerusalém Oriental, encorajam e apoiam a violenta ocupação dos territórios palestinianos, as criminosas políticas de Israel que violam e desrespeitam o direito internacional e as resoluções da ONU». No final da intervenção, aludiu ao poema que lera no início, para lá ir buscar os versos: «na Palestina há uma obstinada bandeira que se recusa a ser retirada e persiste uma esperança que não pode ser derrotada.» «Um dia, 52 mortos, 2420 feridos. Não nos falem duma guerra, que há guerras em que não se morre assim. Não nos falem em confrontos. Do que estamos a falar é de genocídio, barbárie.» Foi assim que Carlos Almeida, vice-presidente do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), deu início à sua intervenção. Evocando a Nakba («catástrofe»), iniciada há 70 anos, que hoje se assinala e que persiste, Carlos Almeida disse: «Há 70 anos, a Palestina também estava a ferro e fogo. Até ao dia 15 de Maio de 1948, cerca de 400 mil pessoas já tinham sido expulsas das suas casas, expulsas das suas terras. Cerca de metade do total de refugiados palestinianos provocados pela Nakba já tinha sido lançada nos caminhos do exílio, da diáspora, da fuga perante o avanço da onda criminosa das milícias sionistas. Um caminho que foi pontuado por massacres» – e enumerou alguns deles. O dirigente do MPPM explicou depois, com algum detalhe, episódios de saques a aldeias e vilas palestinianas, perpetrados em 1948 pelas milícias e brigadas sionistas do Exército israelita, cujos nomes listou e disse estarem «gravados a ferro e fogo na memória do povo palestiniano». Lembrando as responsabilidades do imperialismo britânico – de quem «aprenderam bem a lição» –, afirmou que «esta campanha foi cuidadosamente planeada em nome de um objectivo: a limpeza étnica, a expulsão de toda a população palestiniana das terras, dos lugares onde sempre viveu». Aludindo à falsidade do mito sionista da «terra sem povo», destacou: «Estes 70 anos são a história desta guerra de extermínio, são a história da resistência ao extermínio, ao genocídio, à barbárie, à aniquilação, à negação de que existe um povo e de que esse povo fala árabe e vive na Palestina há muitas gerações.» Caracterizou Israel como «guarda avançada dos interesses do imperialismo e das potências ocidentais no Médio Oriente», salientando que as «suas guerras, que nos tentam vender como guerras defensivas, foram sempre guerras de agressão». «É preciso denunciar a ocupação e a repressão israelitas, todos os dias; denunciar e condenar o cerco à Faixa de Gaza», disse, apontando esse território como «exemplo de resistência» e «lugar de todos os exílios». Pese embora os «tempos sombrios que vivemos», destacou a presença de todos no Largo de Camões como «um acto de confiança no futuro» e lembrou que da «Palestina vem um exemplo heróico de um povo que resiste, com a sua vida, a sua luta, a sua determinação». Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN, sublinhou a necessidade da «solidariedade com o povo palestiniano, que continua a ser massacrado por um país que é apoiado pelo imperialismo e que continua a pôr em causa direitos e liberdades». Disse «não aceitar o que se está a passar na Palestina, que um povo seja refém no seu próprio país; um povo que é impedido de trabalhar, que é impedido de produzir, que é impedido de desenvolver o seu país». Como consequências da violenta ofensiva de que os palestinianos são alvo, destacou dados referentes ao emprego: «dois em cada cinco jovens estão desempregados; 40% da população em Gaza não tem emprego; e há milhares e milhares de trabalhadores palestinianos que, trabalhando em Israel, recebem metade do que auferem os israelitas», denunciou. Em nome da CGTP-IN, passou a mensagem de que o povo palestiniano não está sozinho, e declarou: «O que é cada mais revelevante e fica aos olhos de todo o mundo é como um povo que sofre há 70 anos não se resigna, acredita e continua a ter uma juventude que continua a impulsionar a resistência e a acreditar ter nas suas mãos os destinos do seu país, que continua a lutar.» Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A propósito dessa limpeza étnica e das agressões israelitas que se seguiram, num contexto em que o povo palestiniano mantém a luta pelo direito à terra e à independência, o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina publicou uma série de dados associados à «catástrofe». De acordo com o organismo, o processo de ocupação e colonização israelita provocou o deslocamento forçado de 957 mil pessoas que viviam na Palestina histórica em 1948, em 1300 aldeias e vilas. Durante a Nakba, a ocupação israelita confiscou terras e expulsou os seus habitantes, controlando 774 aldeias palestinianas e destruindo 531. As atrocidades cometidas pelas forças sionistas incluíram pelo menos 51 massacres, com um saldo superior 15 mil mortos. De acordo com o Gabinete de Estatísticas, no final de 2022, havia 14 milhões de palestinianos espalhados pelo mundo, mais de metade dos quais vivem na Palestina histórica. O número de refugiados palestinianos chegou a 6,4 milhões (dados das Nações Unidas de Dezembro de 2020), sendo que cerca de dois milhões vivem em campos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, na Jordânia, na Síria e no Líbano. De acordo com dados preliminares, o número de palestinianos mortos subiu para 25 e o de feridos para 70, na agressão militar de Israel contra a Faixa de Gaza iniciada há três dias. A aviação israelita atacou, esta quinta-feira, apartamentos a norte de Khan Yunis, provocando a morte de três pessoas, incluindo Ali Hassan Ghali, um comandante das Brigadas Al-Quds, a ala militar da Jihad Islâmica. Trata-se do quarto comandante da Jihad Islâmica da Palestina a ser assassinado no espaço de 48 horas. Entretanto, o movimento de resistência advertiu o governo de Telavive para as consequências destes bombardeamentos, que contaram com a luz de verde de Washington e contam com o apoio expresso de Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos EUA, que esta quinta-feira reafirmou o direito de Israel à «auto-defesa». Neste contexto, a resistência palestiniana retomou esta madrugada o lançamento de rockets para os territórios ocupados por Israel, que activou o sistema Cúpula de Ferro para os tentar deter. Segundo refere a Al Mayadeen, com base na imprensa israelita, na quarta-feira, cerca de 500 rockets foram lançados a partir da Faixa de Gaza em resposta à agressão israelita, no âmbito de uma operação denominada Vingança dos Livres. Israel bombardeou, esta madrugada, a Faixa de Gaza, provocando a morte de 13 palestinianos, incluindo quatro crianças e quatro mulheres. Os EUA foram previamente informados da agressão militar. Aviões e drones das forças militares de Telavive atacaram casas e edifícios residenciais na Faixa de Gaza, esta madrugada, no contexto de uma operação dirigida contra membros do movimento de resistência Jihad Islâmica. Segundo revela o canal libanês Al Mayadeen (tal como outros meios de comunicação), foram mortas três figuras de relevo do movimento: Jihad Ghannam, Khaled al-Bahitini e Tariq Izz al-Din. A operação já estava a ser preparada há algum tempo e Israel escolheu o momento, refere a mesma fonte, precisando que a agressão foi aprovada no fim-de-semana passado e que o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita falou sobre ela ao Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. O Ministério palestiniano da Saúde confirmou a morte de 13 pessoas – entre as quais se encontram quatro crianças e quatro mulheres – e a existência de 20 feridos, alguns dos quais em estado grave. Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros referiu-se a este «crime horrendo» como um «prolongamento da guerra aberta da ocupação contra o povo e os seus justos e legítimos direitos nacionais». A declaração, divulgada pela Wafa, responsabiliza «total e directamente» o governo de Benjamin Netanyahu por esta agressão e as suas consequências, classificando-a como «uma escalada perigosa que ameaça uma explosão geral». Insistiu, além disso, no pedido de ajuda à «comunidade internacional», para que intervenha com urgência e «pare o ataque ao povo palestiniano». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Essa mesma imprensa refere que a estrutura militar e de segurança da ocupação está a preparar-se para uma ampla resposta da resistência, na sequência do assassinato de vários dirigentes da Jihad Islâmica. Fontes de uma sala conjunta de operações das várias facções palestinianas revelaram ao canal libanês que existe consenso no seio da resistência quanto a uma posição de compromisso para travar os «crimes israelitas». Também deram conta de «pressões da parte da ocupação, por via de vários mediadores, para se chegar a um cessar-fogo», mas sublinhando que «a resistência permanece firme na sua exigência de um claro compromisso [israelita] para acabar com a política de assassinatos». Ontem, o Conselho da Liga Árabe, reunido no Cairo, expressou solidariedade total ao povo palestiniano e apoio à sua firmeza frente à agressão contínua israelita, sublinhando o seu legítimo direito à defesa neste contexto. Numa declaração divulgada pela Wafa, o Conselho condenou a agressão generalizada ao povo palestiniano na Faixa de Gaza cercada, na Cisjordânia e em Jerusalém ocupadas, solicitando protecção para o povo palestiniano. Pediu ainda ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que assuma as suas responsabilidades na manutenção da paz e da segurança internacionais, e que exerça a pressão necessária sobre Israel, a potência ocupante. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde 1948, o número de palestinianos mortos pelas forças de ocupação é superior a 100 mil, estima o organismo, afirmando que o ano mais sangrento foi o de 2014, com 2240 mortos. Referindo-se a múltiplos aspectos da vida dos palestinianos nestas sete décadas de ocupação, o documento destaca questões como a situação dos presos nas cadeias israelitas (4900 em Abril de 2023); a política expansionista dos colonatos (em 2021, havia mais de 719 mil colonos na Cisjordânia); o elevado número de ataques e agressões perpetrados pelos colonos à população palestiniana (8724 registados em 2022); o confisco de terras e o processo de judaização intensiva de Jerusalém, a demolição de casas e outros edifícios propriedades de palestinianos (9353 desde 2009, segundo a ONU). O MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente promove, hoje, às 18h, na Casa do Alentejo, em Lisboa, uma Sessão de Solidariedade com a Palestina evocativa dos 75 anos da Nakba. A sessão será presidida por Carlos Araújo Sequeira, presidente da Mesa da Assembleia Geral do MPPM, e contará com intervenções de Salim Nazzal, escritor, dramaturgo e poeta palestiniano; Nisreen Lubbad, refugiada e resistente palestiniana residente em Madrid; João Vasconcelos-Costa, investigador e ensaísta, e Carlos Almeida, vice-presidente do MPPM. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Salim – Matam quem eles querem. Fazem-no porque se sentem protegidos por todo o mundo. Porque se fossem condenados, ou se houvesse uma forte condenação de todo o mundo, seriam muito mais cuidadosos, mas eles sabem que estão protegidos e que os americanos estão sempre prontos a defendê-los. Isso encoraja-os a continuar a matar, a ocupar. A eleição do novo governo, com pessoas como Bezalel Smotrich [actual ministro das Finanças, de extrema-direita] e Itamar Ben-Gvir [ministro da Segurança Nacional, também de extrema-direita], extremistas que apelam à Nakba, à destruição dos palestinianos só veio agravar a situação. Um deles disse que queriam renovar a Nakba, a catástrofe de 1948. Estas pessoas são extremistas e ninguém parece disposto a pará-las. Antes, Israel tinha de justificar as suas acções, inventar alguma questão moral, mas agora já nem disso precisa: podem matar e sabem que estão protegidos. Nisreen – São assassinos. Eles, os israelitas, não querem nenhum palestiniano a viver na Palestina. As políticas de extermínio são o dia a dia, todos os dias, todos os dias mandam matar os palestinianos, e isso só tem vindo a piorar. Nisreen – Não me podes perguntar a minha opinião sobre eles. Eles são ocupação, é isso que Israel é: ocupação militar. Salim – Nós não precisamos de embelezar a ocupação exigindo 20 postos de controlo, em vez de diz, ou de que os reduzam para 10 pontos de controlo. É como quando alguém está numa prisão e se aumenta a quantidade de comida: continua sempre a ser uma prisão. Tudo aquilo de que falamos quando nos referimos às agressões do Governo israelista são consequências da ocupação: os assassínios, a destruição de casas, etc. Independentemente do Governo no poder, o imperativo é acabar com a ocupação, acabar com este regime e deixar que o povo palestiniano decida o seu futuro. Eles não podem decidir o futuro por nós, somos 14 milhões, eles não têm o direito de decidir o nosso futuro. O nosso futuro é a liberdade, não sermos escravos. Essa é a verdadeira, e grande, questão. De acordo com dados preliminares, o número de palestinianos mortos subiu para 25 e o de feridos para 70, na agressão militar de Israel contra a Faixa de Gaza iniciada há três dias. A aviação israelita atacou, esta quinta-feira, apartamentos a norte de Khan Yunis, provocando a morte de três pessoas, incluindo Ali Hassan Ghali, um comandante das Brigadas Al-Quds, a ala militar da Jihad Islâmica. Trata-se do quarto comandante da Jihad Islâmica da Palestina a ser assassinado no espaço de 48 horas. Entretanto, o movimento de resistência advertiu o governo de Telavive para as consequências destes bombardeamentos, que contaram com a luz de verde de Washington e contam com o apoio expresso de Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos EUA, que esta quinta-feira reafirmou o direito de Israel à «auto-defesa». Neste contexto, a resistência palestiniana retomou esta madrugada o lançamento de rockets para os territórios ocupados por Israel, que activou o sistema Cúpula de Ferro para os tentar deter. Segundo refere a Al Mayadeen, com base na imprensa israelita, na quarta-feira, cerca de 500 rockets foram lançados a partir da Faixa de Gaza em resposta à agressão israelita, no âmbito de uma operação denominada Vingança dos Livres. Israel bombardeou, esta madrugada, a Faixa de Gaza, provocando a morte de 13 palestinianos, incluindo quatro crianças e quatro mulheres. Os EUA foram previamente informados da agressão militar. Aviões e drones das forças militares de Telavive atacaram casas e edifícios residenciais na Faixa de Gaza, esta madrugada, no contexto de uma operação dirigida contra membros do movimento de resistência Jihad Islâmica. Segundo revela o canal libanês Al Mayadeen (tal como outros meios de comunicação), foram mortas três figuras de relevo do movimento: Jihad Ghannam, Khaled al-Bahitini e Tariq Izz al-Din. A operação já estava a ser preparada há algum tempo e Israel escolheu o momento, refere a mesma fonte, precisando que a agressão foi aprovada no fim-de-semana passado e que o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita falou sobre ela ao Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. O Ministério palestiniano da Saúde confirmou a morte de 13 pessoas – entre as quais se encontram quatro crianças e quatro mulheres – e a existência de 20 feridos, alguns dos quais em estado grave. Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros referiu-se a este «crime horrendo» como um «prolongamento da guerra aberta da ocupação contra o povo e os seus justos e legítimos direitos nacionais». A declaração, divulgada pela Wafa, responsabiliza «total e directamente» o governo de Benjamin Netanyahu por esta agressão e as suas consequências, classificando-a como «uma escalada perigosa que ameaça uma explosão geral». Insistiu, além disso, no pedido de ajuda à «comunidade internacional», para que intervenha com urgência e «pare o ataque ao povo palestiniano». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Essa mesma imprensa refere que a estrutura militar e de segurança da ocupação está a preparar-se para uma ampla resposta da resistência, na sequência do assassinato de vários dirigentes da Jihad Islâmica. Fontes de uma sala conjunta de operações das várias facções palestinianas revelaram ao canal libanês que existe consenso no seio da resistência quanto a uma posição de compromisso para travar os «crimes israelitas». Também deram conta de «pressões da parte da ocupação, por via de vários mediadores, para se chegar a um cessar-fogo», mas sublinhando que «a resistência permanece firme na sua exigência de um claro compromisso [israelita] para acabar com a política de assassinatos». Ontem, o Conselho da Liga Árabe, reunido no Cairo, expressou solidariedade total ao povo palestiniano e apoio à sua firmeza frente à agressão contínua israelita, sublinhando o seu legítimo direito à defesa neste contexto. Numa declaração divulgada pela Wafa, o Conselho condenou a agressão generalizada ao povo palestiniano na Faixa de Gaza cercada, na Cisjordânia e em Jerusalém ocupadas, solicitando protecção para o povo palestiniano. Pediu ainda ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que assuma as suas responsabilidades na manutenção da paz e da segurança internacionais, e que exerça a pressão necessária sobre Israel, a potência ocupante. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Salim – O mundo ocidental é, numa palavra, hipócrita. Têm uma tendência para a dupla moralidade. Tal como acabaste de dizer: quando é na Ucrânia, são combatentes pela liberdade, mas os palestinianos são sempre terroristas. Trata-se de uma dupla moral. Não há volta a dar, a ocupação é a ocupação: é contra os direitos humanos, é contra todas as resoluções das Nações Unidas. Temos mais de 36 resoluções, aprovadas nas Nações Unidas, a nosso favor, assinadas também pela Europa, e eles nem sequer respeitam a sua própria assinatura. Nós dizemos-lhes para respeitarem o que assinaram, aquilo que todos nós, em conjunto, acordámos, mas, claro, eles acabam sempre por fazer o contrário: são hipócritas que apoiam a ocupação e o apartheid, contra todas as leis, quer sejam leis nacionais ou internacionais. Nisreen – A ocupação israelita quer fazer parte da Europa e é por isso que estão a entrar por todas as portas que lhes permitam afirmar-se como tal. Mas isso não pode ser, não se pode ser apagar a realidade: a Palestina é a Palestina, nem hoje, nem amanhã, será Israel, por mais que participem em festivais ou torneios de futebol... Salim – Ouvi o porta-voz da União Europeia a falar em «fazer florescer o deserto». Os judeus sionistas tomaram a Palestina como se de um apartamento mobilado se tratasse. Comemorar o quê, afinal? A destruição de cidades inteiras? O Nakba não é apenas uma coisa que aconteceu num passado distante, esquecida num museu... é algo contínuo, que acontece todos os dias: esta é a estratégia do sionismo. Eles querem uma Palestina sem pessoas. Mesmo na África do Sul, aliás, durante o Apartheid, eles queriam ter controlo sobre o povo e a terra, mas os judeus sionistas só querem mesmo a nossa terra, sem que nós lá estejamos, o que se reflecte nas suas estratégias e políticas. Salim – Não há apenas um Nakba: é uma política continuada. Uma estratégia. Desde o primeiro dia, eles não quiseram que lá ficassemos, sempre nos quiseram substituir. Na África do Sul, mantiveram as pessoas porque queriam dar-lhes uso. No nosso caso, 70% foi expulsa do país. Nada mudou. Não mudou uma única coisa. A situação está a piorar ainda mais, nomeadamente com este governo. É por isso que eles nunca aceitaram os nossos direitos enquanto povo. Nunca. Mesmo no Acordo de Oslo, recusaram-se a reconhecer o povo palestiniano e o seu direito à autodeterminação. É por isso que estão a encher o nosso país de colonatos. Onde é que alguma vez poderemos construir um Estado livre, quando temos mais de 700 000 colonos na Cisjordânia, na Palestina? Quando Gaza e a Cisjordânia são apenas 22% do território da nossa pátria (abdicámos de 78% em Oslo)? Nem isso é suficiente para Israel. É esta a mentalidade com que nos confrontamos. Não há um único acordo que eles respeitem, armam-se em deuses. Temos de lutar para mudar a realidade, é o único caminho que resta aos palestinianos. Dias depois de colonos extremistas terem invadido e atacado Huwara, Bezalel Smotrich afirmou que Israel deve «aniquilar» a localidade palestiniana no Norte da Cisjordânia ocupada. «Penso que Huwara precisa de ser destruída», disse o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, esta quarta-feira, defendendo que «o Estado devia fazê-lo e não cidadãos privados», refere a PressTV com base na imprensa israelita. As declarações do ministro de extrema-direita do governo de Benjamin Netanyahu seguem-se ao ataque perpetrado contra a localidade palestiniana, no domingo à noite, por centenas de colonos armados. Tratou-se da «resposta» à morte de dois israelitas de um colonato ilegal, executados por um atacante palestiniano de Huwara. Este ataque, por sua vez, seguiu-se ao massacre de Nablus, em que as forças de ocupação israelitas mataram 11 palestinianos e feriram mais de cem. No domingo à noite, os colonos queimaram pelo menos 150 carros, 52 casas e várias lojas. Uma pessoa foi morta e o número de feridos palestinianos é superior a 390, indica a agência Wafa. Grupos israelitas de defesa dos direitos humanos como Peace Now e B’Tselem referiram-se ao ataque dos colonos como um «pogrom» apoiado pelas autoridades de ocupação. Por seu lado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de impedirem as ambulâncias e os paramédicos de acederem ao local do ataque, a poucos quilómetros de Nablus. No Knesset, a extrema-direita israelita considerou os ataques a Huwara «legítimos». Hussein al-Sheikh, da Comissão Executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, no Twitter, que as afirmações de Smotrich para apagar Huwara do mapa são o apelo de um «racista terrorista». Também o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, se referiu às afirmações do ministro israelita como «terroristas» e «racistas», e alertou para o facto de que «fazem prever uma escalada séria» contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Neste sentido, pediu às Nações Unidas, à União Europeia e demais organizações internacionais que condenem as declarações de Smotrich. Antes, já tinha pedido ajuda internacional «contra os crimes de Israel». O Parlamento (da Liga) Árabe, com sede no Cairo, condenou esta quarta-feira os ataques executados por colonos israelitas contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada, referindo-se em especial ao assalto à localidade de Huwara. Perante os ataques terroristas sistemáticos dos colonos contra cidadãos indefesos, com armas de fogo, incêndios de casas e viaturas, expulsão de agricultores, assassinatos e outros crimes, exortou o mundo e em especial o Conselho de Segurança da ONU a adoptar medidas para proteger o povo palestiniano. Antes, a Liga Árabe já tinha proposto que as milícias de colonos passem a ser incluídas na lista de grupos terroristas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Nisreen – Nunca desistiremos da nossa luta, vamos lutar até que a Palestina seja livre. Não existe ocupação que dure para sempre, mesmo que aguente 400, 800 anos, sem que nada mude, vamos sempre continuar a lutar. Voltarei à minha aldeia, com os meus filhos, tenho a certeza de que será em breve. Todos nós mantemos a memória da Nakba, tanto a minha geração como as gerações mais novas. Somos refugiados e vamos voltar para a Palestina. Uma criança de 3 anos vai dizer que é originário desta ou daquela aldeia na Palestina, embora viva, mesmo que sempre tenha vivido num campo de refugiados. Os palestinianos que vivem no Líbano, na Síria, em qualquer parte do mundo, não se esquecem nunca que são palestinianos e que vão voltar, mais cedo ou mais tarde. É certo. Salim – Ben Gurion (primeiro primeiro-ministro de Israel) disse: «Os velhos vão morrer e os novos vão esquecer». Não é verdade. Os mais novos não se esquecem da sua casa, a Palestina, e continuam a lutar por ela. Não a podemos esquecer, construímos, nesta terra, a nossa cultura, ao longo de milhares de anos, como é que a poderíamos esquecer? Salim –Parece-me uma evolução muito positiva. O acordo entre o Irão e a Arábia Saudita permitiu reduzir a tensão na região, o que é, objectivamente, do interesse dos palestinianos. É também por isso que Israel não está satisfeita com o acordo: toda a política israelita se baseia em fomentar a divisão em toda a região do Médio Oriente. Não ficaram, com certeza, satisfeitos ao ver que estes povos se estão a reaproximar. Nisreen – Estamos de acordo com a normalização de relações entre países como a Arábia Saudita, o Irão, a Síria, etc... Se não houver ocupação israelita, acho que toda esta zona do mundo árabe será melhor. O ministro da Segurança Nacional de Israel, Ben-Gvir, ordenou a retirada de todas as bandeiras palestinianas em público. São «terroristas», afirma, depois de, em 2022, Israel ter assassinado mais de 200 pessoas. É um passo ainda mais radical do que aquele que já vinha sendo exigido pelo partido de extrema-direita nacionalista e xenófoba, Otzma Yehudit, uma das bases de sustentação do novo Governo de coligação de Benjamin Netanyahu. Itamar Ben-Gvir, actual ministro da Segurança Nacional de Israel, lidera o partido. A prática punitiva de reter os corpos de palestinianos ou os enterrar em «cemitérios de números» tem sido denunciada reiteradamente. Esta terça-feira, centenas de pessoas manifestaram-se em Gaza e na Cisjordânia. Na Cidade de Gaza, os manifestantes lembraram o caso recente do preso Nasser Abu Hmaid, que faleceu há uma semana, depois de lhe ter sido diagnosticado cancro em Agosto de 2021, e cujo corpo não foi entregue à família. De forma simbólica, refere a agência Ma’an, alguns dos participantes na mobilização desta terça-feira levaram um caixão com a imagem de Abu Hmaid desde o gabinete da Cruz Vermelha até aos escritórios das Nações Unidas no enclave palestiniano, exigindo à ONU que se envolva na questão da libertação dos «corpos dos mártires». «Todas as mães têm direito a abraçar os seus filhos, a despedir-se deles e a enterrá-los», disse a mãe de Abu Hmaid, presente na manifestação, acrescentando que estava ali pelo corpo do filho e os de «todos os outros mártires, que sacrificaram a vida pela independência, para que possam ser enterrados na Palestina». O número foi destacado pela Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) em conferência de imprensa. A maior parte encontra-se nos centros de detenção de Ofer e de Naqab (Neguev). O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional – até do Departamento de Estado norte-americano e da Amnistia Internacional –, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. Agora, a SPP revelou também que, dos 835 palestinianos actualmente presos ao abrigo deste regime, 80 são mulheres, indica a agência Wafa. Além disso, a organização não governamental (ONG) informou que, ao longo de 2022, as autoridades israelitas emitiram 2134 ordens de detenção administrativa, 242 das quais em Novembro (o ano passado foram 1595). Desde o início de 2022 até ao fim de Novembro, as forças israelitas prenderam 6500 palestinianos, revelou a SPP, citada pela agência turca Anadolu. Entre os detidos, contavam-se 153 mulheres e 811 menores de idade acrescentou. As forças de ocupação israelitas detiveram 5300 palestinianos desde o princípio deste ano, incluindo 111 mulheres e 620 menores de idade, revelou esta segunda-feira uma organização não governamental. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) afirmou que, com 2353 detenções registadas, Jerusalém Oriental ocupada se situa no primeiro lugar por regiões, e que Abril foi o mês com maior número de detenções (1228 casos), noticia a agência Wafa. A SPP condenou os ataques e raides israelitas contra cidades, aldeias e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada para prender activistas, referindo que muitos palestinianos foram mortos, nesse processo, pelas balas do Exército. Neste contexto, o número de execuções extrajudiciais no terreno, em 2022, é mais elevado por comparação com anos anteriores, alertou a SPP, que também questionou os bloqueios militares a localidades e campos de refugiados palestinianos, classificando-os como uma punição colectiva. No que respeita às detenções administrativas, a organização afirmou que este ano, até à data, foram emitidas 1160. Só no mês de Agosto, foram decretadas 272, pelo que, no final de Setembro, havia cerca de 800 palestinianos nas prisões israelitas detidos sem acusação ou julgamento. Ao abrigo deste regime, os períodos de detenção podem ser infinitamente renovados por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. De forma reiterada, os presos palestinianos detidos sob este regime iniciam greves de fome para denunciar os seus casos e a política de detenção administrativa, exigindo a sua libertação. Diversas instâncias das Nações Unidas têm denunciado repetidamente este regime israelita de detenção, na medida em que não faculta aos detidos palestinianos as «salvaguardas jurídicas básicas» e violam o direito internacional humanitário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Só no mês de Novembro, foram detidos 490 palestinianos, incluindo 76 menores e 12 mulheres, informaram, num relatório conjunto, a SPP, a Addameer, o Centro de Informação Wadi Hilweh e a Comissão dos Assuntos dos Presos e Ex-Presos Palestinianos. No relatório mensal a que o Middle East Monitor faz referência, as quatro organizações de defesa dos direitos presos afirmaram que, no mês passado, o maior número de detenções ocorreu em Hebron (al-Khalil; 135 casos), seguida por Jerusalém (123), Ramallah (52), Jenin e Nablus. De acordo com os grupos, há actualmente nas cadeias israelitas cerca de 4700 palestinianos presos, incluindo 34 mulheres e 150 menores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Também ontem, refere a agência Wafa, centenas de pessoas participaram numa manifestação entre o campo de refugiados de al-Amari, de onde era o preso Nasser Abu Hmaid, e o posto de controlo de Qalandia, perto de Ramallah, na Cisjordânia ocupada. O objectivo era o mesmo que na Faixa de Gaza – reclamar a devolução do corpo de Abu Hmaid e de dezenas de outros palestinianos retidos por Israel há meses ou anos. Quando os manifestantes chegaram ao checkpoint de Qalandia, os soldados israelitas dispersaram a mobilização, recorrendo a latas de gás lacrimogéneo e disparos. O Crescente Vermelho Palestiniano informou que ficaram feridas 11 pessoas, na maioria por sufocação. De acordo com a Campanha Nacional pela Recuperação dos Corpos dos Mortos por Israel e pelo Esclarecimento do Destino dos Desaparecidos, há 68 casos documentados de palestinianos desaparecidos desde o início da ocupação israelita de 1967. A Campanha revela ainda que, desde 2015, as autoridades israelitas retêm 117 corpos de palestinianos em morgues e que há outros 254, mortos desde 1967, nos chamados «cemitérios de números», no Norte dos territórios ocupados em 1948, actual Estado de Israel. Israel tem há muito os «cemitérios para os mortos inimigos» e retém outros corpos de palestinianos em morgues. Trata-se de uma punição colectiva e uma violação grosseira do direito internacional. Em declarações à Voz da Palestina, a advogada Salwa Hammad disse este sábado que se estão a intensificar os esforços para obrigar Israel a libertar os corpos dos palestinianos que foram mortos pelas suas forças ao longo dos anos e que as autoridades sionistas mantêm «prisioneiros» em morgues ou em túmulos sem nomes, apenas identificados por números. Hammad, que é coordenadora da Campanha Nacional pela Recuperação dos Corpos dos Mártires retidos por Israel desde 2015, declarou à rádio que há 81 corpos de palestinianos retidos nas morgues, além de outros 254, que foram mortos desde 1967, nos chamados «cemitérios de números», no Norte dos territórios ocupados em 1948, actual Estado de Israel. «Existem esforços em curso para mobilizar a comunidade internacional com vista a ajudar a libertar os corpos retidos, tendo em conta o falhanço do processo legal para alcançar esse fim», disse Hammad, citada pela WAFA. Acrescentou que estão previstas novas iniciativas a nível internacional este ano, bem como acções e campanhas mediáticas, sobretudo no Dia Nacional pela Recuperação dos Corpos dos Mártires, a 27 de Agosto. Há alguns anos, Issam Arouri, director do Centro de Assistência Jurídica e Direitos Humanos de Jerusalém (JLAC, na sigla em inglês), destacava a este propósito que «Israel é o único país do mundo que retém os corpos de pessoas mortas com o intuito de os usar para negociar» em futuras trocas de prisioneiros. Também denunciou, então, que era comum os israelitas reterem os corpos antes de os entregarem às famílias para imporem condições «sobre o modo como se realizam os funerais». Por vezes, as famílias têm de esperar décadas até receberem os corpos dos seus entes queridos. O corpo de Mashour al-Arouri esteve retido por Israel 34 anos e o de Hafez Abu Zant, 35 anos, tendo o JLAC conseguido recuperá-los para os familiares em 2010 e 2011, respectivamente, segundo informou o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). O governo israelita mantém actualmente retidos nas morgues os corpos de 19 palestinianos mortos pelas forças israelitas nos últimos dois anos. Retém, para além disso, os corpos de 260 palestinianos mortos desde 1967, denuncia uma organização de apoio jurídico e humanitário. Em declarações à rádio Voz da Palestina, Issam Arouri, director do Centro de Assistência Jurídica e Direitos Humanos de Jerusalém (JLAC, na sigla em inglês), disse que as forças israelitas continuam a reter os restos mortais de 260 palestinianos nos chamados «cemitérios de números» em Israel, para além de conservarem em morgues os corpos de 19 palestinianos que foram mortos pelos israelitas desde 2016, informa a agência Ma'an. Os últimos casos dizem respeito a Hamzeh Zamaareh, de 19 anos, e Ahmad Nasser Jarrar, de 22 anos, que foram mortos na semana passada. «Israel é o único país do mundo que retém os corpos de pessoas mortas com o intuito de negociar ou que impõe condições sobre o modo como se realizam os funerais antes de os entregar às famílias», disse ainda Arouri à Voz da Palestina. Israel tem desde há muito «cemitérios para os mortos inimigos», também conhecidos como «cemitérios de números», onde se encontram os restos mortais de membros da resistência palestiniana contra a ocupação sionista que foram mortos durante ataques contra israelitas. A Ma'an refere que as autoridades israelitas os enterram em túmulos sem nomes, apenas identificados por números. Por vezes, as famílias têm de esperar décadas até receberem os corpos dos seus entes queridos. O corpo de Mashour al-Arouri esteve retido por Israel 34 anos e o de Hafez Abu Zant, 35 anos, tendo o JLAC conseguido recuperá-los para os familiares em 2010 e 2011, respectivamente, segundo revela o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Na sua página de Facebook, o MPPM refere-se ainda ao enorme «encargo psicológico» que esta prática representa para as famílias, citando a advogada Salwa Hammad: «O principal motivo pelo qual eles fazem isto é punir colectivamente a família do mártir… Enquanto não podem ver o corpo do filho, [os familiares] têm esperança de que ele ainda esteja vivo, que esteja na prisão.» Num comunicado conjunto emitido em 2016 pelo grupo palestiniano de apoio aos presos Addameer e o grupo israelita de defesa dos direitos das minorias Adalah, ambas as organizações condenaram a prática habitual de Israel de retenção dos corpos de palestinianos mortos, na medida em que, indica a Ma'an, constitui «uma violação severa do Direito Humanitário Internacional». De acordo com a Convenção de Genebra, as partes num conflito armado devem enterrar os falecidos de forma honrosa, «se possível de acordo com os ritos da religião a que pertenciam» e «os seus túmulos [devem ser] respeitados, devidamente mantidos e marcados de tal forma que possam sempre ser reconhecidos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Para as famílias, esta prática constitui um enorme «encargo psicológico». Salwa Hammad sublinha que «o principal motivo pelo qual eles fazem isto é punir colectivamente a família do mártir… Enquanto não podem ver o corpo do filho, [os familiares] têm esperança de que ele ainda esteja vivo, que esteja na prisão». Outras famílias têm noção de que os seus seres queridos foram mortos pelos israelitas, e realizam protestos com regularidade para exigir a libertação dos seus restos mortais, de modo a poderem fechar um ciclo, fazer o luto. A prática punitiva da retenção dos corpos em morgues ou do seu enterro em «cemitérios de números» é considerada uma violação do direito internacional, e isso mesmo tem sido apontado por organizações humanitárias e de defesa dos direitos, como a Addameer. Segundo a Convenção de Genebra, as partes num conflito armado devem enterrar os falecidos de forma honrosa, «se possível de acordo com os ritos da religião a que pertenciam» e «os seus túmulos [devem ser] respeitados, devidamente mantidos e marcados de tal forma que possam sempre ser reconhecidos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Há alguns anos, Issam Arouri, director do Centro de Assistência Jurídica e Direitos Humanos de Jerusalém (JLAC, na sigla em inglês), destacava a este propósito que «Israel é o único país do mundo que retém os corpos de pessoas mortas com o intuito de os usar para negociar» em futuras trocas de prisioneiros. Também denunciou, então, que era comum os israelitas reterem os corpos antes de os entregarem às famílias para impor condições «sobre o modo como se realizam os funerais». Por vezes, as famílias têm de esperar décadas até receberem os corpos dos seus entes queridos. O corpo de Mashour al-Arouri esteve retido por Israel 34 anos e o de Hafez Abu Zant, 35 anos, tendo o JLAC conseguido recuperá-los para os familiares em 2010 e 2011, respectivamente, segundo revelou o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Para as famílias, esta prática constitui um enorme «encargo psicológico», afirma a Campanha, cujos responsáveis destacam o carácter de punição colectiva subjacente à decisão de reter um corpo. «Enquanto não podem ver o corpo do filho, [os familiares] têm esperança de que ele ainda esteja vivo, que esteja na prisão», afirmam. Uma ONG publicou um relatório que documenta o «sistema de opressão e dominação» imposto por Israel aos palestinianos. «Isto equivale ao apartheid, proibido pelo direito internacional», sublinha. No seu portal, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) atribuiu esta terça-feira grande relevância ao extenso relatório publicado pela Amnistia Internacional, no qual confirma que «o regime de Israel contra todo o povo palestiniano configura o crime contra a humanidade de apartheid». A acusação agora formulada – que é feita há décadas e tem sido sustentada em anos recentes por personalidades e organizações de defesa dos direitos humanos – foi apresentada numa publicação que culmina investigações levadas a cabo entre 2017 e 2021, e tem por base a recolha de provas de violações dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário na Palestina histórica, bem como em publicações de diversa índole. De acordo com a investigação, «Israel impõe um sistema de opressão e dominação contra os palestinianos em todas as áreas sob seu controlo, em Israel e nos territórios palestinianos ocupados, e contra os refugiados palestinianos, a fim de beneficiar os israelitas judeus. Isto equivale ao apartheid, proibido pelo direito internacional». Uma estudante palestiniana de Arquitectura partiu do presente de opressão e injustiça e concebeu o futuro sem apartheid e ocupação israelitas, transformando uma conhecida estrutura de opressão num espaço público. Na universidade também se resiste – e pensa, pesquisa e recria a libertação da Palestina. Um exemplo disso é o projecto de final de curso apresentado pela estudante Saja Imad al-Barghouti, de 22 anos, que redesenhou o posto de controlo de Qalandiya, desmantelando uma estrutura do apartheid erigida pela ocupação israelita e convertendo-a num espaço público de jogos, brincadeira, diversão e vida. O projecto, intitulado «Galeria de Qalandiya» e concebido como «reciclagem do checkpoint de Qalandiya depois da libertação da Palestina», foi apresentado como trabalho de final de curso à Universidade de Al-Quds, em Jerusalém, e, sublinha o canal libanês Al Mayadeen, dá corpo ao «imaginário colectivo de milhões». Barghouti sublinhou que «o conceito do projecto se baseia na realidade palestiniana, mergulhada em opressão, injustiça e separação», devido ao principal checkpoint entre Ramallah e Jerusalém, e ao Muro do Apartheid. Com o projecto, são demolidos o apartheid, a discriminação, a privação de direitos a que os palestinianos são sujeitos em Qalandiya, e o espaço, «reciclado», torna-se habitável, assume funções culturais e sociais, com balouços, escorregas, campos de basquetebol, zonas para fazer compras, ver arte e conviver. A jovem estudante afirmou que a ideia fundamental subjacente ao projecto é pôr fim ao «carácter colonial» do Muro do Apartheid e transformá-lo numa peça arquitectónica que «restaure os sentidos», quando os palestinianos ali foram privados da sua utilização. Estruturas como o checkpoint de Qalandiya, explicou, «visam limitar a mobilidade dos palestinianos, suprimir os seus sentidos e desintegrar o seu tecido social, geográfico e nacional». O design do projecto pretende transformar o muro num «local de paz, sem opressão e humilhação», com «liberdade de movimentos» – o oposto do que acontece agora –, e num «museu de arte», que também passe «uma imagem revolucionária do povo palestiniano» e guarde o simbolismo do muro como parte da história de ocupação sofrida pelos palestinianos, sublinhou. Saja Barghouti disse que a ideia do projecto lhe surgiu da própria «realidade quotidiana vivida pelos palestinianos na Cisjordânia, o cansaço e a tensão que sentem quando têm de passar pelo posto de controlo». O checkpoint militar israelita de Qalandiya fica perto da localidade palestiniana homónima, a sul de Ramallah, na Cisjordânia ocupada. Ali, milhares de palestinianos são obrigados a esperar horas para poderem passar e são submetidos a humilhações pelas forças israelitas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «As leis, políticas e práticas destinadas a manter um sistema cruel de controlo sobre os palestinianos deixaram-nos fragmentados geográfica e politicamente, frequentemente empobrecidos, e num estado constante de medo e insegurança», refere ainda o relatório. O apartheid pode ser entendido como um sistema de tratamento discriminatório prolongado e cruel por parte de um grupo racial sobre membros de outro grupo, com a intenção de controlar o segundo grupo racial, entende a organização não governamental, que afirma: «O apartheid não é aceitável em parte nenhuma do mundo. Então porque é que o mundo o aceitou contra os palestinianos?» A ONG, que faz um vasto conjunto de recomendações a Israel e a outros intervenientes com vista ao «desmantelamento deste terrível sistema de apartheid», afirma que, desde a criação do Estado de Israel, em 1948, sucessivos governos têm criado e mantido um sistema de leis, políticas e práticas destinadas a oprimir e dominar os palestinianos com a intenção de privilegiar os israelitas judeus. Acusado de eliminar a Palestina da sua app Maps, o Google acabou por admitir, após um protesto mundial, que este território nunca foi assim designado, apesar de 136 membros da ONU o reconhecerem como Estado independente. O Google Maps está novamente envolvido em polémica, afirma o Middle East Monitor. Desta vez, a questão prende-se com o Muro do Apartheid de Israel – eufemisticamente designado como «barreira de separação» e que serpenteia pelas terras palestinianas da Margem Ocidental ocupada. O muro, que pode ser visto do espaço, não é visível no Google; não aparece em nenhum dos mapas fornecidos pelo motor de busca. A Grande Muralha da China e a Muralha de Adriano (no Norte de Inglaterra) aparecem no Google Maps, e o mesmo se passa com o relativamente modesto Muro Ocidental, de 500 metros, em Jerusalém. Já o muro de betão de 700 quilómetros de comprimento e oito metros de altura que atravessa a Palestina desaparece do sistema de mapas electrónicos do Google. Em virtude desta situação, o deputado europeu Alyn Smith (Partido Nacional Escocês) lançou uma petição em que se insta o Google a mostrar o Muro do Apartheid na sua totalidade, incluindo postos de controlo, torres de vigia e outros elementos instalados pelo Estado sionista. O Google, insiste Alyn Smith, deve ser obrigado a mostrar o muro e a entender que a sua prática actual é inaceitável. O muro foi iniciado em 2000, com o argumento de que protege os cidadãos de Israel de bombistas suicidas. No entanto, esta estrutura configura-se como uma violação do direito dos palestinianos a deslocarem-se sem entraves na sua terra histórica, sublinha o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), acrescentando que «o muro é inteiramente construído bem dentro da terra palestiniana» e que «se trata de um roubo de terra em grande escala». O Tribunal Internacional de Justiça classificou o muro como ilegal e a Assembleia Geral da ONU instou Israel a respeitar a sentença (com 150 votos a favor e seis contra). Mas o Estado de Israel é especialista em desprezar resoluções das Nações Unidas (cerca de 180), e esta foi, como as demais, ignorada ou violada, refere o MPPM. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o organismo, as autoridades israelitas têm feito isto recorrendo a quatro estratégias principais: 1. a fragmentação em domínios de controlo (manter os palestinianos separados uns dos outros em domínios territoriais, legais e administrativos distintos); 2. a despossessão de terras e propriedades (décadas de apreensões discriminatórias de terras e propriedades, demolições de casas e expulsões forçadas); 3. segregação e controlo (um sistema de leis e políticas que mantêm os palestinianos confinados a enclaves, sujeitos a várias medidas que controlam as suas vidas, e segregados dos israelitas judeus); 4. privação dos direitos económicos e sociais (o empobrecimento deliberado dos palestinianos, mantendo-os em grande desvantagem em comparação com os israelitas judeus). No documento, o organismo denuncia que «as autoridades israelitas gozam há demasiado tempo de impunidade», afirmando que Israel comete de forma sistemática, há décadas, graves violações dos direitos humanos dos palestinianos. Entre outras, refere a transferência forçada, a detenção administrativa, tortura, assassínios ilegais e ferimentos graves, negação de direitos e liberdades básicos, que se inserem no «ataque generalizado e sistemático contra a população palestiniana» e que constituem «crimes contra a humanidade de apartheid». Israel pediu à Amnistia Internacional que não publicasse o relatório, com o argumento estafado do «anti-semitismo» (o mesmo que é usado em França ou no Reino Unido para restringir a solidariedade com a Palestina) e afirmando que as conclusões são «falsas e tendenciosas», segundo referem o MPPM e outras fontes. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Outras famílias têm noção de que os seus seres queridos foram mortos pelos israelitas, e realizam protestos com regularidade para exigir a libertação dos seus restos mortais, de modo a poderem fechar um ciclo, fazer o luto. A prática punitiva da retenção dos corpos em morgues ou do seu enterro em «cemitérios de números» é considerada uma violação do direito internacional, e isso mesmo tem sido apontado por organizações humanitárias e de defesa dos direitos, como a Addameer. Segundo a Convenção de Genebra, as partes num conflito armado devem enterrar os falecidos de forma honrosa, «se possível de acordo com os ritos da religião a que pertenciam» e «os seus túmulos [devem ser] respeitados, devidamente mantidos e marcados de tal forma que possam sempre ser reconhecidos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Uma das reivindicações deste partido, indispensável para assinar o acordo de coligação, era a proibição de bandeiras palestinianas em edifícios públicos israelitas e instituições que recebam apoios do estado de Israel. Apenas 11 dias após a tomada de posse, Ben-Gvir já aproveitou o poder que lhe foi conferido por Netanyahu para extremar ainda mais o seu posicionamento racista e xenófobo, anunciando, no Domingo, a ordem de retirada de toda e qualquer bandeira palestianiana que esteja em espaço público de Israel. A medida será agora posta em prática pelas forças de segurança do país. «A liberdade de expressão não se estende à identificação com terroristas e com aqueles que querem prejudicar os soldados» das IDF (Forças de Defesa de Israel), defendeu o ministro. As forças de ocupação foram responsáveis pelo assassinato de mais de duas centenas de palestinianos, só em 2022. Também no Domingo, Netanyahu queixou-se de um cartaz presente numa manifestação contra o seu governo, que exigia a libertação da Palestina e o fim da «ocupação colonial zionista». O primeiro-ministro israelita, responsável por inúmeros massacres e violações de direitos humanos, exigiu que os manifestantes parassem «imediatamente» com essas acusações. A situação não é nova. Em Maio de 2022, o anterior governo removeu, à força, as bandeiras palestinianas presentes no funeral da jornalista Shireen Abu Akleh, da Al Jazeera, morta a tiro pelas forças de ocupação de Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Salim – Existe na Europa um movimento crescente de solidariedade para com a Palestina e esperamos que este ajude a exercer pressão sobre o governo israelita. Queremos que os governos da Europa reconheçam o Estado da Palestina e se posicionem firmemente contra a expansão dos colonatos. Não interessa se as pessoas são de direita ou de esquerda, desde que defendam o que é justo. Justiça é justiça. Por que razão são as ocupações recusadas em todo o mundo, excepto na Palestina? Porque é que este é o único lugar onde devemos ter em conta os sentimentos do ocupante? Nunca houve nada assim, em que nos obrigam a ter em conta os sentimentos do ocupante. Não o ocupado. Porquê? Por causa da história europeia... Porque é que temos de pagar pela história da Europa? Não é a nossa história! Eles impõem-na e nós temos de pagar o seu preço. A Nisreen nasceu num campo de refugiados, eu nasci num campo de refugiados, tudo por causa desta política europeia. É uma perspectiva completamente hipócrita: de um lado, eles lutam pelo seu país, do outro, nós, que defendemos a nossa terra, somos os terroristas. Parem! Este jogo tem de ser travado! Salim – O meu povo está sob ocupação. Há um ocupante e há um ocupado. É preciso ter uma posição firme contra o ocupante. Não se pode estar sempre a fazer equivalências. Pedem-nos para pensarmos no pobre ocupante. Eles não são pobres nenhums: têm mísseis, têm armas automáticas, Israel tem o maior exército do Médio Oriente e é apoiado por todo o mundo ocidental. Não somos culpados pela história da Europa. Nisreen – Não é culpa dos palestinianos e a Europa não pode limpar as suas mãos dos crimes que ajudou a cometer. Vários governos europes, por exemplo, estão a aplicar uma lei para não permitir que os palestinianos que vivem na Europa lutem ou apoiem o nosso povo. Na Alemanha, por exemplo, há um grupo chamado Samidoun [Rede de Solidariedade com os Prisioneiros Palestinianos] que tem promovido várias manifestações em defesa dos presos nos cárceres israelitas e que está, constantemente, a ser boicotado pelo governo alemão, recusando-se a dar autorização para acções, arrancam as bandeiras palestinianas, não deixam que as hasteiam. O boicote a instituições israelitas é muito, muito, importante! Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A Nakba (Catástrofe, em árabe), em 1948, deu início a um processo (ainda em curso) que resultou na expulsão e expropriação de mais de 750 mil palestinianos das suas casas, aldeias e cidades, «a que se seguiram décadas de regime militar de excepção, de destruição de ecossistemas, de culturas ou de qualquer outro modo de subsistência, de empobrecimento, detenção e encarceramento sem acusação nem direito a defesa, de morte, tortura e incapacitação causadas pelos bombardeamentos, pelas incursões militares e pela carta branca reconhecida aos colonos para agirem como bem entenderem em qualquer parte do território». «Quando se descreve os acontecimentos terríveis do dia 7 de outubro como “o pior trauma coletivo por que passou Israel” perguntamo-nos porque se ocultam 75 anos de traumas colectivos que foram e continuam a ser impostos ao povo palestiniano», afirmam. «Não contem connosco para colaborar no assassinato da memória da tragédia palestiniana». Os subscritores exprimem a sua solidariedade para com a «luta de libertação da Palestina» e exigem que se abra, de uma vez por todas, «um caminho que vá além deste status quo insuportável feito de opressão e hipocrisia». «Sem descolonização, sem justiça e sem liberdade não existem caminhos para a paz!». Reiterando a «condenação inequívoca de ataques a civis», a aliança Hadash e os comunistas responsabilizam o «Governo fascista» de Israel pela «escalada» da violência. «Só há uma solução: acabar a ocupação». «Nestes tempos difíceis, reiteramos a condenação inequívoca de qualquer ataque a civis inocentes e apelamos a todas as partes para retirarem os civis deste ciclo de violência», afirmou o Partido Comunista de Israel (PCI), em comunicado divulgado na terça-feira. Não obstante, os comunistas responsabilizam integralmente os crimes do «Governo fascista de direita israelita», liderado por Benjamin Netanyahu, pela escalada de violência. 20 instalações da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) foram atingidas por bombas israelitas. Em duas das escolas bombardeadas morreram 30 estudantes e 9 trabalhadores, denuncia a organização. São já quase 220 mil deslocados internos na Faixa de Gaza que encontraram abrigo em 92 escolas geridas pela Agência da ONU para Refugiados Palestinianos (UNRWA), afirmou António Guterres, incluindo vários funcionários das Nações Unidas cujas casas foram destruídas por Israel. No sábado, a resistência palestiniana quebrou a vedação que cerca o enclave e lançou uma ofensiva contra os territórios ocupados em 1948. Desde então, a aviação israelita matou mais de 430 palestinianos. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério palestiniano da Saúde esta manhã, os bombardeamentos indiscriminados na Faixa de Gaza, conhecida como «a maior prisão a céu aberto», provocaram a morte a 436 pessoas, incluindo 91 menores, e fizeram 2271 feridos, 244 dos quais crianças. Nas últimas horas, a aviação da ocupação lançou centenas de raides contra o enclave costeiro, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, atingindo edifícios residenciais, infra-estruturas oficiais e civis, bem como edifícios religiosos, tendo destruído pelo menos duas mesquitas, indica a agência Wafa. Só no sábado, os bombardeamentos israelitas provocaram 300 mortos, o que, segundo destaca o portal The Cradle, é o número mais elevado de palestinianos mortos em ataques aéreos da ocupação num só dia desde 2008. Enquanto se mantiver a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos, não haverá paz, alerta o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). O MPPM reage assim às acções desencadeadas em Gaza e em Israel na madrugada deste sábado. Eram 4h30 em Lisboa (6h30 no local), quando militantes de organizações da resistência palestiniana lançaram, a partir da Faixa de Gaza, um ataque de surpresa, em larga escala, contra Israel, no que apelidaram de «Operação Dilúvio Al-Aqsa». Segundo as organizações, a acção foi uma resposta à profanação da Mesquita de Al-Aqsa e ao aumento da violência dos colonos, e confirma, insiste o MPPM num comunicado, «que não é possível ter uma situação de paz na Palestina e, por consequência, no Médio Oriente, continuando a espezinhar os legítimos direitos do povo palestino e persistindo em manter a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos». Diversos grupos da resistência declararam o apoio à operação lançada contra Israel, esta manhã, a partir da Faixa de Gaza, sublinhando que faz parte da luta de libertação nacional. «Fazemos parte desta batalha e os nossos combatentes estão lado a lado com os seus irmãos nas Brigadas al-Qassam (ala militar do Hamas) até à vitória», afirmou em comunicado Abu Hamza, porta-voz das Brigadas de al-Quds, braço militar da Jihad Islâmica. Em termos semelhantes, refere a Prensa Latina, se pronunciaram as Brigadas al-Nasser Salah al-Din, do Movimento de Resistência Popular: «Unidos numa trincheira neste dia glorioso do nosso povo.» Por seu lado, as Brigadas de Resistência Nacional anunciaram que os seus membros se juntaram à operação, lançada esta manhã pelo Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de rockets e uma incursão terrestre em território ocupado em 1948. Atingido por disparos de colonos na cidade de Huwara, Labib Dumaidi, de 19 anos, é a mais recente das quatro vítimas mortais na Margem Ocidental ocupada, revelou o Ministério da Saúde. De acordo com a informação divulgada pelo Ministério, Labib Mohammed Dumaidi ficou gravemente ferido durante um ataque de colonos, ontem à noite, na cidade de Huwara, a sul de Nablus. Levado para um hospital, não resistiu aos ferimentos, já nas primeiras horas de sexta-feira. Residentes de Huwara tentaram fazer frente à provocação levada a cabo por dezenas de colonos, protegidos por forças militares israelitas, indica a Wafa. Registaram-se fortes confrontos e as tropas israelitas usaram fogo real, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para dispersar os palestinianos. Fontes do Crescente Vermelho Palestiniano informaram que pelo menos 25 pessoas, incluindo quatro crianças, sofreram efeitos de asfixia devido à inalação de gás lacrimogéneo. Também em Huwara, as forças israelitas mataram, ontem à tarde, outro palestiniano, cuja identidade ainda não foi revelada. Dias depois de colonos extremistas terem invadido e atacado Huwara, Bezalel Smotrich afirmou que Israel deve «aniquilar» a localidade palestiniana no Norte da Cisjordânia ocupada. «Penso que Huwara precisa de ser destruída», disse o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, esta quarta-feira, defendendo que «o Estado devia fazê-lo e não cidadãos privados», refere a PressTV com base na imprensa israelita. As declarações do ministro de extrema-direita do governo de Benjamin Netanyahu seguem-se ao ataque perpetrado contra a localidade palestiniana, no domingo à noite, por centenas de colonos armados. Tratou-se da «resposta» à morte de dois israelitas de um colonato ilegal, executados por um atacante palestiniano de Huwara. Este ataque, por sua vez, seguiu-se ao massacre de Nablus, em que as forças de ocupação israelitas mataram 11 palestinianos e feriram mais de cem. No domingo à noite, os colonos queimaram pelo menos 150 carros, 52 casas e várias lojas. Uma pessoa foi morta e o número de feridos palestinianos é superior a 390, indica a agência Wafa. Grupos israelitas de defesa dos direitos humanos como Peace Now e B’Tselem referiram-se ao ataque dos colonos como um «pogrom» apoiado pelas autoridades de ocupação. Por seu lado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de impedirem as ambulâncias e os paramédicos de acederem ao local do ataque, a poucos quilómetros de Nablus. No Knesset, a extrema-direita israelita considerou os ataques a Huwara «legítimos». Hussein al-Sheikh, da Comissão Executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, no Twitter, que as afirmações de Smotrich para apagar Huwara do mapa são o apelo de um «racista terrorista». Também o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, se referiu às afirmações do ministro israelita como «terroristas» e «racistas», e alertou para o facto de que «fazem prever uma escalada séria» contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Neste sentido, pediu às Nações Unidas, à União Europeia e demais organizações internacionais que condenem as declarações de Smotrich. Antes, já tinha pedido ajuda internacional «contra os crimes de Israel». O Parlamento (da Liga) Árabe, com sede no Cairo, condenou esta quarta-feira os ataques executados por colonos israelitas contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada, referindo-se em especial ao assalto à localidade de Huwara. Perante os ataques terroristas sistemáticos dos colonos contra cidadãos indefesos, com armas de fogo, incêndios de casas e viaturas, expulsão de agricultores, assassinatos e outros crimes, exortou o mundo e em especial o Conselho de Segurança da ONU a adoptar medidas para proteger o povo palestiniano. Antes, a Liga Árabe já tinha proposto que as milícias de colonos passem a ser incluídas na lista de grupos terroristas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na parte da manhã, as forças israelitas já tinham matado dois palestinianos, identificados como Hudhayfah Fares, de 27 anos, e Abd al-Rahman Atta, de 23, na aldeia de Shufa, na sequência de um ataque de colonos a viaturas na região de Tulkarem. De acordo com as Nações Unidas, 2023 está a ser o ano mais mortífero para os palestinianos na Margem Ocidental desde que há registo de fatalidades provocadas pelas forças de ocupação. Nabil Abu Rudeineh, porta-voz da Presidência palestiniana, disse à imprensa que a ocupação israelita pisou todas as linhas vermelhas, com a sua insistência na política de assassinatos e incursões em cidades, aldeias e acampamentos palestinianos. Numa entrevista à Palestine TV, o representante da Presidência responsabilizou o governo israelita e a administração norte-americana pelos «crimes perigosos perpetrados pela ocupação e os seus colonos por todo o território palestiniano», os mais recentes dos quais nas imediações de Nablus e Tulkarem, refere a Wafa. Apesar da «guerra implacável» que a ocupação israelita está a travar contra o povo palestiniano «à vista de todo o mundo», o responsável afirmou que isso não irá impedir «o nosso povo de prosseguir a sua luta legítima» até à «criação do seu Estado independente, com Jerusalém como capital». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na Cisjordânia, a Cova dos Leões, um dos grupos da resistência mais activos, fez um apelo à mobilização geral dos seus membros, bem como ao «ataque imediato em todos os lugares contra as forças de ocupação e os seus colonos». Com base em fontes israelitas, a agência Prensa Latina indica que o Exército de ocupação deu conta de combates em 21 locais no Sul de Israel, na sequência da operação palestiniana – embora tenha posteriormente reduzido esse número para sete. Ao anunciar a ofensiva desta manhã (às 7h locais), o comandante das Brigadas al-Qassam, Muhammad al-Deif, disse que o grupo palestiniano disparou para território israelita 5000 rockets. Al-Deif afirmou que a operação é uma resposta aos sistemáticos crimes israelitas contra o povo palestiniano e a profanação contínua por colonos judeus da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, e ocorre num contexto de escalada de agressões, da parte de colonos e forças israelitas, em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. A Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos registou mais de 135 mil casos de detenções, pelas forças de ocupação israelitas, desde o início da Intifada de al-Aqsa, em 2000. Num relatório emitido por ocasião do 23.º aniversário do início da Segunda Intifada ou Intifada de al-Aqsa (28 de Setembro de 2000), a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos sublinha que as detenções levadas a cabo pelas forças israelitas afectaram todas as camadas da sociedade, e não deixaram de parte menores de idade, idosos e mulheres. Dos mais de 135 mil casos registados pelo organismo, 21 mil dizem respeito a menores, indica o relatório – divulgado pela Wafa –, que dá conta da detenção de metade dos deputados do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), de vários ministros, centenas de académicos, jornalistas e funcionários de organizações da sociedade civil e instituições internacionais. Israel mantém nas suas prisões 1264 palestinianos sem acusações nem julgamento, o número mais elevado em 30 anos, revelou a ONG Hamoked. Desde a Primeira Intifada (1987-1993) que não havia tantos palestinianos detidos ao abrigo da polémica norma, alertou a organização não governamental este fim-de-semana, com base nos dados dos serviços prisionais. Jessica Montell, directora executiva da Hamoked, organização israelita que presta assistência jurídica gratuita aos palestinianos que vivem sob a ocupação, afirmou que a detenção administrativa é «massiva e arbitrária» e que Israel mantém nesse regime, sem acusação nem julgamento, mais de 1200 palestinianos, «alguns dos quais durante anos sem uma revisão eficaz». Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que nove presos palestinianos sem acusação ou julgamento continuam em greve de fome por tempo indeterminado. Os presos Kayed al-Fasfous e Sultan Khlouf iniciaram o protesto contra a detenção administrativa há 19 dias. Por seu lado, Osama Darkouk encontra-se em greve de fome há 15 dias. Outros seis reclusos palestinianos em cadeias israelitas estão em greve de fome há 12 dias: Hadi Nazzal, Mohammad Taysir Zakarneh, Anas Kmail, Abdelrahman Baraka, Mohammad Basem Ikhmis e Zuhdi Abdo, informa a agência Wafa, com base na SPP. Na semana passada, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa», que permite manter na cadeia presos sem acusação ou julgamento, numa clara violação das normas internacionais. Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, esta segunda-feira, que quatro presos palestinianos sem acusação ou julgamento tinham iniciado há nove dias uma greve de fome por tempo indeterminado. Em comunicado divulgado pela Wafa, a SPP indicou que Anas Ibrahim Shadid, de 26 anos, Mahmoud Abdel Halim Talahma, de 32, Abdullah Mohammad Abido, de 36, e Mohammad Ahmad Dandis, de 25, iniciaram o protesto para denunciar a sua detenção sem acusação ou julgamento. Acrescentou que todos os detidos estão na cadeia israelita de Ofer, perto de Ramallah, e são originários da província de Hebron (al-Khalil), no Sul da Cisjordânia ocupada. A organização de defesa dos direitos dos presos informa que Shadid foi preso três vezes, sempre no regime de detenção administrativa, tendo passado, no total, três anos atrás das grades. Durante esses períodos, levou a cabo duas greves de fome, uma delas com a duração de 90 dias, em 2016. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Talahma, detido desde Março de 2022, é um advogado e antigo prisioneiro, que passou dois anos e meio nas cadeias israelitas. Abido é também um antigo prisioneiro, que passou cinco anos e meio nas prisões da ocupação – a maior parte do tempo ao abrigo do regime de detenção administrativa. Por seu lado, Dandis foi preso pela primeira vez a 23 de Março último, tendo-lhe sido imposta uma detenção administrativa por um período de seis meses. Este protesto ocorre num contexto em que Israel intensifica o recurso às detenções sem acusação ou julgamento. Segundo revelou a SPP, existem actualmente nas cadeias israelitas 1083 presos palestinianos a quem foi aplicado este regime de detenção, 17 dos quais são menores. O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, responsabilizou Israel pelo «assassinato» de Khader Adnan, ao não atender ao protesto contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. A Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) afirmou, em comunicado, que Khader Adnan, de 44 anos, foi encontrado inconsciente esta madrugada na sua cela, tendo sido levado para um hospital, onde foi declarado morto. Adnan, natural da cidade de Arraba (perto de Jenin), foi preso 12 vezes ao longo da sua vida, tendo recorrido à greve de fome em diversas ocasiões para protestar contra as suas detenções sem qualquer acusação, afirmou a SPP, citada pela agência Wafa. A última detenção ocorreu a 5 de Fevereiro e Adnan entrou de imediato em greve de fome por tempo indeterminado, refere a fonte, acrescentando que pelo menos 236 presos palestinianos morreram desde 1967. Ao ter conhecimento da notícia, o primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, acusou Israel de ter cometido um assassinato. O número foi destacado pela Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) em conferência de imprensa. A maior parte encontra-se nos centros de detenção de Ofer e de Naqab (Neguev). O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional – até do Departamento de Estado norte-americano e da Amnistia Internacional –, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. Agora, a SPP revelou também que, dos 835 palestinianos actualmente presos ao abrigo deste regime, 80 são mulheres, indica a agência Wafa. Além disso, a organização não governamental (ONG) informou que, ao longo de 2022, as autoridades israelitas emitiram 2134 ordens de detenção administrativa, 242 das quais em Novembro (o ano passado foram 1595). Desde o início de 2022 até ao fim de Novembro, as forças israelitas prenderam 6500 palestinianos, revelou a SPP, citada pela agência turca Anadolu. Entre os detidos, contavam-se 153 mulheres e 811 menores de idade acrescentou. As forças de ocupação israelitas detiveram 5300 palestinianos desde o princípio deste ano, incluindo 111 mulheres e 620 menores de idade, revelou esta segunda-feira uma organização não governamental. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) afirmou que, com 2353 detenções registadas, Jerusalém Oriental ocupada se situa no primeiro lugar por regiões, e que Abril foi o mês com maior número de detenções (1228 casos), noticia a agência Wafa. A SPP condenou os ataques e raides israelitas contra cidades, aldeias e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada para prender activistas, referindo que muitos palestinianos foram mortos, nesse processo, pelas balas do Exército. Neste contexto, o número de execuções extrajudiciais no terreno, em 2022, é mais elevado por comparação com anos anteriores, alertou a SPP, que também questionou os bloqueios militares a localidades e campos de refugiados palestinianos, classificando-os como uma punição colectiva. No que respeita às detenções administrativas, a organização afirmou que este ano, até à data, foram emitidas 1160. Só no mês de Agosto, foram decretadas 272, pelo que, no final de Setembro, havia cerca de 800 palestinianos nas prisões israelitas detidos sem acusação ou julgamento. Ao abrigo deste regime, os períodos de detenção podem ser infinitamente renovados por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. De forma reiterada, os presos palestinianos detidos sob este regime iniciam greves de fome para denunciar os seus casos e a política de detenção administrativa, exigindo a sua libertação. Diversas instâncias das Nações Unidas têm denunciado repetidamente este regime israelita de detenção, na medida em que não faculta aos detidos palestinianos as «salvaguardas jurídicas básicas» e violam o direito internacional humanitário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Só no mês de Novembro, foram detidos 490 palestinianos, incluindo 76 menores e 12 mulheres, informaram, num relatório conjunto, a SPP, a Addameer, o Centro de Informação Wadi Hilweh e a Comissão dos Assuntos dos Presos e Ex-Presos Palestinianos. No relatório mensal a que o Middle East Monitor faz referência, as quatro organizações de defesa dos direitos presos afirmaram que, no mês passado, o maior número de detenções ocorreu em Hebron (al-Khalil; 135 casos), seguida por Jerusalém (123), Ramallah (52), Jenin e Nablus. De acordo com os grupos, há actualmente nas cadeias israelitas cerca de 4700 palestinianos presos, incluindo 34 mulheres e 150 menores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A ocupação israelita e a sua administração prisional levaram a cabo o assassinato deliberado do preso Khader Adnan ao rejeitar o seu pedido de libertação, ao negligenciá-lo medicamente e ao mantê-lo na sua cela apesar da gravidade do seu estado de saúde», afirmou Shtayyeh em comunicado. Várias facções palestinianas pronunciaram-se no mesmo sentido, responsabilizando Israel pela morte de Khader Adnan e sublinhando o crime «premeditado e a sangue-frio». Por seu lado, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu uma investigação internacional sobre a morte do prisioneiro e instou o Tribunal Penal Internacional a incluir este caso no processo relativo aos crimes de guerra cometidos por Israel contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Para denunciar «o crime que levou à morte» de Khader Adnan numa prisão israelita, foi declarada, esta terça-feira, uma greve geral que «afecta todos os aspectos da vida», tanto na Faixa de Gaza cercada como na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, indica a Wafa. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. A 2 de Maio último, Khader Adnan, de 44 anos, morreu na cadeia, quase três meses depois de ter iniciado uma greve de fome contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado de imprensa, que a Wafa cita, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», acrescenta a nota. De acordo com os dados divulgados em Junho último pela organização israelita de defesa dos direitos B'Tselem, em Março deste ano, Israel mantinha nas suas prisões 1017 pessoas em regime de detenção administrativa. É preciso recuar duas décadas, até Abril de 2003, para encontrar um número mais elevado de detidos administrativos nas prisões israelitas – 1140 –, referiu a organização. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou a B'Tselem, outra organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. De forma sistemática, presos administrativos entram em greve de fome por tempo indeterminado para chamar a atenção para os seus casos e forçar a sua libertação. Em meados de Agosto, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa». Num comunicado de imprensa, divulgado pela Wafa, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», afirmou o organismo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde 28 de Setembro de 2000 até à data, refere a Comissão, foram detidas mais de 2600 raparigas e mulheres, incluindo quatro que deram à luz na cadeia. No mesmo período, foram emitidas 32 mil ordens de detenção administrativa, a que Israel recorre para manter reclusos nas cadeias sem acusação nem julgamento, com base numa «prova secreta» que nem o advogado do detido pode ver. A Comissão registou um aumento «assinalável» no recurso a este regime, amplamente condenado a nível internacional, contra o qual os presos palestinianos protestam, de forma reiterada, entrando em greve de fome por tempo indeterminado, para exigir a sua libertação e o fim da aplicação da política de detenção referida. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou recentemente a B'Tselem, uma organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No relatório agora publicado, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos refere-se ainda ao recurso à tortura nos cárceres israelitas, bem como aos assassinatos e às «execuções lentas» por falta de cuidados médicos. Denuncia igualmente a «escalada de casos de opressão, abuso e incitação racista» contra os presos palestinianos. De acordo com o organismo, estão actualmente detidos em cadeias israelitas, nos territórios ocupados em 1948, cerca de 5200 palestinianos. Destes, 38 são mulheres e 170 são menores de idade. Há ainda mais de 1250 presos palestinianos em regime de detenção administrativa e 700 reclusos doentes, 24 dos quais com enfermidades oncológicas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado posterior, as Brigadas al-Qassam afirmaram ter capturado «mais de 35 soldados e civis israelitas do colonato sionista de Sderot». A operação desta manhã apanhou de surpresa o Exército da ocupação, o que está a valer múltiplas críticas ao governo de Netanyahu, em Israel. Entretanto, foi declarado o «estado de preparação para a guerra» entre as forças militares israelitas, e o ministro da Defesa, que aprovou o recrutamento de soldados na reserva, declarou o estado de emergência numa faixa de 80 quilómetros em redor da Faixa de Gaza. A agência Wafa já deu conta de bombardeamentos israelitas contra o enclave costeiro nas últimas horas, dos quais resultaram vários mortos. A mesma fonte refere que o Ministério palestiniano da Saúde colocou todas as unidades hospitalares do país em situação de emergência. De acordo com as autoridades de saúde no enclave costeiro, pelo menos 198 pessoas morreram e mais de 1600 ficaram feridas (muitas das quais em estado grave) como consequência dos bombardeamentos israelitas contra a Faixa e Gaza ao longo do dia, refere a Wafa, em retaliação contra o ataque da resistência palestiniana, esta manhã. Por seu lado, a agência Prensa Latina refere-se à morte de uma centena de israelitas e cerca de 900 feridos, no contexto da operação de grande escala da resistência palestiniana, que ocupou diversas localidades e bases militares da ocupação próximas do enclave cercado. Entretanto, a Wafa dá conta de vários ataques da parte de colonos e forças israelitas contra diversas localidades e bairros palestinianos na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas, dos quais resultaram pelo menos um morto e um número indeterminado de feridos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Israel retaliou com a «Operação Espadas de Ferro», com ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza sitiada e, de acordo com a última contagem do Ministério da Saúde palestiniano, 313 habitantes de Gaza morreram na ofensiva, incluindo 20 crianças, enquanto outros 1990 palestinianos ficaram feridos no enclave. Do lado israelita, foram confirmadas até à manhã de hoje cerca de 300 pessoas mortas e 1864 feridas, das quais 19 estão em estado crítico, 326 em estado grave e as restantes em estado moderado ou ligeiro. No ano em que se assinalam os 75 anos da Nakba (catástrofe), «mais de cinco décadas depois de Israel ocupar militarmente a totalidade do território da Palestina histórica», o MPPM lembra que a campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação de Israel se prolonga até hoje. «Em Gaza, de onde partiu esta acção, vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas, descendentes dessas sucessivas vagas de limpeza étnica», alerta o movimento. Apesar de as Nações Unidas o considerarem «impróprio para sustentar a vida humana», desde 2006 que o Estado israelita impõe um «bloqueio criminoso» sobre aquele território. Uma ONG palestiniana e outra israelita acusam Israel de ter trabalhado para «branquear a verdade» sobre os crimes cometidos pelas suas tropas durante os protestos da Grande Marcha do Retorno, em Gaza. Num relatório conjunto, o Centro Palestiniano para os Direitos Humanos (PCHR), sediado em Gaza, e a organização israelita B'Tselem analisam as investigações que Israel diz ter levado a cabo na sequência da repressão exercida pelas forças israelitas sobre os manifestantes que, na Faixa de Gaza, reclamaram o direito de regresso dos refugiados a suas casas. Os protestos conhecidos como Grande Marcha do Retorno começaram a 30 de Março de 2018 e prolongaram-se por mais de um ano e meio. Pelo menos 200 palestinianos foram mortos e 13 500 ficaram feridos – seguindo os números por baixo, uma vez que outras fontes apontam para mais de 300 mortos e cerca de 18 mil feridos, várias dezenas dos quais menores. O vento e a chuva forte que se abateram esta semana sobre Gaza não impediram centenas de manifestantes de participarem, na sexta-feira, na última manifestação de 2019 da Grande Marcha do Retorno. Dezenas de palestinianos foram feridos esta sexta-feira pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, quando participavam na 86.ª manifestação da Grande Marcha do Retorno, perto da vedação com que Israel isola o território palestino, segundo o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Vários dos participantes nas manifestações, segundo o MPPM, foram feridos por balas reais e revestidas de borracha, enquanto dezenas de outros sofreram de asfixia por efeito do gás lacrimogéneo disparado pelas forças de ocupação. Centenas de manifestantes participaram nos protestos apesar das adversas condições climatéricas. A Faixa de Gaza tem sido batida por vento e chuva forte na última semana, com as inundações a porem em risco cerca de 235 mil pessoas nas áreas mais baixas da Faixa de Gaza, segundo um relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) no território palestiniano ocupado. A 30 de Março os palestinianos comemoram o Dia da Terra. Nesse dia, em 1976, no Norte de Israel, foram assassinados seis palestinianos que protestavam contra a expropriação de terras para dar lugar a aldeamentos judaicos. Cerca de 100 outras pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e as grandes manifestações de protesto que, no mesmo dia, ocorreram no território do Estado de Israel. A 30 de Março de 2018 a comemoração atingiu uma dimensão inusitada, ao tornar a celebração deste dia como o primeiro de uma «Grande Marcha do Retorno», uma reclamação do direito de regresso dos refugiados aos seus lares – tal como prescreve a resolução 194 das Nações Unidas – à Palestina histórica, de onde mais de 700 mil pessoas foram expulsas pelas tropas israelitas em 1948, durante a chamada «catástrofe» («Nakba», em árabe). Desde então o protesto repete-se semanalmente, violentamente reprimido pelas forças israelitas, incluindo com o recurso a snipers e fogo real directo. Como resultado, pelo menos 348 palestinos foram mortos em Gaza por fogo israelita desde o início das marchas, a maioria deles durante as manifestações, segundo uma contagem da AFP citada pelo MPPM. Para além disso, o Ministério da Saúde de Gaza regista mais de 18 mil feridos pelas forças repressivas sionistas. Entre as baixas contam-se crianças, mulheres, muitos adolescentes, jornalistas e trabalhadores dos serviços de saúde que tentam socorrer os manifestantes. Em Março, uma missão de averiguação da ONU concluiu que as forças israelitas cometeram violações de direitos humanos na repressão dos manifestantes em Gaza, o que pode constituir crimes de guerra. Os organizadores da Grande Marcha do Retorno anunciaram nesta quinta-feira que os protestos seriam suspensos até Março de 2020, altura em que serão retomados, coincidindo com o seu segundo aniversário e também com o Dia da Terra palestina (30 de Março). A partir daí realizar-se-ão a um ritmo mensal. Além do bloqueio a que sujeita a Faixa de Gaza, na última década Israel lançou três guerras de agressão contra o pequeno território palestino e dezenas de ataques de escala mais limitada, matando milhares de pessoas e causando enormes destruições de casas e infra-estruturas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As duas organizações não governamentais (ONG) acusam Israel de proteger os responsáveis políticos e militares, «em vez de tomar medidas contra as pessoas que conceberam e implementaram a política ilegal de atirar a matar». Israel foi célere a anunciar que estava a investigar os protestos, sobretudo devido aos procedimentos em curso no Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmaram as organizações numa conferência de imprensa, a que a agência WAFA faz referência. Isso deve-se ao princípio da complementaridade do TPI, ou seja, se um Estado «estiver disposto e tiver capacidade» para realizar a investigação e a efectuar, o TPI não intervém. No entanto, não basta declarar que uma investigação está a ser feita; ela tem de ser eficaz, dirigida às altas patentes responsáveis e conduzir a uma acção contra elas, sublinham, acrescentando que isso não ocorre neste caso. «As investigações conduzidas por Israel não são mais do que uma cortina de fumo erguida para proteger do TPI os funcionários responsáveis. Israel não quer e não consegue investigar as violações de direitos humanos perpetradas pelas suas forças durante os protestos da Grande Marcha de Retorno na Faixa de Gaza. Tendo isto em conta, cabe agora ao TPI garantir a responsabilização penal», disseram as duas organizações. «Estas investigações – tal como as levadas a cabo pelo sistema de aplicação da lei militar noutros casos em que soldados causaram danos aos palestinianos – fazem parte do mecanismo de branqueamento de Israel, e o seu principal objectivo continua a ser silenciar as críticas externas, para que Israel possa continuar a implementar sua política sem mudanças», lê-se no portal da B'Tselem. A mudança da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém fica associada a um «Dia de Raiva» na Palestina. Na Faixa de Gaza cercada, os franco-atiradores israelitas massacram os manifestantes. Quando o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a intenção de mudar a Embaixada do seu país de Telavive para essa cidade, ficou claro que tal passo constituía uma declaração de apoio ao Estado de Israel e à sua política de ocupação e repressão na Palestina, nomeadamente em Jerusalém. Várias organizações têm denunciado o número crescente de ameaças em locais religiosos não-judaicos, na cidade, bem como a intensificação do plano de «judaização» de Jerusalém Oriental, com o aumento da construção de colonatos e a expulsão da população palestiniana de suas casas, que são muitas vezes demolidas. Declarada por Israel como sua capital, Jerusalém tem o estatuto, reconhecido pelas Nações Unidas, de cidade ocupada, sendo Israel a potência ocupante (desde 1967). Os palestinianos querem-na como sua capital e quem apoia a solução dos «dois estados» reconhece que o Estado da Palestina tem em Jerusalém Oriental a sua capital. Logo em Dezembro, foi generalizado o repúdio internacional pela decisão da administração norte-americana e, a 21 desse mês, materializou-se na aprovação, por esmagadora maioria, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução que rejeita essa decisão e insta todos os estados-membros a não estabelecerem missões diplomáticas em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980. Esse repúdio face ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel também se fez sentir no interior de Israel, onde académicos, antigos embaixadores e defensores da paz enviaram uma carta a um representante de Trump, seguntou reportou o periódico Haaretz. Inicialmente, não ficou explícito que a concretização da mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém estaria associada ao 70.º aniversário da criação do Estado de Israel, que hoje se assinala, e que teria lugar na véspera da Nakba – a limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas e pelo Estado de Israel, em que mais de 750 mil palestinianos foram expulsos das suas casas e terras –, uma «catástrofe» que todos os anos os palestinianos marcam a 15 de Maio. Na visita que efectuou em Janeiro a Israel, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, afirmou que essa mudança deveria ocorrer no final de 2019. No entanto, a 23 de Fevereiro, o Departamento de Estado anunciou a antecipação da mudança para 14 de Maio, o que foi encarado pelos palestinianos como mais uma acção de «provocação». Em protesto contra a mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém, os palestinianos chamaram «Dia de Raiva» a este 14 de Maio. Nos territórios ocupados da Cisjordância, há notícia de mobilizações pelo menos em Ramallah e Hebron. Mas a grande mobilização está a ter lugar na Faixa de Gaza cercada, junto às vedações que enclausuram perto de 2 milhões de palestinianos – 80% dos quais são descendentes de refugiados – no pequeno enclave. De acordo com a PressTV, as forças militares israelitas, que reforçaram a sua presença tanto em redor de Gaza como na Margem Ocidental ocupada –, esperavam que 100 mil pessoas se manifestassem nos pontos habituais, hoje, dia da mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém. «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados» Sobre o culminar dos protestos pacíficos da Grande Marcha do Retorno, que se iniciaram a 30 de Março, o ministro israelita da Educação, Naftali Bennet, do partido de extrema-direita Lar Judaico, disse a uma rádio israelita que a vedação seria encarada como uma «Muralha de Ferro» e que quem se aproximasse dela seria tratado como um «terrorista», refere a PressTV. A mesma fonte indica ainda que a Força Aérea israelita lançou panfletos sobre a Faixa de Gaza, ontem e hoje, para demover os manifestantes de se aproximarem da vedação, mas sem sucesso, já que estes, segundo refere a Al Jazeera, têm estado a tentar atravessá-la, «defendendo o seu direito ao regresso, ao retorno, aconteça o que acontecer». Um membro do comité organizador da Grande Marcha do Retorno disse à Al Jazeera que, ao tentarem atravessar a vedação, «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados». Os franco-atiradores responderam de forma brutal, matando mais de quatro dezenas de pessoas que se manifestavam perto da vedação e ferindo perto de 2000, até ao momento. De acordo com a organização, os protestos de hoje e os que estão previstos para amanhã – dia da Nakba – devem ser os mais massivos, sendo o ponto culminante das sete semanas de mobilizações, fortemente reprimidas pelas forças israelitas, junto à vedação com a Faixa de Gaza. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Apesar dos milhares de feridos palestinianos resultantes da política de «atirar a matar» e de mais de centena e meia ter ficado sem membros inferiores ou superiores – as tropas israelitas usaram balas explosivas, as chamadas butterfly bullets, que se expandem no contacto com o corpo, provocando danos severos nos tecidos, nos ossos, nas veias –, nenhum destes casos foi investigado. Sem explicação, os militares decidiram investigar apenas os casos em que palestinianos foram mortos. Dos 234 casos recebidos pelos procuradores do Exército, foi completa a revisão de 143 e um deles, o da morte do adolescente Othman Hiles, de 14 anos, levou à condenação de um soldado por «abuso de autoridade ao ponto de pôr em risco a vida e a saúde». Foi condenado a um mês de serviço comunitário. No seu portal, a B'Tselem sublinha que «a conduta de Israel respeitante à investigação dos protestos em Gaza não é nova nem surpreendente», e recorda o que se passou depois da Operação Chumbo Fundido, em 2009, e da Operação Margem Protectora, em 2014. «Então, também, Israel desrespeitou o direito internacional, recusou-se a reformar a sua política apesar dos resultados letais e desviou as críticas prometendo investigar a sua conduta. Então, também, nada resultou dessa promessa», afirma. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por outro lado, entre Março de 2018 e Dezembro de 2019, uma série de manifestações pacíficas designadas Grande Marcha do Retorno foram brutalmente reprimidas pelo exército de Israel, contabilizando-se 223 mortos e mais de nove mil feridos, sob o silêncio da comunidade internacional. «Os assaltos das forças de ocupação israelita às povoações e campos de refugiados palestinos, assim como a violência dos colonos e as prisões arbitrárias são o quotidiano com que os palestinos, homens e mulheres, jovens e menos jovens diariamente se confrontam», lembra o MPPM, salientando que, até este sábado, pelo menos 247 palestinianos, sobretudo jovens, foram mortos pelas forças israelitas e por colonos. Neste sentido, insiste que a paz no Médio Oriente e a solução da questão palestiniana «passam necessariamente por um desenlace que respeite os direitos inalienáveis» do povo palestiniano a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados. O MPPM rejeita os «lamentos» daqueles que «hipocritamente condenam as acções violentas de resistência dos oprimidos e se calam desde há décadas (ou pior, colaboram) perante a violência da ocupação», e entre os quais se encontra o Governo português. «Israel tem o direito de se defender. Estes ataques nada resolverão, contribuindo apenas para piorar a situação na região. Estamos solidários com Israel e oferecemos condolências pelas vítimas.», disse o ministro João Gomes Cravinho, este sábado, na rede social X. O governo palestiniano denunciou junto da ONU o assassinato de 44 menores, este ano, por soldados israelitas. Neste contexto, reclamou protecção para a infância e a responsabilização de Telavive. Numa carta enviada esta segunda-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu protecção especial urgente para as crianças palestinianas, informa a agência Wafa. Mahmoud Samoudi, de 12 anos, foi, ontem, a vítima mortal mais recente das forças israelitas, não resistindo aos ferimentos quase duas semanas depois de ter sido atingido por uma bala no abdómen, durante uma operação militar na cidade de Jenin (Norte da Cisjordânia ocupada). Só nos últimos dias, «Israel, a potência ocupante, matou cinco crianças e jovens palestinianos, incluindo Adel Adel Daud (14 anos), Mahdi Ladadwa (17), Mahmoud Sous (17), Fayez Khaled Damdoum (17) e Ahmad Draghmeh (19)», indica o texto das autoridades palestinianas. Até 10 de Dezembro, 86 crianças foram mortas nos territórios ocupados da Palestina, fazendo de 2021 o ano mais mortífero para elas desde 2014, segundo os registos de uma organização não governamental. As forças israelitas mataram 76 crianças palestinianas este ano – 61 na Faixa de Gaza cercada e 15 na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Civis israelitas armados mataram duas crianças palestinianas na Cisjordânia, revela o relatório agora publicado pela Defense for Children International – Palestine (DCIP). A estas 78 crianças juntam-se sete que foram mortas por foguetes disparados incorrectamente por grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza, e uma outra que foi morta por uma munição não detonada, cujas origens a ONG não conseguiu determinar. «Nos termos do direito internacional, a força letal intencional só se justifica em circunstâncias em que esteja presente uma ameaça directa à vida ou de ferimentos graves. No entanto, investigações e provas recolhidas pelo DCIP sugerem que as forças israelitas utilizam regularmente força letal contra crianças palestinianas em circunstâncias que podem equivaler a execuções extrajudiciais ou intencionais», lê-se relatório, traduzido pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM. Durante os 11 dias do ataque militar israelita à Faixa de Gaza, em Maio de 2021, naquilo que ficou conhecido como Operação Guardião dos Muros, as forças israelitas mataram 60 crianças palestinianas, segundo os dados recolhidos pela DCIP. «Aviões de guerra israelitas e drones armados bombardearam áreas civis densamente povoadas, matando crianças palestinianas que dormiam nas suas camas, brincavam nos seus bairros, faziam compras nas lojas perto das suas casas e celebravam o Eid al-Fitr [festa no fim do Ramadão] com as suas famílias», disse Ayed Abu Eqtaish, director do programa de responsabilização da DCIP. «A falta de vontade política da comunidade internacional para responsabilizar os funcionários israelitas garante que os soldados israelitas continuarão a matar ilegalmente crianças palestinianas com impunidade», acrescentou. A DCIP lembra que o direito humanitário internacional proíbe ataques indiscriminados e desproporcionados, e exige que todas as partes num conflito armado façam a distinção entre alvos militares, civis e objectos civis. O pico mais recente de assassinatos de crianças ocorrera em 2018, quando forças israelitas e colonos mataram crianças palestinianas a um ritmo médio superior a uma por semana (57). A maioria dessas mortes ocorreu durante os protestos da Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza, refere o organismo. De acordo com os dados da DCIP, foram mortas 2196 crianças palestinianas, desde 2000, em resultado da presença de militares e de colonos israelitas nos territórios ocupados da Palestina. A Defense for Children International – Palestine é uma das seis organizações de direitos humanos que Israel pretende silenciar, lembra o MPPM, sublinhando que a medida tem merecido a condenação generalizada a nível internacional e foi denunciada pelo MPPM a 29 de Outubro último. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A carta afirma que as forças de ocupação estão a utilizar «a política infame de atirar a matar» – de que resultou a morte de centenas de crianças palestinianas –, ao apontarem «deliberadamente» para a parte superior dos seus corpos. «Israel dispara deliberadamente contra os menores palestinianos com o objectivo declarado de os matar e mutilar, negando-lhes o direito à vida», lê-se no texto, sublinhando que «as crianças jamais devem ser mortas ou mutiladas», bem como a necessidade de medidas urgentes para as proteger da «escalada dos crimes israelitas». Neste sentido, o governo palestiniano exigiu medidas contra Telavive, destacando que as «evidências dos seus crimes crescentes contra as crianças palestinianas são, sem dúvida alguma, esmagadoras», violando o direito internacional e as resoluções que constituem a base da protecção das crianças nos conflitos armados. «A protecção das crianças é a maior obrigação moral, legal e política da humanidade», frisa o documento, no qual se pede à comunidade internacional que «ponha fim a este pesadelo intolerável que as nossas crianças vivem diariamente» e que tome medidas para responsabilizar Israel «pelos seus crimes horrendos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Os que há décadas convivem com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos do povo palestino, não têm autoridade moral para hoje se queixarem das tempestades que provocaram», defende o MPPM. Certo de que a violência poderá alastrar-se a todo o Médio Oriente, o movimento recorda que Israel, «com o apoio dos países "ocidentais" e em primeiro lugar dos Estados Unidos da América», é a maior potência militar da região e a única a dispor de armas nucleares. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em simultâneo, revela a Wafa, têm-se registado múltiplas agressões e raides, da parte de colonos e forças istraelitas, na Margem Ocidental ocupada. Pelo menos cinco palestinianos foram ali mortos nas últimas 24 horas, em vários pontos do território ocupado. A operação israelita de larga escala segue-se à operação, lançada no sábado de manhã, por forças da resistência palestiniana na Faixa de Gaza, onde o Hamas é o elemento predominante. Segundo foi revelado então, a ala militar do Hamas lançou pelo menos 5000 rockets para aquilo que é hoje Israel. As forças da resistência derrubaram, em vários pontos, a vedação que cerca o território e atacaram os colonatos em redor por terra, mar e ar. Pelo menos 700 israelitas foram mortos nessa operação que alguma imprensa israelita classificou como «nunca vista» e mais de cem foram feitos prisioneiros, incluindo militares de alta patente. No domínio político-mediático da «comunidade internacional», o mundo predominantemente ocidental e branco, as vozes sobre «A Guerra» (só havia uma e mais nenhuma: a da Ucrânia) silenciaram-se e, nas fachadas das praças de capitais como Nova Iorque, Berlim ou Bruxelas, as bandeiras da Ucrânia foram substituídas pelas de Israel. Desde o Mandato Britânico que os palestinianos são sujeitos à opressão, que se intensificou com a construção, nas suas terras, do Estado de Israel, erguido à custa das forças paramilitares que expulsaram os palestinianos de suas casas e os mataram ou meteram em guetos. A campanha de limpeza étnica então iniciada mantém-se até hoje, sob um regime de apartheid, por via do saque de territórios e de recursos, a destruição de casas, escolas e outras infra-estruturas, e a expulsão dos palestinianos das terras onde vivem. De forma sistemática, as forças israelitas bombardeiam a Faixa de Gaza, que mantêm fechada e cercada num férreo bloqueio, com mais de dois milhões de pessoas a viver em condições insalubres, sem luz, água potável, mas «a comunidade internacional» projecta as suas bandeiras nos edifícios das suas praças quando a Palestina – reduzida ao Hamas – se ergue e rompe o cerco. Entretanto, no enorme campo de deslocados que é Gaza, cerca de 70 mil pessoas procuraram refúgio dos bombardeamentos nas 64 escolas operadas pela UNRWA – a agência da ONU para os refugiados palestinianos no Médio Oriente. Em comunicado, a UNRWA confirmou que dois alunos em escolas que opera em Khan Younis e Beit Hanoun se encontram entre os mortos. Pelo menos três escolas da organização sofreram danos provocados pelos bombardeamentos, acrescenta o texto. A UNRWA sublinhou que os civis devem ser sempre protegidos, também em período de guerra, e apelou a um cessar-fogo imediato e ao fim da violência em todo o lado. A operação das forças da resistência em território israelita continua. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Os números aumentam a cada hora, avisa o comunicado da agência, à medida que os bombardeamentos das forças de ocupação israelitas continuam a semear a devastação na Faixa de Gaza. Ao todo, 20 instalações da UNRWA em Gaza foram atingidas por bombas desde o início da operação das forças israelitas a 7 de Outubro. Para além da sede desta agência da Organização das Nações Unidas (ONU), foram bombardeadas duas escolas, provocando a morte a nove trabalhadores dedicados ao apoio a refugiados e 30 estudantes. Numa publicação da organização nas redes sociais, Jenifer Austin, a directora-adjunta da UNRWA, confirmou a morte de 11 funcionários da ONU: para além dos nove trabalhadores mortos nas escolas, dois outros foram assassinados nas suas casas, junto das suas famílias. «Lamento profundamente que alguns dos meus colegas já tenham pago o mais alto preço» pelo seu trabalho humanitário, acrescentou o secretário-geral da ONU. Cinco professores, um ginecologista, um engenheiro, três funcionários de apoio e um conselheiro foram as vítimas. Segundo a Agência France-Press, quatro paramédicos do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho foram também mortos pelos ataques israelitas. A organização acusa Israel de «visar directamente a ambulância». «Esta violência mais recente não surge do nada. A realidade é que surge de um conflito de longa data, com uma ocupação de 56 anos e sem saída política à vista. É hora de acabar com este círculo vicioso de derramamento de sangue, ódio e polarização», defendeu Guterres, em declarações de 9 de Outubro. A Agência da ONU para Refugiados Palestinianos estima que, até ao momento, pelo menos 264 mil pessoas tenham sido forçadas a abandonar as suas casas em Gaza (cerca de 1/8 de toda a população). Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O objectivo de Israel é «lançar um ataque vingativo à Faixa de Gaza», com vista a manter a ocupação da Palestina e provocar «uma guerra regional». Já com milhares de mortos confirmados (e um número ainda maior de feridos), o PCI endereça as suas condolências «às famílias das vítimas da ocupação – tanto árabes como judeus». As acções de várias forças de resistência no dia 7 de Outubro de 2023 não estão desligadas dos ataques de colonos, apoiados pelo governo, que causaram estragos nos territórios ocupados, profanando Al-Aqsa e fazendo um pogrom nas ruas de Huwara, em que quatro palestinianos foram assassinados, dos 19 aos 27 anos (25 pessoas foram ainda assistidas pelo Crescente Vermelho). Só há uma solução para este conflito, na perspectiva dos comunistas israelitas: «lutar para acabar a ocupação e reconhecer os legítimos direitos do povo palestiniano e as suas justas reivindicações». «Acabar com a ocupação e instaurar uma paz justa está no claro interesse de ambos os povos». A maior parte dos jornalistas perdeu a vida quando faziam reportagens sobre a guerra, tendo sido vítimas dos bombardeamentos indiscriminados israelitas sobre a Faixa de Gaza. Pelo menos oito jornalistas foram mortos, dois foram dados como desaparecidos e um ficou ferido desde sábado, quando grupos da resistência palestiniana em Gaza romperam o cerco imposto e lançaram a operação «Dilúvio de al-Aqsa» contra territórios ocupados em 1948 e Israel se declarou em estado de guerra. A maior parte dos jornalistas foi morta pelas forças de ocupação no terreno, quando estavam a fazer reportagens sobre os bombardeamentos israelitas dos últimos seis dias. No sábado, a resistência palestiniana quebrou a vedação que cerca o enclave e lançou uma ofensiva contra os territórios ocupados em 1948. Desde então, a aviação israelita matou mais de 430 palestinianos. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério palestiniano da Saúde esta manhã, os bombardeamentos indiscriminados na Faixa de Gaza, conhecida como «a maior prisão a céu aberto», provocaram a morte a 436 pessoas, incluindo 91 menores, e fizeram 2271 feridos, 244 dos quais crianças. Nas últimas horas, a aviação da ocupação lançou centenas de raides contra o enclave costeiro, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, atingindo edifícios residenciais, infra-estruturas oficiais e civis, bem como edifícios religiosos, tendo destruído pelo menos duas mesquitas, indica a agência Wafa. Só no sábado, os bombardeamentos israelitas provocaram 300 mortos, o que, segundo destaca o portal The Cradle, é o número mais elevado de palestinianos mortos em ataques aéreos da ocupação num só dia desde 2008. Enquanto se mantiver a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos, não haverá paz, alerta o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). O MPPM reage assim às acções desencadeadas em Gaza e em Israel na madrugada deste sábado. Eram 4h30 em Lisboa (6h30 no local), quando militantes de organizações da resistência palestiniana lançaram, a partir da Faixa de Gaza, um ataque de surpresa, em larga escala, contra Israel, no que apelidaram de «Operação Dilúvio Al-Aqsa». Segundo as organizações, a acção foi uma resposta à profanação da Mesquita de Al-Aqsa e ao aumento da violência dos colonos, e confirma, insiste o MPPM num comunicado, «que não é possível ter uma situação de paz na Palestina e, por consequência, no Médio Oriente, continuando a espezinhar os legítimos direitos do povo palestino e persistindo em manter a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos». Diversos grupos da resistência declararam o apoio à operação lançada contra Israel, esta manhã, a partir da Faixa de Gaza, sublinhando que faz parte da luta de libertação nacional. «Fazemos parte desta batalha e os nossos combatentes estão lado a lado com os seus irmãos nas Brigadas al-Qassam (ala militar do Hamas) até à vitória», afirmou em comunicado Abu Hamza, porta-voz das Brigadas de al-Quds, braço militar da Jihad Islâmica. Em termos semelhantes, refere a Prensa Latina, se pronunciaram as Brigadas al-Nasser Salah al-Din, do Movimento de Resistência Popular: «Unidos numa trincheira neste dia glorioso do nosso povo.» Por seu lado, as Brigadas de Resistência Nacional anunciaram que os seus membros se juntaram à operação, lançada esta manhã pelo Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de rockets e uma incursão terrestre em território ocupado em 1948. Atingido por disparos de colonos na cidade de Huwara, Labib Dumaidi, de 19 anos, é a mais recente das quatro vítimas mortais na Margem Ocidental ocupada, revelou o Ministério da Saúde. De acordo com a informação divulgada pelo Ministério, Labib Mohammed Dumaidi ficou gravemente ferido durante um ataque de colonos, ontem à noite, na cidade de Huwara, a sul de Nablus. Levado para um hospital, não resistiu aos ferimentos, já nas primeiras horas de sexta-feira. Residentes de Huwara tentaram fazer frente à provocação levada a cabo por dezenas de colonos, protegidos por forças militares israelitas, indica a Wafa. Registaram-se fortes confrontos e as tropas israelitas usaram fogo real, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para dispersar os palestinianos. Fontes do Crescente Vermelho Palestiniano informaram que pelo menos 25 pessoas, incluindo quatro crianças, sofreram efeitos de asfixia devido à inalação de gás lacrimogéneo. Também em Huwara, as forças israelitas mataram, ontem à tarde, outro palestiniano, cuja identidade ainda não foi revelada. Dias depois de colonos extremistas terem invadido e atacado Huwara, Bezalel Smotrich afirmou que Israel deve «aniquilar» a localidade palestiniana no Norte da Cisjordânia ocupada. «Penso que Huwara precisa de ser destruída», disse o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, esta quarta-feira, defendendo que «o Estado devia fazê-lo e não cidadãos privados», refere a PressTV com base na imprensa israelita. As declarações do ministro de extrema-direita do governo de Benjamin Netanyahu seguem-se ao ataque perpetrado contra a localidade palestiniana, no domingo à noite, por centenas de colonos armados. Tratou-se da «resposta» à morte de dois israelitas de um colonato ilegal, executados por um atacante palestiniano de Huwara. Este ataque, por sua vez, seguiu-se ao massacre de Nablus, em que as forças de ocupação israelitas mataram 11 palestinianos e feriram mais de cem. No domingo à noite, os colonos queimaram pelo menos 150 carros, 52 casas e várias lojas. Uma pessoa foi morta e o número de feridos palestinianos é superior a 390, indica a agência Wafa. Grupos israelitas de defesa dos direitos humanos como Peace Now e B’Tselem referiram-se ao ataque dos colonos como um «pogrom» apoiado pelas autoridades de ocupação. Por seu lado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de impedirem as ambulâncias e os paramédicos de acederem ao local do ataque, a poucos quilómetros de Nablus. No Knesset, a extrema-direita israelita considerou os ataques a Huwara «legítimos». Hussein al-Sheikh, da Comissão Executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, no Twitter, que as afirmações de Smotrich para apagar Huwara do mapa são o apelo de um «racista terrorista». Também o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, se referiu às afirmações do ministro israelita como «terroristas» e «racistas», e alertou para o facto de que «fazem prever uma escalada séria» contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Neste sentido, pediu às Nações Unidas, à União Europeia e demais organizações internacionais que condenem as declarações de Smotrich. Antes, já tinha pedido ajuda internacional «contra os crimes de Israel». O Parlamento (da Liga) Árabe, com sede no Cairo, condenou esta quarta-feira os ataques executados por colonos israelitas contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada, referindo-se em especial ao assalto à localidade de Huwara. Perante os ataques terroristas sistemáticos dos colonos contra cidadãos indefesos, com armas de fogo, incêndios de casas e viaturas, expulsão de agricultores, assassinatos e outros crimes, exortou o mundo e em especial o Conselho de Segurança da ONU a adoptar medidas para proteger o povo palestiniano. Antes, a Liga Árabe já tinha proposto que as milícias de colonos passem a ser incluídas na lista de grupos terroristas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na parte da manhã, as forças israelitas já tinham matado dois palestinianos, identificados como Hudhayfah Fares, de 27 anos, e Abd al-Rahman Atta, de 23, na aldeia de Shufa, na sequência de um ataque de colonos a viaturas na região de Tulkarem. De acordo com as Nações Unidas, 2023 está a ser o ano mais mortífero para os palestinianos na Margem Ocidental desde que há registo de fatalidades provocadas pelas forças de ocupação. Nabil Abu Rudeineh, porta-voz da Presidência palestiniana, disse à imprensa que a ocupação israelita pisou todas as linhas vermelhas, com a sua insistência na política de assassinatos e incursões em cidades, aldeias e acampamentos palestinianos. Numa entrevista à Palestine TV, o representante da Presidência responsabilizou o governo israelita e a administração norte-americana pelos «crimes perigosos perpetrados pela ocupação e os seus colonos por todo o território palestiniano», os mais recentes dos quais nas imediações de Nablus e Tulkarem, refere a Wafa. Apesar da «guerra implacável» que a ocupação israelita está a travar contra o povo palestiniano «à vista de todo o mundo», o responsável afirmou que isso não irá impedir «o nosso povo de prosseguir a sua luta legítima» até à «criação do seu Estado independente, com Jerusalém como capital». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na Cisjordânia, a Cova dos Leões, um dos grupos da resistência mais activos, fez um apelo à mobilização geral dos seus membros, bem como ao «ataque imediato em todos os lugares contra as forças de ocupação e os seus colonos». Com base em fontes israelitas, a agência Prensa Latina indica que o Exército de ocupação deu conta de combates em 21 locais no Sul de Israel, na sequência da operação palestiniana – embora tenha posteriormente reduzido esse número para sete. Ao anunciar a ofensiva desta manhã (às 7h locais), o comandante das Brigadas al-Qassam, Muhammad al-Deif, disse que o grupo palestiniano disparou para território israelita 5000 rockets. Al-Deif afirmou que a operação é uma resposta aos sistemáticos crimes israelitas contra o povo palestiniano e a profanação contínua por colonos judeus da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, e ocorre num contexto de escalada de agressões, da parte de colonos e forças israelitas, em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. A Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos registou mais de 135 mil casos de detenções, pelas forças de ocupação israelitas, desde o início da Intifada de al-Aqsa, em 2000. Num relatório emitido por ocasião do 23.º aniversário do início da Segunda Intifada ou Intifada de al-Aqsa (28 de Setembro de 2000), a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos sublinha que as detenções levadas a cabo pelas forças israelitas afectaram todas as camadas da sociedade, e não deixaram de parte menores de idade, idosos e mulheres. Dos mais de 135 mil casos registados pelo organismo, 21 mil dizem respeito a menores, indica o relatório – divulgado pela Wafa –, que dá conta da detenção de metade dos deputados do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), de vários ministros, centenas de académicos, jornalistas e funcionários de organizações da sociedade civil e instituições internacionais. Israel mantém nas suas prisões 1264 palestinianos sem acusações nem julgamento, o número mais elevado em 30 anos, revelou a ONG Hamoked. Desde a Primeira Intifada (1987-1993) que não havia tantos palestinianos detidos ao abrigo da polémica norma, alertou a organização não governamental este fim-de-semana, com base nos dados dos serviços prisionais. Jessica Montell, directora executiva da Hamoked, organização israelita que presta assistência jurídica gratuita aos palestinianos que vivem sob a ocupação, afirmou que a detenção administrativa é «massiva e arbitrária» e que Israel mantém nesse regime, sem acusação nem julgamento, mais de 1200 palestinianos, «alguns dos quais durante anos sem uma revisão eficaz». Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que nove presos palestinianos sem acusação ou julgamento continuam em greve de fome por tempo indeterminado. Os presos Kayed al-Fasfous e Sultan Khlouf iniciaram o protesto contra a detenção administrativa há 19 dias. Por seu lado, Osama Darkouk encontra-se em greve de fome há 15 dias. Outros seis reclusos palestinianos em cadeias israelitas estão em greve de fome há 12 dias: Hadi Nazzal, Mohammad Taysir Zakarneh, Anas Kmail, Abdelrahman Baraka, Mohammad Basem Ikhmis e Zuhdi Abdo, informa a agência Wafa, com base na SPP. Na semana passada, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa», que permite manter na cadeia presos sem acusação ou julgamento, numa clara violação das normas internacionais. Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, esta segunda-feira, que quatro presos palestinianos sem acusação ou julgamento tinham iniciado há nove dias uma greve de fome por tempo indeterminado. Em comunicado divulgado pela Wafa, a SPP indicou que Anas Ibrahim Shadid, de 26 anos, Mahmoud Abdel Halim Talahma, de 32, Abdullah Mohammad Abido, de 36, e Mohammad Ahmad Dandis, de 25, iniciaram o protesto para denunciar a sua detenção sem acusação ou julgamento. Acrescentou que todos os detidos estão na cadeia israelita de Ofer, perto de Ramallah, e são originários da província de Hebron (al-Khalil), no Sul da Cisjordânia ocupada. A organização de defesa dos direitos dos presos informa que Shadid foi preso três vezes, sempre no regime de detenção administrativa, tendo passado, no total, três anos atrás das grades. Durante esses períodos, levou a cabo duas greves de fome, uma delas com a duração de 90 dias, em 2016. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Talahma, detido desde Março de 2022, é um advogado e antigo prisioneiro, que passou dois anos e meio nas cadeias israelitas. Abido é também um antigo prisioneiro, que passou cinco anos e meio nas prisões da ocupação – a maior parte do tempo ao abrigo do regime de detenção administrativa. Por seu lado, Dandis foi preso pela primeira vez a 23 de Março último, tendo-lhe sido imposta uma detenção administrativa por um período de seis meses. Este protesto ocorre num contexto em que Israel intensifica o recurso às detenções sem acusação ou julgamento. Segundo revelou a SPP, existem actualmente nas cadeias israelitas 1083 presos palestinianos a quem foi aplicado este regime de detenção, 17 dos quais são menores. O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, responsabilizou Israel pelo «assassinato» de Khader Adnan, ao não atender ao protesto contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. A Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) afirmou, em comunicado, que Khader Adnan, de 44 anos, foi encontrado inconsciente esta madrugada na sua cela, tendo sido levado para um hospital, onde foi declarado morto. Adnan, natural da cidade de Arraba (perto de Jenin), foi preso 12 vezes ao longo da sua vida, tendo recorrido à greve de fome em diversas ocasiões para protestar contra as suas detenções sem qualquer acusação, afirmou a SPP, citada pela agência Wafa. A última detenção ocorreu a 5 de Fevereiro e Adnan entrou de imediato em greve de fome por tempo indeterminado, refere a fonte, acrescentando que pelo menos 236 presos palestinianos morreram desde 1967. Ao ter conhecimento da notícia, o primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, acusou Israel de ter cometido um assassinato. O número foi destacado pela Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) em conferência de imprensa. A maior parte encontra-se nos centros de detenção de Ofer e de Naqab (Neguev). O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional – até do Departamento de Estado norte-americano e da Amnistia Internacional –, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. Agora, a SPP revelou também que, dos 835 palestinianos actualmente presos ao abrigo deste regime, 80 são mulheres, indica a agência Wafa. Além disso, a organização não governamental (ONG) informou que, ao longo de 2022, as autoridades israelitas emitiram 2134 ordens de detenção administrativa, 242 das quais em Novembro (o ano passado foram 1595). Desde o início de 2022 até ao fim de Novembro, as forças israelitas prenderam 6500 palestinianos, revelou a SPP, citada pela agência turca Anadolu. Entre os detidos, contavam-se 153 mulheres e 811 menores de idade acrescentou. As forças de ocupação israelitas detiveram 5300 palestinianos desde o princípio deste ano, incluindo 111 mulheres e 620 menores de idade, revelou esta segunda-feira uma organização não governamental. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) afirmou que, com 2353 detenções registadas, Jerusalém Oriental ocupada se situa no primeiro lugar por regiões, e que Abril foi o mês com maior número de detenções (1228 casos), noticia a agência Wafa. A SPP condenou os ataques e raides israelitas contra cidades, aldeias e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada para prender activistas, referindo que muitos palestinianos foram mortos, nesse processo, pelas balas do Exército. Neste contexto, o número de execuções extrajudiciais no terreno, em 2022, é mais elevado por comparação com anos anteriores, alertou a SPP, que também questionou os bloqueios militares a localidades e campos de refugiados palestinianos, classificando-os como uma punição colectiva. No que respeita às detenções administrativas, a organização afirmou que este ano, até à data, foram emitidas 1160. Só no mês de Agosto, foram decretadas 272, pelo que, no final de Setembro, havia cerca de 800 palestinianos nas prisões israelitas detidos sem acusação ou julgamento. Ao abrigo deste regime, os períodos de detenção podem ser infinitamente renovados por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. De forma reiterada, os presos palestinianos detidos sob este regime iniciam greves de fome para denunciar os seus casos e a política de detenção administrativa, exigindo a sua libertação. Diversas instâncias das Nações Unidas têm denunciado repetidamente este regime israelita de detenção, na medida em que não faculta aos detidos palestinianos as «salvaguardas jurídicas básicas» e violam o direito internacional humanitário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Só no mês de Novembro, foram detidos 490 palestinianos, incluindo 76 menores e 12 mulheres, informaram, num relatório conjunto, a SPP, a Addameer, o Centro de Informação Wadi Hilweh e a Comissão dos Assuntos dos Presos e Ex-Presos Palestinianos. No relatório mensal a que o Middle East Monitor faz referência, as quatro organizações de defesa dos direitos presos afirmaram que, no mês passado, o maior número de detenções ocorreu em Hebron (al-Khalil; 135 casos), seguida por Jerusalém (123), Ramallah (52), Jenin e Nablus. De acordo com os grupos, há actualmente nas cadeias israelitas cerca de 4700 palestinianos presos, incluindo 34 mulheres e 150 menores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A ocupação israelita e a sua administração prisional levaram a cabo o assassinato deliberado do preso Khader Adnan ao rejeitar o seu pedido de libertação, ao negligenciá-lo medicamente e ao mantê-lo na sua cela apesar da gravidade do seu estado de saúde», afirmou Shtayyeh em comunicado. Várias facções palestinianas pronunciaram-se no mesmo sentido, responsabilizando Israel pela morte de Khader Adnan e sublinhando o crime «premeditado e a sangue-frio». Por seu lado, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu uma investigação internacional sobre a morte do prisioneiro e instou o Tribunal Penal Internacional a incluir este caso no processo relativo aos crimes de guerra cometidos por Israel contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Para denunciar «o crime que levou à morte» de Khader Adnan numa prisão israelita, foi declarada, esta terça-feira, uma greve geral que «afecta todos os aspectos da vida», tanto na Faixa de Gaza cercada como na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, indica a Wafa. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. A 2 de Maio último, Khader Adnan, de 44 anos, morreu na cadeia, quase três meses depois de ter iniciado uma greve de fome contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado de imprensa, que a Wafa cita, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», acrescenta a nota. De acordo com os dados divulgados em Junho último pela organização israelita de defesa dos direitos B'Tselem, em Março deste ano, Israel mantinha nas suas prisões 1017 pessoas em regime de detenção administrativa. É preciso recuar duas décadas, até Abril de 2003, para encontrar um número mais elevado de detidos administrativos nas prisões israelitas – 1140 –, referiu a organização. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou a B'Tselem, outra organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. De forma sistemática, presos administrativos entram em greve de fome por tempo indeterminado para chamar a atenção para os seus casos e forçar a sua libertação. Em meados de Agosto, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa». Num comunicado de imprensa, divulgado pela Wafa, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», afirmou o organismo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde 28 de Setembro de 2000 até à data, refere a Comissão, foram detidas mais de 2600 raparigas e mulheres, incluindo quatro que deram à luz na cadeia. No mesmo período, foram emitidas 32 mil ordens de detenção administrativa, a que Israel recorre para manter reclusos nas cadeias sem acusação nem julgamento, com base numa «prova secreta» que nem o advogado do detido pode ver. A Comissão registou um aumento «assinalável» no recurso a este regime, amplamente condenado a nível internacional, contra o qual os presos palestinianos protestam, de forma reiterada, entrando em greve de fome por tempo indeterminado, para exigir a sua libertação e o fim da aplicação da política de detenção referida. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou recentemente a B'Tselem, uma organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No relatório agora publicado, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos refere-se ainda ao recurso à tortura nos cárceres israelitas, bem como aos assassinatos e às «execuções lentas» por falta de cuidados médicos. Denuncia igualmente a «escalada de casos de opressão, abuso e incitação racista» contra os presos palestinianos. De acordo com o organismo, estão actualmente detidos em cadeias israelitas, nos territórios ocupados em 1948, cerca de 5200 palestinianos. Destes, 38 são mulheres e 170 são menores de idade. Há ainda mais de 1250 presos palestinianos em regime de detenção administrativa e 700 reclusos doentes, 24 dos quais com enfermidades oncológicas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado posterior, as Brigadas al-Qassam afirmaram ter capturado «mais de 35 soldados e civis israelitas do colonato sionista de Sderot». A operação desta manhã apanhou de surpresa o Exército da ocupação, o que está a valer múltiplas críticas ao governo de Netanyahu, em Israel. Entretanto, foi declarado o «estado de preparação para a guerra» entre as forças militares israelitas, e o ministro da Defesa, que aprovou o recrutamento de soldados na reserva, declarou o estado de emergência numa faixa de 80 quilómetros em redor da Faixa de Gaza. A agência Wafa já deu conta de bombardeamentos israelitas contra o enclave costeiro nas últimas horas, dos quais resultaram vários mortos. A mesma fonte refere que o Ministério palestiniano da Saúde colocou todas as unidades hospitalares do país em situação de emergência. De acordo com as autoridades de saúde no enclave costeiro, pelo menos 198 pessoas morreram e mais de 1600 ficaram feridas (muitas das quais em estado grave) como consequência dos bombardeamentos israelitas contra a Faixa e Gaza ao longo do dia, refere a Wafa, em retaliação contra o ataque da resistência palestiniana, esta manhã. Por seu lado, a agência Prensa Latina refere-se à morte de uma centena de israelitas e cerca de 900 feridos, no contexto da operação de grande escala da resistência palestiniana, que ocupou diversas localidades e bases militares da ocupação próximas do enclave cercado. Entretanto, a Wafa dá conta de vários ataques da parte de colonos e forças israelitas contra diversas localidades e bairros palestinianos na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas, dos quais resultaram pelo menos um morto e um número indeterminado de feridos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Israel retaliou com a «Operação Espadas de Ferro», com ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza sitiada e, de acordo com a última contagem do Ministério da Saúde palestiniano, 313 habitantes de Gaza morreram na ofensiva, incluindo 20 crianças, enquanto outros 1990 palestinianos ficaram feridos no enclave. Do lado israelita, foram confirmadas até à manhã de hoje cerca de 300 pessoas mortas e 1864 feridas, das quais 19 estão em estado crítico, 326 em estado grave e as restantes em estado moderado ou ligeiro. No ano em que se assinalam os 75 anos da Nakba (catástrofe), «mais de cinco décadas depois de Israel ocupar militarmente a totalidade do território da Palestina histórica», o MPPM lembra que a campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação de Israel se prolonga até hoje. «Em Gaza, de onde partiu esta acção, vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas, descendentes dessas sucessivas vagas de limpeza étnica», alerta o movimento. Apesar de as Nações Unidas o considerarem «impróprio para sustentar a vida humana», desde 2006 que o Estado israelita impõe um «bloqueio criminoso» sobre aquele território. Uma ONG palestiniana e outra israelita acusam Israel de ter trabalhado para «branquear a verdade» sobre os crimes cometidos pelas suas tropas durante os protestos da Grande Marcha do Retorno, em Gaza. Num relatório conjunto, o Centro Palestiniano para os Direitos Humanos (PCHR), sediado em Gaza, e a organização israelita B'Tselem analisam as investigações que Israel diz ter levado a cabo na sequência da repressão exercida pelas forças israelitas sobre os manifestantes que, na Faixa de Gaza, reclamaram o direito de regresso dos refugiados a suas casas. Os protestos conhecidos como Grande Marcha do Retorno começaram a 30 de Março de 2018 e prolongaram-se por mais de um ano e meio. Pelo menos 200 palestinianos foram mortos e 13 500 ficaram feridos – seguindo os números por baixo, uma vez que outras fontes apontam para mais de 300 mortos e cerca de 18 mil feridos, várias dezenas dos quais menores. O vento e a chuva forte que se abateram esta semana sobre Gaza não impediram centenas de manifestantes de participarem, na sexta-feira, na última manifestação de 2019 da Grande Marcha do Retorno. Dezenas de palestinianos foram feridos esta sexta-feira pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, quando participavam na 86.ª manifestação da Grande Marcha do Retorno, perto da vedação com que Israel isola o território palestino, segundo o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Vários dos participantes nas manifestações, segundo o MPPM, foram feridos por balas reais e revestidas de borracha, enquanto dezenas de outros sofreram de asfixia por efeito do gás lacrimogéneo disparado pelas forças de ocupação. Centenas de manifestantes participaram nos protestos apesar das adversas condições climatéricas. A Faixa de Gaza tem sido batida por vento e chuva forte na última semana, com as inundações a porem em risco cerca de 235 mil pessoas nas áreas mais baixas da Faixa de Gaza, segundo um relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) no território palestiniano ocupado. A 30 de Março os palestinianos comemoram o Dia da Terra. Nesse dia, em 1976, no Norte de Israel, foram assassinados seis palestinianos que protestavam contra a expropriação de terras para dar lugar a aldeamentos judaicos. Cerca de 100 outras pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e as grandes manifestações de protesto que, no mesmo dia, ocorreram no território do Estado de Israel. A 30 de Março de 2018 a comemoração atingiu uma dimensão inusitada, ao tornar a celebração deste dia como o primeiro de uma «Grande Marcha do Retorno», uma reclamação do direito de regresso dos refugiados aos seus lares – tal como prescreve a resolução 194 das Nações Unidas – à Palestina histórica, de onde mais de 700 mil pessoas foram expulsas pelas tropas israelitas em 1948, durante a chamada «catástrofe» («Nakba», em árabe). Desde então o protesto repete-se semanalmente, violentamente reprimido pelas forças israelitas, incluindo com o recurso a snipers e fogo real directo. Como resultado, pelo menos 348 palestinos foram mortos em Gaza por fogo israelita desde o início das marchas, a maioria deles durante as manifestações, segundo uma contagem da AFP citada pelo MPPM. Para além disso, o Ministério da Saúde de Gaza regista mais de 18 mil feridos pelas forças repressivas sionistas. Entre as baixas contam-se crianças, mulheres, muitos adolescentes, jornalistas e trabalhadores dos serviços de saúde que tentam socorrer os manifestantes. Em Março, uma missão de averiguação da ONU concluiu que as forças israelitas cometeram violações de direitos humanos na repressão dos manifestantes em Gaza, o que pode constituir crimes de guerra. Os organizadores da Grande Marcha do Retorno anunciaram nesta quinta-feira que os protestos seriam suspensos até Março de 2020, altura em que serão retomados, coincidindo com o seu segundo aniversário e também com o Dia da Terra palestina (30 de Março). A partir daí realizar-se-ão a um ritmo mensal. Além do bloqueio a que sujeita a Faixa de Gaza, na última década Israel lançou três guerras de agressão contra o pequeno território palestino e dezenas de ataques de escala mais limitada, matando milhares de pessoas e causando enormes destruições de casas e infra-estruturas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As duas organizações não governamentais (ONG) acusam Israel de proteger os responsáveis políticos e militares, «em vez de tomar medidas contra as pessoas que conceberam e implementaram a política ilegal de atirar a matar». Israel foi célere a anunciar que estava a investigar os protestos, sobretudo devido aos procedimentos em curso no Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmaram as organizações numa conferência de imprensa, a que a agência WAFA faz referência. Isso deve-se ao princípio da complementaridade do TPI, ou seja, se um Estado «estiver disposto e tiver capacidade» para realizar a investigação e a efectuar, o TPI não intervém. No entanto, não basta declarar que uma investigação está a ser feita; ela tem de ser eficaz, dirigida às altas patentes responsáveis e conduzir a uma acção contra elas, sublinham, acrescentando que isso não ocorre neste caso. «As investigações conduzidas por Israel não são mais do que uma cortina de fumo erguida para proteger do TPI os funcionários responsáveis. Israel não quer e não consegue investigar as violações de direitos humanos perpetradas pelas suas forças durante os protestos da Grande Marcha de Retorno na Faixa de Gaza. Tendo isto em conta, cabe agora ao TPI garantir a responsabilização penal», disseram as duas organizações. «Estas investigações – tal como as levadas a cabo pelo sistema de aplicação da lei militar noutros casos em que soldados causaram danos aos palestinianos – fazem parte do mecanismo de branqueamento de Israel, e o seu principal objectivo continua a ser silenciar as críticas externas, para que Israel possa continuar a implementar sua política sem mudanças», lê-se no portal da B'Tselem. A mudança da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém fica associada a um «Dia de Raiva» na Palestina. Na Faixa de Gaza cercada, os franco-atiradores israelitas massacram os manifestantes. Quando o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a intenção de mudar a Embaixada do seu país de Telavive para essa cidade, ficou claro que tal passo constituía uma declaração de apoio ao Estado de Israel e à sua política de ocupação e repressão na Palestina, nomeadamente em Jerusalém. Várias organizações têm denunciado o número crescente de ameaças em locais religiosos não-judaicos, na cidade, bem como a intensificação do plano de «judaização» de Jerusalém Oriental, com o aumento da construção de colonatos e a expulsão da população palestiniana de suas casas, que são muitas vezes demolidas. Declarada por Israel como sua capital, Jerusalém tem o estatuto, reconhecido pelas Nações Unidas, de cidade ocupada, sendo Israel a potência ocupante (desde 1967). Os palestinianos querem-na como sua capital e quem apoia a solução dos «dois estados» reconhece que o Estado da Palestina tem em Jerusalém Oriental a sua capital. Logo em Dezembro, foi generalizado o repúdio internacional pela decisão da administração norte-americana e, a 21 desse mês, materializou-se na aprovação, por esmagadora maioria, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução que rejeita essa decisão e insta todos os estados-membros a não estabelecerem missões diplomáticas em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980. Esse repúdio face ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel também se fez sentir no interior de Israel, onde académicos, antigos embaixadores e defensores da paz enviaram uma carta a um representante de Trump, seguntou reportou o periódico Haaretz. Inicialmente, não ficou explícito que a concretização da mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém estaria associada ao 70.º aniversário da criação do Estado de Israel, que hoje se assinala, e que teria lugar na véspera da Nakba – a limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas e pelo Estado de Israel, em que mais de 750 mil palestinianos foram expulsos das suas casas e terras –, uma «catástrofe» que todos os anos os palestinianos marcam a 15 de Maio. Na visita que efectuou em Janeiro a Israel, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, afirmou que essa mudança deveria ocorrer no final de 2019. No entanto, a 23 de Fevereiro, o Departamento de Estado anunciou a antecipação da mudança para 14 de Maio, o que foi encarado pelos palestinianos como mais uma acção de «provocação». Em protesto contra a mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém, os palestinianos chamaram «Dia de Raiva» a este 14 de Maio. Nos territórios ocupados da Cisjordância, há notícia de mobilizações pelo menos em Ramallah e Hebron. Mas a grande mobilização está a ter lugar na Faixa de Gaza cercada, junto às vedações que enclausuram perto de 2 milhões de palestinianos – 80% dos quais são descendentes de refugiados – no pequeno enclave. De acordo com a PressTV, as forças militares israelitas, que reforçaram a sua presença tanto em redor de Gaza como na Margem Ocidental ocupada –, esperavam que 100 mil pessoas se manifestassem nos pontos habituais, hoje, dia da mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém. «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados» Sobre o culminar dos protestos pacíficos da Grande Marcha do Retorno, que se iniciaram a 30 de Março, o ministro israelita da Educação, Naftali Bennet, do partido de extrema-direita Lar Judaico, disse a uma rádio israelita que a vedação seria encarada como uma «Muralha de Ferro» e que quem se aproximasse dela seria tratado como um «terrorista», refere a PressTV. A mesma fonte indica ainda que a Força Aérea israelita lançou panfletos sobre a Faixa de Gaza, ontem e hoje, para demover os manifestantes de se aproximarem da vedação, mas sem sucesso, já que estes, segundo refere a Al Jazeera, têm estado a tentar atravessá-la, «defendendo o seu direito ao regresso, ao retorno, aconteça o que acontecer». Um membro do comité organizador da Grande Marcha do Retorno disse à Al Jazeera que, ao tentarem atravessar a vedação, «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados». Os franco-atiradores responderam de forma brutal, matando mais de quatro dezenas de pessoas que se manifestavam perto da vedação e ferindo perto de 2000, até ao momento. De acordo com a organização, os protestos de hoje e os que estão previstos para amanhã – dia da Nakba – devem ser os mais massivos, sendo o ponto culminante das sete semanas de mobilizações, fortemente reprimidas pelas forças israelitas, junto à vedação com a Faixa de Gaza. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Apesar dos milhares de feridos palestinianos resultantes da política de «atirar a matar» e de mais de centena e meia ter ficado sem membros inferiores ou superiores – as tropas israelitas usaram balas explosivas, as chamadas butterfly bullets, que se expandem no contacto com o corpo, provocando danos severos nos tecidos, nos ossos, nas veias –, nenhum destes casos foi investigado. Sem explicação, os militares decidiram investigar apenas os casos em que palestinianos foram mortos. Dos 234 casos recebidos pelos procuradores do Exército, foi completa a revisão de 143 e um deles, o da morte do adolescente Othman Hiles, de 14 anos, levou à condenação de um soldado por «abuso de autoridade ao ponto de pôr em risco a vida e a saúde». Foi condenado a um mês de serviço comunitário. No seu portal, a B'Tselem sublinha que «a conduta de Israel respeitante à investigação dos protestos em Gaza não é nova nem surpreendente», e recorda o que se passou depois da Operação Chumbo Fundido, em 2009, e da Operação Margem Protectora, em 2014. «Então, também, Israel desrespeitou o direito internacional, recusou-se a reformar a sua política apesar dos resultados letais e desviou as críticas prometendo investigar a sua conduta. Então, também, nada resultou dessa promessa», afirma. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por outro lado, entre Março de 2018 e Dezembro de 2019, uma série de manifestações pacíficas designadas Grande Marcha do Retorno foram brutalmente reprimidas pelo exército de Israel, contabilizando-se 223 mortos e mais de nove mil feridos, sob o silêncio da comunidade internacional. «Os assaltos das forças de ocupação israelita às povoações e campos de refugiados palestinos, assim como a violência dos colonos e as prisões arbitrárias são o quotidiano com que os palestinos, homens e mulheres, jovens e menos jovens diariamente se confrontam», lembra o MPPM, salientando que, até este sábado, pelo menos 247 palestinianos, sobretudo jovens, foram mortos pelas forças israelitas e por colonos. Neste sentido, insiste que a paz no Médio Oriente e a solução da questão palestiniana «passam necessariamente por um desenlace que respeite os direitos inalienáveis» do povo palestiniano a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados. O MPPM rejeita os «lamentos» daqueles que «hipocritamente condenam as acções violentas de resistência dos oprimidos e se calam desde há décadas (ou pior, colaboram) perante a violência da ocupação», e entre os quais se encontra o Governo português. «Israel tem o direito de se defender. Estes ataques nada resolverão, contribuindo apenas para piorar a situação na região. Estamos solidários com Israel e oferecemos condolências pelas vítimas.», disse o ministro João Gomes Cravinho, este sábado, na rede social X. O governo palestiniano denunciou junto da ONU o assassinato de 44 menores, este ano, por soldados israelitas. Neste contexto, reclamou protecção para a infância e a responsabilização de Telavive. Numa carta enviada esta segunda-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu protecção especial urgente para as crianças palestinianas, informa a agência Wafa. Mahmoud Samoudi, de 12 anos, foi, ontem, a vítima mortal mais recente das forças israelitas, não resistindo aos ferimentos quase duas semanas depois de ter sido atingido por uma bala no abdómen, durante uma operação militar na cidade de Jenin (Norte da Cisjordânia ocupada). Só nos últimos dias, «Israel, a potência ocupante, matou cinco crianças e jovens palestinianos, incluindo Adel Adel Daud (14 anos), Mahdi Ladadwa (17), Mahmoud Sous (17), Fayez Khaled Damdoum (17) e Ahmad Draghmeh (19)», indica o texto das autoridades palestinianas. Até 10 de Dezembro, 86 crianças foram mortas nos territórios ocupados da Palestina, fazendo de 2021 o ano mais mortífero para elas desde 2014, segundo os registos de uma organização não governamental. As forças israelitas mataram 76 crianças palestinianas este ano – 61 na Faixa de Gaza cercada e 15 na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Civis israelitas armados mataram duas crianças palestinianas na Cisjordânia, revela o relatório agora publicado pela Defense for Children International – Palestine (DCIP). A estas 78 crianças juntam-se sete que foram mortas por foguetes disparados incorrectamente por grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza, e uma outra que foi morta por uma munição não detonada, cujas origens a ONG não conseguiu determinar. «Nos termos do direito internacional, a força letal intencional só se justifica em circunstâncias em que esteja presente uma ameaça directa à vida ou de ferimentos graves. No entanto, investigações e provas recolhidas pelo DCIP sugerem que as forças israelitas utilizam regularmente força letal contra crianças palestinianas em circunstâncias que podem equivaler a execuções extrajudiciais ou intencionais», lê-se relatório, traduzido pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM. Durante os 11 dias do ataque militar israelita à Faixa de Gaza, em Maio de 2021, naquilo que ficou conhecido como Operação Guardião dos Muros, as forças israelitas mataram 60 crianças palestinianas, segundo os dados recolhidos pela DCIP. «Aviões de guerra israelitas e drones armados bombardearam áreas civis densamente povoadas, matando crianças palestinianas que dormiam nas suas camas, brincavam nos seus bairros, faziam compras nas lojas perto das suas casas e celebravam o Eid al-Fitr [festa no fim do Ramadão] com as suas famílias», disse Ayed Abu Eqtaish, director do programa de responsabilização da DCIP. «A falta de vontade política da comunidade internacional para responsabilizar os funcionários israelitas garante que os soldados israelitas continuarão a matar ilegalmente crianças palestinianas com impunidade», acrescentou. A DCIP lembra que o direito humanitário internacional proíbe ataques indiscriminados e desproporcionados, e exige que todas as partes num conflito armado façam a distinção entre alvos militares, civis e objectos civis. O pico mais recente de assassinatos de crianças ocorrera em 2018, quando forças israelitas e colonos mataram crianças palestinianas a um ritmo médio superior a uma por semana (57). A maioria dessas mortes ocorreu durante os protestos da Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza, refere o organismo. De acordo com os dados da DCIP, foram mortas 2196 crianças palestinianas, desde 2000, em resultado da presença de militares e de colonos israelitas nos territórios ocupados da Palestina. A Defense for Children International – Palestine é uma das seis organizações de direitos humanos que Israel pretende silenciar, lembra o MPPM, sublinhando que a medida tem merecido a condenação generalizada a nível internacional e foi denunciada pelo MPPM a 29 de Outubro último. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A carta afirma que as forças de ocupação estão a utilizar «a política infame de atirar a matar» – de que resultou a morte de centenas de crianças palestinianas –, ao apontarem «deliberadamente» para a parte superior dos seus corpos. «Israel dispara deliberadamente contra os menores palestinianos com o objectivo declarado de os matar e mutilar, negando-lhes o direito à vida», lê-se no texto, sublinhando que «as crianças jamais devem ser mortas ou mutiladas», bem como a necessidade de medidas urgentes para as proteger da «escalada dos crimes israelitas». Neste sentido, o governo palestiniano exigiu medidas contra Telavive, destacando que as «evidências dos seus crimes crescentes contra as crianças palestinianas são, sem dúvida alguma, esmagadoras», violando o direito internacional e as resoluções que constituem a base da protecção das crianças nos conflitos armados. «A protecção das crianças é a maior obrigação moral, legal e política da humanidade», frisa o documento, no qual se pede à comunidade internacional que «ponha fim a este pesadelo intolerável que as nossas crianças vivem diariamente» e que tome medidas para responsabilizar Israel «pelos seus crimes horrendos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Os que há décadas convivem com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos do povo palestino, não têm autoridade moral para hoje se queixarem das tempestades que provocaram», defende o MPPM. Certo de que a violência poderá alastrar-se a todo o Médio Oriente, o movimento recorda que Israel, «com o apoio dos países "ocidentais" e em primeiro lugar dos Estados Unidos da América», é a maior potência militar da região e a única a dispor de armas nucleares. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em simultâneo, revela a Wafa, têm-se registado múltiplas agressões e raides, da parte de colonos e forças istraelitas, na Margem Ocidental ocupada. Pelo menos cinco palestinianos foram ali mortos nas últimas 24 horas, em vários pontos do território ocupado. A operação israelita de larga escala segue-se à operação, lançada no sábado de manhã, por forças da resistência palestiniana na Faixa de Gaza, onde o Hamas é o elemento predominante. Segundo foi revelado então, a ala militar do Hamas lançou pelo menos 5000 rockets para aquilo que é hoje Israel. As forças da resistência derrubaram, em vários pontos, a vedação que cerca o território e atacaram os colonatos em redor por terra, mar e ar. Pelo menos 700 israelitas foram mortos nessa operação que alguma imprensa israelita classificou como «nunca vista» e mais de cem foram feitos prisioneiros, incluindo militares de alta patente. No domínio político-mediático da «comunidade internacional», o mundo predominantemente ocidental e branco, as vozes sobre «A Guerra» (só havia uma e mais nenhuma: a da Ucrânia) silenciaram-se e, nas fachadas das praças de capitais como Nova Iorque, Berlim ou Bruxelas, as bandeiras da Ucrânia foram substituídas pelas de Israel. Desde o Mandato Britânico que os palestinianos são sujeitos à opressão, que se intensificou com a construção, nas suas terras, do Estado de Israel, erguido à custa das forças paramilitares que expulsaram os palestinianos de suas casas e os mataram ou meteram em guetos. A campanha de limpeza étnica então iniciada mantém-se até hoje, sob um regime de apartheid, por via do saque de territórios e de recursos, a destruição de casas, escolas e outras infra-estruturas, e a expulsão dos palestinianos das terras onde vivem. De forma sistemática, as forças israelitas bombardeiam a Faixa de Gaza, que mantêm fechada e cercada num férreo bloqueio, com mais de dois milhões de pessoas a viver em condições insalubres, sem luz, água potável, mas «a comunidade internacional» projecta as suas bandeiras nos edifícios das suas praças quando a Palestina – reduzida ao Hamas – se ergue e rompe o cerco. Entretanto, no enorme campo de deslocados que é Gaza, cerca de 70 mil pessoas procuraram refúgio dos bombardeamentos nas 64 escolas operadas pela UNRWA – a agência da ONU para os refugiados palestinianos no Médio Oriente. Em comunicado, a UNRWA confirmou que dois alunos em escolas que opera em Khan Younis e Beit Hanoun se encontram entre os mortos. Pelo menos três escolas da organização sofreram danos provocados pelos bombardeamentos, acrescenta o texto. A UNRWA sublinhou que os civis devem ser sempre protegidos, também em período de guerra, e apelou a um cessar-fogo imediato e ao fim da violência em todo o lado. A operação das forças da resistência em território israelita continua. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Neste período, mais de 1350 palestinianos perderam a vida e mais de 6000 ficaram feridos, a grande maioria dos quais na sequência dos bombardeamentos indiscriminados da aviação israelita sobre o enclave costeiro densamente habitado, outros em ataques das forças de ocupação na Margem Ocidental, revelou esta quinta-feira o Ministério palestiniano da Saúde. Já uma agência ONU informou que mais de 338 mil pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas devido aos bombardeamentos. Um jornalista palestiniano, Salam Mesma, perdeu a vida na terça-feira, na sequência de um bombardeamento que tirou também a vida a toda a sua família, revelou o Palestine Online. Na véspera, outros três jornalistas palestinianos foram mortos – Mohammad Soboh, Saeed al-Taweel e Hisham al-Nawajha. Taweel, que era o editor-chefe do portal noticioso Al-Khamsa, foi morto com os seus colegas quando saíram para filmar e fotografar a evacuação de um edifício que estava em risco de ser bombardeado pela aviação israelita. Foram atingidos mesmo usando os coletes e os capacetes que os identificavam claramente como jornalistas. Milhares de pessoas participaram no funeral de al-Taweed e Soboh, que perderam a vida de imediato; al-Nawajha ainda foi levado para um hospital, onde viria a falecer. Outros dois jornalistas – Ibrahim Mohammed Lafi e Mohammad Jarghoun – foram mortos quando faziam reportagens sobre a guerra no sábado, em locais diferentes da Faixa de Gaza. Também no sábado, Mohammed el-Salhi, jornalista freelancer, foi morto a na Faixa de Gaza. Já esta quarta-feira a agência Wafa revelou que o jornalista palestiniano Mohammad Fayez Abu Matar, que trabalhava para várias agências internacionais, foi morto durante um bombardeamento israelita na região de Rafah. O Sindicato dos Jornalistas Palestinianos condenou o assassinato de jornalistas na Faixa de Gaza, tendo feito um apelo a associações árabes e mundiais de jornalistas, bem como a instituições ligadas à ONU e à defesa dos direitos humanos «para que tomem medidas para proteger os jornalistas palestinianos e travem os assassinatos perpetrados de forma sistemática e por decisão oficial do governo da ocupação israelita». Milhares de sírios manifestaram-se em solidariedade com o povo palestiniano e contra a brutalidade da máquina de guerra israelita em Gaza, onde mais de 22 mil unidades habitacionais foram destruídas. Em Damasco, os manifestantes concentraram-se esta terça-feira na Praça Arnous, no centro da cidade, ergueram bandeiras palestinianas e sírias, e exibiram faixas com frases que deixam claro o total apoio do povo sírio aos palestinianos, à sua luta de libertação nacional e pela recuperação dos territórios ocupados. Os manifestantes criticaram a impunidade que os Estados Unidos conferem a Israel e a incapacidade das Nações Unidas para travar a crueldade exercida por Telavive contra o povo palestiniano, refere Fady Marouf, correspondente da Prensa Latina no país levantino. Na mobilização damascena, esta terça-feira, os manifestantes afirmaram que a propalada «invencibilidade do Exército israelita foi para sempre arrasada», na sequência da operação «Dilúvio de al-Aqsa», lançada por várias facções da resistência palestiniana em Gaza, onde o movimento Hamas é predominante. Neste mesmo contexto, enquanto edifícios emblemáticos em Nova Iorque, Berlim ou Bruxelas exibiram a bandeira israelita projectada, a Ópera de Damasco fez brilhar as cores da bandeira palestiniana, como expressão de solidariedade e unidade na luta contra um inimigo comum. A nível oficial, Parlamento, Ministério dos Negócios Estrangeiros e o partido Baath, no poder, emitiram comunicados em que reafirmaram a histórico posicionamento de apoio da parte de Damasco aos seus irmãos palestinianos, até que estes recuperem os direitos que lhes assistem, garantidos pelo Direito Internacional. Nos últimos dias, milhares de pessoas manifestaram-se em várias cidades do mundo em solidariedade com o povo palestiniano e contra um novo episódio de barbárie israelita na Faixa de Gaza – desta vez, em resposta à operação da resistência nos territórios ocupados em 1948. Houve grandes manifestações em cidades norte-americanas como Nova Iorque, Chicago, Mineápolis, Los Angeles, Atlanta, San Francisco ou Nova Jérsia, de condenação à agressão israelita contra o povo palestiniano no enclave costeiro. Neste contexto, 33 organizações estudantis universitárias dos EUA condenaram a «brutal agressão» sionista contra Gaza e a Cisjordânia, tendo responsabilizado a ocupação pela deterioração da situação, «obrigando os palestinianos a viver numa prisão a céu aberto», refere a agência Wafa. Também houve grandes mobilizações solidárias com o povo palestiniano no Reino Unido, exigindo um Estado independente para a Palestina e o fim da agressão israelita. No sábado, a resistência palestiniana quebrou a vedação que cerca o enclave e lançou uma ofensiva contra os territórios ocupados em 1948. Desde então, a aviação israelita matou mais de 430 palestinianos. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério palestiniano da Saúde esta manhã, os bombardeamentos indiscriminados na Faixa de Gaza, conhecida como «a maior prisão a céu aberto», provocaram a morte a 436 pessoas, incluindo 91 menores, e fizeram 2271 feridos, 244 dos quais crianças. Nas últimas horas, a aviação da ocupação lançou centenas de raides contra o enclave costeiro, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, atingindo edifícios residenciais, infra-estruturas oficiais e civis, bem como edifícios religiosos, tendo destruído pelo menos duas mesquitas, indica a agência Wafa. Só no sábado, os bombardeamentos israelitas provocaram 300 mortos, o que, segundo destaca o portal The Cradle, é o número mais elevado de palestinianos mortos em ataques aéreos da ocupação num só dia desde 2008. Enquanto se mantiver a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos, não haverá paz, alerta o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). O MPPM reage assim às acções desencadeadas em Gaza e em Israel na madrugada deste sábado. Eram 4h30 em Lisboa (6h30 no local), quando militantes de organizações da resistência palestiniana lançaram, a partir da Faixa de Gaza, um ataque de surpresa, em larga escala, contra Israel, no que apelidaram de «Operação Dilúvio Al-Aqsa». Segundo as organizações, a acção foi uma resposta à profanação da Mesquita de Al-Aqsa e ao aumento da violência dos colonos, e confirma, insiste o MPPM num comunicado, «que não é possível ter uma situação de paz na Palestina e, por consequência, no Médio Oriente, continuando a espezinhar os legítimos direitos do povo palestino e persistindo em manter a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos». Diversos grupos da resistência declararam o apoio à operação lançada contra Israel, esta manhã, a partir da Faixa de Gaza, sublinhando que faz parte da luta de libertação nacional. «Fazemos parte desta batalha e os nossos combatentes estão lado a lado com os seus irmãos nas Brigadas al-Qassam (ala militar do Hamas) até à vitória», afirmou em comunicado Abu Hamza, porta-voz das Brigadas de al-Quds, braço militar da Jihad Islâmica. Em termos semelhantes, refere a Prensa Latina, se pronunciaram as Brigadas al-Nasser Salah al-Din, do Movimento de Resistência Popular: «Unidos numa trincheira neste dia glorioso do nosso povo.» Por seu lado, as Brigadas de Resistência Nacional anunciaram que os seus membros se juntaram à operação, lançada esta manhã pelo Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de rockets e uma incursão terrestre em território ocupado em 1948. Atingido por disparos de colonos na cidade de Huwara, Labib Dumaidi, de 19 anos, é a mais recente das quatro vítimas mortais na Margem Ocidental ocupada, revelou o Ministério da Saúde. De acordo com a informação divulgada pelo Ministério, Labib Mohammed Dumaidi ficou gravemente ferido durante um ataque de colonos, ontem à noite, na cidade de Huwara, a sul de Nablus. Levado para um hospital, não resistiu aos ferimentos, já nas primeiras horas de sexta-feira. Residentes de Huwara tentaram fazer frente à provocação levada a cabo por dezenas de colonos, protegidos por forças militares israelitas, indica a Wafa. Registaram-se fortes confrontos e as tropas israelitas usaram fogo real, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para dispersar os palestinianos. Fontes do Crescente Vermelho Palestiniano informaram que pelo menos 25 pessoas, incluindo quatro crianças, sofreram efeitos de asfixia devido à inalação de gás lacrimogéneo. Também em Huwara, as forças israelitas mataram, ontem à tarde, outro palestiniano, cuja identidade ainda não foi revelada. Dias depois de colonos extremistas terem invadido e atacado Huwara, Bezalel Smotrich afirmou que Israel deve «aniquilar» a localidade palestiniana no Norte da Cisjordânia ocupada. «Penso que Huwara precisa de ser destruída», disse o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, esta quarta-feira, defendendo que «o Estado devia fazê-lo e não cidadãos privados», refere a PressTV com base na imprensa israelita. As declarações do ministro de extrema-direita do governo de Benjamin Netanyahu seguem-se ao ataque perpetrado contra a localidade palestiniana, no domingo à noite, por centenas de colonos armados. Tratou-se da «resposta» à morte de dois israelitas de um colonato ilegal, executados por um atacante palestiniano de Huwara. Este ataque, por sua vez, seguiu-se ao massacre de Nablus, em que as forças de ocupação israelitas mataram 11 palestinianos e feriram mais de cem. No domingo à noite, os colonos queimaram pelo menos 150 carros, 52 casas e várias lojas. Uma pessoa foi morta e o número de feridos palestinianos é superior a 390, indica a agência Wafa. Grupos israelitas de defesa dos direitos humanos como Peace Now e B’Tselem referiram-se ao ataque dos colonos como um «pogrom» apoiado pelas autoridades de ocupação. Por seu lado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de impedirem as ambulâncias e os paramédicos de acederem ao local do ataque, a poucos quilómetros de Nablus. No Knesset, a extrema-direita israelita considerou os ataques a Huwara «legítimos». Hussein al-Sheikh, da Comissão Executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, no Twitter, que as afirmações de Smotrich para apagar Huwara do mapa são o apelo de um «racista terrorista». Também o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, se referiu às afirmações do ministro israelita como «terroristas» e «racistas», e alertou para o facto de que «fazem prever uma escalada séria» contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Neste sentido, pediu às Nações Unidas, à União Europeia e demais organizações internacionais que condenem as declarações de Smotrich. Antes, já tinha pedido ajuda internacional «contra os crimes de Israel». O Parlamento (da Liga) Árabe, com sede no Cairo, condenou esta quarta-feira os ataques executados por colonos israelitas contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada, referindo-se em especial ao assalto à localidade de Huwara. Perante os ataques terroristas sistemáticos dos colonos contra cidadãos indefesos, com armas de fogo, incêndios de casas e viaturas, expulsão de agricultores, assassinatos e outros crimes, exortou o mundo e em especial o Conselho de Segurança da ONU a adoptar medidas para proteger o povo palestiniano. Antes, a Liga Árabe já tinha proposto que as milícias de colonos passem a ser incluídas na lista de grupos terroristas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na parte da manhã, as forças israelitas já tinham matado dois palestinianos, identificados como Hudhayfah Fares, de 27 anos, e Abd al-Rahman Atta, de 23, na aldeia de Shufa, na sequência de um ataque de colonos a viaturas na região de Tulkarem. De acordo com as Nações Unidas, 2023 está a ser o ano mais mortífero para os palestinianos na Margem Ocidental desde que há registo de fatalidades provocadas pelas forças de ocupação. Nabil Abu Rudeineh, porta-voz da Presidência palestiniana, disse à imprensa que a ocupação israelita pisou todas as linhas vermelhas, com a sua insistência na política de assassinatos e incursões em cidades, aldeias e acampamentos palestinianos. Numa entrevista à Palestine TV, o representante da Presidência responsabilizou o governo israelita e a administração norte-americana pelos «crimes perigosos perpetrados pela ocupação e os seus colonos por todo o território palestiniano», os mais recentes dos quais nas imediações de Nablus e Tulkarem, refere a Wafa. Apesar da «guerra implacável» que a ocupação israelita está a travar contra o povo palestiniano «à vista de todo o mundo», o responsável afirmou que isso não irá impedir «o nosso povo de prosseguir a sua luta legítima» até à «criação do seu Estado independente, com Jerusalém como capital». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na Cisjordânia, a Cova dos Leões, um dos grupos da resistência mais activos, fez um apelo à mobilização geral dos seus membros, bem como ao «ataque imediato em todos os lugares contra as forças de ocupação e os seus colonos». Com base em fontes israelitas, a agência Prensa Latina indica que o Exército de ocupação deu conta de combates em 21 locais no Sul de Israel, na sequência da operação palestiniana – embora tenha posteriormente reduzido esse número para sete. Ao anunciar a ofensiva desta manhã (às 7h locais), o comandante das Brigadas al-Qassam, Muhammad al-Deif, disse que o grupo palestiniano disparou para território israelita 5000 rockets. Al-Deif afirmou que a operação é uma resposta aos sistemáticos crimes israelitas contra o povo palestiniano e a profanação contínua por colonos judeus da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, e ocorre num contexto de escalada de agressões, da parte de colonos e forças israelitas, em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. A Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos registou mais de 135 mil casos de detenções, pelas forças de ocupação israelitas, desde o início da Intifada de al-Aqsa, em 2000. Num relatório emitido por ocasião do 23.º aniversário do início da Segunda Intifada ou Intifada de al-Aqsa (28 de Setembro de 2000), a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos sublinha que as detenções levadas a cabo pelas forças israelitas afectaram todas as camadas da sociedade, e não deixaram de parte menores de idade, idosos e mulheres. Dos mais de 135 mil casos registados pelo organismo, 21 mil dizem respeito a menores, indica o relatório – divulgado pela Wafa –, que dá conta da detenção de metade dos deputados do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), de vários ministros, centenas de académicos, jornalistas e funcionários de organizações da sociedade civil e instituições internacionais. Israel mantém nas suas prisões 1264 palestinianos sem acusações nem julgamento, o número mais elevado em 30 anos, revelou a ONG Hamoked. Desde a Primeira Intifada (1987-1993) que não havia tantos palestinianos detidos ao abrigo da polémica norma, alertou a organização não governamental este fim-de-semana, com base nos dados dos serviços prisionais. Jessica Montell, directora executiva da Hamoked, organização israelita que presta assistência jurídica gratuita aos palestinianos que vivem sob a ocupação, afirmou que a detenção administrativa é «massiva e arbitrária» e que Israel mantém nesse regime, sem acusação nem julgamento, mais de 1200 palestinianos, «alguns dos quais durante anos sem uma revisão eficaz». Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que nove presos palestinianos sem acusação ou julgamento continuam em greve de fome por tempo indeterminado. Os presos Kayed al-Fasfous e Sultan Khlouf iniciaram o protesto contra a detenção administrativa há 19 dias. Por seu lado, Osama Darkouk encontra-se em greve de fome há 15 dias. Outros seis reclusos palestinianos em cadeias israelitas estão em greve de fome há 12 dias: Hadi Nazzal, Mohammad Taysir Zakarneh, Anas Kmail, Abdelrahman Baraka, Mohammad Basem Ikhmis e Zuhdi Abdo, informa a agência Wafa, com base na SPP. Na semana passada, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa», que permite manter na cadeia presos sem acusação ou julgamento, numa clara violação das normas internacionais. Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, esta segunda-feira, que quatro presos palestinianos sem acusação ou julgamento tinham iniciado há nove dias uma greve de fome por tempo indeterminado. Em comunicado divulgado pela Wafa, a SPP indicou que Anas Ibrahim Shadid, de 26 anos, Mahmoud Abdel Halim Talahma, de 32, Abdullah Mohammad Abido, de 36, e Mohammad Ahmad Dandis, de 25, iniciaram o protesto para denunciar a sua detenção sem acusação ou julgamento. Acrescentou que todos os detidos estão na cadeia israelita de Ofer, perto de Ramallah, e são originários da província de Hebron (al-Khalil), no Sul da Cisjordânia ocupada. A organização de defesa dos direitos dos presos informa que Shadid foi preso três vezes, sempre no regime de detenção administrativa, tendo passado, no total, três anos atrás das grades. Durante esses períodos, levou a cabo duas greves de fome, uma delas com a duração de 90 dias, em 2016. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Talahma, detido desde Março de 2022, é um advogado e antigo prisioneiro, que passou dois anos e meio nas cadeias israelitas. Abido é também um antigo prisioneiro, que passou cinco anos e meio nas prisões da ocupação – a maior parte do tempo ao abrigo do regime de detenção administrativa. Por seu lado, Dandis foi preso pela primeira vez a 23 de Março último, tendo-lhe sido imposta uma detenção administrativa por um período de seis meses. Este protesto ocorre num contexto em que Israel intensifica o recurso às detenções sem acusação ou julgamento. Segundo revelou a SPP, existem actualmente nas cadeias israelitas 1083 presos palestinianos a quem foi aplicado este regime de detenção, 17 dos quais são menores. O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, responsabilizou Israel pelo «assassinato» de Khader Adnan, ao não atender ao protesto contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. A Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) afirmou, em comunicado, que Khader Adnan, de 44 anos, foi encontrado inconsciente esta madrugada na sua cela, tendo sido levado para um hospital, onde foi declarado morto. Adnan, natural da cidade de Arraba (perto de Jenin), foi preso 12 vezes ao longo da sua vida, tendo recorrido à greve de fome em diversas ocasiões para protestar contra as suas detenções sem qualquer acusação, afirmou a SPP, citada pela agência Wafa. A última detenção ocorreu a 5 de Fevereiro e Adnan entrou de imediato em greve de fome por tempo indeterminado, refere a fonte, acrescentando que pelo menos 236 presos palestinianos morreram desde 1967. Ao ter conhecimento da notícia, o primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, acusou Israel de ter cometido um assassinato. O número foi destacado pela Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) em conferência de imprensa. A maior parte encontra-se nos centros de detenção de Ofer e de Naqab (Neguev). O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional – até do Departamento de Estado norte-americano e da Amnistia Internacional –, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. Agora, a SPP revelou também que, dos 835 palestinianos actualmente presos ao abrigo deste regime, 80 são mulheres, indica a agência Wafa. Além disso, a organização não governamental (ONG) informou que, ao longo de 2022, as autoridades israelitas emitiram 2134 ordens de detenção administrativa, 242 das quais em Novembro (o ano passado foram 1595). Desde o início de 2022 até ao fim de Novembro, as forças israelitas prenderam 6500 palestinianos, revelou a SPP, citada pela agência turca Anadolu. Entre os detidos, contavam-se 153 mulheres e 811 menores de idade acrescentou. As forças de ocupação israelitas detiveram 5300 palestinianos desde o princípio deste ano, incluindo 111 mulheres e 620 menores de idade, revelou esta segunda-feira uma organização não governamental. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) afirmou que, com 2353 detenções registadas, Jerusalém Oriental ocupada se situa no primeiro lugar por regiões, e que Abril foi o mês com maior número de detenções (1228 casos), noticia a agência Wafa. A SPP condenou os ataques e raides israelitas contra cidades, aldeias e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada para prender activistas, referindo que muitos palestinianos foram mortos, nesse processo, pelas balas do Exército. Neste contexto, o número de execuções extrajudiciais no terreno, em 2022, é mais elevado por comparação com anos anteriores, alertou a SPP, que também questionou os bloqueios militares a localidades e campos de refugiados palestinianos, classificando-os como uma punição colectiva. No que respeita às detenções administrativas, a organização afirmou que este ano, até à data, foram emitidas 1160. Só no mês de Agosto, foram decretadas 272, pelo que, no final de Setembro, havia cerca de 800 palestinianos nas prisões israelitas detidos sem acusação ou julgamento. Ao abrigo deste regime, os períodos de detenção podem ser infinitamente renovados por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. De forma reiterada, os presos palestinianos detidos sob este regime iniciam greves de fome para denunciar os seus casos e a política de detenção administrativa, exigindo a sua libertação. Diversas instâncias das Nações Unidas têm denunciado repetidamente este regime israelita de detenção, na medida em que não faculta aos detidos palestinianos as «salvaguardas jurídicas básicas» e violam o direito internacional humanitário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Só no mês de Novembro, foram detidos 490 palestinianos, incluindo 76 menores e 12 mulheres, informaram, num relatório conjunto, a SPP, a Addameer, o Centro de Informação Wadi Hilweh e a Comissão dos Assuntos dos Presos e Ex-Presos Palestinianos. No relatório mensal a que o Middle East Monitor faz referência, as quatro organizações de defesa dos direitos presos afirmaram que, no mês passado, o maior número de detenções ocorreu em Hebron (al-Khalil; 135 casos), seguida por Jerusalém (123), Ramallah (52), Jenin e Nablus. De acordo com os grupos, há actualmente nas cadeias israelitas cerca de 4700 palestinianos presos, incluindo 34 mulheres e 150 menores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A ocupação israelita e a sua administração prisional levaram a cabo o assassinato deliberado do preso Khader Adnan ao rejeitar o seu pedido de libertação, ao negligenciá-lo medicamente e ao mantê-lo na sua cela apesar da gravidade do seu estado de saúde», afirmou Shtayyeh em comunicado. Várias facções palestinianas pronunciaram-se no mesmo sentido, responsabilizando Israel pela morte de Khader Adnan e sublinhando o crime «premeditado e a sangue-frio». Por seu lado, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu uma investigação internacional sobre a morte do prisioneiro e instou o Tribunal Penal Internacional a incluir este caso no processo relativo aos crimes de guerra cometidos por Israel contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Para denunciar «o crime que levou à morte» de Khader Adnan numa prisão israelita, foi declarada, esta terça-feira, uma greve geral que «afecta todos os aspectos da vida», tanto na Faixa de Gaza cercada como na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, indica a Wafa. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. A 2 de Maio último, Khader Adnan, de 44 anos, morreu na cadeia, quase três meses depois de ter iniciado uma greve de fome contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado de imprensa, que a Wafa cita, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», acrescenta a nota. De acordo com os dados divulgados em Junho último pela organização israelita de defesa dos direitos B'Tselem, em Março deste ano, Israel mantinha nas suas prisões 1017 pessoas em regime de detenção administrativa. É preciso recuar duas décadas, até Abril de 2003, para encontrar um número mais elevado de detidos administrativos nas prisões israelitas – 1140 –, referiu a organização. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou a B'Tselem, outra organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. De forma sistemática, presos administrativos entram em greve de fome por tempo indeterminado para chamar a atenção para os seus casos e forçar a sua libertação. Em meados de Agosto, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa». Num comunicado de imprensa, divulgado pela Wafa, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», afirmou o organismo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde 28 de Setembro de 2000 até à data, refere a Comissão, foram detidas mais de 2600 raparigas e mulheres, incluindo quatro que deram à luz na cadeia. No mesmo período, foram emitidas 32 mil ordens de detenção administrativa, a que Israel recorre para manter reclusos nas cadeias sem acusação nem julgamento, com base numa «prova secreta» que nem o advogado do detido pode ver. A Comissão registou um aumento «assinalável» no recurso a este regime, amplamente condenado a nível internacional, contra o qual os presos palestinianos protestam, de forma reiterada, entrando em greve de fome por tempo indeterminado, para exigir a sua libertação e o fim da aplicação da política de detenção referida. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou recentemente a B'Tselem, uma organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No relatório agora publicado, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos refere-se ainda ao recurso à tortura nos cárceres israelitas, bem como aos assassinatos e às «execuções lentas» por falta de cuidados médicos. Denuncia igualmente a «escalada de casos de opressão, abuso e incitação racista» contra os presos palestinianos. De acordo com o organismo, estão actualmente detidos em cadeias israelitas, nos territórios ocupados em 1948, cerca de 5200 palestinianos. Destes, 38 são mulheres e 170 são menores de idade. Há ainda mais de 1250 presos palestinianos em regime de detenção administrativa e 700 reclusos doentes, 24 dos quais com enfermidades oncológicas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado posterior, as Brigadas al-Qassam afirmaram ter capturado «mais de 35 soldados e civis israelitas do colonato sionista de Sderot». A operação desta manhã apanhou de surpresa o Exército da ocupação, o que está a valer múltiplas críticas ao governo de Netanyahu, em Israel. Entretanto, foi declarado o «estado de preparação para a guerra» entre as forças militares israelitas, e o ministro da Defesa, que aprovou o recrutamento de soldados na reserva, declarou o estado de emergência numa faixa de 80 quilómetros em redor da Faixa de Gaza. A agência Wafa já deu conta de bombardeamentos israelitas contra o enclave costeiro nas últimas horas, dos quais resultaram vários mortos. A mesma fonte refere que o Ministério palestiniano da Saúde colocou todas as unidades hospitalares do país em situação de emergência. De acordo com as autoridades de saúde no enclave costeiro, pelo menos 198 pessoas morreram e mais de 1600 ficaram feridas (muitas das quais em estado grave) como consequência dos bombardeamentos israelitas contra a Faixa e Gaza ao longo do dia, refere a Wafa, em retaliação contra o ataque da resistência palestiniana, esta manhã. Por seu lado, a agência Prensa Latina refere-se à morte de uma centena de israelitas e cerca de 900 feridos, no contexto da operação de grande escala da resistência palestiniana, que ocupou diversas localidades e bases militares da ocupação próximas do enclave cercado. Entretanto, a Wafa dá conta de vários ataques da parte de colonos e forças israelitas contra diversas localidades e bairros palestinianos na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas, dos quais resultaram pelo menos um morto e um número indeterminado de feridos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Israel retaliou com a «Operação Espadas de Ferro», com ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza sitiada e, de acordo com a última contagem do Ministério da Saúde palestiniano, 313 habitantes de Gaza morreram na ofensiva, incluindo 20 crianças, enquanto outros 1990 palestinianos ficaram feridos no enclave. Do lado israelita, foram confirmadas até à manhã de hoje cerca de 300 pessoas mortas e 1864 feridas, das quais 19 estão em estado crítico, 326 em estado grave e as restantes em estado moderado ou ligeiro. No ano em que se assinalam os 75 anos da Nakba (catástrofe), «mais de cinco décadas depois de Israel ocupar militarmente a totalidade do território da Palestina histórica», o MPPM lembra que a campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação de Israel se prolonga até hoje. «Em Gaza, de onde partiu esta acção, vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas, descendentes dessas sucessivas vagas de limpeza étnica», alerta o movimento. Apesar de as Nações Unidas o considerarem «impróprio para sustentar a vida humana», desde 2006 que o Estado israelita impõe um «bloqueio criminoso» sobre aquele território. Uma ONG palestiniana e outra israelita acusam Israel de ter trabalhado para «branquear a verdade» sobre os crimes cometidos pelas suas tropas durante os protestos da Grande Marcha do Retorno, em Gaza. Num relatório conjunto, o Centro Palestiniano para os Direitos Humanos (PCHR), sediado em Gaza, e a organização israelita B'Tselem analisam as investigações que Israel diz ter levado a cabo na sequência da repressão exercida pelas forças israelitas sobre os manifestantes que, na Faixa de Gaza, reclamaram o direito de regresso dos refugiados a suas casas. Os protestos conhecidos como Grande Marcha do Retorno começaram a 30 de Março de 2018 e prolongaram-se por mais de um ano e meio. Pelo menos 200 palestinianos foram mortos e 13 500 ficaram feridos – seguindo os números por baixo, uma vez que outras fontes apontam para mais de 300 mortos e cerca de 18 mil feridos, várias dezenas dos quais menores. O vento e a chuva forte que se abateram esta semana sobre Gaza não impediram centenas de manifestantes de participarem, na sexta-feira, na última manifestação de 2019 da Grande Marcha do Retorno. Dezenas de palestinianos foram feridos esta sexta-feira pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, quando participavam na 86.ª manifestação da Grande Marcha do Retorno, perto da vedação com que Israel isola o território palestino, segundo o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Vários dos participantes nas manifestações, segundo o MPPM, foram feridos por balas reais e revestidas de borracha, enquanto dezenas de outros sofreram de asfixia por efeito do gás lacrimogéneo disparado pelas forças de ocupação. Centenas de manifestantes participaram nos protestos apesar das adversas condições climatéricas. A Faixa de Gaza tem sido batida por vento e chuva forte na última semana, com as inundações a porem em risco cerca de 235 mil pessoas nas áreas mais baixas da Faixa de Gaza, segundo um relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) no território palestiniano ocupado. A 30 de Março os palestinianos comemoram o Dia da Terra. Nesse dia, em 1976, no Norte de Israel, foram assassinados seis palestinianos que protestavam contra a expropriação de terras para dar lugar a aldeamentos judaicos. Cerca de 100 outras pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e as grandes manifestações de protesto que, no mesmo dia, ocorreram no território do Estado de Israel. A 30 de Março de 2018 a comemoração atingiu uma dimensão inusitada, ao tornar a celebração deste dia como o primeiro de uma «Grande Marcha do Retorno», uma reclamação do direito de regresso dos refugiados aos seus lares – tal como prescreve a resolução 194 das Nações Unidas – à Palestina histórica, de onde mais de 700 mil pessoas foram expulsas pelas tropas israelitas em 1948, durante a chamada «catástrofe» («Nakba», em árabe). Desde então o protesto repete-se semanalmente, violentamente reprimido pelas forças israelitas, incluindo com o recurso a snipers e fogo real directo. Como resultado, pelo menos 348 palestinos foram mortos em Gaza por fogo israelita desde o início das marchas, a maioria deles durante as manifestações, segundo uma contagem da AFP citada pelo MPPM. Para além disso, o Ministério da Saúde de Gaza regista mais de 18 mil feridos pelas forças repressivas sionistas. Entre as baixas contam-se crianças, mulheres, muitos adolescentes, jornalistas e trabalhadores dos serviços de saúde que tentam socorrer os manifestantes. Em Março, uma missão de averiguação da ONU concluiu que as forças israelitas cometeram violações de direitos humanos na repressão dos manifestantes em Gaza, o que pode constituir crimes de guerra. Os organizadores da Grande Marcha do Retorno anunciaram nesta quinta-feira que os protestos seriam suspensos até Março de 2020, altura em que serão retomados, coincidindo com o seu segundo aniversário e também com o Dia da Terra palestina (30 de Março). A partir daí realizar-se-ão a um ritmo mensal. Além do bloqueio a que sujeita a Faixa de Gaza, na última década Israel lançou três guerras de agressão contra o pequeno território palestino e dezenas de ataques de escala mais limitada, matando milhares de pessoas e causando enormes destruições de casas e infra-estruturas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As duas organizações não governamentais (ONG) acusam Israel de proteger os responsáveis políticos e militares, «em vez de tomar medidas contra as pessoas que conceberam e implementaram a política ilegal de atirar a matar». Israel foi célere a anunciar que estava a investigar os protestos, sobretudo devido aos procedimentos em curso no Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmaram as organizações numa conferência de imprensa, a que a agência WAFA faz referência. Isso deve-se ao princípio da complementaridade do TPI, ou seja, se um Estado «estiver disposto e tiver capacidade» para realizar a investigação e a efectuar, o TPI não intervém. No entanto, não basta declarar que uma investigação está a ser feita; ela tem de ser eficaz, dirigida às altas patentes responsáveis e conduzir a uma acção contra elas, sublinham, acrescentando que isso não ocorre neste caso. «As investigações conduzidas por Israel não são mais do que uma cortina de fumo erguida para proteger do TPI os funcionários responsáveis. Israel não quer e não consegue investigar as violações de direitos humanos perpetradas pelas suas forças durante os protestos da Grande Marcha de Retorno na Faixa de Gaza. Tendo isto em conta, cabe agora ao TPI garantir a responsabilização penal», disseram as duas organizações. «Estas investigações – tal como as levadas a cabo pelo sistema de aplicação da lei militar noutros casos em que soldados causaram danos aos palestinianos – fazem parte do mecanismo de branqueamento de Israel, e o seu principal objectivo continua a ser silenciar as críticas externas, para que Israel possa continuar a implementar sua política sem mudanças», lê-se no portal da B'Tselem. A mudança da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém fica associada a um «Dia de Raiva» na Palestina. Na Faixa de Gaza cercada, os franco-atiradores israelitas massacram os manifestantes. Quando o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a intenção de mudar a Embaixada do seu país de Telavive para essa cidade, ficou claro que tal passo constituía uma declaração de apoio ao Estado de Israel e à sua política de ocupação e repressão na Palestina, nomeadamente em Jerusalém. Várias organizações têm denunciado o número crescente de ameaças em locais religiosos não-judaicos, na cidade, bem como a intensificação do plano de «judaização» de Jerusalém Oriental, com o aumento da construção de colonatos e a expulsão da população palestiniana de suas casas, que são muitas vezes demolidas. Declarada por Israel como sua capital, Jerusalém tem o estatuto, reconhecido pelas Nações Unidas, de cidade ocupada, sendo Israel a potência ocupante (desde 1967). Os palestinianos querem-na como sua capital e quem apoia a solução dos «dois estados» reconhece que o Estado da Palestina tem em Jerusalém Oriental a sua capital. Logo em Dezembro, foi generalizado o repúdio internacional pela decisão da administração norte-americana e, a 21 desse mês, materializou-se na aprovação, por esmagadora maioria, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução que rejeita essa decisão e insta todos os estados-membros a não estabelecerem missões diplomáticas em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980. Esse repúdio face ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel também se fez sentir no interior de Israel, onde académicos, antigos embaixadores e defensores da paz enviaram uma carta a um representante de Trump, seguntou reportou o periódico Haaretz. Inicialmente, não ficou explícito que a concretização da mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém estaria associada ao 70.º aniversário da criação do Estado de Israel, que hoje se assinala, e que teria lugar na véspera da Nakba – a limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas e pelo Estado de Israel, em que mais de 750 mil palestinianos foram expulsos das suas casas e terras –, uma «catástrofe» que todos os anos os palestinianos marcam a 15 de Maio. Na visita que efectuou em Janeiro a Israel, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, afirmou que essa mudança deveria ocorrer no final de 2019. No entanto, a 23 de Fevereiro, o Departamento de Estado anunciou a antecipação da mudança para 14 de Maio, o que foi encarado pelos palestinianos como mais uma acção de «provocação». Em protesto contra a mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém, os palestinianos chamaram «Dia de Raiva» a este 14 de Maio. Nos territórios ocupados da Cisjordância, há notícia de mobilizações pelo menos em Ramallah e Hebron. Mas a grande mobilização está a ter lugar na Faixa de Gaza cercada, junto às vedações que enclausuram perto de 2 milhões de palestinianos – 80% dos quais são descendentes de refugiados – no pequeno enclave. De acordo com a PressTV, as forças militares israelitas, que reforçaram a sua presença tanto em redor de Gaza como na Margem Ocidental ocupada –, esperavam que 100 mil pessoas se manifestassem nos pontos habituais, hoje, dia da mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém. «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados» Sobre o culminar dos protestos pacíficos da Grande Marcha do Retorno, que se iniciaram a 30 de Março, o ministro israelita da Educação, Naftali Bennet, do partido de extrema-direita Lar Judaico, disse a uma rádio israelita que a vedação seria encarada como uma «Muralha de Ferro» e que quem se aproximasse dela seria tratado como um «terrorista», refere a PressTV. A mesma fonte indica ainda que a Força Aérea israelita lançou panfletos sobre a Faixa de Gaza, ontem e hoje, para demover os manifestantes de se aproximarem da vedação, mas sem sucesso, já que estes, segundo refere a Al Jazeera, têm estado a tentar atravessá-la, «defendendo o seu direito ao regresso, ao retorno, aconteça o que acontecer». Um membro do comité organizador da Grande Marcha do Retorno disse à Al Jazeera que, ao tentarem atravessar a vedação, «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados». Os franco-atiradores responderam de forma brutal, matando mais de quatro dezenas de pessoas que se manifestavam perto da vedação e ferindo perto de 2000, até ao momento. De acordo com a organização, os protestos de hoje e os que estão previstos para amanhã – dia da Nakba – devem ser os mais massivos, sendo o ponto culminante das sete semanas de mobilizações, fortemente reprimidas pelas forças israelitas, junto à vedação com a Faixa de Gaza. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Apesar dos milhares de feridos palestinianos resultantes da política de «atirar a matar» e de mais de centena e meia ter ficado sem membros inferiores ou superiores – as tropas israelitas usaram balas explosivas, as chamadas butterfly bullets, que se expandem no contacto com o corpo, provocando danos severos nos tecidos, nos ossos, nas veias –, nenhum destes casos foi investigado. Sem explicação, os militares decidiram investigar apenas os casos em que palestinianos foram mortos. Dos 234 casos recebidos pelos procuradores do Exército, foi completa a revisão de 143 e um deles, o da morte do adolescente Othman Hiles, de 14 anos, levou à condenação de um soldado por «abuso de autoridade ao ponto de pôr em risco a vida e a saúde». Foi condenado a um mês de serviço comunitário. No seu portal, a B'Tselem sublinha que «a conduta de Israel respeitante à investigação dos protestos em Gaza não é nova nem surpreendente», e recorda o que se passou depois da Operação Chumbo Fundido, em 2009, e da Operação Margem Protectora, em 2014. «Então, também, Israel desrespeitou o direito internacional, recusou-se a reformar a sua política apesar dos resultados letais e desviou as críticas prometendo investigar a sua conduta. Então, também, nada resultou dessa promessa», afirma. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por outro lado, entre Março de 2018 e Dezembro de 2019, uma série de manifestações pacíficas designadas Grande Marcha do Retorno foram brutalmente reprimidas pelo exército de Israel, contabilizando-se 223 mortos e mais de nove mil feridos, sob o silêncio da comunidade internacional. «Os assaltos das forças de ocupação israelita às povoações e campos de refugiados palestinos, assim como a violência dos colonos e as prisões arbitrárias são o quotidiano com que os palestinos, homens e mulheres, jovens e menos jovens diariamente se confrontam», lembra o MPPM, salientando que, até este sábado, pelo menos 247 palestinianos, sobretudo jovens, foram mortos pelas forças israelitas e por colonos. Neste sentido, insiste que a paz no Médio Oriente e a solução da questão palestiniana «passam necessariamente por um desenlace que respeite os direitos inalienáveis» do povo palestiniano a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados. O MPPM rejeita os «lamentos» daqueles que «hipocritamente condenam as acções violentas de resistência dos oprimidos e se calam desde há décadas (ou pior, colaboram) perante a violência da ocupação», e entre os quais se encontra o Governo português. «Israel tem o direito de se defender. Estes ataques nada resolverão, contribuindo apenas para piorar a situação na região. Estamos solidários com Israel e oferecemos condolências pelas vítimas.», disse o ministro João Gomes Cravinho, este sábado, na rede social X. O governo palestiniano denunciou junto da ONU o assassinato de 44 menores, este ano, por soldados israelitas. Neste contexto, reclamou protecção para a infância e a responsabilização de Telavive. Numa carta enviada esta segunda-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu protecção especial urgente para as crianças palestinianas, informa a agência Wafa. Mahmoud Samoudi, de 12 anos, foi, ontem, a vítima mortal mais recente das forças israelitas, não resistindo aos ferimentos quase duas semanas depois de ter sido atingido por uma bala no abdómen, durante uma operação militar na cidade de Jenin (Norte da Cisjordânia ocupada). Só nos últimos dias, «Israel, a potência ocupante, matou cinco crianças e jovens palestinianos, incluindo Adel Adel Daud (14 anos), Mahdi Ladadwa (17), Mahmoud Sous (17), Fayez Khaled Damdoum (17) e Ahmad Draghmeh (19)», indica o texto das autoridades palestinianas. Até 10 de Dezembro, 86 crianças foram mortas nos territórios ocupados da Palestina, fazendo de 2021 o ano mais mortífero para elas desde 2014, segundo os registos de uma organização não governamental. As forças israelitas mataram 76 crianças palestinianas este ano – 61 na Faixa de Gaza cercada e 15 na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Civis israelitas armados mataram duas crianças palestinianas na Cisjordânia, revela o relatório agora publicado pela Defense for Children International – Palestine (DCIP). A estas 78 crianças juntam-se sete que foram mortas por foguetes disparados incorrectamente por grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza, e uma outra que foi morta por uma munição não detonada, cujas origens a ONG não conseguiu determinar. «Nos termos do direito internacional, a força letal intencional só se justifica em circunstâncias em que esteja presente uma ameaça directa à vida ou de ferimentos graves. No entanto, investigações e provas recolhidas pelo DCIP sugerem que as forças israelitas utilizam regularmente força letal contra crianças palestinianas em circunstâncias que podem equivaler a execuções extrajudiciais ou intencionais», lê-se relatório, traduzido pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM. Durante os 11 dias do ataque militar israelita à Faixa de Gaza, em Maio de 2021, naquilo que ficou conhecido como Operação Guardião dos Muros, as forças israelitas mataram 60 crianças palestinianas, segundo os dados recolhidos pela DCIP. «Aviões de guerra israelitas e drones armados bombardearam áreas civis densamente povoadas, matando crianças palestinianas que dormiam nas suas camas, brincavam nos seus bairros, faziam compras nas lojas perto das suas casas e celebravam o Eid al-Fitr [festa no fim do Ramadão] com as suas famílias», disse Ayed Abu Eqtaish, director do programa de responsabilização da DCIP. «A falta de vontade política da comunidade internacional para responsabilizar os funcionários israelitas garante que os soldados israelitas continuarão a matar ilegalmente crianças palestinianas com impunidade», acrescentou. A DCIP lembra que o direito humanitário internacional proíbe ataques indiscriminados e desproporcionados, e exige que todas as partes num conflito armado façam a distinção entre alvos militares, civis e objectos civis. O pico mais recente de assassinatos de crianças ocorrera em 2018, quando forças israelitas e colonos mataram crianças palestinianas a um ritmo médio superior a uma por semana (57). A maioria dessas mortes ocorreu durante os protestos da Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza, refere o organismo. De acordo com os dados da DCIP, foram mortas 2196 crianças palestinianas, desde 2000, em resultado da presença de militares e de colonos israelitas nos territórios ocupados da Palestina. A Defense for Children International – Palestine é uma das seis organizações de direitos humanos que Israel pretende silenciar, lembra o MPPM, sublinhando que a medida tem merecido a condenação generalizada a nível internacional e foi denunciada pelo MPPM a 29 de Outubro último. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A carta afirma que as forças de ocupação estão a utilizar «a política infame de atirar a matar» – de que resultou a morte de centenas de crianças palestinianas –, ao apontarem «deliberadamente» para a parte superior dos seus corpos. «Israel dispara deliberadamente contra os menores palestinianos com o objectivo declarado de os matar e mutilar, negando-lhes o direito à vida», lê-se no texto, sublinhando que «as crianças jamais devem ser mortas ou mutiladas», bem como a necessidade de medidas urgentes para as proteger da «escalada dos crimes israelitas». Neste sentido, o governo palestiniano exigiu medidas contra Telavive, destacando que as «evidências dos seus crimes crescentes contra as crianças palestinianas são, sem dúvida alguma, esmagadoras», violando o direito internacional e as resoluções que constituem a base da protecção das crianças nos conflitos armados. «A protecção das crianças é a maior obrigação moral, legal e política da humanidade», frisa o documento, no qual se pede à comunidade internacional que «ponha fim a este pesadelo intolerável que as nossas crianças vivem diariamente» e que tome medidas para responsabilizar Israel «pelos seus crimes horrendos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Os que há décadas convivem com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos do povo palestino, não têm autoridade moral para hoje se queixarem das tempestades que provocaram», defende o MPPM. Certo de que a violência poderá alastrar-se a todo o Médio Oriente, o movimento recorda que Israel, «com o apoio dos países "ocidentais" e em primeiro lugar dos Estados Unidos da América», é a maior potência militar da região e a única a dispor de armas nucleares. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em simultâneo, revela a Wafa, têm-se registado múltiplas agressões e raides, da parte de colonos e forças istraelitas, na Margem Ocidental ocupada. Pelo menos cinco palestinianos foram ali mortos nas últimas 24 horas, em vários pontos do território ocupado. A operação israelita de larga escala segue-se à operação, lançada no sábado de manhã, por forças da resistência palestiniana na Faixa de Gaza, onde o Hamas é o elemento predominante. Segundo foi revelado então, a ala militar do Hamas lançou pelo menos 5000 rockets para aquilo que é hoje Israel. As forças da resistência derrubaram, em vários pontos, a vedação que cerca o território e atacaram os colonatos em redor por terra, mar e ar. Pelo menos 700 israelitas foram mortos nessa operação que alguma imprensa israelita classificou como «nunca vista» e mais de cem foram feitos prisioneiros, incluindo militares de alta patente. No domínio político-mediático da «comunidade internacional», o mundo predominantemente ocidental e branco, as vozes sobre «A Guerra» (só havia uma e mais nenhuma: a da Ucrânia) silenciaram-se e, nas fachadas das praças de capitais como Nova Iorque, Berlim ou Bruxelas, as bandeiras da Ucrânia foram substituídas pelas de Israel. Desde o Mandato Britânico que os palestinianos são sujeitos à opressão, que se intensificou com a construção, nas suas terras, do Estado de Israel, erguido à custa das forças paramilitares que expulsaram os palestinianos de suas casas e os mataram ou meteram em guetos. A campanha de limpeza étnica então iniciada mantém-se até hoje, sob um regime de apartheid, por via do saque de territórios e de recursos, a destruição de casas, escolas e outras infra-estruturas, e a expulsão dos palestinianos das terras onde vivem. De forma sistemática, as forças israelitas bombardeiam a Faixa de Gaza, que mantêm fechada e cercada num férreo bloqueio, com mais de dois milhões de pessoas a viver em condições insalubres, sem luz, água potável, mas «a comunidade internacional» projecta as suas bandeiras nos edifícios das suas praças quando a Palestina – reduzida ao Hamas – se ergue e rompe o cerco. Entretanto, no enorme campo de deslocados que é Gaza, cerca de 70 mil pessoas procuraram refúgio dos bombardeamentos nas 64 escolas operadas pela UNRWA – a agência da ONU para os refugiados palestinianos no Médio Oriente. Em comunicado, a UNRWA confirmou que dois alunos em escolas que opera em Khan Younis e Beit Hanoun se encontram entre os mortos. Pelo menos três escolas da organização sofreram danos provocados pelos bombardeamentos, acrescenta o texto. A UNRWA sublinhou que os civis devem ser sempre protegidos, também em período de guerra, e apelou a um cessar-fogo imediato e ao fim da violência em todo o lado. A operação das forças da resistência em território israelita continua. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No Estado espanhol, o movimento solidário com a Palestina teve uma enorme expressão em Madrid, bem como em várias cidades catalãs, bascas e galegas, onde se clamou «Liberdade para a Palestina» e «Boicote a Israel». França, Alemanha, Iémen, Tunísia, Argentina, Brasil, Chile, Bolívia, Líbano, Austrália, Koweit, Marrocos, Turquia e Canadá foram outros países onde ocorreram concentrações e manifestações de apoio à Palestina, exigindo liberdade para o povo palestiniano e o fim da «barbárie sionista». Em Portugal, está convocado um acto público de solidariedade com o povo palestiniano para esta tarde em Lisboa (Martim Moniz, 18h). Esta manhã, o Ministério palestiniano da Saúde actualizou os registos da mortandade provocada pelos bombardeamentos indiscriminados na Faixa de Gaza, tendo revelado em comunicado que, desde sábado, 974 pessoas foram mortas em resultado da agressão israelita em curso e mais de 5000 ficaram feridas. Destas, precisou, 950 foram mortas como consequência dos bombardeamentos no enclave cuja vedação a resistência rompeu no sábado passado. No mesmo período, 24 palestinianos perderam a vida e 150 ficaram feridos na Cisjordânia, como resultado de ataques das forças de ocupação, indica a Wafa. Também esta terça-feira, a Wafa revelou, com base em dados de instituições locais, que a aviação israelita destruiu 22 639 unidades habitacionais, de forma total ou parcial, na Faixa de Gaza. Além disso, foram bombardeadas dez instituições médicas, incluindo sete hospitais, e 12 ambulâncias, enquanto 48 escolas sofreram danos, mais e menos intensos. A mesma fonte revelou que, segundo dados da ONU, mais de 263 mil pessoas foram obrigadas a sair de suas casas e a procurar refúgio pelos bombardeamentos israelitas, que se seguiram ao início da operação da resistência, que ontem continuava. «A paz não é possível enquanto continuarem a ser espezinhados os legítimos direitos do povo palestino». Concentração convocada pelo MPPM, CPPC e a CGTP-IN para o Martim Moniz, 11 de Outubro, às 18h. «A situação dramática que se vive, desde o passado sábado, em Gaza e Israel, e que já causou centenas de vítimas» (de acordo com os dados mais recentes, após bombardeamentos israelitas, são já milhares de mortos e pelo menos 5 mil feridos) é lamentável, «com trágicas consequências para as populações». Enquanto se mantiver a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos, não haverá paz, alerta o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). O MPPM reage assim às acções desencadeadas em Gaza e em Israel na madrugada deste sábado. Eram 4h30 em Lisboa (6h30 no local), quando militantes de organizações da resistência palestiniana lançaram, a partir da Faixa de Gaza, um ataque de surpresa, em larga escala, contra Israel, no que apelidaram de «Operação Dilúvio Al-Aqsa». Segundo as organizações, a acção foi uma resposta à profanação da Mesquita de Al-Aqsa e ao aumento da violência dos colonos, e confirma, insiste o MPPM num comunicado, «que não é possível ter uma situação de paz na Palestina e, por consequência, no Médio Oriente, continuando a espezinhar os legítimos direitos do povo palestino e persistindo em manter a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos». Diversos grupos da resistência declararam o apoio à operação lançada contra Israel, esta manhã, a partir da Faixa de Gaza, sublinhando que faz parte da luta de libertação nacional. «Fazemos parte desta batalha e os nossos combatentes estão lado a lado com os seus irmãos nas Brigadas al-Qassam (ala militar do Hamas) até à vitória», afirmou em comunicado Abu Hamza, porta-voz das Brigadas de al-Quds, braço militar da Jihad Islâmica. Em termos semelhantes, refere a Prensa Latina, se pronunciaram as Brigadas al-Nasser Salah al-Din, do Movimento de Resistência Popular: «Unidos numa trincheira neste dia glorioso do nosso povo.» Por seu lado, as Brigadas de Resistência Nacional anunciaram que os seus membros se juntaram à operação, lançada esta manhã pelo Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de rockets e uma incursão terrestre em território ocupado em 1948. Atingido por disparos de colonos na cidade de Huwara, Labib Dumaidi, de 19 anos, é a mais recente das quatro vítimas mortais na Margem Ocidental ocupada, revelou o Ministério da Saúde. De acordo com a informação divulgada pelo Ministério, Labib Mohammed Dumaidi ficou gravemente ferido durante um ataque de colonos, ontem à noite, na cidade de Huwara, a sul de Nablus. Levado para um hospital, não resistiu aos ferimentos, já nas primeiras horas de sexta-feira. Residentes de Huwara tentaram fazer frente à provocação levada a cabo por dezenas de colonos, protegidos por forças militares israelitas, indica a Wafa. Registaram-se fortes confrontos e as tropas israelitas usaram fogo real, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para dispersar os palestinianos. Fontes do Crescente Vermelho Palestiniano informaram que pelo menos 25 pessoas, incluindo quatro crianças, sofreram efeitos de asfixia devido à inalação de gás lacrimogéneo. Também em Huwara, as forças israelitas mataram, ontem à tarde, outro palestiniano, cuja identidade ainda não foi revelada. Dias depois de colonos extremistas terem invadido e atacado Huwara, Bezalel Smotrich afirmou que Israel deve «aniquilar» a localidade palestiniana no Norte da Cisjordânia ocupada. «Penso que Huwara precisa de ser destruída», disse o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, esta quarta-feira, defendendo que «o Estado devia fazê-lo e não cidadãos privados», refere a PressTV com base na imprensa israelita. As declarações do ministro de extrema-direita do governo de Benjamin Netanyahu seguem-se ao ataque perpetrado contra a localidade palestiniana, no domingo à noite, por centenas de colonos armados. Tratou-se da «resposta» à morte de dois israelitas de um colonato ilegal, executados por um atacante palestiniano de Huwara. Este ataque, por sua vez, seguiu-se ao massacre de Nablus, em que as forças de ocupação israelitas mataram 11 palestinianos e feriram mais de cem. No domingo à noite, os colonos queimaram pelo menos 150 carros, 52 casas e várias lojas. Uma pessoa foi morta e o número de feridos palestinianos é superior a 390, indica a agência Wafa. Grupos israelitas de defesa dos direitos humanos como Peace Now e B’Tselem referiram-se ao ataque dos colonos como um «pogrom» apoiado pelas autoridades de ocupação. Por seu lado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de impedirem as ambulâncias e os paramédicos de acederem ao local do ataque, a poucos quilómetros de Nablus. No Knesset, a extrema-direita israelita considerou os ataques a Huwara «legítimos». Hussein al-Sheikh, da Comissão Executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, no Twitter, que as afirmações de Smotrich para apagar Huwara do mapa são o apelo de um «racista terrorista». Também o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, se referiu às afirmações do ministro israelita como «terroristas» e «racistas», e alertou para o facto de que «fazem prever uma escalada séria» contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Neste sentido, pediu às Nações Unidas, à União Europeia e demais organizações internacionais que condenem as declarações de Smotrich. Antes, já tinha pedido ajuda internacional «contra os crimes de Israel». O Parlamento (da Liga) Árabe, com sede no Cairo, condenou esta quarta-feira os ataques executados por colonos israelitas contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada, referindo-se em especial ao assalto à localidade de Huwara. Perante os ataques terroristas sistemáticos dos colonos contra cidadãos indefesos, com armas de fogo, incêndios de casas e viaturas, expulsão de agricultores, assassinatos e outros crimes, exortou o mundo e em especial o Conselho de Segurança da ONU a adoptar medidas para proteger o povo palestiniano. Antes, a Liga Árabe já tinha proposto que as milícias de colonos passem a ser incluídas na lista de grupos terroristas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na parte da manhã, as forças israelitas já tinham matado dois palestinianos, identificados como Hudhayfah Fares, de 27 anos, e Abd al-Rahman Atta, de 23, na aldeia de Shufa, na sequência de um ataque de colonos a viaturas na região de Tulkarem. De acordo com as Nações Unidas, 2023 está a ser o ano mais mortífero para os palestinianos na Margem Ocidental desde que há registo de fatalidades provocadas pelas forças de ocupação. Nabil Abu Rudeineh, porta-voz da Presidência palestiniana, disse à imprensa que a ocupação israelita pisou todas as linhas vermelhas, com a sua insistência na política de assassinatos e incursões em cidades, aldeias e acampamentos palestinianos. Numa entrevista à Palestine TV, o representante da Presidência responsabilizou o governo israelita e a administração norte-americana pelos «crimes perigosos perpetrados pela ocupação e os seus colonos por todo o território palestiniano», os mais recentes dos quais nas imediações de Nablus e Tulkarem, refere a Wafa. Apesar da «guerra implacável» que a ocupação israelita está a travar contra o povo palestiniano «à vista de todo o mundo», o responsável afirmou que isso não irá impedir «o nosso povo de prosseguir a sua luta legítima» até à «criação do seu Estado independente, com Jerusalém como capital». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na Cisjordânia, a Cova dos Leões, um dos grupos da resistência mais activos, fez um apelo à mobilização geral dos seus membros, bem como ao «ataque imediato em todos os lugares contra as forças de ocupação e os seus colonos». Com base em fontes israelitas, a agência Prensa Latina indica que o Exército de ocupação deu conta de combates em 21 locais no Sul de Israel, na sequência da operação palestiniana – embora tenha posteriormente reduzido esse número para sete. Ao anunciar a ofensiva desta manhã (às 7h locais), o comandante das Brigadas al-Qassam, Muhammad al-Deif, disse que o grupo palestiniano disparou para território israelita 5000 rockets. Al-Deif afirmou que a operação é uma resposta aos sistemáticos crimes israelitas contra o povo palestiniano e a profanação contínua por colonos judeus da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, e ocorre num contexto de escalada de agressões, da parte de colonos e forças israelitas, em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. A Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos registou mais de 135 mil casos de detenções, pelas forças de ocupação israelitas, desde o início da Intifada de al-Aqsa, em 2000. Num relatório emitido por ocasião do 23.º aniversário do início da Segunda Intifada ou Intifada de al-Aqsa (28 de Setembro de 2000), a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos sublinha que as detenções levadas a cabo pelas forças israelitas afectaram todas as camadas da sociedade, e não deixaram de parte menores de idade, idosos e mulheres. Dos mais de 135 mil casos registados pelo organismo, 21 mil dizem respeito a menores, indica o relatório – divulgado pela Wafa –, que dá conta da detenção de metade dos deputados do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), de vários ministros, centenas de académicos, jornalistas e funcionários de organizações da sociedade civil e instituições internacionais. Israel mantém nas suas prisões 1264 palestinianos sem acusações nem julgamento, o número mais elevado em 30 anos, revelou a ONG Hamoked. Desde a Primeira Intifada (1987-1993) que não havia tantos palestinianos detidos ao abrigo da polémica norma, alertou a organização não governamental este fim-de-semana, com base nos dados dos serviços prisionais. Jessica Montell, directora executiva da Hamoked, organização israelita que presta assistência jurídica gratuita aos palestinianos que vivem sob a ocupação, afirmou que a detenção administrativa é «massiva e arbitrária» e que Israel mantém nesse regime, sem acusação nem julgamento, mais de 1200 palestinianos, «alguns dos quais durante anos sem uma revisão eficaz». Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que nove presos palestinianos sem acusação ou julgamento continuam em greve de fome por tempo indeterminado. Os presos Kayed al-Fasfous e Sultan Khlouf iniciaram o protesto contra a detenção administrativa há 19 dias. Por seu lado, Osama Darkouk encontra-se em greve de fome há 15 dias. Outros seis reclusos palestinianos em cadeias israelitas estão em greve de fome há 12 dias: Hadi Nazzal, Mohammad Taysir Zakarneh, Anas Kmail, Abdelrahman Baraka, Mohammad Basem Ikhmis e Zuhdi Abdo, informa a agência Wafa, com base na SPP. Na semana passada, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa», que permite manter na cadeia presos sem acusação ou julgamento, numa clara violação das normas internacionais. Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, esta segunda-feira, que quatro presos palestinianos sem acusação ou julgamento tinham iniciado há nove dias uma greve de fome por tempo indeterminado. Em comunicado divulgado pela Wafa, a SPP indicou que Anas Ibrahim Shadid, de 26 anos, Mahmoud Abdel Halim Talahma, de 32, Abdullah Mohammad Abido, de 36, e Mohammad Ahmad Dandis, de 25, iniciaram o protesto para denunciar a sua detenção sem acusação ou julgamento. Acrescentou que todos os detidos estão na cadeia israelita de Ofer, perto de Ramallah, e são originários da província de Hebron (al-Khalil), no Sul da Cisjordânia ocupada. A organização de defesa dos direitos dos presos informa que Shadid foi preso três vezes, sempre no regime de detenção administrativa, tendo passado, no total, três anos atrás das grades. Durante esses períodos, levou a cabo duas greves de fome, uma delas com a duração de 90 dias, em 2016. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Talahma, detido desde Março de 2022, é um advogado e antigo prisioneiro, que passou dois anos e meio nas cadeias israelitas. Abido é também um antigo prisioneiro, que passou cinco anos e meio nas prisões da ocupação – a maior parte do tempo ao abrigo do regime de detenção administrativa. Por seu lado, Dandis foi preso pela primeira vez a 23 de Março último, tendo-lhe sido imposta uma detenção administrativa por um período de seis meses. Este protesto ocorre num contexto em que Israel intensifica o recurso às detenções sem acusação ou julgamento. Segundo revelou a SPP, existem actualmente nas cadeias israelitas 1083 presos palestinianos a quem foi aplicado este regime de detenção, 17 dos quais são menores. O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, responsabilizou Israel pelo «assassinato» de Khader Adnan, ao não atender ao protesto contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. A Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) afirmou, em comunicado, que Khader Adnan, de 44 anos, foi encontrado inconsciente esta madrugada na sua cela, tendo sido levado para um hospital, onde foi declarado morto. Adnan, natural da cidade de Arraba (perto de Jenin), foi preso 12 vezes ao longo da sua vida, tendo recorrido à greve de fome em diversas ocasiões para protestar contra as suas detenções sem qualquer acusação, afirmou a SPP, citada pela agência Wafa. A última detenção ocorreu a 5 de Fevereiro e Adnan entrou de imediato em greve de fome por tempo indeterminado, refere a fonte, acrescentando que pelo menos 236 presos palestinianos morreram desde 1967. Ao ter conhecimento da notícia, o primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, acusou Israel de ter cometido um assassinato. O número foi destacado pela Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) em conferência de imprensa. A maior parte encontra-se nos centros de detenção de Ofer e de Naqab (Neguev). O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional – até do Departamento de Estado norte-americano e da Amnistia Internacional –, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. Agora, a SPP revelou também que, dos 835 palestinianos actualmente presos ao abrigo deste regime, 80 são mulheres, indica a agência Wafa. Além disso, a organização não governamental (ONG) informou que, ao longo de 2022, as autoridades israelitas emitiram 2134 ordens de detenção administrativa, 242 das quais em Novembro (o ano passado foram 1595). Desde o início de 2022 até ao fim de Novembro, as forças israelitas prenderam 6500 palestinianos, revelou a SPP, citada pela agência turca Anadolu. Entre os detidos, contavam-se 153 mulheres e 811 menores de idade acrescentou. As forças de ocupação israelitas detiveram 5300 palestinianos desde o princípio deste ano, incluindo 111 mulheres e 620 menores de idade, revelou esta segunda-feira uma organização não governamental. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) afirmou que, com 2353 detenções registadas, Jerusalém Oriental ocupada se situa no primeiro lugar por regiões, e que Abril foi o mês com maior número de detenções (1228 casos), noticia a agência Wafa. A SPP condenou os ataques e raides israelitas contra cidades, aldeias e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada para prender activistas, referindo que muitos palestinianos foram mortos, nesse processo, pelas balas do Exército. Neste contexto, o número de execuções extrajudiciais no terreno, em 2022, é mais elevado por comparação com anos anteriores, alertou a SPP, que também questionou os bloqueios militares a localidades e campos de refugiados palestinianos, classificando-os como uma punição colectiva. No que respeita às detenções administrativas, a organização afirmou que este ano, até à data, foram emitidas 1160. Só no mês de Agosto, foram decretadas 272, pelo que, no final de Setembro, havia cerca de 800 palestinianos nas prisões israelitas detidos sem acusação ou julgamento. Ao abrigo deste regime, os períodos de detenção podem ser infinitamente renovados por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. De forma reiterada, os presos palestinianos detidos sob este regime iniciam greves de fome para denunciar os seus casos e a política de detenção administrativa, exigindo a sua libertação. Diversas instâncias das Nações Unidas têm denunciado repetidamente este regime israelita de detenção, na medida em que não faculta aos detidos palestinianos as «salvaguardas jurídicas básicas» e violam o direito internacional humanitário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Só no mês de Novembro, foram detidos 490 palestinianos, incluindo 76 menores e 12 mulheres, informaram, num relatório conjunto, a SPP, a Addameer, o Centro de Informação Wadi Hilweh e a Comissão dos Assuntos dos Presos e Ex-Presos Palestinianos. No relatório mensal a que o Middle East Monitor faz referência, as quatro organizações de defesa dos direitos presos afirmaram que, no mês passado, o maior número de detenções ocorreu em Hebron (al-Khalil; 135 casos), seguida por Jerusalém (123), Ramallah (52), Jenin e Nablus. De acordo com os grupos, há actualmente nas cadeias israelitas cerca de 4700 palestinianos presos, incluindo 34 mulheres e 150 menores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A ocupação israelita e a sua administração prisional levaram a cabo o assassinato deliberado do preso Khader Adnan ao rejeitar o seu pedido de libertação, ao negligenciá-lo medicamente e ao mantê-lo na sua cela apesar da gravidade do seu estado de saúde», afirmou Shtayyeh em comunicado. Várias facções palestinianas pronunciaram-se no mesmo sentido, responsabilizando Israel pela morte de Khader Adnan e sublinhando o crime «premeditado e a sangue-frio». Por seu lado, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu uma investigação internacional sobre a morte do prisioneiro e instou o Tribunal Penal Internacional a incluir este caso no processo relativo aos crimes de guerra cometidos por Israel contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Para denunciar «o crime que levou à morte» de Khader Adnan numa prisão israelita, foi declarada, esta terça-feira, uma greve geral que «afecta todos os aspectos da vida», tanto na Faixa de Gaza cercada como na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, indica a Wafa. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. A 2 de Maio último, Khader Adnan, de 44 anos, morreu na cadeia, quase três meses depois de ter iniciado uma greve de fome contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado de imprensa, que a Wafa cita, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», acrescenta a nota. De acordo com os dados divulgados em Junho último pela organização israelita de defesa dos direitos B'Tselem, em Março deste ano, Israel mantinha nas suas prisões 1017 pessoas em regime de detenção administrativa. É preciso recuar duas décadas, até Abril de 2003, para encontrar um número mais elevado de detidos administrativos nas prisões israelitas – 1140 –, referiu a organização. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou a B'Tselem, outra organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. De forma sistemática, presos administrativos entram em greve de fome por tempo indeterminado para chamar a atenção para os seus casos e forçar a sua libertação. Em meados de Agosto, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa». Num comunicado de imprensa, divulgado pela Wafa, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», afirmou o organismo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde 28 de Setembro de 2000 até à data, refere a Comissão, foram detidas mais de 2600 raparigas e mulheres, incluindo quatro que deram à luz na cadeia. No mesmo período, foram emitidas 32 mil ordens de detenção administrativa, a que Israel recorre para manter reclusos nas cadeias sem acusação nem julgamento, com base numa «prova secreta» que nem o advogado do detido pode ver. A Comissão registou um aumento «assinalável» no recurso a este regime, amplamente condenado a nível internacional, contra o qual os presos palestinianos protestam, de forma reiterada, entrando em greve de fome por tempo indeterminado, para exigir a sua libertação e o fim da aplicação da política de detenção referida. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou recentemente a B'Tselem, uma organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No relatório agora publicado, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos refere-se ainda ao recurso à tortura nos cárceres israelitas, bem como aos assassinatos e às «execuções lentas» por falta de cuidados médicos. Denuncia igualmente a «escalada de casos de opressão, abuso e incitação racista» contra os presos palestinianos. De acordo com o organismo, estão actualmente detidos em cadeias israelitas, nos territórios ocupados em 1948, cerca de 5200 palestinianos. Destes, 38 são mulheres e 170 são menores de idade. Há ainda mais de 1250 presos palestinianos em regime de detenção administrativa e 700 reclusos doentes, 24 dos quais com enfermidades oncológicas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado posterior, as Brigadas al-Qassam afirmaram ter capturado «mais de 35 soldados e civis israelitas do colonato sionista de Sderot». A operação desta manhã apanhou de surpresa o Exército da ocupação, o que está a valer múltiplas críticas ao governo de Netanyahu, em Israel. Entretanto, foi declarado o «estado de preparação para a guerra» entre as forças militares israelitas, e o ministro da Defesa, que aprovou o recrutamento de soldados na reserva, declarou o estado de emergência numa faixa de 80 quilómetros em redor da Faixa de Gaza. A agência Wafa já deu conta de bombardeamentos israelitas contra o enclave costeiro nas últimas horas, dos quais resultaram vários mortos. A mesma fonte refere que o Ministério palestiniano da Saúde colocou todas as unidades hospitalares do país em situação de emergência. De acordo com as autoridades de saúde no enclave costeiro, pelo menos 198 pessoas morreram e mais de 1600 ficaram feridas (muitas das quais em estado grave) como consequência dos bombardeamentos israelitas contra a Faixa e Gaza ao longo do dia, refere a Wafa, em retaliação contra o ataque da resistência palestiniana, esta manhã. Por seu lado, a agência Prensa Latina refere-se à morte de uma centena de israelitas e cerca de 900 feridos, no contexto da operação de grande escala da resistência palestiniana, que ocupou diversas localidades e bases militares da ocupação próximas do enclave cercado. Entretanto, a Wafa dá conta de vários ataques da parte de colonos e forças israelitas contra diversas localidades e bairros palestinianos na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas, dos quais resultaram pelo menos um morto e um número indeterminado de feridos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Israel retaliou com a «Operação Espadas de Ferro», com ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza sitiada e, de acordo com a última contagem do Ministério da Saúde palestiniano, 313 habitantes de Gaza morreram na ofensiva, incluindo 20 crianças, enquanto outros 1990 palestinianos ficaram feridos no enclave. Do lado israelita, foram confirmadas até à manhã de hoje cerca de 300 pessoas mortas e 1864 feridas, das quais 19 estão em estado crítico, 326 em estado grave e as restantes em estado moderado ou ligeiro. No ano em que se assinalam os 75 anos da Nakba (catástrofe), «mais de cinco décadas depois de Israel ocupar militarmente a totalidade do território da Palestina histórica», o MPPM lembra que a campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação de Israel se prolonga até hoje. «Em Gaza, de onde partiu esta acção, vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas, descendentes dessas sucessivas vagas de limpeza étnica», alerta o movimento. Apesar de as Nações Unidas o considerarem «impróprio para sustentar a vida humana», desde 2006 que o Estado israelita impõe um «bloqueio criminoso» sobre aquele território. Uma ONG palestiniana e outra israelita acusam Israel de ter trabalhado para «branquear a verdade» sobre os crimes cometidos pelas suas tropas durante os protestos da Grande Marcha do Retorno, em Gaza. Num relatório conjunto, o Centro Palestiniano para os Direitos Humanos (PCHR), sediado em Gaza, e a organização israelita B'Tselem analisam as investigações que Israel diz ter levado a cabo na sequência da repressão exercida pelas forças israelitas sobre os manifestantes que, na Faixa de Gaza, reclamaram o direito de regresso dos refugiados a suas casas. Os protestos conhecidos como Grande Marcha do Retorno começaram a 30 de Março de 2018 e prolongaram-se por mais de um ano e meio. Pelo menos 200 palestinianos foram mortos e 13 500 ficaram feridos – seguindo os números por baixo, uma vez que outras fontes apontam para mais de 300 mortos e cerca de 18 mil feridos, várias dezenas dos quais menores. O vento e a chuva forte que se abateram esta semana sobre Gaza não impediram centenas de manifestantes de participarem, na sexta-feira, na última manifestação de 2019 da Grande Marcha do Retorno. Dezenas de palestinianos foram feridos esta sexta-feira pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, quando participavam na 86.ª manifestação da Grande Marcha do Retorno, perto da vedação com que Israel isola o território palestino, segundo o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Vários dos participantes nas manifestações, segundo o MPPM, foram feridos por balas reais e revestidas de borracha, enquanto dezenas de outros sofreram de asfixia por efeito do gás lacrimogéneo disparado pelas forças de ocupação. Centenas de manifestantes participaram nos protestos apesar das adversas condições climatéricas. A Faixa de Gaza tem sido batida por vento e chuva forte na última semana, com as inundações a porem em risco cerca de 235 mil pessoas nas áreas mais baixas da Faixa de Gaza, segundo um relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) no território palestiniano ocupado. A 30 de Março os palestinianos comemoram o Dia da Terra. Nesse dia, em 1976, no Norte de Israel, foram assassinados seis palestinianos que protestavam contra a expropriação de terras para dar lugar a aldeamentos judaicos. Cerca de 100 outras pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e as grandes manifestações de protesto que, no mesmo dia, ocorreram no território do Estado de Israel. A 30 de Março de 2018 a comemoração atingiu uma dimensão inusitada, ao tornar a celebração deste dia como o primeiro de uma «Grande Marcha do Retorno», uma reclamação do direito de regresso dos refugiados aos seus lares – tal como prescreve a resolução 194 das Nações Unidas – à Palestina histórica, de onde mais de 700 mil pessoas foram expulsas pelas tropas israelitas em 1948, durante a chamada «catástrofe» («Nakba», em árabe). Desde então o protesto repete-se semanalmente, violentamente reprimido pelas forças israelitas, incluindo com o recurso a snipers e fogo real directo. Como resultado, pelo menos 348 palestinos foram mortos em Gaza por fogo israelita desde o início das marchas, a maioria deles durante as manifestações, segundo uma contagem da AFP citada pelo MPPM. Para além disso, o Ministério da Saúde de Gaza regista mais de 18 mil feridos pelas forças repressivas sionistas. Entre as baixas contam-se crianças, mulheres, muitos adolescentes, jornalistas e trabalhadores dos serviços de saúde que tentam socorrer os manifestantes. Em Março, uma missão de averiguação da ONU concluiu que as forças israelitas cometeram violações de direitos humanos na repressão dos manifestantes em Gaza, o que pode constituir crimes de guerra. Os organizadores da Grande Marcha do Retorno anunciaram nesta quinta-feira que os protestos seriam suspensos até Março de 2020, altura em que serão retomados, coincidindo com o seu segundo aniversário e também com o Dia da Terra palestina (30 de Março). A partir daí realizar-se-ão a um ritmo mensal. Além do bloqueio a que sujeita a Faixa de Gaza, na última década Israel lançou três guerras de agressão contra o pequeno território palestino e dezenas de ataques de escala mais limitada, matando milhares de pessoas e causando enormes destruições de casas e infra-estruturas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As duas organizações não governamentais (ONG) acusam Israel de proteger os responsáveis políticos e militares, «em vez de tomar medidas contra as pessoas que conceberam e implementaram a política ilegal de atirar a matar». Israel foi célere a anunciar que estava a investigar os protestos, sobretudo devido aos procedimentos em curso no Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmaram as organizações numa conferência de imprensa, a que a agência WAFA faz referência. Isso deve-se ao princípio da complementaridade do TPI, ou seja, se um Estado «estiver disposto e tiver capacidade» para realizar a investigação e a efectuar, o TPI não intervém. No entanto, não basta declarar que uma investigação está a ser feita; ela tem de ser eficaz, dirigida às altas patentes responsáveis e conduzir a uma acção contra elas, sublinham, acrescentando que isso não ocorre neste caso. «As investigações conduzidas por Israel não são mais do que uma cortina de fumo erguida para proteger do TPI os funcionários responsáveis. Israel não quer e não consegue investigar as violações de direitos humanos perpetradas pelas suas forças durante os protestos da Grande Marcha de Retorno na Faixa de Gaza. Tendo isto em conta, cabe agora ao TPI garantir a responsabilização penal», disseram as duas organizações. «Estas investigações – tal como as levadas a cabo pelo sistema de aplicação da lei militar noutros casos em que soldados causaram danos aos palestinianos – fazem parte do mecanismo de branqueamento de Israel, e o seu principal objectivo continua a ser silenciar as críticas externas, para que Israel possa continuar a implementar sua política sem mudanças», lê-se no portal da B'Tselem. A mudança da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém fica associada a um «Dia de Raiva» na Palestina. Na Faixa de Gaza cercada, os franco-atiradores israelitas massacram os manifestantes. Quando o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a intenção de mudar a Embaixada do seu país de Telavive para essa cidade, ficou claro que tal passo constituía uma declaração de apoio ao Estado de Israel e à sua política de ocupação e repressão na Palestina, nomeadamente em Jerusalém. Várias organizações têm denunciado o número crescente de ameaças em locais religiosos não-judaicos, na cidade, bem como a intensificação do plano de «judaização» de Jerusalém Oriental, com o aumento da construção de colonatos e a expulsão da população palestiniana de suas casas, que são muitas vezes demolidas. Declarada por Israel como sua capital, Jerusalém tem o estatuto, reconhecido pelas Nações Unidas, de cidade ocupada, sendo Israel a potência ocupante (desde 1967). Os palestinianos querem-na como sua capital e quem apoia a solução dos «dois estados» reconhece que o Estado da Palestina tem em Jerusalém Oriental a sua capital. Logo em Dezembro, foi generalizado o repúdio internacional pela decisão da administração norte-americana e, a 21 desse mês, materializou-se na aprovação, por esmagadora maioria, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução que rejeita essa decisão e insta todos os estados-membros a não estabelecerem missões diplomáticas em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980. Esse repúdio face ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel também se fez sentir no interior de Israel, onde académicos, antigos embaixadores e defensores da paz enviaram uma carta a um representante de Trump, seguntou reportou o periódico Haaretz. Inicialmente, não ficou explícito que a concretização da mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém estaria associada ao 70.º aniversário da criação do Estado de Israel, que hoje se assinala, e que teria lugar na véspera da Nakba – a limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas e pelo Estado de Israel, em que mais de 750 mil palestinianos foram expulsos das suas casas e terras –, uma «catástrofe» que todos os anos os palestinianos marcam a 15 de Maio. Na visita que efectuou em Janeiro a Israel, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, afirmou que essa mudança deveria ocorrer no final de 2019. No entanto, a 23 de Fevereiro, o Departamento de Estado anunciou a antecipação da mudança para 14 de Maio, o que foi encarado pelos palestinianos como mais uma acção de «provocação». Em protesto contra a mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém, os palestinianos chamaram «Dia de Raiva» a este 14 de Maio. Nos territórios ocupados da Cisjordância, há notícia de mobilizações pelo menos em Ramallah e Hebron. Mas a grande mobilização está a ter lugar na Faixa de Gaza cercada, junto às vedações que enclausuram perto de 2 milhões de palestinianos – 80% dos quais são descendentes de refugiados – no pequeno enclave. De acordo com a PressTV, as forças militares israelitas, que reforçaram a sua presença tanto em redor de Gaza como na Margem Ocidental ocupada –, esperavam que 100 mil pessoas se manifestassem nos pontos habituais, hoje, dia da mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém. «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados» Sobre o culminar dos protestos pacíficos da Grande Marcha do Retorno, que se iniciaram a 30 de Março, o ministro israelita da Educação, Naftali Bennet, do partido de extrema-direita Lar Judaico, disse a uma rádio israelita que a vedação seria encarada como uma «Muralha de Ferro» e que quem se aproximasse dela seria tratado como um «terrorista», refere a PressTV. A mesma fonte indica ainda que a Força Aérea israelita lançou panfletos sobre a Faixa de Gaza, ontem e hoje, para demover os manifestantes de se aproximarem da vedação, mas sem sucesso, já que estes, segundo refere a Al Jazeera, têm estado a tentar atravessá-la, «defendendo o seu direito ao regresso, ao retorno, aconteça o que acontecer». Um membro do comité organizador da Grande Marcha do Retorno disse à Al Jazeera que, ao tentarem atravessar a vedação, «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados». Os franco-atiradores responderam de forma brutal, matando mais de quatro dezenas de pessoas que se manifestavam perto da vedação e ferindo perto de 2000, até ao momento. De acordo com a organização, os protestos de hoje e os que estão previstos para amanhã – dia da Nakba – devem ser os mais massivos, sendo o ponto culminante das sete semanas de mobilizações, fortemente reprimidas pelas forças israelitas, junto à vedação com a Faixa de Gaza. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Apesar dos milhares de feridos palestinianos resultantes da política de «atirar a matar» e de mais de centena e meia ter ficado sem membros inferiores ou superiores – as tropas israelitas usaram balas explosivas, as chamadas butterfly bullets, que se expandem no contacto com o corpo, provocando danos severos nos tecidos, nos ossos, nas veias –, nenhum destes casos foi investigado. Sem explicação, os militares decidiram investigar apenas os casos em que palestinianos foram mortos. Dos 234 casos recebidos pelos procuradores do Exército, foi completa a revisão de 143 e um deles, o da morte do adolescente Othman Hiles, de 14 anos, levou à condenação de um soldado por «abuso de autoridade ao ponto de pôr em risco a vida e a saúde». Foi condenado a um mês de serviço comunitário. No seu portal, a B'Tselem sublinha que «a conduta de Israel respeitante à investigação dos protestos em Gaza não é nova nem surpreendente», e recorda o que se passou depois da Operação Chumbo Fundido, em 2009, e da Operação Margem Protectora, em 2014. «Então, também, Israel desrespeitou o direito internacional, recusou-se a reformar a sua política apesar dos resultados letais e desviou as críticas prometendo investigar a sua conduta. Então, também, nada resultou dessa promessa», afirma. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por outro lado, entre Março de 2018 e Dezembro de 2019, uma série de manifestações pacíficas designadas Grande Marcha do Retorno foram brutalmente reprimidas pelo exército de Israel, contabilizando-se 223 mortos e mais de nove mil feridos, sob o silêncio da comunidade internacional. «Os assaltos das forças de ocupação israelita às povoações e campos de refugiados palestinos, assim como a violência dos colonos e as prisões arbitrárias são o quotidiano com que os palestinos, homens e mulheres, jovens e menos jovens diariamente se confrontam», lembra o MPPM, salientando que, até este sábado, pelo menos 247 palestinianos, sobretudo jovens, foram mortos pelas forças israelitas e por colonos. Neste sentido, insiste que a paz no Médio Oriente e a solução da questão palestiniana «passam necessariamente por um desenlace que respeite os direitos inalienáveis» do povo palestiniano a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados. O MPPM rejeita os «lamentos» daqueles que «hipocritamente condenam as acções violentas de resistência dos oprimidos e se calam desde há décadas (ou pior, colaboram) perante a violência da ocupação», e entre os quais se encontra o Governo português. «Israel tem o direito de se defender. Estes ataques nada resolverão, contribuindo apenas para piorar a situação na região. Estamos solidários com Israel e oferecemos condolências pelas vítimas.», disse o ministro João Gomes Cravinho, este sábado, na rede social X. O governo palestiniano denunciou junto da ONU o assassinato de 44 menores, este ano, por soldados israelitas. Neste contexto, reclamou protecção para a infância e a responsabilização de Telavive. Numa carta enviada esta segunda-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu protecção especial urgente para as crianças palestinianas, informa a agência Wafa. Mahmoud Samoudi, de 12 anos, foi, ontem, a vítima mortal mais recente das forças israelitas, não resistindo aos ferimentos quase duas semanas depois de ter sido atingido por uma bala no abdómen, durante uma operação militar na cidade de Jenin (Norte da Cisjordânia ocupada). Só nos últimos dias, «Israel, a potência ocupante, matou cinco crianças e jovens palestinianos, incluindo Adel Adel Daud (14 anos), Mahdi Ladadwa (17), Mahmoud Sous (17), Fayez Khaled Damdoum (17) e Ahmad Draghmeh (19)», indica o texto das autoridades palestinianas. Até 10 de Dezembro, 86 crianças foram mortas nos territórios ocupados da Palestina, fazendo de 2021 o ano mais mortífero para elas desde 2014, segundo os registos de uma organização não governamental. As forças israelitas mataram 76 crianças palestinianas este ano – 61 na Faixa de Gaza cercada e 15 na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Civis israelitas armados mataram duas crianças palestinianas na Cisjordânia, revela o relatório agora publicado pela Defense for Children International – Palestine (DCIP). A estas 78 crianças juntam-se sete que foram mortas por foguetes disparados incorrectamente por grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza, e uma outra que foi morta por uma munição não detonada, cujas origens a ONG não conseguiu determinar. «Nos termos do direito internacional, a força letal intencional só se justifica em circunstâncias em que esteja presente uma ameaça directa à vida ou de ferimentos graves. No entanto, investigações e provas recolhidas pelo DCIP sugerem que as forças israelitas utilizam regularmente força letal contra crianças palestinianas em circunstâncias que podem equivaler a execuções extrajudiciais ou intencionais», lê-se relatório, traduzido pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM. Durante os 11 dias do ataque militar israelita à Faixa de Gaza, em Maio de 2021, naquilo que ficou conhecido como Operação Guardião dos Muros, as forças israelitas mataram 60 crianças palestinianas, segundo os dados recolhidos pela DCIP. «Aviões de guerra israelitas e drones armados bombardearam áreas civis densamente povoadas, matando crianças palestinianas que dormiam nas suas camas, brincavam nos seus bairros, faziam compras nas lojas perto das suas casas e celebravam o Eid al-Fitr [festa no fim do Ramadão] com as suas famílias», disse Ayed Abu Eqtaish, director do programa de responsabilização da DCIP. «A falta de vontade política da comunidade internacional para responsabilizar os funcionários israelitas garante que os soldados israelitas continuarão a matar ilegalmente crianças palestinianas com impunidade», acrescentou. A DCIP lembra que o direito humanitário internacional proíbe ataques indiscriminados e desproporcionados, e exige que todas as partes num conflito armado façam a distinção entre alvos militares, civis e objectos civis. O pico mais recente de assassinatos de crianças ocorrera em 2018, quando forças israelitas e colonos mataram crianças palestinianas a um ritmo médio superior a uma por semana (57). A maioria dessas mortes ocorreu durante os protestos da Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza, refere o organismo. De acordo com os dados da DCIP, foram mortas 2196 crianças palestinianas, desde 2000, em resultado da presença de militares e de colonos israelitas nos territórios ocupados da Palestina. A Defense for Children International – Palestine é uma das seis organizações de direitos humanos que Israel pretende silenciar, lembra o MPPM, sublinhando que a medida tem merecido a condenação generalizada a nível internacional e foi denunciada pelo MPPM a 29 de Outubro último. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A carta afirma que as forças de ocupação estão a utilizar «a política infame de atirar a matar» – de que resultou a morte de centenas de crianças palestinianas –, ao apontarem «deliberadamente» para a parte superior dos seus corpos. «Israel dispara deliberadamente contra os menores palestinianos com o objectivo declarado de os matar e mutilar, negando-lhes o direito à vida», lê-se no texto, sublinhando que «as crianças jamais devem ser mortas ou mutiladas», bem como a necessidade de medidas urgentes para as proteger da «escalada dos crimes israelitas». Neste sentido, o governo palestiniano exigiu medidas contra Telavive, destacando que as «evidências dos seus crimes crescentes contra as crianças palestinianas são, sem dúvida alguma, esmagadoras», violando o direito internacional e as resoluções que constituem a base da protecção das crianças nos conflitos armados. «A protecção das crianças é a maior obrigação moral, legal e política da humanidade», frisa o documento, no qual se pede à comunidade internacional que «ponha fim a este pesadelo intolerável que as nossas crianças vivem diariamente» e que tome medidas para responsabilizar Israel «pelos seus crimes horrendos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Os que há décadas convivem com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos do povo palestino, não têm autoridade moral para hoje se queixarem das tempestades que provocaram», defende o MPPM. Certo de que a violência poderá alastrar-se a todo o Médio Oriente, o movimento recorda que Israel, «com o apoio dos países "ocidentais" e em primeiro lugar dos Estados Unidos da América», é a maior potência militar da região e a única a dispor de armas nucleares. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em nota divulgada pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), um dos organizadores da concentração que se vai realizar a 11 de Outubro, às 18h, na Praça do Martim Moniz em Lisboa, a organização defende que a segurança de todos os povos da região passa, necessariamente, «pelo respeito do direito inalienável do povo palestino a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados». Já a CGTP-IN, em comunicado, denuncia «a política racista e de humilhação do Estado de Israel sobre os palestinianos» que se agravou nos últimos anos com «acções provocatórias dos sectores mais reaccionários da sociedade israelita, com a cumplicidade do governo de Netanyahu». A central sindical exprimiu ainda o seu «profundo pesar» pelas vítimas dos últimos dias. «Uma situação que só se mantém e agrava pelo incumprimento das dezenas de resoluções da ONU e pela manutenção e aprofundamento da política de ocupação e genocídio que, desde 1948, reprime e oprime o povo palestiniano», nomeadamente através da ocupação de terras, da expansão de colonatos e de crimes cometidos por Israel com vista à «limpeza étnica» da região. «Recordamos a destruição de escolas e serviços públicos, o ataque e prisão arbitrária (incluindo de 1200 crianças que desde o ano 2000 conheceram as prisões israelitas), a invasão de mesquitas, nomeadamente de Al-Aqsa, a destruição e inutilização de água potável e terrenos agrícolas, a manutenção do bloqueio e cerco de Israel a Gaza desde 2007 – onde os mais de dois milhões de palestinianos aí residentes permanecem encarcerados e sujeitos às maiores privações e à violação dos seus direitos mais básicos». No sábado, a resistência palestiniana quebrou a vedação que cerca o enclave e lançou uma ofensiva contra os territórios ocupados em 1948. Desde então, a aviação israelita matou mais de 430 palestinianos. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério palestiniano da Saúde esta manhã, os bombardeamentos indiscriminados na Faixa de Gaza, conhecida como «a maior prisão a céu aberto», provocaram a morte a 436 pessoas, incluindo 91 menores, e fizeram 2271 feridos, 244 dos quais crianças. Nas últimas horas, a aviação da ocupação lançou centenas de raides contra o enclave costeiro, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, atingindo edifícios residenciais, infra-estruturas oficiais e civis, bem como edifícios religiosos, tendo destruído pelo menos duas mesquitas, indica a agência Wafa. Só no sábado, os bombardeamentos israelitas provocaram 300 mortos, o que, segundo destaca o portal The Cradle, é o número mais elevado de palestinianos mortos em ataques aéreos da ocupação num só dia desde 2008. Enquanto se mantiver a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos, não haverá paz, alerta o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). O MPPM reage assim às acções desencadeadas em Gaza e em Israel na madrugada deste sábado. Eram 4h30 em Lisboa (6h30 no local), quando militantes de organizações da resistência palestiniana lançaram, a partir da Faixa de Gaza, um ataque de surpresa, em larga escala, contra Israel, no que apelidaram de «Operação Dilúvio Al-Aqsa». Segundo as organizações, a acção foi uma resposta à profanação da Mesquita de Al-Aqsa e ao aumento da violência dos colonos, e confirma, insiste o MPPM num comunicado, «que não é possível ter uma situação de paz na Palestina e, por consequência, no Médio Oriente, continuando a espezinhar os legítimos direitos do povo palestino e persistindo em manter a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos». Diversos grupos da resistência declararam o apoio à operação lançada contra Israel, esta manhã, a partir da Faixa de Gaza, sublinhando que faz parte da luta de libertação nacional. «Fazemos parte desta batalha e os nossos combatentes estão lado a lado com os seus irmãos nas Brigadas al-Qassam (ala militar do Hamas) até à vitória», afirmou em comunicado Abu Hamza, porta-voz das Brigadas de al-Quds, braço militar da Jihad Islâmica. Em termos semelhantes, refere a Prensa Latina, se pronunciaram as Brigadas al-Nasser Salah al-Din, do Movimento de Resistência Popular: «Unidos numa trincheira neste dia glorioso do nosso povo.» Por seu lado, as Brigadas de Resistência Nacional anunciaram que os seus membros se juntaram à operação, lançada esta manhã pelo Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de rockets e uma incursão terrestre em território ocupado em 1948. Atingido por disparos de colonos na cidade de Huwara, Labib Dumaidi, de 19 anos, é a mais recente das quatro vítimas mortais na Margem Ocidental ocupada, revelou o Ministério da Saúde. De acordo com a informação divulgada pelo Ministério, Labib Mohammed Dumaidi ficou gravemente ferido durante um ataque de colonos, ontem à noite, na cidade de Huwara, a sul de Nablus. Levado para um hospital, não resistiu aos ferimentos, já nas primeiras horas de sexta-feira. Residentes de Huwara tentaram fazer frente à provocação levada a cabo por dezenas de colonos, protegidos por forças militares israelitas, indica a Wafa. Registaram-se fortes confrontos e as tropas israelitas usaram fogo real, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para dispersar os palestinianos. Fontes do Crescente Vermelho Palestiniano informaram que pelo menos 25 pessoas, incluindo quatro crianças, sofreram efeitos de asfixia devido à inalação de gás lacrimogéneo. Também em Huwara, as forças israelitas mataram, ontem à tarde, outro palestiniano, cuja identidade ainda não foi revelada. Dias depois de colonos extremistas terem invadido e atacado Huwara, Bezalel Smotrich afirmou que Israel deve «aniquilar» a localidade palestiniana no Norte da Cisjordânia ocupada. «Penso que Huwara precisa de ser destruída», disse o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, esta quarta-feira, defendendo que «o Estado devia fazê-lo e não cidadãos privados», refere a PressTV com base na imprensa israelita. As declarações do ministro de extrema-direita do governo de Benjamin Netanyahu seguem-se ao ataque perpetrado contra a localidade palestiniana, no domingo à noite, por centenas de colonos armados. Tratou-se da «resposta» à morte de dois israelitas de um colonato ilegal, executados por um atacante palestiniano de Huwara. Este ataque, por sua vez, seguiu-se ao massacre de Nablus, em que as forças de ocupação israelitas mataram 11 palestinianos e feriram mais de cem. No domingo à noite, os colonos queimaram pelo menos 150 carros, 52 casas e várias lojas. Uma pessoa foi morta e o número de feridos palestinianos é superior a 390, indica a agência Wafa. Grupos israelitas de defesa dos direitos humanos como Peace Now e B’Tselem referiram-se ao ataque dos colonos como um «pogrom» apoiado pelas autoridades de ocupação. Por seu lado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de impedirem as ambulâncias e os paramédicos de acederem ao local do ataque, a poucos quilómetros de Nablus. No Knesset, a extrema-direita israelita considerou os ataques a Huwara «legítimos». Hussein al-Sheikh, da Comissão Executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, no Twitter, que as afirmações de Smotrich para apagar Huwara do mapa são o apelo de um «racista terrorista». Também o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, se referiu às afirmações do ministro israelita como «terroristas» e «racistas», e alertou para o facto de que «fazem prever uma escalada séria» contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Neste sentido, pediu às Nações Unidas, à União Europeia e demais organizações internacionais que condenem as declarações de Smotrich. Antes, já tinha pedido ajuda internacional «contra os crimes de Israel». O Parlamento (da Liga) Árabe, com sede no Cairo, condenou esta quarta-feira os ataques executados por colonos israelitas contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada, referindo-se em especial ao assalto à localidade de Huwara. Perante os ataques terroristas sistemáticos dos colonos contra cidadãos indefesos, com armas de fogo, incêndios de casas e viaturas, expulsão de agricultores, assassinatos e outros crimes, exortou o mundo e em especial o Conselho de Segurança da ONU a adoptar medidas para proteger o povo palestiniano. Antes, a Liga Árabe já tinha proposto que as milícias de colonos passem a ser incluídas na lista de grupos terroristas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na parte da manhã, as forças israelitas já tinham matado dois palestinianos, identificados como Hudhayfah Fares, de 27 anos, e Abd al-Rahman Atta, de 23, na aldeia de Shufa, na sequência de um ataque de colonos a viaturas na região de Tulkarem. De acordo com as Nações Unidas, 2023 está a ser o ano mais mortífero para os palestinianos na Margem Ocidental desde que há registo de fatalidades provocadas pelas forças de ocupação. Nabil Abu Rudeineh, porta-voz da Presidência palestiniana, disse à imprensa que a ocupação israelita pisou todas as linhas vermelhas, com a sua insistência na política de assassinatos e incursões em cidades, aldeias e acampamentos palestinianos. Numa entrevista à Palestine TV, o representante da Presidência responsabilizou o governo israelita e a administração norte-americana pelos «crimes perigosos perpetrados pela ocupação e os seus colonos por todo o território palestiniano», os mais recentes dos quais nas imediações de Nablus e Tulkarem, refere a Wafa. Apesar da «guerra implacável» que a ocupação israelita está a travar contra o povo palestiniano «à vista de todo o mundo», o responsável afirmou que isso não irá impedir «o nosso povo de prosseguir a sua luta legítima» até à «criação do seu Estado independente, com Jerusalém como capital». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na Cisjordânia, a Cova dos Leões, um dos grupos da resistência mais activos, fez um apelo à mobilização geral dos seus membros, bem como ao «ataque imediato em todos os lugares contra as forças de ocupação e os seus colonos». Com base em fontes israelitas, a agência Prensa Latina indica que o Exército de ocupação deu conta de combates em 21 locais no Sul de Israel, na sequência da operação palestiniana – embora tenha posteriormente reduzido esse número para sete. Ao anunciar a ofensiva desta manhã (às 7h locais), o comandante das Brigadas al-Qassam, Muhammad al-Deif, disse que o grupo palestiniano disparou para território israelita 5000 rockets. Al-Deif afirmou que a operação é uma resposta aos sistemáticos crimes israelitas contra o povo palestiniano e a profanação contínua por colonos judeus da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, e ocorre num contexto de escalada de agressões, da parte de colonos e forças israelitas, em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. A Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos registou mais de 135 mil casos de detenções, pelas forças de ocupação israelitas, desde o início da Intifada de al-Aqsa, em 2000. Num relatório emitido por ocasião do 23.º aniversário do início da Segunda Intifada ou Intifada de al-Aqsa (28 de Setembro de 2000), a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos sublinha que as detenções levadas a cabo pelas forças israelitas afectaram todas as camadas da sociedade, e não deixaram de parte menores de idade, idosos e mulheres. Dos mais de 135 mil casos registados pelo organismo, 21 mil dizem respeito a menores, indica o relatório – divulgado pela Wafa –, que dá conta da detenção de metade dos deputados do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), de vários ministros, centenas de académicos, jornalistas e funcionários de organizações da sociedade civil e instituições internacionais. Israel mantém nas suas prisões 1264 palestinianos sem acusações nem julgamento, o número mais elevado em 30 anos, revelou a ONG Hamoked. Desde a Primeira Intifada (1987-1993) que não havia tantos palestinianos detidos ao abrigo da polémica norma, alertou a organização não governamental este fim-de-semana, com base nos dados dos serviços prisionais. Jessica Montell, directora executiva da Hamoked, organização israelita que presta assistência jurídica gratuita aos palestinianos que vivem sob a ocupação, afirmou que a detenção administrativa é «massiva e arbitrária» e que Israel mantém nesse regime, sem acusação nem julgamento, mais de 1200 palestinianos, «alguns dos quais durante anos sem uma revisão eficaz». Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que nove presos palestinianos sem acusação ou julgamento continuam em greve de fome por tempo indeterminado. Os presos Kayed al-Fasfous e Sultan Khlouf iniciaram o protesto contra a detenção administrativa há 19 dias. Por seu lado, Osama Darkouk encontra-se em greve de fome há 15 dias. Outros seis reclusos palestinianos em cadeias israelitas estão em greve de fome há 12 dias: Hadi Nazzal, Mohammad Taysir Zakarneh, Anas Kmail, Abdelrahman Baraka, Mohammad Basem Ikhmis e Zuhdi Abdo, informa a agência Wafa, com base na SPP. Na semana passada, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa», que permite manter na cadeia presos sem acusação ou julgamento, numa clara violação das normas internacionais. Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, esta segunda-feira, que quatro presos palestinianos sem acusação ou julgamento tinham iniciado há nove dias uma greve de fome por tempo indeterminado. Em comunicado divulgado pela Wafa, a SPP indicou que Anas Ibrahim Shadid, de 26 anos, Mahmoud Abdel Halim Talahma, de 32, Abdullah Mohammad Abido, de 36, e Mohammad Ahmad Dandis, de 25, iniciaram o protesto para denunciar a sua detenção sem acusação ou julgamento. Acrescentou que todos os detidos estão na cadeia israelita de Ofer, perto de Ramallah, e são originários da província de Hebron (al-Khalil), no Sul da Cisjordânia ocupada. A organização de defesa dos direitos dos presos informa que Shadid foi preso três vezes, sempre no regime de detenção administrativa, tendo passado, no total, três anos atrás das grades. Durante esses períodos, levou a cabo duas greves de fome, uma delas com a duração de 90 dias, em 2016. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Talahma, detido desde Março de 2022, é um advogado e antigo prisioneiro, que passou dois anos e meio nas cadeias israelitas. Abido é também um antigo prisioneiro, que passou cinco anos e meio nas prisões da ocupação – a maior parte do tempo ao abrigo do regime de detenção administrativa. Por seu lado, Dandis foi preso pela primeira vez a 23 de Março último, tendo-lhe sido imposta uma detenção administrativa por um período de seis meses. Este protesto ocorre num contexto em que Israel intensifica o recurso às detenções sem acusação ou julgamento. Segundo revelou a SPP, existem actualmente nas cadeias israelitas 1083 presos palestinianos a quem foi aplicado este regime de detenção, 17 dos quais são menores. O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, responsabilizou Israel pelo «assassinato» de Khader Adnan, ao não atender ao protesto contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. A Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) afirmou, em comunicado, que Khader Adnan, de 44 anos, foi encontrado inconsciente esta madrugada na sua cela, tendo sido levado para um hospital, onde foi declarado morto. Adnan, natural da cidade de Arraba (perto de Jenin), foi preso 12 vezes ao longo da sua vida, tendo recorrido à greve de fome em diversas ocasiões para protestar contra as suas detenções sem qualquer acusação, afirmou a SPP, citada pela agência Wafa. A última detenção ocorreu a 5 de Fevereiro e Adnan entrou de imediato em greve de fome por tempo indeterminado, refere a fonte, acrescentando que pelo menos 236 presos palestinianos morreram desde 1967. Ao ter conhecimento da notícia, o primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, acusou Israel de ter cometido um assassinato. O número foi destacado pela Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) em conferência de imprensa. A maior parte encontra-se nos centros de detenção de Ofer e de Naqab (Neguev). O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional – até do Departamento de Estado norte-americano e da Amnistia Internacional –, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. Agora, a SPP revelou também que, dos 835 palestinianos actualmente presos ao abrigo deste regime, 80 são mulheres, indica a agência Wafa. Além disso, a organização não governamental (ONG) informou que, ao longo de 2022, as autoridades israelitas emitiram 2134 ordens de detenção administrativa, 242 das quais em Novembro (o ano passado foram 1595). Desde o início de 2022 até ao fim de Novembro, as forças israelitas prenderam 6500 palestinianos, revelou a SPP, citada pela agência turca Anadolu. Entre os detidos, contavam-se 153 mulheres e 811 menores de idade acrescentou. As forças de ocupação israelitas detiveram 5300 palestinianos desde o princípio deste ano, incluindo 111 mulheres e 620 menores de idade, revelou esta segunda-feira uma organização não governamental. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) afirmou que, com 2353 detenções registadas, Jerusalém Oriental ocupada se situa no primeiro lugar por regiões, e que Abril foi o mês com maior número de detenções (1228 casos), noticia a agência Wafa. A SPP condenou os ataques e raides israelitas contra cidades, aldeias e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada para prender activistas, referindo que muitos palestinianos foram mortos, nesse processo, pelas balas do Exército. Neste contexto, o número de execuções extrajudiciais no terreno, em 2022, é mais elevado por comparação com anos anteriores, alertou a SPP, que também questionou os bloqueios militares a localidades e campos de refugiados palestinianos, classificando-os como uma punição colectiva. No que respeita às detenções administrativas, a organização afirmou que este ano, até à data, foram emitidas 1160. Só no mês de Agosto, foram decretadas 272, pelo que, no final de Setembro, havia cerca de 800 palestinianos nas prisões israelitas detidos sem acusação ou julgamento. Ao abrigo deste regime, os períodos de detenção podem ser infinitamente renovados por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. De forma reiterada, os presos palestinianos detidos sob este regime iniciam greves de fome para denunciar os seus casos e a política de detenção administrativa, exigindo a sua libertação. Diversas instâncias das Nações Unidas têm denunciado repetidamente este regime israelita de detenção, na medida em que não faculta aos detidos palestinianos as «salvaguardas jurídicas básicas» e violam o direito internacional humanitário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Só no mês de Novembro, foram detidos 490 palestinianos, incluindo 76 menores e 12 mulheres, informaram, num relatório conjunto, a SPP, a Addameer, o Centro de Informação Wadi Hilweh e a Comissão dos Assuntos dos Presos e Ex-Presos Palestinianos. No relatório mensal a que o Middle East Monitor faz referência, as quatro organizações de defesa dos direitos presos afirmaram que, no mês passado, o maior número de detenções ocorreu em Hebron (al-Khalil; 135 casos), seguida por Jerusalém (123), Ramallah (52), Jenin e Nablus. De acordo com os grupos, há actualmente nas cadeias israelitas cerca de 4700 palestinianos presos, incluindo 34 mulheres e 150 menores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A ocupação israelita e a sua administração prisional levaram a cabo o assassinato deliberado do preso Khader Adnan ao rejeitar o seu pedido de libertação, ao negligenciá-lo medicamente e ao mantê-lo na sua cela apesar da gravidade do seu estado de saúde», afirmou Shtayyeh em comunicado. Várias facções palestinianas pronunciaram-se no mesmo sentido, responsabilizando Israel pela morte de Khader Adnan e sublinhando o crime «premeditado e a sangue-frio». Por seu lado, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu uma investigação internacional sobre a morte do prisioneiro e instou o Tribunal Penal Internacional a incluir este caso no processo relativo aos crimes de guerra cometidos por Israel contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Para denunciar «o crime que levou à morte» de Khader Adnan numa prisão israelita, foi declarada, esta terça-feira, uma greve geral que «afecta todos os aspectos da vida», tanto na Faixa de Gaza cercada como na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, indica a Wafa. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. A 2 de Maio último, Khader Adnan, de 44 anos, morreu na cadeia, quase três meses depois de ter iniciado uma greve de fome contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado de imprensa, que a Wafa cita, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», acrescenta a nota. De acordo com os dados divulgados em Junho último pela organização israelita de defesa dos direitos B'Tselem, em Março deste ano, Israel mantinha nas suas prisões 1017 pessoas em regime de detenção administrativa. É preciso recuar duas décadas, até Abril de 2003, para encontrar um número mais elevado de detidos administrativos nas prisões israelitas – 1140 –, referiu a organização. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou a B'Tselem, outra organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. De forma sistemática, presos administrativos entram em greve de fome por tempo indeterminado para chamar a atenção para os seus casos e forçar a sua libertação. Em meados de Agosto, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa». Num comunicado de imprensa, divulgado pela Wafa, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», afirmou o organismo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde 28 de Setembro de 2000 até à data, refere a Comissão, foram detidas mais de 2600 raparigas e mulheres, incluindo quatro que deram à luz na cadeia. No mesmo período, foram emitidas 32 mil ordens de detenção administrativa, a que Israel recorre para manter reclusos nas cadeias sem acusação nem julgamento, com base numa «prova secreta» que nem o advogado do detido pode ver. A Comissão registou um aumento «assinalável» no recurso a este regime, amplamente condenado a nível internacional, contra o qual os presos palestinianos protestam, de forma reiterada, entrando em greve de fome por tempo indeterminado, para exigir a sua libertação e o fim da aplicação da política de detenção referida. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou recentemente a B'Tselem, uma organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No relatório agora publicado, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos refere-se ainda ao recurso à tortura nos cárceres israelitas, bem como aos assassinatos e às «execuções lentas» por falta de cuidados médicos. Denuncia igualmente a «escalada de casos de opressão, abuso e incitação racista» contra os presos palestinianos. De acordo com o organismo, estão actualmente detidos em cadeias israelitas, nos territórios ocupados em 1948, cerca de 5200 palestinianos. Destes, 38 são mulheres e 170 são menores de idade. Há ainda mais de 1250 presos palestinianos em regime de detenção administrativa e 700 reclusos doentes, 24 dos quais com enfermidades oncológicas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado posterior, as Brigadas al-Qassam afirmaram ter capturado «mais de 35 soldados e civis israelitas do colonato sionista de Sderot». A operação desta manhã apanhou de surpresa o Exército da ocupação, o que está a valer múltiplas críticas ao governo de Netanyahu, em Israel. Entretanto, foi declarado o «estado de preparação para a guerra» entre as forças militares israelitas, e o ministro da Defesa, que aprovou o recrutamento de soldados na reserva, declarou o estado de emergência numa faixa de 80 quilómetros em redor da Faixa de Gaza. A agência Wafa já deu conta de bombardeamentos israelitas contra o enclave costeiro nas últimas horas, dos quais resultaram vários mortos. A mesma fonte refere que o Ministério palestiniano da Saúde colocou todas as unidades hospitalares do país em situação de emergência. De acordo com as autoridades de saúde no enclave costeiro, pelo menos 198 pessoas morreram e mais de 1600 ficaram feridas (muitas das quais em estado grave) como consequência dos bombardeamentos israelitas contra a Faixa e Gaza ao longo do dia, refere a Wafa, em retaliação contra o ataque da resistência palestiniana, esta manhã. Por seu lado, a agência Prensa Latina refere-se à morte de uma centena de israelitas e cerca de 900 feridos, no contexto da operação de grande escala da resistência palestiniana, que ocupou diversas localidades e bases militares da ocupação próximas do enclave cercado. Entretanto, a Wafa dá conta de vários ataques da parte de colonos e forças israelitas contra diversas localidades e bairros palestinianos na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas, dos quais resultaram pelo menos um morto e um número indeterminado de feridos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Israel retaliou com a «Operação Espadas de Ferro», com ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza sitiada e, de acordo com a última contagem do Ministério da Saúde palestiniano, 313 habitantes de Gaza morreram na ofensiva, incluindo 20 crianças, enquanto outros 1990 palestinianos ficaram feridos no enclave. Do lado israelita, foram confirmadas até à manhã de hoje cerca de 300 pessoas mortas e 1864 feridas, das quais 19 estão em estado crítico, 326 em estado grave e as restantes em estado moderado ou ligeiro. No ano em que se assinalam os 75 anos da Nakba (catástrofe), «mais de cinco décadas depois de Israel ocupar militarmente a totalidade do território da Palestina histórica», o MPPM lembra que a campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação de Israel se prolonga até hoje. «Em Gaza, de onde partiu esta acção, vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas, descendentes dessas sucessivas vagas de limpeza étnica», alerta o movimento. Apesar de as Nações Unidas o considerarem «impróprio para sustentar a vida humana», desde 2006 que o Estado israelita impõe um «bloqueio criminoso» sobre aquele território. Uma ONG palestiniana e outra israelita acusam Israel de ter trabalhado para «branquear a verdade» sobre os crimes cometidos pelas suas tropas durante os protestos da Grande Marcha do Retorno, em Gaza. Num relatório conjunto, o Centro Palestiniano para os Direitos Humanos (PCHR), sediado em Gaza, e a organização israelita B'Tselem analisam as investigações que Israel diz ter levado a cabo na sequência da repressão exercida pelas forças israelitas sobre os manifestantes que, na Faixa de Gaza, reclamaram o direito de regresso dos refugiados a suas casas. Os protestos conhecidos como Grande Marcha do Retorno começaram a 30 de Março de 2018 e prolongaram-se por mais de um ano e meio. Pelo menos 200 palestinianos foram mortos e 13 500 ficaram feridos – seguindo os números por baixo, uma vez que outras fontes apontam para mais de 300 mortos e cerca de 18 mil feridos, várias dezenas dos quais menores. O vento e a chuva forte que se abateram esta semana sobre Gaza não impediram centenas de manifestantes de participarem, na sexta-feira, na última manifestação de 2019 da Grande Marcha do Retorno. Dezenas de palestinianos foram feridos esta sexta-feira pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, quando participavam na 86.ª manifestação da Grande Marcha do Retorno, perto da vedação com que Israel isola o território palestino, segundo o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Vários dos participantes nas manifestações, segundo o MPPM, foram feridos por balas reais e revestidas de borracha, enquanto dezenas de outros sofreram de asfixia por efeito do gás lacrimogéneo disparado pelas forças de ocupação. Centenas de manifestantes participaram nos protestos apesar das adversas condições climatéricas. A Faixa de Gaza tem sido batida por vento e chuva forte na última semana, com as inundações a porem em risco cerca de 235 mil pessoas nas áreas mais baixas da Faixa de Gaza, segundo um relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) no território palestiniano ocupado. A 30 de Março os palestinianos comemoram o Dia da Terra. Nesse dia, em 1976, no Norte de Israel, foram assassinados seis palestinianos que protestavam contra a expropriação de terras para dar lugar a aldeamentos judaicos. Cerca de 100 outras pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e as grandes manifestações de protesto que, no mesmo dia, ocorreram no território do Estado de Israel. A 30 de Março de 2018 a comemoração atingiu uma dimensão inusitada, ao tornar a celebração deste dia como o primeiro de uma «Grande Marcha do Retorno», uma reclamação do direito de regresso dos refugiados aos seus lares – tal como prescreve a resolução 194 das Nações Unidas – à Palestina histórica, de onde mais de 700 mil pessoas foram expulsas pelas tropas israelitas em 1948, durante a chamada «catástrofe» («Nakba», em árabe). Desde então o protesto repete-se semanalmente, violentamente reprimido pelas forças israelitas, incluindo com o recurso a snipers e fogo real directo. Como resultado, pelo menos 348 palestinos foram mortos em Gaza por fogo israelita desde o início das marchas, a maioria deles durante as manifestações, segundo uma contagem da AFP citada pelo MPPM. Para além disso, o Ministério da Saúde de Gaza regista mais de 18 mil feridos pelas forças repressivas sionistas. Entre as baixas contam-se crianças, mulheres, muitos adolescentes, jornalistas e trabalhadores dos serviços de saúde que tentam socorrer os manifestantes. Em Março, uma missão de averiguação da ONU concluiu que as forças israelitas cometeram violações de direitos humanos na repressão dos manifestantes em Gaza, o que pode constituir crimes de guerra. Os organizadores da Grande Marcha do Retorno anunciaram nesta quinta-feira que os protestos seriam suspensos até Março de 2020, altura em que serão retomados, coincidindo com o seu segundo aniversário e também com o Dia da Terra palestina (30 de Março). A partir daí realizar-se-ão a um ritmo mensal. Além do bloqueio a que sujeita a Faixa de Gaza, na última década Israel lançou três guerras de agressão contra o pequeno território palestino e dezenas de ataques de escala mais limitada, matando milhares de pessoas e causando enormes destruições de casas e infra-estruturas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As duas organizações não governamentais (ONG) acusam Israel de proteger os responsáveis políticos e militares, «em vez de tomar medidas contra as pessoas que conceberam e implementaram a política ilegal de atirar a matar». Israel foi célere a anunciar que estava a investigar os protestos, sobretudo devido aos procedimentos em curso no Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmaram as organizações numa conferência de imprensa, a que a agência WAFA faz referência. Isso deve-se ao princípio da complementaridade do TPI, ou seja, se um Estado «estiver disposto e tiver capacidade» para realizar a investigação e a efectuar, o TPI não intervém. No entanto, não basta declarar que uma investigação está a ser feita; ela tem de ser eficaz, dirigida às altas patentes responsáveis e conduzir a uma acção contra elas, sublinham, acrescentando que isso não ocorre neste caso. «As investigações conduzidas por Israel não são mais do que uma cortina de fumo erguida para proteger do TPI os funcionários responsáveis. Israel não quer e não consegue investigar as violações de direitos humanos perpetradas pelas suas forças durante os protestos da Grande Marcha de Retorno na Faixa de Gaza. Tendo isto em conta, cabe agora ao TPI garantir a responsabilização penal», disseram as duas organizações. «Estas investigações – tal como as levadas a cabo pelo sistema de aplicação da lei militar noutros casos em que soldados causaram danos aos palestinianos – fazem parte do mecanismo de branqueamento de Israel, e o seu principal objectivo continua a ser silenciar as críticas externas, para que Israel possa continuar a implementar sua política sem mudanças», lê-se no portal da B'Tselem. A mudança da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém fica associada a um «Dia de Raiva» na Palestina. Na Faixa de Gaza cercada, os franco-atiradores israelitas massacram os manifestantes. Quando o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a intenção de mudar a Embaixada do seu país de Telavive para essa cidade, ficou claro que tal passo constituía uma declaração de apoio ao Estado de Israel e à sua política de ocupação e repressão na Palestina, nomeadamente em Jerusalém. Várias organizações têm denunciado o número crescente de ameaças em locais religiosos não-judaicos, na cidade, bem como a intensificação do plano de «judaização» de Jerusalém Oriental, com o aumento da construção de colonatos e a expulsão da população palestiniana de suas casas, que são muitas vezes demolidas. Declarada por Israel como sua capital, Jerusalém tem o estatuto, reconhecido pelas Nações Unidas, de cidade ocupada, sendo Israel a potência ocupante (desde 1967). Os palestinianos querem-na como sua capital e quem apoia a solução dos «dois estados» reconhece que o Estado da Palestina tem em Jerusalém Oriental a sua capital. Logo em Dezembro, foi generalizado o repúdio internacional pela decisão da administração norte-americana e, a 21 desse mês, materializou-se na aprovação, por esmagadora maioria, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução que rejeita essa decisão e insta todos os estados-membros a não estabelecerem missões diplomáticas em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980. Esse repúdio face ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel também se fez sentir no interior de Israel, onde académicos, antigos embaixadores e defensores da paz enviaram uma carta a um representante de Trump, seguntou reportou o periódico Haaretz. Inicialmente, não ficou explícito que a concretização da mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém estaria associada ao 70.º aniversário da criação do Estado de Israel, que hoje se assinala, e que teria lugar na véspera da Nakba – a limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas e pelo Estado de Israel, em que mais de 750 mil palestinianos foram expulsos das suas casas e terras –, uma «catástrofe» que todos os anos os palestinianos marcam a 15 de Maio. Na visita que efectuou em Janeiro a Israel, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, afirmou que essa mudança deveria ocorrer no final de 2019. No entanto, a 23 de Fevereiro, o Departamento de Estado anunciou a antecipação da mudança para 14 de Maio, o que foi encarado pelos palestinianos como mais uma acção de «provocação». Em protesto contra a mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém, os palestinianos chamaram «Dia de Raiva» a este 14 de Maio. Nos territórios ocupados da Cisjordância, há notícia de mobilizações pelo menos em Ramallah e Hebron. Mas a grande mobilização está a ter lugar na Faixa de Gaza cercada, junto às vedações que enclausuram perto de 2 milhões de palestinianos – 80% dos quais são descendentes de refugiados – no pequeno enclave. De acordo com a PressTV, as forças militares israelitas, que reforçaram a sua presença tanto em redor de Gaza como na Margem Ocidental ocupada –, esperavam que 100 mil pessoas se manifestassem nos pontos habituais, hoje, dia da mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém. «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados» Sobre o culminar dos protestos pacíficos da Grande Marcha do Retorno, que se iniciaram a 30 de Março, o ministro israelita da Educação, Naftali Bennet, do partido de extrema-direita Lar Judaico, disse a uma rádio israelita que a vedação seria encarada como uma «Muralha de Ferro» e que quem se aproximasse dela seria tratado como um «terrorista», refere a PressTV. A mesma fonte indica ainda que a Força Aérea israelita lançou panfletos sobre a Faixa de Gaza, ontem e hoje, para demover os manifestantes de se aproximarem da vedação, mas sem sucesso, já que estes, segundo refere a Al Jazeera, têm estado a tentar atravessá-la, «defendendo o seu direito ao regresso, ao retorno, aconteça o que acontecer». Um membro do comité organizador da Grande Marcha do Retorno disse à Al Jazeera que, ao tentarem atravessar a vedação, «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados». Os franco-atiradores responderam de forma brutal, matando mais de quatro dezenas de pessoas que se manifestavam perto da vedação e ferindo perto de 2000, até ao momento. De acordo com a organização, os protestos de hoje e os que estão previstos para amanhã – dia da Nakba – devem ser os mais massivos, sendo o ponto culminante das sete semanas de mobilizações, fortemente reprimidas pelas forças israelitas, junto à vedação com a Faixa de Gaza. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Apesar dos milhares de feridos palestinianos resultantes da política de «atirar a matar» e de mais de centena e meia ter ficado sem membros inferiores ou superiores – as tropas israelitas usaram balas explosivas, as chamadas butterfly bullets, que se expandem no contacto com o corpo, provocando danos severos nos tecidos, nos ossos, nas veias –, nenhum destes casos foi investigado. Sem explicação, os militares decidiram investigar apenas os casos em que palestinianos foram mortos. Dos 234 casos recebidos pelos procuradores do Exército, foi completa a revisão de 143 e um deles, o da morte do adolescente Othman Hiles, de 14 anos, levou à condenação de um soldado por «abuso de autoridade ao ponto de pôr em risco a vida e a saúde». Foi condenado a um mês de serviço comunitário. No seu portal, a B'Tselem sublinha que «a conduta de Israel respeitante à investigação dos protestos em Gaza não é nova nem surpreendente», e recorda o que se passou depois da Operação Chumbo Fundido, em 2009, e da Operação Margem Protectora, em 2014. «Então, também, Israel desrespeitou o direito internacional, recusou-se a reformar a sua política apesar dos resultados letais e desviou as críticas prometendo investigar a sua conduta. Então, também, nada resultou dessa promessa», afirma. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por outro lado, entre Março de 2018 e Dezembro de 2019, uma série de manifestações pacíficas designadas Grande Marcha do Retorno foram brutalmente reprimidas pelo exército de Israel, contabilizando-se 223 mortos e mais de nove mil feridos, sob o silêncio da comunidade internacional. «Os assaltos das forças de ocupação israelita às povoações e campos de refugiados palestinos, assim como a violência dos colonos e as prisões arbitrárias são o quotidiano com que os palestinos, homens e mulheres, jovens e menos jovens diariamente se confrontam», lembra o MPPM, salientando que, até este sábado, pelo menos 247 palestinianos, sobretudo jovens, foram mortos pelas forças israelitas e por colonos. Neste sentido, insiste que a paz no Médio Oriente e a solução da questão palestiniana «passam necessariamente por um desenlace que respeite os direitos inalienáveis» do povo palestiniano a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados. O MPPM rejeita os «lamentos» daqueles que «hipocritamente condenam as acções violentas de resistência dos oprimidos e se calam desde há décadas (ou pior, colaboram) perante a violência da ocupação», e entre os quais se encontra o Governo português. «Israel tem o direito de se defender. Estes ataques nada resolverão, contribuindo apenas para piorar a situação na região. Estamos solidários com Israel e oferecemos condolências pelas vítimas.», disse o ministro João Gomes Cravinho, este sábado, na rede social X. O governo palestiniano denunciou junto da ONU o assassinato de 44 menores, este ano, por soldados israelitas. Neste contexto, reclamou protecção para a infância e a responsabilização de Telavive. Numa carta enviada esta segunda-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu protecção especial urgente para as crianças palestinianas, informa a agência Wafa. Mahmoud Samoudi, de 12 anos, foi, ontem, a vítima mortal mais recente das forças israelitas, não resistindo aos ferimentos quase duas semanas depois de ter sido atingido por uma bala no abdómen, durante uma operação militar na cidade de Jenin (Norte da Cisjordânia ocupada). Só nos últimos dias, «Israel, a potência ocupante, matou cinco crianças e jovens palestinianos, incluindo Adel Adel Daud (14 anos), Mahdi Ladadwa (17), Mahmoud Sous (17), Fayez Khaled Damdoum (17) e Ahmad Draghmeh (19)», indica o texto das autoridades palestinianas. Até 10 de Dezembro, 86 crianças foram mortas nos territórios ocupados da Palestina, fazendo de 2021 o ano mais mortífero para elas desde 2014, segundo os registos de uma organização não governamental. As forças israelitas mataram 76 crianças palestinianas este ano – 61 na Faixa de Gaza cercada e 15 na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Civis israelitas armados mataram duas crianças palestinianas na Cisjordânia, revela o relatório agora publicado pela Defense for Children International – Palestine (DCIP). A estas 78 crianças juntam-se sete que foram mortas por foguetes disparados incorrectamente por grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza, e uma outra que foi morta por uma munição não detonada, cujas origens a ONG não conseguiu determinar. «Nos termos do direito internacional, a força letal intencional só se justifica em circunstâncias em que esteja presente uma ameaça directa à vida ou de ferimentos graves. No entanto, investigações e provas recolhidas pelo DCIP sugerem que as forças israelitas utilizam regularmente força letal contra crianças palestinianas em circunstâncias que podem equivaler a execuções extrajudiciais ou intencionais», lê-se relatório, traduzido pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM. Durante os 11 dias do ataque militar israelita à Faixa de Gaza, em Maio de 2021, naquilo que ficou conhecido como Operação Guardião dos Muros, as forças israelitas mataram 60 crianças palestinianas, segundo os dados recolhidos pela DCIP. «Aviões de guerra israelitas e drones armados bombardearam áreas civis densamente povoadas, matando crianças palestinianas que dormiam nas suas camas, brincavam nos seus bairros, faziam compras nas lojas perto das suas casas e celebravam o Eid al-Fitr [festa no fim do Ramadão] com as suas famílias», disse Ayed Abu Eqtaish, director do programa de responsabilização da DCIP. «A falta de vontade política da comunidade internacional para responsabilizar os funcionários israelitas garante que os soldados israelitas continuarão a matar ilegalmente crianças palestinianas com impunidade», acrescentou. A DCIP lembra que o direito humanitário internacional proíbe ataques indiscriminados e desproporcionados, e exige que todas as partes num conflito armado façam a distinção entre alvos militares, civis e objectos civis. O pico mais recente de assassinatos de crianças ocorrera em 2018, quando forças israelitas e colonos mataram crianças palestinianas a um ritmo médio superior a uma por semana (57). A maioria dessas mortes ocorreu durante os protestos da Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza, refere o organismo. De acordo com os dados da DCIP, foram mortas 2196 crianças palestinianas, desde 2000, em resultado da presença de militares e de colonos israelitas nos territórios ocupados da Palestina. A Defense for Children International – Palestine é uma das seis organizações de direitos humanos que Israel pretende silenciar, lembra o MPPM, sublinhando que a medida tem merecido a condenação generalizada a nível internacional e foi denunciada pelo MPPM a 29 de Outubro último. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A carta afirma que as forças de ocupação estão a utilizar «a política infame de atirar a matar» – de que resultou a morte de centenas de crianças palestinianas –, ao apontarem «deliberadamente» para a parte superior dos seus corpos. «Israel dispara deliberadamente contra os menores palestinianos com o objectivo declarado de os matar e mutilar, negando-lhes o direito à vida», lê-se no texto, sublinhando que «as crianças jamais devem ser mortas ou mutiladas», bem como a necessidade de medidas urgentes para as proteger da «escalada dos crimes israelitas». Neste sentido, o governo palestiniano exigiu medidas contra Telavive, destacando que as «evidências dos seus crimes crescentes contra as crianças palestinianas são, sem dúvida alguma, esmagadoras», violando o direito internacional e as resoluções que constituem a base da protecção das crianças nos conflitos armados. «A protecção das crianças é a maior obrigação moral, legal e política da humanidade», frisa o documento, no qual se pede à comunidade internacional que «ponha fim a este pesadelo intolerável que as nossas crianças vivem diariamente» e que tome medidas para responsabilizar Israel «pelos seus crimes horrendos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Os que há décadas convivem com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos do povo palestino, não têm autoridade moral para hoje se queixarem das tempestades que provocaram», defende o MPPM. Certo de que a violência poderá alastrar-se a todo o Médio Oriente, o movimento recorda que Israel, «com o apoio dos países "ocidentais" e em primeiro lugar dos Estados Unidos da América», é a maior potência militar da região e a única a dispor de armas nucleares. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em simultâneo, revela a Wafa, têm-se registado múltiplas agressões e raides, da parte de colonos e forças istraelitas, na Margem Ocidental ocupada. Pelo menos cinco palestinianos foram ali mortos nas últimas 24 horas, em vários pontos do território ocupado. A operação israelita de larga escala segue-se à operação, lançada no sábado de manhã, por forças da resistência palestiniana na Faixa de Gaza, onde o Hamas é o elemento predominante. Segundo foi revelado então, a ala militar do Hamas lançou pelo menos 5000 rockets para aquilo que é hoje Israel. As forças da resistência derrubaram, em vários pontos, a vedação que cerca o território e atacaram os colonatos em redor por terra, mar e ar. Pelo menos 700 israelitas foram mortos nessa operação que alguma imprensa israelita classificou como «nunca vista» e mais de cem foram feitos prisioneiros, incluindo militares de alta patente. No domínio político-mediático da «comunidade internacional», o mundo predominantemente ocidental e branco, as vozes sobre «A Guerra» (só havia uma e mais nenhuma: a da Ucrânia) silenciaram-se e, nas fachadas das praças de capitais como Nova Iorque, Berlim ou Bruxelas, as bandeiras da Ucrânia foram substituídas pelas de Israel. Desde o Mandato Britânico que os palestinianos são sujeitos à opressão, que se intensificou com a construção, nas suas terras, do Estado de Israel, erguido à custa das forças paramilitares que expulsaram os palestinianos de suas casas e os mataram ou meteram em guetos. A campanha de limpeza étnica então iniciada mantém-se até hoje, sob um regime de apartheid, por via do saque de territórios e de recursos, a destruição de casas, escolas e outras infra-estruturas, e a expulsão dos palestinianos das terras onde vivem. De forma sistemática, as forças israelitas bombardeiam a Faixa de Gaza, que mantêm fechada e cercada num férreo bloqueio, com mais de dois milhões de pessoas a viver em condições insalubres, sem luz, água potável, mas «a comunidade internacional» projecta as suas bandeiras nos edifícios das suas praças quando a Palestina – reduzida ao Hamas – se ergue e rompe o cerco. Entretanto, no enorme campo de deslocados que é Gaza, cerca de 70 mil pessoas procuraram refúgio dos bombardeamentos nas 64 escolas operadas pela UNRWA – a agência da ONU para os refugiados palestinianos no Médio Oriente. Em comunicado, a UNRWA confirmou que dois alunos em escolas que opera em Khan Younis e Beit Hanoun se encontram entre os mortos. Pelo menos três escolas da organização sofreram danos provocados pelos bombardeamentos, acrescenta o texto. A UNRWA sublinhou que os civis devem ser sempre protegidos, também em período de guerra, e apelou a um cessar-fogo imediato e ao fim da violência em todo o lado. A operação das forças da resistência em território israelita continua. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Foram muitas décadas em que a União Europeia, incluindo o Governo português, toleraram a quotidiana violação por Israel de inúmeras resoluções da ONU, do direito internacional e do direito internacional humanitário, pactuando com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos destas populações. Quem pactuou com estes crimes não tem, hoje, «autoridade moral para se queixarem das tempestades que provocaram», acrescenta o MPPM. Por todos estes motivos, o MPPM e a CGTP-IN, ao lado do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) decidiram convocar o acto público de solidariedade com o povo palestino (11 de Outubro, às 18h, na Praça do Martim Moniz), «pelo seu direito a resistir à ocupação, pelo reconhecimento dos seus direitos inalienáveis a uma pátria livre, independente e soberana, pelo direito de regresso dos refugiados, e também por uma paz justa e duradoura no Médio Oriente». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Entretanto, o portal The Cradle refere que a passagem fronteiriça de Rafah entre a Faixa de Gaza e o Egipto foi bombardeada duas vezes pela aviação israelita, de modo «a tornar impossível a entrega de qualquer ajuda humanitária» e a colocar em efeito o «cerco total» que o ministro israelita da Defesa, Yoav Gallant, havia anunciado, quando disse que estavam «a lutar contra animais e a agir em consonância». A mesma fonte indica que mais de mil israelitas foram mortos e cerca de 130 foram feitos prisioneiros e levados para Gaza na ofensiva palestiniana iniciada no sábado. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Entretanto, o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) emitiu um comunicado em que dá conta do desaparecimento, desde sábado, dos jornalistas palestinianos Nidal al-Wahidi e Haitham Abdelwahid. Eram ambos fotógrafos e trabalhavam para diversos meios de comunicação. Israel tem um longo historial de assassinato de jornalistas palestinianos que cobrem as atrocidades cometidas pelas suas forças nos territórios ocupados. De acordo com um relatório emitido pelo CPJ em Maio último, as forças israelitas mataram pelo menos 20 jornalistas nos últimos 22 anos – 18 dos quais palestinianos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As «forças sãs» em Israel, «judeus e árabes», devem erguer as suas vozes de uma forma clara contra qualquer tentativa de incitar à violência contra grupos ou que façam justiça pelas próprias mãos, especialmente os que vivem «nas cidades comuns e nas aldeias não reconhecidas» de Al-Naqab/Negev. «Temos de promover actividades conjuntas que lutem por uma vida normal, sem ocupação, discriminação ou supremacia étnica». «Devemos lutar pela paz, pela igualdade e pela verdadeira democracia para todos», referem os comunistas, que participam na aliança Hadash, uma coligação que junta o PCI e vários grupos de esquerda em Israel (incluindo as panteras negras e movimentos de árabes seculares) que elegeu cinco deputados em 2022. O CPI expressou ainda a sua preocupação com «possíveis acções de retaliação contra cidadãos palestinianos em Israel»: estas pessoas já pagaram «um preço demasiado elevado pela negligência com que o Estado de Israel os trata». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Depois da manifestação realizada no passado dia 11 de Outubro, convocada pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e a CGTP-IN, juntar centenas de pessoas na luta pela «paz no Médio Oriente», as mesmas organizações estão a agendar novos protestos na defesa dos direitos do povo palestiniano. Até ao momento, estão marcados actos com o lema «Fim à Agressão a Gaza, Paz no Médio Oriente» para o Porto, hoje, às 18h, na Praceta da Palestina, em Lisboa, dia 18 às 18h, no Martim Moniz, e em Évora, dia 19 às 18h, no Largo Camões. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A criação da AP implicava a neutralização das verdadeiras reivindicações palestinas à terra (incluindo o direito de regresso dos refugiados palestinos, estabelecido pela resolução 194 da ONU em 1948) e, ao mesmo tempo, permitia ao Estado israelita alterar os «factos no terreno» através da criação de cada vez mais assentamentos ilegais. Além disso, após a Segunda Intifada (2000-2005), Israel cortou o requisito de «passagem segura» de Oslo, que permitia aos palestinos de Jerusalém Oriental, Gaza e Cisjordânia viajar através destas zonas. Em 2005, Israel anulou os Acordos de Oslo, embora a classe política palestina continuasse ligada a eles como a única esperança de criação do Estado da Palestina (mesmo que fosse um pequeno fragmento da Palestina histórica). A realidade da «solução dos dois Estados» foi desaparecendo à medida que os assentamentos aumentavam na Cisjordânia, que o controle palestino sobre Jerusalém Oriental era cada vez mais absorvido por Israel, que o direito de regresso era posto de lado e que Gaza era bombardeada quase todos os anos. Neste contexto, vários intelectuais importantes palestinos começaram a levantar a questão da «solução de um Estado», com um Estado israelita-palestino baseado numa ideia de cidadania não-étnica, secular e democrática. Em 2021, a maioria dos estudiosos da região afirmava que os factos mostram que Israel é «uma realidade de um Estado único semelhante ao apartheid». A ideia de que Israel é um Estado de apartheid está agora bem estabelecida nos documentos das Nações Unidas e nos relatórios de direitos humanos. Esta avaliação demonstra duas coisas: primeiro, que Israel e o Território Palestino Ocupado já são «um Estado» e, segundo, que é um Estado de apartheid, com os palestinos numa categoria de segunda classe. Os defensores da «solução de um só Estado» argumentam que a realidade de um Estado único exige atualmente uma cidadania igual para todos os que vivem em Israel/Palestina. A atual classe política israelita recusa-se a aceitar a ideia de um Estado único democrático e secular, porque está agarrada a um projeto etno-nacionalista de um «Estado judeu» que elimina a possibilidade de cidadania plena para os cristãos e muçulmanos palestinos. «A criação da AP implicava a neutralização das verdadeiras reivindicações palestinas à terra (incluindo o direito de regresso dos refugiados palestinos, estabelecido pela resolução 194 da ONU em 1948) e, ao mesmo tempo, permitia ao Estado israelita alterar os «factos no terreno» através da criação de cada vez mais assentamentos ilegais.» Se a «solução de dois Estados» já não é prática e se a «solução de um Estado» é bloqueada pela classe política israelita, então tudo o que resta a Netanyahu e aos outros é a «solução de três Estados». Esta é a solução que procura retirar grande parte da população palestina de Jerusalém Oriental, de Gaza, da Cisjordânia, e talvez mesmo do interior das linhas de Israel de 1948, e enviá-la para os três Estados do Egito, Jordânia e Líbano. As escavadoras que vêm atrás dos tanques em Gaza estão tentando empurrar os refugiados palestinos (70% deles são descendentes dos que foram enviados para Gaza na Nakba [«Catástrofe»] de 1948) através do cruzamento de Rafah para a Península do Sinai, no Egito. Esta «solução de três Estados» é precisamente uma limpeza étnica, um crime à luz do direito internacional. Durante décadas, a classe política israelita tem estado disposta a conduzir políticas genocidas – incluindo o atual bombardeio de Gaza – para facilitar o seu projeto de Estado de apartheid étnico-nacional, que exige o apagamento dos palestinos e da Palestina. Em 2014, após a Operação Margem Protetora de Israel, o Gabinete do Procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) abriu uma investigação sobre a situação na Palestina. Esta investigação não deu em nada. Durante o atual ataque a Gaza, o procurador Karim A. A. Khan foi até ao cruzamento de Rafah e afirmou que o bloqueio de Israel à ajuda humanitária em Gaza pode constituir um crime nos termos da jurisdição do TPI. Na verdade, o facto de existir apartheid já é um crime nos termos do Estatuto de Roma de 2002, que originou o TPI. Tanto a «realidade de um Estado único semelhante ao apartheid» como a «solução de três Estados» de limpeza étnica são crimes graves que exigem investigação. Será que Khan pedirá aos juízes do TPI que emitam mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e os seus colegas? Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A declaração de Guterres, feita com uma voz calma, no entanto, afastou-se do sentimento de desconsideração que caracteriza as declarações dos líderes europeus e norte-americanos – muitos dos quais correram para Tel Aviv para ficar ao lado do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e prometer seu apoio total a Israel. A história é importante. Guterres disse que os problemas que agora afligem os palestinos de Gaza não começaram em 7 de outubro, quando o Hamas e outras facções palestinas romperam a barreira de segurança do apartheid e atacaram os assentamentos que fazem fronteira com Gaza. A sua declaração sobre a situação nas últimas décadas é factual, baseada em milhares de páginas de relatórios e resoluções da ONU: «É importante também reconhecer que os ataques do Hamas não aconteceram num vácuo. O povo palestino foi submetido a 56 anos de uma ocupação sufocante. Eles viram suas terras serem constantemente devoradas por assentamentos e assoladas pela violência; sua economia foi sufocada; seu povo foi deslocado e suas casas demolidas. As suas esperanças numa solução política para sua situação estão desaparecendo». A imagem da «ocupação sufocante» é totalmente precisa. Depois de Guterres fazer essas observações, as autoridades israelitas – como que por impulso – exigiram a renúncia do secretário-geral da ONU. O representante permanente de Israel na ONU, Gilad Erdan, acusou Guterres – de forma absurda – de «justificar o terrorismo». Dizendo que Guterres «mais uma vez distorce e distorce a realidade», Erdan observou que o seu governo não permitiria que o chefe de ajuda humanitária da ONU, Martin Griffiths, cruzasse a fronteira de Rafah com Gaza para supervisionar a distribuição de auxílio. «Em que mundo você vive?», perguntou o Ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, a Guterres. Enquanto isso, no Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos vetaram resoluções para um cessar-fogo, enquanto a China e a Rússia vetaram uma resolução dos EUA que dizia que Israel tinha o direito de se defender e que o Irão deveria interromper a exportação de armas. Os Estados Unidos politizaram profundamente a atmosfera na ONU, usando as suas próprias resoluções para angariar apoio – sem sucesso – para Israel, enquanto atacavam os palestinos (e, de maneira bizarra, o Irão) no processo. Os Estados Unidos nunca foram um árbitro imparcial na região, dada a sua estreita ligação com Israel desde, pelo menos, a década de 1960. Bilhões de dólares em armas vendidas a Israel, bilhões de dólares em ajuda a Israel e declarações esporádicas a favor de Israel definiram o relacionamento entre Washington e Tel Aviv. Durante todas as negociações entre palestinos e israelitas, os Estados Unidos fizeram um jogo de duplicidade: fingiram ser neutros, mas, na verdade, usaram o seu imenso poder para neutralizar os palestinos e fortalecer Israel. Os Acordos de Oslo, que levaram à criação de um bantustão impotente administrado pela Autoridade Palestina, foram negociados com os Estados Unidos com as suas mãos na caneta. Oslo levou à criação de um processo que resultou no desgaste do controle palestino sobre Jerusalém Oriental e a Cisjordânia, bem como no estrangulamento dos palestinos em Gaza – tudo isso combinado é a «ocupação sufocante» de que Guterres falou. Desde 2007, quando as tropas israelitas deixaram Gaza e depois a cercaram com muros terrestres e marítimos que transformaram o território na maior prisão a céu aberto do mundo, Israel bombardeia rotineiramente os palestinos que vivem lá. Cada vez que há um bombardeamento, um pior do que o outro, o governo dos Estados Unidos dá total apoio a Israel e reequipa-o durante o bombardeamento. «Os Acordos de Oslo, que levaram à criação de um bantustão impotente administrado pela Autoridade Palestina, foram negociados com os Estados Unidos com as suas mãos na caneta.» Os pedidos de cessar-fogo foram bloqueados por Washington no Conselho de Segurança da ONU desde o destrutivo bombardeamento de Gaza chamado Operação Chumbo Fundido (2008-09). Desta vez, na hora certa, os Estados Unidos deram apoio diplomático a Israel, com o presidente americano Joe Biden indo a Tel Aviv e com os Estados Unidos chegando ao ponto de adotar uma mentira flagrante de que Israel não bombardeou o Hospital Árabe al-Ahli na Cidade de Gaza em 17 de outubro. Antes de Biden chegar a Israel, os Estados Unidos enviaram dois grandes grupos de batalha naval para o leste do Mediterrâneo – dois porta-aviões, o USS Dwight D. Eisenhower e o USS Gerald Ford, com suas embarcações de apoio em dois grupos de ataque. Desde então, os EUA transferiram sistemas de defesa antimísseis para a região para fortalecer as forças armadas israelitas. O deslocamento dessas forças vem acompanhado de bilhões de dólares gastos anualmente pelos EUA para armar Israel, incluindo 15 bilhões de dólares em assistência militar extra durante esse período recente. Essas guerras não são apenas as guerras de Israel. São as guerras de Israel e dos Estados Unidos, com os seus aliados ocidentais a reboque. Enquanto isso, os Estados Unidos enviaram oficiais militares de alta patente para trabalhar em estreita colaboração com os generais israelitas. Um desses oficiais é o tenente-general de três estrelas da Marinha, James Glynn, que foi enviado para «ajudar os israelitas com os desafios de lutar numa guerra urbana». Glynn e outros estão na cadeia de comando militar israelita, não para tomar decisões por Israel, mas para auxiliá-los. Glynn fez parte da Operação Inherent Resolve dos EUA contra o Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS) nos anos que se seguiram a 2014, quando os Estados Unidos bombardearam Mossul e Raqqa (Iraque) para expulsar o ISIS dessas cidades. Como que para ressaltar a experiência de Glynn em Mossul e Raqqa, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, disse ao ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, que ele próprio havia participado da Operação Inherent Resolve em 2016-2017, quando Austin chefiava o Comando Central dos EUA. Os comentários de Austin e o destacamento de Glynn para Israel são uma antecipação da guerra terrestre que se espera contra Gaza. «A primeira coisa que todos devem saber», disse Austin à ABC News, «e acho que todos sabem, é que o combate urbano é extremamente difícil». O governo dos EUA reconheceu que a Cisjordânia é um território «ocupado», mas continua a pugnar por questões como a capital em Jerusalém. Israel proíbe festejos pela libertação de presos palestinianos. «É um facto histórico que Israel ocupou a Cisjordânia, a Faixa de Gaza e os montes Golã depois da guerra de 1967», disse esta quinta-feira o porta-voz da diplomacia norte-americana, Ned Price. O responsável político do governo de Joe Biden falava no âmbito da apresentação do relatório anual sobre direitos humanos, reiterando que esta é uma «posição antiga de governos precedentes», tanto democratas como republicanos. Ned Price declarou ainda que a actual da administração dos EUA, ao contrário do que defendia Donald Trump, pugna pela solução de dois estados para Israel e a Palestina. Na última quinzena de Fevereiro, entre ataques repetidos dos colonos, as forças israelitas detiveram 158 palestinianos e feriram 17, revelou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. O relatório quinzenal «Protecção de Civis» do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês), referente ao período de 16 de Fevereiro a 1 de Março, dá conta de 17 palestinianos feridos pelas forças israelitas. Entre estes, conta-se um rapaz de 16 anos baleado enquanto caminhava perto do Muro na aldeia de Saffa (província de Ramallah). Outros sete outros foram feridos em protestos contra o estabelecimento de um posto avançado de colonatos em Beit Dajan (Nablus) e contra a expansão dos colonatos em Kafr Qaddum (Qalqiliya), refere o MPPM (Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente). A mesma fonte indica que dois palestinianos foram feridos em confrontos durante operações de busca e detenção no campo de refugiados de ad-Duheisha (Belém) e na aldeia de Abu Shukheidim (Ramallah). Outros três palestinianos, incluindo um homem idoso e uma criança, foram agredidos fisicamente por forças israelitas em Huwwara (Nablus) e an-Nuwei'ma (Jericó). Para além disso, na última quinzena de Fevereiro, as forças israelitas efectuaram 184 operações de busca e captura, e prenderam 158 palestinianos em toda a Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Na Faixa de Gaza cercada, em pelo menos 29 ocasiões as forças israelitas abriram fogo de aviso perto da vedação que cerca o território ou ao largo da costa, presumivelmente para impor restrições de acesso. Também arrasaram terras perto da vedação noutras duas ocasiões, refere o relatório. Alegando a falta de licenças de construção – muito difíceis de obter –, as forças israelitas demoliram ou apreenderam pelo menos 35 estruturas palestinianas, deslocando 98 pessoas, 53 das quais eram crianças, e afectando mais outras 60. No dia 22 de Fevereiro, as autoridades israelitas confiscaram 18 estruturas residenciais e para animais em Humsa – al-Bqai'a, a maioria das quais tinha sido fornecida como resposta humanitária às demolições e confiscos anteriores; dez famílias, compreendendo mais de 60 pessoas, incluindo 36 crianças, foram novamente deslocadas. Colonos israelitas apredejaram e feriram um rapaz palestiniano de 17 anos em Sheikh Jarrah (Jerusalém Oriental) e danificaram várias propriedades palestinianas, incluindo veículos e árvores. O organismo da ONU registou ainda casos de apedrejamento de viaturas de palestinianos quando estes viajavam perto da Cidade Velha de Jerusalém e perto do colonato de Yitzhar (Nablus). Em Ramallah, em três incidentes distintos, vários carros estacionados perto do colonato de Shilo e dois camiões em Ein Samiya e Kafr Malik foram também vandalizados. Na Cidade Velha de Hebron (al-Khalil), colonos israelitas tentaram invadir casas palestinianas e, noutros quatro incidentes atribuídos a colonos em Nablus, casas foram apedrejadas e um reservatório de água foi danificado em Asira al-Qibliya; vedações em torno de terras agrícolas foram vandalizadas em Burin; sete ovelhas foram roubadas em Jalud; e oliveiras novas foram arrancadas em Beit Dajan e Qaryut. Os palestinianos relataram ainda que colonos israelitas tentaram tomar posse de terras palestinianas em al-Baqa'a (Hebron) e atacaram pastores em Kisan e um dono de loja em Husan (duas aldeias em Belém), roubando-lhe dinheiro, refere a fonte. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Não obstante, volta a não constar a referência aos territórios ocupados no título que trata esta secção do relatório, como acontecia em administrações anteriores à de Donald Trump. Aliás, foi inserido um parágrafo no documento a explicar que as palavras usadas «não reflectem uma posição sobre nenhuma das questões relacionadas ao status final a ser negociado pelas partes no conflito, em particular as fronteiras específicas da soberania israelita em Jerusalém, ou as fronteiras entre Israel e um futuro estado palestiniano». Aliás, os EUA continuam a defender as decisões, tomadas em 2017 e 2019, que afrontaram o direito internacional, de que Jerusalém é capital de Israel e que este é soberano sobre os montes Golã. E Price evitou responder aos jornalistas sobre se os colonatos israelitas são ilegais. Soldados israelitas invadiram, esta quarta-feira, a casa de Ghazi Kanaan, em Ras al-Amoud, ameançando voltar a detê-lo quando se passavam 24 horas sobre a sua libertação, depois de ter cumprido uma pena de prisão de 11 anos, por se ter oposto à ocupação militar do seu país, como explica a agência WAFA. Na primeira quinzena de Março, as forças israelitas demoliram ou confiscaram 26 estruturas palestinianas, na maioria casas, informou o Gabinete para a Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU. O relatório quinzenal «Protecção de Civis» do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês), referente ao período compreendido entre 2 e 15 de Março, dá conta da demolição ou apreensão de 26 estruturas propriedade de palestinianos na Margem Ocidental e em Jerusalém Oriental ocupadas. Em resultado destas acções, 42 pessoas foram desalojadas (24 das quais crianças) e outras 120 foram afectadas. Dezassete das estruturas e todos os casos de desalojados foram registados na chamada Área C, inteiramente sob controlo militar israelita, revelou o organismo das Nações Unidas. Dois edifícios foram demolidos na aldeia de Ein Shibli, na região de Nablus, deixando sem tecto 17 pessoas. As autoridades de ocupação basearam-se na ordem militar 1797, que lhes permite demolir edifícios e estruturas no espaço das 96 horas subsequentes a uma «ordem de remoção». Os outros casos de desalojamento verificaram-se como consequência da demoliação de quatro casas nas comunidades de at-Tuwani e Khallet Athaba (Hebron/al-Khalil), e em Beit Jala (Belém). As autoridades de ocupação israelitas aprovaram, no sábado, um plano para confiscar grandes extensões de terra na província de Belém, na Cisjordânia ocupada, noticiou a agência WAFA. Hasan Brejiyeh, director do Gabinete da Resistência ao Muro e à Colonização da Palestina, disse à agência que as terras a serem confiscadas se localizam nas imediações do colonato ilegal de Beitar Illit e que serão utilizadas para a abertura de estradas reservadas a colonos e para a construção de novas unidades habitacionais para a população dos colonatos judaicos. Existem mais de 700 mil colonos israelitas a viver em colonatos espalhados pela Margem Ocidental ocupada, em violação do direito internacional, particularmente da Quarta Convenção de Genebra, que proíbe expressamente a deslocação da população civil da nação ocupante para as terras dos ocupados, lembra a WAFA. De acordo com a organização israelita de direitos humanos B'Tselem, Israel tem recorrido a um complexo mecanismo jurídico e administrativo para controlar mais terras palestinianas na Cisjordânia. O principal instrumento utilizado é declarar a terra como «terra do Estado». Este processo, aponta a agência palestiniana, começou em 1979 e baseia-se numa implementação manipuladora da Lei das Terras Otomanas de 1858. Outros métodos usados por Israel para se apropriar da terra incluem o confisco para necessidades militares, a declaração de terras como «bens abandonados» e a expropriação de terras para «necessidades públicas». No seu portal, o MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente, faz referência a um extenso relatório, publicado recentemente pela B’Tselem e outra ONG israelita, Kerem Navot, que escrutina a apropriação por Israel de terras palestinianas na Cisjordânia ocupada, intitulado «This Is Ours – And This, Too: Israel’s Settlement Policy in the West Bank» (Isto é Nosso – E Isto, também: A Política de Colonização de Israel na Cisjordânia). No sumário, afirma-se que «Israel está a impor um regime de supremacia judaica em toda a área compreendida entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo». Acrescenta-se que «o facto de a Margem Ocidental não ter sido formalmente anexada» não impede as autoridades de ocupação israelitas de «a tratarem como se fosse território seu». O documento aborda os «mecanismos financeiros, legais e de planeamento que as autoridades israelitas têm vindo a empregar há mais de meio século para permitir o estabelecimento e a expansão dos colonatos e a sua sustentação». Centra-se em dois aspectos-chave. Em primeiro lugar, o esforço do Estado de Israel, a vários níveis, para encorajar os judeus a mudarem-se para os colonatos. «O Estado oferece uma série de benefícios e incentivos aos colonos e aos colonatos», que «explicam em parte o rápido crescimento populacional nos grandes colonatos ultra-ortodoxos na Cisjordânia – Modi'in Illit e Beitar Illit», refere o texto. São também oferecidos benefícios e incentivos às zonas industriais na Cisjordânia ocupada, que «levam a um crescimento consistente do número de fábricas». Além disso, Israel encoraja os judeus «a criarem novos postos avançados, que funcionam como explorações agrícolas e provocam a apropriação extensiva de terras agrícolas e de pastagens palestinianas». Em segundo lugar, o relatório analisa o «impacto espacial de dois blocos de colonatos que atravessam a Cisjordânia». Um deles, construído a sul de Belém, estende-se desde os colonatos urbanos de Beitar Illit e Efrat, a oeste, passando pelos colonatos do Conselho Regional de Gush Etzion, que circundam Belém e as aldeias à sua volta, até ao colonato de Nokdim e seus arredores, à beira do Deserto da Judeia, a leste. O outro bloco localiza-se no centro da Cisjordânia ocupada e consiste nos colonatos de Ariel, Rehelim, Eli, Ma'ale Levona, Shilo e nos postos avançados construídos à sua volta. «Este bloco também atravessa a Margem Ocidental, alcançando as encostas sobranceiras ao Vale do Jordão», refere o texto. Na sequência do estabelecimento destes dois blocos de colonatos, os palestinianos perderam o acesso a milhares de hectares de terras agrícolas, quer directamente (em áreas declaradas «terras do Estado» ou encerradas por ordem militar), quer como resultado do efeito aterrorizador da violência dos colonos apoiada pelo Estado, que dissuade muitos palestinianos de tentarem aceder às suas terras. «À volta dos colonatos de Tekoa e Nokdim, os palestinianos perderam o acesso a pelo menos mil hectares [10 mil dunams]. Nas proximidades de Shilo, Eli e dos seus postos avançados de satélite, o acesso está vedado a pelo menos 2650 hectares», indica o documento. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O documento informa ainda que duas dezenas de pessoas viram afectado o seu meio de subsistência depois de os ocupantes israelitas terem demolido uma banca de venda de vegetais perto da cidade de Qalqiliya, enquanto outras 16 foram afectadas pela demolição de duas casas devolutas e o confisco de um contentor metálico em Isteih (Jericó). Duas das nove estruturas visadas pelos isrealitas em Jerusalém Oriental foram demolidas pelo proprietário palestiniano. Para além disso, na primeira quinzena de Março, as forças israelitas efectuaram 193 operações de busca e captura, e prenderam 172 palestinianos, incluindo 15 menores, em toda a Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental). Depois da província de Ramallah (48), as de Hebron/al-Khalil (37) e a de Jerusalém (35) foram as que registaram maior número de operações. O relatório refere igualmente que 62 palestinianos, includindo nove crianças, foram feridos pelas forças israelitas na Margem Ocidental. Na Faixa de Gaza cercada, em pelo menos 29 ocasiões as forças israelitas abriram fogo de aviso perto da vedação que cerca o território ou ao largo da costa, presumivelmente para impor restrições de acesso. Também arrasaram terras perto da vedação noutras três ocasiões e feriram dois pescadores, segundo o documento. No que respeita à acção dos colonos judaicos, o relatório elenca exemplos variados referentes ao período visado. Pelo menos seis palestinianos foram feridos na província de Hebron/al-Khalil por colonos, que provocaram danos em diversas propriedades palestinianas, incluindo carros, animais e árvores. Os ataques a pastores e rebanhos – na região de Hebron/al-Khalil como na de Belém –, o roubo de alfaias agrícolas, na aldeia de Kafr Qaddum (Qalqiliya), o arranque de árvores em Kafr Qaddum e at-Tuwani, e o ataque a agricultores que trabalhavam nas suas terras em Ein Samiya, perto de Ramallah, contam-se entre as acções perpetradas pelos colonos judaicos contra palestinianos e registadas pelo organismo da ONU no relatório. A mesma fonte chama ainda a atenção para o caso de cinco rapazes palestinianos, com idades à volta dos dez anos, que foram apanhados por colonos, no passado dia 10, quando colhiam ervas perto do posto avançado ilegal de Havat Maon (Hebron/al-Khalil). As crianças forasm detidas e levadas por soldados para a esquadra do colonato de Kiryat Arba, antes de serem libertadas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Isto sucede depois de, no início da semana, soldados israelitas terem cercado o bairro e invadido a casa de outro activista palestininano, que não se quis identificar, tendo agredido amigos e familiares que o saudavam depois de ter cumprido 20 anos de prisão. Também voltou a ser detido Majd Barbar, que apesar de ter sido libertado no dia seguinte, lhe foi imposto não ter quaiquer celebrações no regresso a casa. Estas celebrações ocorrem geralmente de forma espontânea aquando da libertação de palestinanos das prisões israelitas. Todavia as autoridades ocupantes têm procurado dispersar estas pessoas, ao mesmo tempo que rasgam fotografias, cartazes e bandeiras da Palestina colocadas para receber aqueles que regressam a casa depois da prisão. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De facto, o comentário de Austin sobre a dificuldade do combate urbano, especialmente tendo em mente as experiências de Mossul e Raqqa, é apropriado. Em 2017, a Associated Press (AP) informou que o ataque dos EUA a Mossul havia causado entre 9 mil e 11 mil mortes de civis. Pouquíssimas pessoas se lembram da brutalidade daquela guerra e o número de civis mortos quase não é lembrado. Se Mossul é o exemplo que os Estados Unidos e Israel têm diante de si para a guerra terrestre que ocorrerá em Gaza, há algumas diferenças que devem ser levadas em conta. O ISIS teve apenas dois anos para cavar as suas defesas, enquanto as facções palestinas se vêm preparando para essa eventualidade desde pelo menos 2005 e, portanto, estão mais bem preparadas para lutar contra o exército israelita numa rua em ruínas após a outra. De acordo com todos os relatos, o moral das facções palestinas é muito maior do que o do exército israelita, o que significa que as facções palestinas lutarão com muito mais força e com muito menos a perder do que o ISIS (cujos combatentes escaparam da cidade e fugiram para o interior). Tanto em Mossul quanto em Raqqa, quando o bombardeamento aéreo dos EUA começou, dezenas de milhares de civis fugiram das cidades para o campo, juntamente com alguns combatentes do ISIS, para esperar que a destruição começasse e depois terminasse. Se eles tivessem permanecido em Mossul e Raqqa, o número de vítimas civis teria sido o dobro do relatado pela AP. A população de Mossul era de apenas 1,6 milhão, menor do que os 2,3 milhões de habitantes de Gaza – portanto, o número de vítimas civis teria de ser ajustado para cima. Os palestinos em Gaza estão encurralados e não podem fugir para o campo, ao contrário dos residentes de Mossul e de Raqqa. Eles não podem ir a lugar algum enquanto os tanques israelitas entram em Gaza com seus canhões em pleno fogo. As mortes de civis em Gaza, que são já escandalosamente altas devido ao bombardeamento descontrolado de Israel, serão inimagináveis durante essa guerra terrestre que começou em 27 de outubro. Gaza, que já é uma ruína, será reduzida a um cemitério. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Opinião|
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Na Palestina, «há uma obstinada bandeira que se recusa a ser retirada»
«Cobertura dos EUA à política sionista»
«Há uma obstinada bandeira que se recusa a ser retirada»
«Do que estamos a falar é de genocídio, barbárie»
«Um povo impedido de desenvolver o seu país»
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Internacional|
Pelo menos 25 mortos na agressão israelita a Gaza
Internacional|
Aviação israelita bombardeia Gaza e mata 13 palestinianos
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Agressão condenada pela Liga Árabe
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Solidariedade com a Palestina na Casa do Alentejo, em Lisboa
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Estão a decorrer protestos sem precedentes em Israel, contra o governo israelita. Embora pouco, ou nada, mencionem os crimes cometidos por Israel contra os palestinianos. Qual é a vossa perspectiva sobre o novo mandato de Benjamim Netanyahu?
Houve um momento singular no último Festival Eurovisão da Canção, em que a representante polaca expressou o seu total compromisso com a Ucrânia e, na mesma frase, atribuiu a pontuação máxima a Israel, que bombardeava, nesse mesmo momento, a Palestina. Como se sentem os palestinianos face à disparidade de tratamento no ocidente?
Internacional|
Pelo menos 25 mortos na agressão israelita a Gaza
Internacional|
Aviação israelita bombardeia Gaza e mata 13 palestinianos
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Agressão condenada pela Liga Árabe
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Von der Leyen fez umas declarações no dia da declaração de independência israelita (14 de Maio) nas quais afirmava que a União Europeia celebra os «75 anos da democracia mais vibrante do Médio Oriente»...
Perante tanta luta, tantos ataques, tanta brutalidade indiscriminada, porque é que é importante continuar a falar da Nakba hoje, 75 anos depois?
E como é que os palestinianos conseguem ultrapassar estas adversidades?
Internacional|
Ministro israelita das Finanças defende a «aniquilação» de terra palestiniana
OLP classifica Smotrich como «terrorista racista» e AP pede ajuda internacional
Parlamento Árabe condena violência dos colonos
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Como olham para os recentes desenvolvimentos no Médio Oriente: a normalização das relações entre países como a Síria, o Irão e a Arábia Saudita ou o cessar-fogo no Iémen?
Nos últimos anos, instituições e governos europeus têm tentado desqualificar activistas pró-palestinianos através de calúnias ou do cancelamento de concertos e exposições (o caso mais notório, e recente, foi o de Roger Waters). O que podem os activistas europeus fazer para ajudar?
Internacional|
Governo de extrema-direita israelita proíbe bandeiras palestinianas em público
Internacional|
Manifestações na Palestina pela libertação dos corpos retidos por Israel
Internacional|
835 palestinianos em regime de detenção administrativa nas cadeias israelitas
Internacional|
«Ou nos submetemos ou nos revoltamos»: 30 presos palestinianos continuam em luta
Internacional|
Trinta presos palestinianos em protesto contra a detenção administrativa
Internacional|
Israel decretou 1595 ordens de detenção administrativa contra palestinianos em 2021
Internacional|
Presos palestinianos continuam protesto contra a detenção administrativa
Internacional|
Israel prendeu 5426 palestinianos na primeira metade do ano
Quase 5500 detidos em seis meses
Internacional|
Forças israelitas prenderam 230 menores palestinianos desde Janeiro
Detenção administrativa e maus-tratos
Internacional|
A «viagem ao inferno» dos jovens palestinianos detidos por Israel
Uma «viagem sem fim ao inferno»
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Vários presos em greve de fome contra a detenção administrativa
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«Semearemos alegria, vida e esperança»
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6500 palestinianos presos por Israel este ano, 490 dos quais em Novembro
Internacional|
Israel prendeu 5300 palestinianos desde o início do ano
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Espera, desgaste e punição colectiva
Internacional|
Crescem os esforços para recuperar corpos de palestinianos retidos por Israel
Longa espera, desgaste e punição colectiva
Internacional|
Israel retém corpos de 19 palestinianos mortos
Longa espera, desgaste, punição colectiva
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Internacional|
Apartheid de Israel representa «décadas de opressão e dominação»
Internacional|
Arquitectura pós-apartheid: o checkpoint de Qalandiya como um parque
Uma recuperação dos sentidos
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Sistema de opressão e dominação
Internacional
O muro do apartheid de Israel pode ser visto do espaço mas não no Google
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Apartheid e impunidade
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A França e a Alemanha fizeram, recentemente, declarações conjuntas em que apelam a um cessar-fogo na Palestina. Ao mesmo tempo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha fez uma declaração em que condena os ataques com rockets contra Israel (depois do assassinato de dezenas de pessoas na Palestina).
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O caminho para a paz passa pelo respeito dos direitos do povo palestiniano e a criação do Estado da Palestina, livre e independente
Internacional|
Comunistas de Israel defendem fim da ocupação, discriminação e supremacia étnica
Internacional|
Onze trabalhadores da ONU assassinados por Israel na Faixa de Gaza
Internacional|
Continua o massacre israelita de Gaza
Internacional|
MPPM. Só haverá paz quando forem reconhecidos os direitos do povo palestiniano
Internacional|
Resistência palestiniana unida em torno da operação contra Israel
Internacional|
Colonos e forças israelitas matam quatro palestinianos na Cisjordânia
Internacional|
Ministro israelita das Finanças defende a «aniquilação» de terra palestiniana
OLP classifica Smotrich como «terrorista racista» e AP pede ajuda internacional
Parlamento Árabe condena violência dos colonos
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Rudeineh: a ocupação israelita pisou todas as linhas vermelhas
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Resposta aos sistemáticos crimes israelitas
Internacional|
Israel deteve 135 mil palestinianos nos últimos 23 anos
Internacional|
Número recorde de presos palestinianos ao abrigo da detenção administrativa
Internacional|
Nove presos palestinianos mantêm protesto contra a detenção administrativa
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Presos palestinianos em greve de fome contra a detenção administrativa
Internacional|
«Ou nos submetemos ou nos revoltamos»: 30 presos palestinianos continuam em luta
Internacional|
Trinta presos palestinianos em protesto contra a detenção administrativa
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Israel decretou 1595 ordens de detenção administrativa contra palestinianos em 2021
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Presos palestinianos continuam protesto contra a detenção administrativa
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Israel prendeu 5426 palestinianos na primeira metade do ano
Quase 5500 detidos em seis meses
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Forças israelitas prenderam 230 menores palestinianos desde Janeiro
Detenção administrativa e maus-tratos
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A «viagem ao inferno» dos jovens palestinianos detidos por Israel
Uma «viagem sem fim ao inferno»
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Vários presos em greve de fome contra a detenção administrativa
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«Semearemos alegria, vida e esperança»
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1083 presos em detenção administrativa
Internacional|
Preso palestiniano morreu na cadeia após 86 dias em greve de fome
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835 palestinianos em regime de detenção administrativa nas cadeias israelitas
Internacional|
«Ou nos submetemos ou nos revoltamos»: 30 presos palestinianos continuam em luta
Internacional|
Trinta presos palestinianos em protesto contra a detenção administrativa
Internacional|
Israel decretou 1595 ordens de detenção administrativa contra palestinianos em 2021
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Presos palestinianos continuam protesto contra a detenção administrativa
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Israel prendeu 5426 palestinianos na primeira metade do ano
Quase 5500 detidos em seis meses
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Forças israelitas prenderam 230 menores palestinianos desde Janeiro
Detenção administrativa e maus-tratos
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A «viagem ao inferno» dos jovens palestinianos detidos por Israel
Uma «viagem sem fim ao inferno»
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Vários presos em greve de fome contra a detenção administrativa
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«Semearemos alegria, vida e esperança»
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6500 palestinianos presos por Israel este ano, 490 dos quais em Novembro
Internacional|
Israel prendeu 5300 palestinianos desde o início do ano
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Contribui para uma boa ideia
Contribui para uma boa ideia
Contribui para uma boa ideia
32 mil ordens de detenção administrativa
Internacional|
A «viagem ao inferno» dos jovens palestinianos detidos por Israel
Uma «viagem sem fim ao inferno»
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Incitação racista, tortura, execuções lentas
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Bombardeamentos israelitas sobre Gaza provocam elevado número de vítimas
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Israel «branqueia crimes» das suas forças na Grande Marcha do Retorno
Internacional|
Centenas de palestinianos enfrentam forças de segurança israelitas em Gaza
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«Uma cortina de fumo para proteger os funcionários responsáveis»
Internacional|
EUA mudam embaixada para Jerusalém e Israel massacra manifestantes em Gaza
Repúdio geral
Antecipação da mudança
Franco-atiradores israelitas matam dezenas em Gaza
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Sobre os que condenam a resistência
Internacional|
Palestina pede à ONU protecção especial para as crianças
Internacional|
Desde 2014 que não eram mortas tantas crianças palestinianas
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Operação Dilúvio de Jerusalém
Escolas da UNRWA atingidas
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Internacional|
Vários jornalistas palestinianos mortos no massacre de Gaza
Internacional|
Continua o massacre israelita de Gaza
Internacional|
MPPM. Só haverá paz quando forem reconhecidos os direitos do povo palestiniano
Internacional|
Resistência palestiniana unida em torno da operação contra Israel
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Colonos e forças israelitas matam quatro palestinianos na Cisjordânia
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Ministro israelita das Finanças defende a «aniquilação» de terra palestiniana
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Nove presos palestinianos mantêm protesto contra a detenção administrativa
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Presos palestinianos em greve de fome contra a detenção administrativa
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Trinta presos palestinianos em protesto contra a detenção administrativa
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Israel decretou 1595 ordens de detenção administrativa contra palestinianos em 2021
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Presos palestinianos continuam protesto contra a detenção administrativa
Internacional|
Israel prendeu 5426 palestinianos na primeira metade do ano
Quase 5500 detidos em seis meses
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Forças israelitas prenderam 230 menores palestinianos desde Janeiro
Detenção administrativa e maus-tratos
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A «viagem ao inferno» dos jovens palestinianos detidos por Israel
Uma «viagem sem fim ao inferno»
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Vários presos em greve de fome contra a detenção administrativa
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«Semearemos alegria, vida e esperança»
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1083 presos em detenção administrativa
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Preso palestiniano morreu na cadeia após 86 dias em greve de fome
Internacional|
835 palestinianos em regime de detenção administrativa nas cadeias israelitas
Internacional|
«Ou nos submetemos ou nos revoltamos»: 30 presos palestinianos continuam em luta
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Trinta presos palestinianos em protesto contra a detenção administrativa
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Israel decretou 1595 ordens de detenção administrativa contra palestinianos em 2021
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Presos palestinianos continuam protesto contra a detenção administrativa
Internacional|
Israel prendeu 5426 palestinianos na primeira metade do ano
Quase 5500 detidos em seis meses
Internacional|
Forças israelitas prenderam 230 menores palestinianos desde Janeiro
Detenção administrativa e maus-tratos
Internacional|
A «viagem ao inferno» dos jovens palestinianos detidos por Israel
Uma «viagem sem fim ao inferno»
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Vários presos em greve de fome contra a detenção administrativa
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«Semearemos alegria, vida e esperança»
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6500 palestinianos presos por Israel este ano, 490 dos quais em Novembro
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Israel prendeu 5300 palestinianos desde o início do ano
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32 mil ordens de detenção administrativa
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A «viagem ao inferno» dos jovens palestinianos detidos por Israel
Uma «viagem sem fim ao inferno»
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Incitação racista, tortura, execuções lentas
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Bombardeamentos israelitas sobre Gaza provocam elevado número de vítimas
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Israel «branqueia crimes» das suas forças na Grande Marcha do Retorno
Internacional|
Centenas de palestinianos enfrentam forças de segurança israelitas em Gaza
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«Uma cortina de fumo para proteger os funcionários responsáveis»
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EUA mudam embaixada para Jerusalém e Israel massacra manifestantes em Gaza
Repúdio geral
Antecipação da mudança
Franco-atiradores israelitas matam dezenas em Gaza
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Sobre os que condenam a resistência
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Palestina pede à ONU protecção especial para as crianças
Internacional|
Desde 2014 que não eram mortas tantas crianças palestinianas
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Operação Dilúvio de Jerusalém
Escolas da UNRWA atingidas
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Apelo a associações e instituições internacionais
Internacional|
Solidários com a luta do povo palestiniano, sírios denunciam a brutalidade de Israel
Mobilizações de apoio à Palestina pelo mundo fora
Internacional|
Continua o massacre israelita de Gaza
Internacional|
MPPM. Só haverá paz quando forem reconhecidos os direitos do povo palestiniano
Internacional|
Resistência palestiniana unida em torno da operação contra Israel
Internacional|
Colonos e forças israelitas matam quatro palestinianos na Cisjordânia
Internacional|
Ministro israelita das Finanças defende a «aniquilação» de terra palestiniana
OLP classifica Smotrich como «terrorista racista» e AP pede ajuda internacional
Parlamento Árabe condena violência dos colonos
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Resposta aos sistemáticos crimes israelitas
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Israel deteve 135 mil palestinianos nos últimos 23 anos
Internacional|
Número recorde de presos palestinianos ao abrigo da detenção administrativa
Internacional|
Nove presos palestinianos mantêm protesto contra a detenção administrativa
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Presos palestinianos em greve de fome contra a detenção administrativa
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«Ou nos submetemos ou nos revoltamos»: 30 presos palestinianos continuam em luta
Internacional|
Trinta presos palestinianos em protesto contra a detenção administrativa
Internacional|
Israel decretou 1595 ordens de detenção administrativa contra palestinianos em 2021
Internacional|
Presos palestinianos continuam protesto contra a detenção administrativa
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Israel prendeu 5426 palestinianos na primeira metade do ano
Quase 5500 detidos em seis meses
Internacional|
Forças israelitas prenderam 230 menores palestinianos desde Janeiro
Detenção administrativa e maus-tratos
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A «viagem ao inferno» dos jovens palestinianos detidos por Israel
Uma «viagem sem fim ao inferno»
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Vários presos em greve de fome contra a detenção administrativa
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1083 presos em detenção administrativa
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Preso palestiniano morreu na cadeia após 86 dias em greve de fome
Internacional|
835 palestinianos em regime de detenção administrativa nas cadeias israelitas
Internacional|
«Ou nos submetemos ou nos revoltamos»: 30 presos palestinianos continuam em luta
Internacional|
Trinta presos palestinianos em protesto contra a detenção administrativa
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Israel decretou 1595 ordens de detenção administrativa contra palestinianos em 2021
Internacional|
Presos palestinianos continuam protesto contra a detenção administrativa
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Israel prendeu 5426 palestinianos na primeira metade do ano
Quase 5500 detidos em seis meses
Internacional|
Forças israelitas prenderam 230 menores palestinianos desde Janeiro
Detenção administrativa e maus-tratos
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A «viagem ao inferno» dos jovens palestinianos detidos por Israel
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Vários presos em greve de fome contra a detenção administrativa
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6500 palestinianos presos por Israel este ano, 490 dos quais em Novembro
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Israel prendeu 5300 palestinianos desde o início do ano
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32 mil ordens de detenção administrativa
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Incitação racista, tortura, execuções lentas
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Bombardeamentos israelitas sobre Gaza provocam elevado número de vítimas
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Israel «branqueia crimes» das suas forças na Grande Marcha do Retorno
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Centenas de palestinianos enfrentam forças de segurança israelitas em Gaza
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EUA mudam embaixada para Jerusalém e Israel massacra manifestantes em Gaza
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Palestina pede à ONU protecção especial para as crianças
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Desde 2014 que não eram mortas tantas crianças palestinianas
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Operação Dilúvio de Jerusalém
Escolas da UNRWA atingidas
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Enorme destruição no «campo da morte certa»
Mais de 22 mil unidades habitacionais destruídas em quatro dias
Nacional|
Movimentos e sindicatos convocam acto público pela «paz no Médio Oriente»
Internacional|
MPPM. Só haverá paz quando forem reconhecidos os direitos do povo palestiniano
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Nove presos palestinianos mantêm protesto contra a detenção administrativa
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Presos palestinianos em greve de fome contra a detenção administrativa
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«Ou nos submetemos ou nos revoltamos»: 30 presos palestinianos continuam em luta
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Trinta presos palestinianos em protesto contra a detenção administrativa
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Israel decretou 1595 ordens de detenção administrativa contra palestinianos em 2021
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Presos palestinianos continuam protesto contra a detenção administrativa
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Israel prendeu 5426 palestinianos na primeira metade do ano
Quase 5500 detidos em seis meses
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Forças israelitas prenderam 230 menores palestinianos desde Janeiro
Detenção administrativa e maus-tratos
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A «viagem ao inferno» dos jovens palestinianos detidos por Israel
Uma «viagem sem fim ao inferno»
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Vários presos em greve de fome contra a detenção administrativa
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1083 presos em detenção administrativa
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Preso palestiniano morreu na cadeia após 86 dias em greve de fome
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835 palestinianos em regime de detenção administrativa nas cadeias israelitas
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«Ou nos submetemos ou nos revoltamos»: 30 presos palestinianos continuam em luta
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Trinta presos palestinianos em protesto contra a detenção administrativa
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Israel decretou 1595 ordens de detenção administrativa contra palestinianos em 2021
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Presos palestinianos continuam protesto contra a detenção administrativa
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Israel prendeu 5426 palestinianos na primeira metade do ano
Quase 5500 detidos em seis meses
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Forças israelitas prenderam 230 menores palestinianos desde Janeiro
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A «viagem ao inferno» dos jovens palestinianos detidos por Israel
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Vários presos em greve de fome contra a detenção administrativa
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«Semearemos alegria, vida e esperança»
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6500 palestinianos presos por Israel este ano, 490 dos quais em Novembro
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Israel prendeu 5300 palestinianos desde o início do ano
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32 mil ordens de detenção administrativa
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A «viagem ao inferno» dos jovens palestinianos detidos por Israel
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Incitação racista, tortura, execuções lentas
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Centenas de palestinianos enfrentam forças de segurança israelitas em Gaza
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Desde 2014 que não eram mortas tantas crianças palestinianas
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Forças israelitas prenderam 230 menores palestinianos desde Janeiro
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A «viagem ao inferno» dos jovens palestinianos detidos por Israel
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1083 presos em detenção administrativa
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Preso palestiniano morreu na cadeia após 86 dias em greve de fome
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835 palestinianos em regime de detenção administrativa nas cadeias israelitas
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«Ou nos submetemos ou nos revoltamos»: 30 presos palestinianos continuam em luta
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Trinta presos palestinianos em protesto contra a detenção administrativa
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Israel decretou 1595 ordens de detenção administrativa contra palestinianos em 2021
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Presos palestinianos continuam protesto contra a detenção administrativa
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Israel prendeu 5426 palestinianos na primeira metade do ano
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Forças israelitas prenderam 230 menores palestinianos desde Janeiro
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Internacional|
A «viagem ao inferno» dos jovens palestinianos detidos por Israel
Uma «viagem sem fim ao inferno»
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Vários presos em greve de fome contra a detenção administrativa
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«Semearemos alegria, vida e esperança»
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6500 palestinianos presos por Israel este ano, 490 dos quais em Novembro
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Israel prendeu 5300 palestinianos desde o início do ano
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A «viagem ao inferno» dos jovens palestinianos detidos por Israel
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Desde 2014 que não eram mortas tantas crianças palestinianas
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Operação Dilúvio de Jerusalém
Escolas da UNRWA atingidas
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Não há nada de neutro nos Estados Unidos
Gaza transformar-se-á numa Mossul
Internacional|
Biden fala em ocupação e dois estados mas continua a apoiar Israel
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Israel prendeu 158 palestinianos em duas semanas
Destruição de propriedades palestinianas
Ataques repetidos de colonos
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No mesmo dia, Israel proíbe palestinianos de festejar libertações
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Forças israelitas desalojaram 42 palestinianos em 15 dias
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Israel confisca grandes parcelas de terra palestiniana perto de Belém
«Isto é nosso – E isto, também»
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Múltiplos ataques de colonos
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Na Cisjordânia a situação e a metodologia ainda são diferentes – as operações militares não atingiram a dimensão que tomaram em Gaza – mas o objectivo pode considerar-se o mesmo.
Os últimos acontecimentos, como o cerco do hospital da massacrada região de Jenin por 40 tanques e uma turba de militares e colonos e o assalto da tropa ao campo de refugiados de Balata, não muito longe de Ramallah, sede da Autoridade Palestiniana, revelam uma alteração qualitativa da posição israelita na Cisjordânia, assumindo agora as características de uma invasão militar.
Até aqui, embora se tenha registado uma aceleração desde 7 de Outubro, dia da operação do Hamas em Israel, as operações contra as comunidades palestinianas na Cisjordânia e em Jerusalém Leste têm estado principalmente a cargo de grupos de assalto ou mesmo esquadrões da morte formados por colonos, sob protecção da polícia e, esporadicamente, das tropas sionistas.
Esta tem sido, em geral, a metodologia da colonização – actividade ilegal à luz das Convenções de Genebra – e de ocupação gradual do território da Cisjordânia de modo a inviabilizar, por falta de área de implantação e viabilidade, a criação de um Estado palestiniano independente. As acções de agressão têm formas diversificadas mas convergem no objectivo de tornar insuportável a vida de famílias e comunidades, forçando-as a procurar, noutros lados, de preferência no estrangeiro, as condições para sobreviver. A limpeza étnica é gradual, não se processa, para já, em massa, mas nem por isso deixa de ser o que é. A partir do êxodo forçado torna-se impossível para qualquer deslocado regressar às suas origens.
«A limpeza étnica é gradual, não se processa, para já, em massa, mas nem por isso deixa de ser o que é. A partir do êxodo forçado torna-se impossível para qualquer deslocado regressar às suas origens.»
Destruição de residências, de bairros inteiros, estabelecimentos de ensino, comerciais e de saúde, recusa da atribuição de licenças de habitação, expulsão arbitrária de pessoas e de famílias inteiras, divisão de cidades, aldeias, até mesmo de famílias por um muro de separação com centenas de quilómetros, devastação de colheitas, roubo das produções agrícolas são alguns dos crimes quotidianos cometidos por autoridades militares, policiais e por colonos, «limpando» áreas inteiras dos seus habitantes e instalando «postos avançados» de colonização funcionando como núcleos de novos colonatos. A Justiça israelita não actua contra os crimes cometidos por colonos e, se algum destes se «excede» e chega a ser detido, por exemplo na sequência de um assassínio, acaba por ficar rapidamente em liberdade.
A crescente militarização da actividade sionista na Cisjordânia, mesmo em zonas sob a responsabilidade da Autoridade Palestiniana, significa que há uma mudança de atitude de Israel ao humilhar e reduzir à ínfima espécie a autonomia decorrente dos Acordos de Oslo, que todos os governos sionistas desde o assassínio de Isaac Rabin, em 1994, fizeram por inviabilizar.
A classe política israelita parece estar a utilizar o conflito que começou em 7 de outubro como pretexto para fazer o que planeou fazer durante décadas, ou seja, apagar os palestinos da Palestina histórica e apagar a nação palestina como uma entidade. No dia 30 de outubro de 2023, as autoridades israelitas afirmaram ter matado «dezenas» de combatentes do Hamas nos primeiros dias da sua invasão terrestre. Enquanto isso, o Ministério da Saúde de Gaza tem-se esforçado para manter o seu site online, devido à falta de eletricidade, internet e pelos bombardeamentos israelitas. Ao meio-dia de 29 de outubro, o Ministério da Saúde informou que o número de mortos em Gaza é agora de 8005 (dos quais 67% são mulheres e crianças). Para aqueles que duvidam dos números, o Ministério da Saúde tem divulgado listas dos mortos com os seus números de identificação israelitas (é um sinal da ocupação dos palestinos de Gaza que, quando nascem, têm de ser registados não pela Autoridade Palestina, mas por Israel). A organização Save the Children afirma que mais crianças (3195) foram mortas pelos bombardeios israelitas nestas três semanas do que o total de mortes em todas as zonas de conflito desde 2019. A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) declarou que, até domingo, dia 29, 1,4 milhão de palestinos de um total de 2,3 milhões foram deslocados internamente, com 671 mil abrigados em 150 instalações da UNRWA. A maior parte dos mortos pelos bombardeamentos e tiros dos tanques israelitas são civis. A proporção de mortos entre combatentes (poucos) e civis (muitos) é surpreendente, muito além do que acontece numa guerra (em contraste, dos 1400 israelitas mortos em 7 de outubro pelo Hamas e outras facções, 48,4% eram soldados). Ao afirmar que mataram «dezenas» de militantes do Hamas – o suposto alvo – e tendo, ao mesmo tempo, matado milhares de palestinos, as autoridades israelitas admitiram ao mundo que a sua guerra provocou muito mais mortes de civis do que de combatentes. «A maior parte dos mortos pelos bombardeamentos e tiros dos tanques israelitas são civis. A proporção de mortos entre combatentes (poucos) e civis (muitos) é surpreendente, muito além do que acontece numa guerra (em contraste, dos 1400 israelitas mortos em 7 de outubro pelo Hamas e outras facções, 48,4% eram soldados).» Enquanto isso, os militares israelitas enviaram as suas escavadoras para destruir casas e empresas no norte de Gaza, bem como na cidade de Jenin, na Cisjordânia. Nada nesta manobra se assemelha a uma operação militar, uma vez que estas casas e empresas não são instituições militares. Tendo em vista o histórico de demolição de habitações na Cisjordânia para criar colonatos e o «muro do apartheid», esta demolição em Gaza e Jenin parece uma campanha civilizatória maciça de limpeza étnica para criar aquilo a que a classe política israelita chama de Grande Israel (Eretz Yisrael Hashlema). A classe política israelita é famosa por dizer que quer mudar os «factos no terreno» para que quaisquer negociações com os palestinos sob ocupação sejam baseadas nesses «factos» e não em «reivindicações». É isto que o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu tem feito há décadas através dos assentamentos ilegais na Cisjordânia: ignorar as reivindicações palestinas sobre as suas terras e estabelecer o direito dos israelitas a toda a massa terrestre, desde o Rio Jordão até ao Mar Mediterrâneo. Efetivamente, a classe política israelita parece estar a utilizar o conflito que começou em 7 de outubro como pretexto para fazer o que planeou fazer durante décadas, ou seja, apagar os palestinos da Palestina histórica e apagar a nação palestina como uma entidade. Quando as forças políticas palestinas concordaram com um processo de paz que resultou no Acordo Provisório de Cairo (1994) e nos Acordos de Oslo (1994), adotaram o que ficou conhecido como a «solução de dois Estados» para a ocupação israelita da Palestina. A ideia central dos Acordos de Oslo era que uma Autoridade Palestina (AP) governaria o território confiscado por Israel em 1967 (Jerusalém Oriental, Gaza e Cisjordânia). Segundo o professor Haider Eid, de Gaza, os Acordos de Oslo criaram um «bantustão» (como as «pátrias africanas» criadas pela África do Sul do apartheid). «É intolerável a reiterada normalização de actos que visam punir colectivamente toda a população palestiniana», refere o abaixo-assinado. Manifestações convocadas para as 18h no Porto, dia 17, Lisboa, dia 18 e Évora, 19. «Desde há mais de um século que a Palestina e o povo palestiniano estão sujeitos a um domínio colonial que ainda não cessou e que o apoio ocidental a Israel só ajuda a prolongar e agravar», refere o manifesto «As vidas palestinianas contam! Manifesto de apoio e solidariedade com o povo palestiniano», subscrito, até ao momento, por quase 2 mil pessoas, incluindo o historiador Manuel Loff, os deputados Alma Rivera, Bruno Dias (do PCP) e José Soeiro (BE) e a presidente da Fundação José Saramago Pilar del Río. O manifesto está disponível para subscrição online. O AbrilAbril falou com Salim Nazzal, escritor e secretário do Fórum Cultural Palestino Europeu, refugiado na Noruega, e Nisreen Lubbad, resistente palestina, sobre a Nakba e o agravar da agressão israelita das últimas semanas. Salim Nazzal, escritor, dramaturgo e poeta palestino, secretário do Fórum Cultural Palestino Europeu, nasceu num campo de refugiados no Líbano. A família foi expulsa das suas casas em 1948, pelas forças de ocupação israelita. Nisreen Lubbad, refugiada palestinina residente em Madrid, activa na resistência palestina à ocupação israelita, nasceu, tal como Salim, num campo de refugiados. São experiências transversais a sucessivas gerações de palestinianos, expulsos das suas casas: muitos milhões vivem, ainda, em campos de refugiados ou espalhados um pouco por todo o mundo. Em Gaza e na Cisjordânia, a estratégia de limpeza étnica continua a ser a mesma, centenas de pessoas são assassinadas anualmente, para dar lugar a novos colonatos. «Os judeus sionistas tomaram a Palestina como se de um apartamento mobilado se tratasse». O AbrilAbril conversou com Salim e Nisreen pouco antes do arranque de uma sessão de solidariedade com a Palestina, evocativa dos 75 anos da Nakba, organizada pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), na Casa do Alentejo, em Lisboa, que juntou várias dezenas de pessoas no dia 15 de Maio. A Nakba, catástrofe ou desastre em árabe, designa o êxodo palestino de 1948, após a criação do estado de Israel (cujo dia de independência se assinala a 14 de Maio), que se traduziu na expulsão de mais 750 000 palestinianos das suas casas e terras, na destruição de 500 vilas e aldeias palestinas, na morte de 15 mil homens, mulheres e crianças da Palestina. Como explicou Salim, «não há apenas um Nakba: é uma política continuada». A continuada acção militar de Israel foi o nosso ponto de partida. No dia em que se cumprem 75 anos da Nakba, um palestiniano de 22 anos foi morto a tiro, esta segunda-feira, e outro ficou ferido durante um raide israelita num campo de refugiados em Nablus. Testemunhas disseram à imprensa que um grande contingente de tropas israelitas invadiu esta manhã o campo de refugiados de Askar, nos arredores da cidade de Nablus, o que gerou grandes confrontos e trocas de disparos no campo e no Bairro de al-Masaken. Ahmad Jibril, responsável do Crescente Vermelho Palestiniano na cidade, disse à agência Wafa que dois palestinianos foram atingidos a tiro, sendo que um deles tinha falecido e o outro se encontrava ferido, em estado grave. Em comunicado, o Ministério palestiniano da Saúde identificou o falecido como Saleh Mohammad Sabra, de 22 anos. A Wafa refere ainda que as forças israelitas cercaram e invadiram a casa da família de um palestiniano morto, Abdul-Fatah Kharousha, que em Fevereiro participou num ataque contra colonos, e tomaram medidas para a demolir. Com a morte de Mohammad Sabra, na Cisjordânia ocupada, o número de palestinianos mortos em 2023 por tropas e colonos israelitas sobe para 152, incluindo 33 que faleceram durante os bombardeamentos recentes contra a Faixa de Gaza cercada. A 15 de Maio assinala-se a Nakba – a «catástrofe» –, que diz respeito à proclamação unilateral da independência de Israel, em 1948, e à campanha premeditada que acompanhou o processo de criação de Israel, em que as milícias sionistas destruíram centenas de aldeias, cometeram inúmeros massacres e expulsaram das suas casas cerca de 750 mil palestinianos. A Nakba, a mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém e a resistência do povo palestiniano face à ocupação e repressão israelitas marcaram o acto público que reuniu centenas de pessoas em Lisboa. A brutal repressão dos militares israelitas sobre os milhares de palestinianos que se mobilizaram esta segunda-feira na Faixa de Gaza cercada, junto à vedação que separa o enclave de Israel, provocou mais de cinco dezenas de mortos e deixou feridos mais de 2700. Isto foi motivo de conversa entre os presentes, ontem, no Largo de Camões, antes das intervenções, e questão a que nenhum dos intervenientes escapou, enquanto repudiava a inauguração da Embaixada norte-americana em Jerusalém. Tiago Santos, a quem coube a apresentação dos intervenientes, saudou as mais de 50 organizações que se juntaram às quatro que promoveram o acto público no Largo de Camões, destacando o seu significado e o que representava a presença dos muitos que ali se juntaram. «Aqui estamos para apoiar os protestos legítimos e vigorosos do povo palestiniano. Aqui estamos para denunciar a violenta e a criminosa repressão contra os que, na Palestina, estão neste momento a lutar pelos seus direitos e pela paz, contra a violenta repressão que, só hoje e de acordo com números de há momentos, já provocou 52 mortos e mais de 2000 feridos [números conhecidos na altura]. Aqui estamos para dizer bem alto "não à agressão" e "fim à ocupação"», clamou. Seguiu-se a intervenção de Filipe Ferreira, em nome do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), que classificou o acto público como «imprescindível», na sequência do «provocatório reconhecimento, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de Jerusalém como capital de Israel» e de ter mudado para essa cidade a Embaixada do seu país. Trata-se, em seu entender, de uma «clara afronta» e de uma «provocação», que visa «desestabilizar e incendiar ainda mais a situação na martirizada Palestina e em todo o Médio Oriente». A transferência da Embaixada norte-americana para Jerusalém põe também em evidência a «cobertura desde sempre dada pelos EUA à política sionista de ilegal ocupação de territórios da Palestina por parte de Israel, incluindo a ocupação total da cidade de Jerusalém», afirmou, acrescentando que a cumplicidade dos EUA com Israel é responsável pela política de ocupação e repressão a que os palestinianos são submetidos. Reafirmou a exigência às autoridades portuguesas para que reconheçam o Estado da Palestina. «Portugal deve estar do lado da paz e não da guerra; tem de estar do lado da liberdade e não da opressão; tem de estar do lado da soberania e não do colonialismo; tem de estar do lado da legalidade internacional e não do arbítrio e da violência», frisou. Ana Souto, do Movimento Democrático de Mulheres (MDM), leu o poema «Quero contar ao Mundo», de uma poeta palestiniana, onde ficam plasmadas as «vivências diárias, difíceis» de um povo «sujeito a práticas de terror, a uma violenta ocupação e colonização por parte de Israel». Falou das duras condições de vida na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, da pobreza que ali impera, «onde há condições sanitárias deficientes, onde o acesso à água, aos cuidados de saúde é quase inexistente». É uma «prisão de escombros a céu aberto, onde os ataques de Israel não param», afirmou, para denunciar que «tudo isto acontece com a protecção cúmplice dos Estados Unidos da América e a complacência e o silêncio da União Europeia». Referindo-se à transferência da Embaixada norte-americana, a dirigente do MDM afirmou que «os EUA reconhecem Jerusalém como capital de Israel, apoiam de forma incondicional a ocupação ilegal que Israel fez de Jerusalém Oriental, encorajam e apoiam a violenta ocupação dos territórios palestinianos, as criminosas políticas de Israel que violam e desrespeitam o direito internacional e as resoluções da ONU». No final da intervenção, aludiu ao poema que lera no início, para lá ir buscar os versos: «na Palestina há uma obstinada bandeira que se recusa a ser retirada e persiste uma esperança que não pode ser derrotada.» «Um dia, 52 mortos, 2420 feridos. Não nos falem duma guerra, que há guerras em que não se morre assim. Não nos falem em confrontos. Do que estamos a falar é de genocídio, barbárie.» Foi assim que Carlos Almeida, vice-presidente do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), deu início à sua intervenção. Evocando a Nakba («catástrofe»), iniciada há 70 anos, que hoje se assinala e que persiste, Carlos Almeida disse: «Há 70 anos, a Palestina também estava a ferro e fogo. Até ao dia 15 de Maio de 1948, cerca de 400 mil pessoas já tinham sido expulsas das suas casas, expulsas das suas terras. Cerca de metade do total de refugiados palestinianos provocados pela Nakba já tinha sido lançada nos caminhos do exílio, da diáspora, da fuga perante o avanço da onda criminosa das milícias sionistas. Um caminho que foi pontuado por massacres» – e enumerou alguns deles. O dirigente do MPPM explicou depois, com algum detalhe, episódios de saques a aldeias e vilas palestinianas, perpetrados em 1948 pelas milícias e brigadas sionistas do Exército israelita, cujos nomes listou e disse estarem «gravados a ferro e fogo na memória do povo palestiniano». Lembrando as responsabilidades do imperialismo britânico – de quem «aprenderam bem a lição» –, afirmou que «esta campanha foi cuidadosamente planeada em nome de um objectivo: a limpeza étnica, a expulsão de toda a população palestiniana das terras, dos lugares onde sempre viveu». Aludindo à falsidade do mito sionista da «terra sem povo», destacou: «Estes 70 anos são a história desta guerra de extermínio, são a história da resistência ao extermínio, ao genocídio, à barbárie, à aniquilação, à negação de que existe um povo e de que esse povo fala árabe e vive na Palestina há muitas gerações.» Caracterizou Israel como «guarda avançada dos interesses do imperialismo e das potências ocidentais no Médio Oriente», salientando que as «suas guerras, que nos tentam vender como guerras defensivas, foram sempre guerras de agressão». «É preciso denunciar a ocupação e a repressão israelitas, todos os dias; denunciar e condenar o cerco à Faixa de Gaza», disse, apontando esse território como «exemplo de resistência» e «lugar de todos os exílios». Pese embora os «tempos sombrios que vivemos», destacou a presença de todos no Largo de Camões como «um acto de confiança no futuro» e lembrou que da «Palestina vem um exemplo heróico de um povo que resiste, com a sua vida, a sua luta, a sua determinação». Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN, sublinhou a necessidade da «solidariedade com o povo palestiniano, que continua a ser massacrado por um país que é apoiado pelo imperialismo e que continua a pôr em causa direitos e liberdades». Disse «não aceitar o que se está a passar na Palestina, que um povo seja refém no seu próprio país; um povo que é impedido de trabalhar, que é impedido de produzir, que é impedido de desenvolver o seu país». Como consequências da violenta ofensiva de que os palestinianos são alvo, destacou dados referentes ao emprego: «dois em cada cinco jovens estão desempregados; 40% da população em Gaza não tem emprego; e há milhares e milhares de trabalhadores palestinianos que, trabalhando em Israel, recebem metade do que auferem os israelitas», denunciou. Em nome da CGTP-IN, passou a mensagem de que o povo palestiniano não está sozinho, e declarou: «O que é cada mais revelevante e fica aos olhos de todo o mundo é como um povo que sofre há 70 anos não se resigna, acredita e continua a ter uma juventude que continua a impulsionar a resistência e a acreditar ter nas suas mãos os destinos do seu país, que continua a lutar.» Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A propósito dessa limpeza étnica e das agressões israelitas que se seguiram, num contexto em que o povo palestiniano mantém a luta pelo direito à terra e à independência, o Gabinete Central de Estatísticas da Palestina publicou uma série de dados associados à «catástrofe». De acordo com o organismo, o processo de ocupação e colonização israelita provocou o deslocamento forçado de 957 mil pessoas que viviam na Palestina histórica em 1948, em 1300 aldeias e vilas. Durante a Nakba, a ocupação israelita confiscou terras e expulsou os seus habitantes, controlando 774 aldeias palestinianas e destruindo 531. As atrocidades cometidas pelas forças sionistas incluíram pelo menos 51 massacres, com um saldo superior 15 mil mortos. De acordo com o Gabinete de Estatísticas, no final de 2022, havia 14 milhões de palestinianos espalhados pelo mundo, mais de metade dos quais vivem na Palestina histórica. O número de refugiados palestinianos chegou a 6,4 milhões (dados das Nações Unidas de Dezembro de 2020), sendo que cerca de dois milhões vivem em campos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, na Jordânia, na Síria e no Líbano. De acordo com dados preliminares, o número de palestinianos mortos subiu para 25 e o de feridos para 70, na agressão militar de Israel contra a Faixa de Gaza iniciada há três dias. A aviação israelita atacou, esta quinta-feira, apartamentos a norte de Khan Yunis, provocando a morte de três pessoas, incluindo Ali Hassan Ghali, um comandante das Brigadas Al-Quds, a ala militar da Jihad Islâmica. Trata-se do quarto comandante da Jihad Islâmica da Palestina a ser assassinado no espaço de 48 horas. Entretanto, o movimento de resistência advertiu o governo de Telavive para as consequências destes bombardeamentos, que contaram com a luz de verde de Washington e contam com o apoio expresso de Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos EUA, que esta quinta-feira reafirmou o direito de Israel à «auto-defesa». Neste contexto, a resistência palestiniana retomou esta madrugada o lançamento de rockets para os territórios ocupados por Israel, que activou o sistema Cúpula de Ferro para os tentar deter. Segundo refere a Al Mayadeen, com base na imprensa israelita, na quarta-feira, cerca de 500 rockets foram lançados a partir da Faixa de Gaza em resposta à agressão israelita, no âmbito de uma operação denominada Vingança dos Livres. Israel bombardeou, esta madrugada, a Faixa de Gaza, provocando a morte de 13 palestinianos, incluindo quatro crianças e quatro mulheres. Os EUA foram previamente informados da agressão militar. Aviões e drones das forças militares de Telavive atacaram casas e edifícios residenciais na Faixa de Gaza, esta madrugada, no contexto de uma operação dirigida contra membros do movimento de resistência Jihad Islâmica. Segundo revela o canal libanês Al Mayadeen (tal como outros meios de comunicação), foram mortas três figuras de relevo do movimento: Jihad Ghannam, Khaled al-Bahitini e Tariq Izz al-Din. A operação já estava a ser preparada há algum tempo e Israel escolheu o momento, refere a mesma fonte, precisando que a agressão foi aprovada no fim-de-semana passado e que o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita falou sobre ela ao Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. O Ministério palestiniano da Saúde confirmou a morte de 13 pessoas – entre as quais se encontram quatro crianças e quatro mulheres – e a existência de 20 feridos, alguns dos quais em estado grave. Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros referiu-se a este «crime horrendo» como um «prolongamento da guerra aberta da ocupação contra o povo e os seus justos e legítimos direitos nacionais». A declaração, divulgada pela Wafa, responsabiliza «total e directamente» o governo de Benjamin Netanyahu por esta agressão e as suas consequências, classificando-a como «uma escalada perigosa que ameaça uma explosão geral». Insistiu, além disso, no pedido de ajuda à «comunidade internacional», para que intervenha com urgência e «pare o ataque ao povo palestiniano». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Essa mesma imprensa refere que a estrutura militar e de segurança da ocupação está a preparar-se para uma ampla resposta da resistência, na sequência do assassinato de vários dirigentes da Jihad Islâmica. Fontes de uma sala conjunta de operações das várias facções palestinianas revelaram ao canal libanês que existe consenso no seio da resistência quanto a uma posição de compromisso para travar os «crimes israelitas». Também deram conta de «pressões da parte da ocupação, por via de vários mediadores, para se chegar a um cessar-fogo», mas sublinhando que «a resistência permanece firme na sua exigência de um claro compromisso [israelita] para acabar com a política de assassinatos». Ontem, o Conselho da Liga Árabe, reunido no Cairo, expressou solidariedade total ao povo palestiniano e apoio à sua firmeza frente à agressão contínua israelita, sublinhando o seu legítimo direito à defesa neste contexto. Numa declaração divulgada pela Wafa, o Conselho condenou a agressão generalizada ao povo palestiniano na Faixa de Gaza cercada, na Cisjordânia e em Jerusalém ocupadas, solicitando protecção para o povo palestiniano. Pediu ainda ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que assuma as suas responsabilidades na manutenção da paz e da segurança internacionais, e que exerça a pressão necessária sobre Israel, a potência ocupante. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde 1948, o número de palestinianos mortos pelas forças de ocupação é superior a 100 mil, estima o organismo, afirmando que o ano mais sangrento foi o de 2014, com 2240 mortos. Referindo-se a múltiplos aspectos da vida dos palestinianos nestas sete décadas de ocupação, o documento destaca questões como a situação dos presos nas cadeias israelitas (4900 em Abril de 2023); a política expansionista dos colonatos (em 2021, havia mais de 719 mil colonos na Cisjordânia); o elevado número de ataques e agressões perpetrados pelos colonos à população palestiniana (8724 registados em 2022); o confisco de terras e o processo de judaização intensiva de Jerusalém, a demolição de casas e outros edifícios propriedades de palestinianos (9353 desde 2009, segundo a ONU). O MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente promove, hoje, às 18h, na Casa do Alentejo, em Lisboa, uma Sessão de Solidariedade com a Palestina evocativa dos 75 anos da Nakba. A sessão será presidida por Carlos Araújo Sequeira, presidente da Mesa da Assembleia Geral do MPPM, e contará com intervenções de Salim Nazzal, escritor, dramaturgo e poeta palestiniano; Nisreen Lubbad, refugiada e resistente palestiniana residente em Madrid; João Vasconcelos-Costa, investigador e ensaísta, e Carlos Almeida, vice-presidente do MPPM. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Salim – Matam quem eles querem. Fazem-no porque se sentem protegidos por todo o mundo. Porque se fossem condenados, ou se houvesse uma forte condenação de todo o mundo, seriam muito mais cuidadosos, mas eles sabem que estão protegidos e que os americanos estão sempre prontos a defendê-los. Isso encoraja-os a continuar a matar, a ocupar. A eleição do novo governo, com pessoas como Bezalel Smotrich [actual ministro das Finanças, de extrema-direita] e Itamar Ben-Gvir [ministro da Segurança Nacional, também de extrema-direita], extremistas que apelam à Nakba, à destruição dos palestinianos só veio agravar a situação. Um deles disse que queriam renovar a Nakba, a catástrofe de 1948. Estas pessoas são extremistas e ninguém parece disposto a pará-las. Antes, Israel tinha de justificar as suas acções, inventar alguma questão moral, mas agora já nem disso precisa: podem matar e sabem que estão protegidos. Nisreen – São assassinos. Eles, os israelitas, não querem nenhum palestiniano a viver na Palestina. As políticas de extermínio são o dia a dia, todos os dias, todos os dias mandam matar os palestinianos, e isso só tem vindo a piorar. Nisreen – Não me podes perguntar a minha opinião sobre eles. Eles são ocupação, é isso que Israel é: ocupação militar. Salim – Nós não precisamos de embelezar a ocupação exigindo 20 postos de controlo, em vez de diz, ou de que os reduzam para 10 pontos de controlo. É como quando alguém está numa prisão e se aumenta a quantidade de comida: continua sempre a ser uma prisão. Tudo aquilo de que falamos quando nos referimos às agressões do Governo israelista são consequências da ocupação: os assassínios, a destruição de casas, etc. Independentemente do Governo no poder, o imperativo é acabar com a ocupação, acabar com este regime e deixar que o povo palestiniano decida o seu futuro. Eles não podem decidir o futuro por nós, somos 14 milhões, eles não têm o direito de decidir o nosso futuro. O nosso futuro é a liberdade, não sermos escravos. Essa é a verdadeira, e grande, questão. De acordo com dados preliminares, o número de palestinianos mortos subiu para 25 e o de feridos para 70, na agressão militar de Israel contra a Faixa de Gaza iniciada há três dias. A aviação israelita atacou, esta quinta-feira, apartamentos a norte de Khan Yunis, provocando a morte de três pessoas, incluindo Ali Hassan Ghali, um comandante das Brigadas Al-Quds, a ala militar da Jihad Islâmica. Trata-se do quarto comandante da Jihad Islâmica da Palestina a ser assassinado no espaço de 48 horas. Entretanto, o movimento de resistência advertiu o governo de Telavive para as consequências destes bombardeamentos, que contaram com a luz de verde de Washington e contam com o apoio expresso de Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional dos EUA, que esta quinta-feira reafirmou o direito de Israel à «auto-defesa». Neste contexto, a resistência palestiniana retomou esta madrugada o lançamento de rockets para os territórios ocupados por Israel, que activou o sistema Cúpula de Ferro para os tentar deter. Segundo refere a Al Mayadeen, com base na imprensa israelita, na quarta-feira, cerca de 500 rockets foram lançados a partir da Faixa de Gaza em resposta à agressão israelita, no âmbito de uma operação denominada Vingança dos Livres. Israel bombardeou, esta madrugada, a Faixa de Gaza, provocando a morte de 13 palestinianos, incluindo quatro crianças e quatro mulheres. Os EUA foram previamente informados da agressão militar. Aviões e drones das forças militares de Telavive atacaram casas e edifícios residenciais na Faixa de Gaza, esta madrugada, no contexto de uma operação dirigida contra membros do movimento de resistência Jihad Islâmica. Segundo revela o canal libanês Al Mayadeen (tal como outros meios de comunicação), foram mortas três figuras de relevo do movimento: Jihad Ghannam, Khaled al-Bahitini e Tariq Izz al-Din. A operação já estava a ser preparada há algum tempo e Israel escolheu o momento, refere a mesma fonte, precisando que a agressão foi aprovada no fim-de-semana passado e que o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita falou sobre ela ao Secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. O Ministério palestiniano da Saúde confirmou a morte de 13 pessoas – entre as quais se encontram quatro crianças e quatro mulheres – e a existência de 20 feridos, alguns dos quais em estado grave. Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros referiu-se a este «crime horrendo» como um «prolongamento da guerra aberta da ocupação contra o povo e os seus justos e legítimos direitos nacionais». A declaração, divulgada pela Wafa, responsabiliza «total e directamente» o governo de Benjamin Netanyahu por esta agressão e as suas consequências, classificando-a como «uma escalada perigosa que ameaça uma explosão geral». Insistiu, além disso, no pedido de ajuda à «comunidade internacional», para que intervenha com urgência e «pare o ataque ao povo palestiniano». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Essa mesma imprensa refere que a estrutura militar e de segurança da ocupação está a preparar-se para uma ampla resposta da resistência, na sequência do assassinato de vários dirigentes da Jihad Islâmica. Fontes de uma sala conjunta de operações das várias facções palestinianas revelaram ao canal libanês que existe consenso no seio da resistência quanto a uma posição de compromisso para travar os «crimes israelitas». Também deram conta de «pressões da parte da ocupação, por via de vários mediadores, para se chegar a um cessar-fogo», mas sublinhando que «a resistência permanece firme na sua exigência de um claro compromisso [israelita] para acabar com a política de assassinatos». Ontem, o Conselho da Liga Árabe, reunido no Cairo, expressou solidariedade total ao povo palestiniano e apoio à sua firmeza frente à agressão contínua israelita, sublinhando o seu legítimo direito à defesa neste contexto. Numa declaração divulgada pela Wafa, o Conselho condenou a agressão generalizada ao povo palestiniano na Faixa de Gaza cercada, na Cisjordânia e em Jerusalém ocupadas, solicitando protecção para o povo palestiniano. Pediu ainda ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que assuma as suas responsabilidades na manutenção da paz e da segurança internacionais, e que exerça a pressão necessária sobre Israel, a potência ocupante. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Salim – O mundo ocidental é, numa palavra, hipócrita. Têm uma tendência para a dupla moralidade. Tal como acabaste de dizer: quando é na Ucrânia, são combatentes pela liberdade, mas os palestinianos são sempre terroristas. Trata-se de uma dupla moral. Não há volta a dar, a ocupação é a ocupação: é contra os direitos humanos, é contra todas as resoluções das Nações Unidas. Temos mais de 36 resoluções, aprovadas nas Nações Unidas, a nosso favor, assinadas também pela Europa, e eles nem sequer respeitam a sua própria assinatura. Nós dizemos-lhes para respeitarem o que assinaram, aquilo que todos nós, em conjunto, acordámos, mas, claro, eles acabam sempre por fazer o contrário: são hipócritas que apoiam a ocupação e o apartheid, contra todas as leis, quer sejam leis nacionais ou internacionais. Nisreen – A ocupação israelita quer fazer parte da Europa e é por isso que estão a entrar por todas as portas que lhes permitam afirmar-se como tal. Mas isso não pode ser, não se pode ser apagar a realidade: a Palestina é a Palestina, nem hoje, nem amanhã, será Israel, por mais que participem em festivais ou torneios de futebol... Salim – Ouvi o porta-voz da União Europeia a falar em «fazer florescer o deserto». Os judeus sionistas tomaram a Palestina como se de um apartamento mobilado se tratasse. Comemorar o quê, afinal? A destruição de cidades inteiras? O Nakba não é apenas uma coisa que aconteceu num passado distante, esquecida num museu... é algo contínuo, que acontece todos os dias: esta é a estratégia do sionismo. Eles querem uma Palestina sem pessoas. Mesmo na África do Sul, aliás, durante o Apartheid, eles queriam ter controlo sobre o povo e a terra, mas os judeus sionistas só querem mesmo a nossa terra, sem que nós lá estejamos, o que se reflecte nas suas estratégias e políticas. Salim – Não há apenas um Nakba: é uma política continuada. Uma estratégia. Desde o primeiro dia, eles não quiseram que lá ficassemos, sempre nos quiseram substituir. Na África do Sul, mantiveram as pessoas porque queriam dar-lhes uso. No nosso caso, 70% foi expulsa do país. Nada mudou. Não mudou uma única coisa. A situação está a piorar ainda mais, nomeadamente com este governo. É por isso que eles nunca aceitaram os nossos direitos enquanto povo. Nunca. Mesmo no Acordo de Oslo, recusaram-se a reconhecer o povo palestiniano e o seu direito à autodeterminação. É por isso que estão a encher o nosso país de colonatos. Onde é que alguma vez poderemos construir um Estado livre, quando temos mais de 700 000 colonos na Cisjordânia, na Palestina? Quando Gaza e a Cisjordânia são apenas 22% do território da nossa pátria (abdicámos de 78% em Oslo)? Nem isso é suficiente para Israel. É esta a mentalidade com que nos confrontamos. Não há um único acordo que eles respeitem, armam-se em deuses. Temos de lutar para mudar a realidade, é o único caminho que resta aos palestinianos. Dias depois de colonos extremistas terem invadido e atacado Huwara, Bezalel Smotrich afirmou que Israel deve «aniquilar» a localidade palestiniana no Norte da Cisjordânia ocupada. «Penso que Huwara precisa de ser destruída», disse o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, esta quarta-feira, defendendo que «o Estado devia fazê-lo e não cidadãos privados», refere a PressTV com base na imprensa israelita. As declarações do ministro de extrema-direita do governo de Benjamin Netanyahu seguem-se ao ataque perpetrado contra a localidade palestiniana, no domingo à noite, por centenas de colonos armados. Tratou-se da «resposta» à morte de dois israelitas de um colonato ilegal, executados por um atacante palestiniano de Huwara. Este ataque, por sua vez, seguiu-se ao massacre de Nablus, em que as forças de ocupação israelitas mataram 11 palestinianos e feriram mais de cem. No domingo à noite, os colonos queimaram pelo menos 150 carros, 52 casas e várias lojas. Uma pessoa foi morta e o número de feridos palestinianos é superior a 390, indica a agência Wafa. Grupos israelitas de defesa dos direitos humanos como Peace Now e B’Tselem referiram-se ao ataque dos colonos como um «pogrom» apoiado pelas autoridades de ocupação. Por seu lado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de impedirem as ambulâncias e os paramédicos de acederem ao local do ataque, a poucos quilómetros de Nablus. No Knesset, a extrema-direita israelita considerou os ataques a Huwara «legítimos». Hussein al-Sheikh, da Comissão Executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, no Twitter, que as afirmações de Smotrich para apagar Huwara do mapa são o apelo de um «racista terrorista». Também o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, se referiu às afirmações do ministro israelita como «terroristas» e «racistas», e alertou para o facto de que «fazem prever uma escalada séria» contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Neste sentido, pediu às Nações Unidas, à União Europeia e demais organizações internacionais que condenem as declarações de Smotrich. Antes, já tinha pedido ajuda internacional «contra os crimes de Israel». O Parlamento (da Liga) Árabe, com sede no Cairo, condenou esta quarta-feira os ataques executados por colonos israelitas contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada, referindo-se em especial ao assalto à localidade de Huwara. Perante os ataques terroristas sistemáticos dos colonos contra cidadãos indefesos, com armas de fogo, incêndios de casas e viaturas, expulsão de agricultores, assassinatos e outros crimes, exortou o mundo e em especial o Conselho de Segurança da ONU a adoptar medidas para proteger o povo palestiniano. Antes, a Liga Árabe já tinha proposto que as milícias de colonos passem a ser incluídas na lista de grupos terroristas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Nisreen – Nunca desistiremos da nossa luta, vamos lutar até que a Palestina seja livre. Não existe ocupação que dure para sempre, mesmo que aguente 400, 800 anos, sem que nada mude, vamos sempre continuar a lutar. Voltarei à minha aldeia, com os meus filhos, tenho a certeza de que será em breve. Todos nós mantemos a memória da Nakba, tanto a minha geração como as gerações mais novas. Somos refugiados e vamos voltar para a Palestina. Uma criança de 3 anos vai dizer que é originário desta ou daquela aldeia na Palestina, embora viva, mesmo que sempre tenha vivido num campo de refugiados. Os palestinianos que vivem no Líbano, na Síria, em qualquer parte do mundo, não se esquecem nunca que são palestinianos e que vão voltar, mais cedo ou mais tarde. É certo. Salim – Ben Gurion (primeiro primeiro-ministro de Israel) disse: «Os velhos vão morrer e os novos vão esquecer». Não é verdade. Os mais novos não se esquecem da sua casa, a Palestina, e continuam a lutar por ela. Não a podemos esquecer, construímos, nesta terra, a nossa cultura, ao longo de milhares de anos, como é que a poderíamos esquecer? Salim –Parece-me uma evolução muito positiva. O acordo entre o Irão e a Arábia Saudita permitiu reduzir a tensão na região, o que é, objectivamente, do interesse dos palestinianos. É também por isso que Israel não está satisfeita com o acordo: toda a política israelita se baseia em fomentar a divisão em toda a região do Médio Oriente. Não ficaram, com certeza, satisfeitos ao ver que estes povos se estão a reaproximar. Nisreen – Estamos de acordo com a normalização de relações entre países como a Arábia Saudita, o Irão, a Síria, etc... Se não houver ocupação israelita, acho que toda esta zona do mundo árabe será melhor. O ministro da Segurança Nacional de Israel, Ben-Gvir, ordenou a retirada de todas as bandeiras palestinianas em público. São «terroristas», afirma, depois de, em 2022, Israel ter assassinado mais de 200 pessoas. É um passo ainda mais radical do que aquele que já vinha sendo exigido pelo partido de extrema-direita nacionalista e xenófoba, Otzma Yehudit, uma das bases de sustentação do novo Governo de coligação de Benjamin Netanyahu. Itamar Ben-Gvir, actual ministro da Segurança Nacional de Israel, lidera o partido. A prática punitiva de reter os corpos de palestinianos ou os enterrar em «cemitérios de números» tem sido denunciada reiteradamente. Esta terça-feira, centenas de pessoas manifestaram-se em Gaza e na Cisjordânia. Na Cidade de Gaza, os manifestantes lembraram o caso recente do preso Nasser Abu Hmaid, que faleceu há uma semana, depois de lhe ter sido diagnosticado cancro em Agosto de 2021, e cujo corpo não foi entregue à família. De forma simbólica, refere a agência Ma’an, alguns dos participantes na mobilização desta terça-feira levaram um caixão com a imagem de Abu Hmaid desde o gabinete da Cruz Vermelha até aos escritórios das Nações Unidas no enclave palestiniano, exigindo à ONU que se envolva na questão da libertação dos «corpos dos mártires». «Todas as mães têm direito a abraçar os seus filhos, a despedir-se deles e a enterrá-los», disse a mãe de Abu Hmaid, presente na manifestação, acrescentando que estava ali pelo corpo do filho e os de «todos os outros mártires, que sacrificaram a vida pela independência, para que possam ser enterrados na Palestina». O número foi destacado pela Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) em conferência de imprensa. A maior parte encontra-se nos centros de detenção de Ofer e de Naqab (Neguev). O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional – até do Departamento de Estado norte-americano e da Amnistia Internacional –, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. Agora, a SPP revelou também que, dos 835 palestinianos actualmente presos ao abrigo deste regime, 80 são mulheres, indica a agência Wafa. Além disso, a organização não governamental (ONG) informou que, ao longo de 2022, as autoridades israelitas emitiram 2134 ordens de detenção administrativa, 242 das quais em Novembro (o ano passado foram 1595). Desde o início de 2022 até ao fim de Novembro, as forças israelitas prenderam 6500 palestinianos, revelou a SPP, citada pela agência turca Anadolu. Entre os detidos, contavam-se 153 mulheres e 811 menores de idade acrescentou. As forças de ocupação israelitas detiveram 5300 palestinianos desde o princípio deste ano, incluindo 111 mulheres e 620 menores de idade, revelou esta segunda-feira uma organização não governamental. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) afirmou que, com 2353 detenções registadas, Jerusalém Oriental ocupada se situa no primeiro lugar por regiões, e que Abril foi o mês com maior número de detenções (1228 casos), noticia a agência Wafa. A SPP condenou os ataques e raides israelitas contra cidades, aldeias e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada para prender activistas, referindo que muitos palestinianos foram mortos, nesse processo, pelas balas do Exército. Neste contexto, o número de execuções extrajudiciais no terreno, em 2022, é mais elevado por comparação com anos anteriores, alertou a SPP, que também questionou os bloqueios militares a localidades e campos de refugiados palestinianos, classificando-os como uma punição colectiva. No que respeita às detenções administrativas, a organização afirmou que este ano, até à data, foram emitidas 1160. Só no mês de Agosto, foram decretadas 272, pelo que, no final de Setembro, havia cerca de 800 palestinianos nas prisões israelitas detidos sem acusação ou julgamento. Ao abrigo deste regime, os períodos de detenção podem ser infinitamente renovados por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. De forma reiterada, os presos palestinianos detidos sob este regime iniciam greves de fome para denunciar os seus casos e a política de detenção administrativa, exigindo a sua libertação. Diversas instâncias das Nações Unidas têm denunciado repetidamente este regime israelita de detenção, na medida em que não faculta aos detidos palestinianos as «salvaguardas jurídicas básicas» e violam o direito internacional humanitário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Só no mês de Novembro, foram detidos 490 palestinianos, incluindo 76 menores e 12 mulheres, informaram, num relatório conjunto, a SPP, a Addameer, o Centro de Informação Wadi Hilweh e a Comissão dos Assuntos dos Presos e Ex-Presos Palestinianos. No relatório mensal a que o Middle East Monitor faz referência, as quatro organizações de defesa dos direitos presos afirmaram que, no mês passado, o maior número de detenções ocorreu em Hebron (al-Khalil; 135 casos), seguida por Jerusalém (123), Ramallah (52), Jenin e Nablus. De acordo com os grupos, há actualmente nas cadeias israelitas cerca de 4700 palestinianos presos, incluindo 34 mulheres e 150 menores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Também ontem, refere a agência Wafa, centenas de pessoas participaram numa manifestação entre o campo de refugiados de al-Amari, de onde era o preso Nasser Abu Hmaid, e o posto de controlo de Qalandia, perto de Ramallah, na Cisjordânia ocupada. O objectivo era o mesmo que na Faixa de Gaza – reclamar a devolução do corpo de Abu Hmaid e de dezenas de outros palestinianos retidos por Israel há meses ou anos. Quando os manifestantes chegaram ao checkpoint de Qalandia, os soldados israelitas dispersaram a mobilização, recorrendo a latas de gás lacrimogéneo e disparos. O Crescente Vermelho Palestiniano informou que ficaram feridas 11 pessoas, na maioria por sufocação. De acordo com a Campanha Nacional pela Recuperação dos Corpos dos Mortos por Israel e pelo Esclarecimento do Destino dos Desaparecidos, há 68 casos documentados de palestinianos desaparecidos desde o início da ocupação israelita de 1967. A Campanha revela ainda que, desde 2015, as autoridades israelitas retêm 117 corpos de palestinianos em morgues e que há outros 254, mortos desde 1967, nos chamados «cemitérios de números», no Norte dos territórios ocupados em 1948, actual Estado de Israel. Israel tem há muito os «cemitérios para os mortos inimigos» e retém outros corpos de palestinianos em morgues. Trata-se de uma punição colectiva e uma violação grosseira do direito internacional. Em declarações à Voz da Palestina, a advogada Salwa Hammad disse este sábado que se estão a intensificar os esforços para obrigar Israel a libertar os corpos dos palestinianos que foram mortos pelas suas forças ao longo dos anos e que as autoridades sionistas mantêm «prisioneiros» em morgues ou em túmulos sem nomes, apenas identificados por números. Hammad, que é coordenadora da Campanha Nacional pela Recuperação dos Corpos dos Mártires retidos por Israel desde 2015, declarou à rádio que há 81 corpos de palestinianos retidos nas morgues, além de outros 254, que foram mortos desde 1967, nos chamados «cemitérios de números», no Norte dos territórios ocupados em 1948, actual Estado de Israel. «Existem esforços em curso para mobilizar a comunidade internacional com vista a ajudar a libertar os corpos retidos, tendo em conta o falhanço do processo legal para alcançar esse fim», disse Hammad, citada pela WAFA. Acrescentou que estão previstas novas iniciativas a nível internacional este ano, bem como acções e campanhas mediáticas, sobretudo no Dia Nacional pela Recuperação dos Corpos dos Mártires, a 27 de Agosto. Há alguns anos, Issam Arouri, director do Centro de Assistência Jurídica e Direitos Humanos de Jerusalém (JLAC, na sigla em inglês), destacava a este propósito que «Israel é o único país do mundo que retém os corpos de pessoas mortas com o intuito de os usar para negociar» em futuras trocas de prisioneiros. Também denunciou, então, que era comum os israelitas reterem os corpos antes de os entregarem às famílias para imporem condições «sobre o modo como se realizam os funerais». Por vezes, as famílias têm de esperar décadas até receberem os corpos dos seus entes queridos. O corpo de Mashour al-Arouri esteve retido por Israel 34 anos e o de Hafez Abu Zant, 35 anos, tendo o JLAC conseguido recuperá-los para os familiares em 2010 e 2011, respectivamente, segundo informou o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). O governo israelita mantém actualmente retidos nas morgues os corpos de 19 palestinianos mortos pelas forças israelitas nos últimos dois anos. Retém, para além disso, os corpos de 260 palestinianos mortos desde 1967, denuncia uma organização de apoio jurídico e humanitário. Em declarações à rádio Voz da Palestina, Issam Arouri, director do Centro de Assistência Jurídica e Direitos Humanos de Jerusalém (JLAC, na sigla em inglês), disse que as forças israelitas continuam a reter os restos mortais de 260 palestinianos nos chamados «cemitérios de números» em Israel, para além de conservarem em morgues os corpos de 19 palestinianos que foram mortos pelos israelitas desde 2016, informa a agência Ma'an. Os últimos casos dizem respeito a Hamzeh Zamaareh, de 19 anos, e Ahmad Nasser Jarrar, de 22 anos, que foram mortos na semana passada. «Israel é o único país do mundo que retém os corpos de pessoas mortas com o intuito de negociar ou que impõe condições sobre o modo como se realizam os funerais antes de os entregar às famílias», disse ainda Arouri à Voz da Palestina. Israel tem desde há muito «cemitérios para os mortos inimigos», também conhecidos como «cemitérios de números», onde se encontram os restos mortais de membros da resistência palestiniana contra a ocupação sionista que foram mortos durante ataques contra israelitas. A Ma'an refere que as autoridades israelitas os enterram em túmulos sem nomes, apenas identificados por números. Por vezes, as famílias têm de esperar décadas até receberem os corpos dos seus entes queridos. O corpo de Mashour al-Arouri esteve retido por Israel 34 anos e o de Hafez Abu Zant, 35 anos, tendo o JLAC conseguido recuperá-los para os familiares em 2010 e 2011, respectivamente, segundo revela o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Na sua página de Facebook, o MPPM refere-se ainda ao enorme «encargo psicológico» que esta prática representa para as famílias, citando a advogada Salwa Hammad: «O principal motivo pelo qual eles fazem isto é punir colectivamente a família do mártir… Enquanto não podem ver o corpo do filho, [os familiares] têm esperança de que ele ainda esteja vivo, que esteja na prisão.» Num comunicado conjunto emitido em 2016 pelo grupo palestiniano de apoio aos presos Addameer e o grupo israelita de defesa dos direitos das minorias Adalah, ambas as organizações condenaram a prática habitual de Israel de retenção dos corpos de palestinianos mortos, na medida em que, indica a Ma'an, constitui «uma violação severa do Direito Humanitário Internacional». De acordo com a Convenção de Genebra, as partes num conflito armado devem enterrar os falecidos de forma honrosa, «se possível de acordo com os ritos da religião a que pertenciam» e «os seus túmulos [devem ser] respeitados, devidamente mantidos e marcados de tal forma que possam sempre ser reconhecidos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Para as famílias, esta prática constitui um enorme «encargo psicológico». Salwa Hammad sublinha que «o principal motivo pelo qual eles fazem isto é punir colectivamente a família do mártir… Enquanto não podem ver o corpo do filho, [os familiares] têm esperança de que ele ainda esteja vivo, que esteja na prisão». Outras famílias têm noção de que os seus seres queridos foram mortos pelos israelitas, e realizam protestos com regularidade para exigir a libertação dos seus restos mortais, de modo a poderem fechar um ciclo, fazer o luto. A prática punitiva da retenção dos corpos em morgues ou do seu enterro em «cemitérios de números» é considerada uma violação do direito internacional, e isso mesmo tem sido apontado por organizações humanitárias e de defesa dos direitos, como a Addameer. Segundo a Convenção de Genebra, as partes num conflito armado devem enterrar os falecidos de forma honrosa, «se possível de acordo com os ritos da religião a que pertenciam» e «os seus túmulos [devem ser] respeitados, devidamente mantidos e marcados de tal forma que possam sempre ser reconhecidos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Há alguns anos, Issam Arouri, director do Centro de Assistência Jurídica e Direitos Humanos de Jerusalém (JLAC, na sigla em inglês), destacava a este propósito que «Israel é o único país do mundo que retém os corpos de pessoas mortas com o intuito de os usar para negociar» em futuras trocas de prisioneiros. Também denunciou, então, que era comum os israelitas reterem os corpos antes de os entregarem às famílias para impor condições «sobre o modo como se realizam os funerais». Por vezes, as famílias têm de esperar décadas até receberem os corpos dos seus entes queridos. O corpo de Mashour al-Arouri esteve retido por Israel 34 anos e o de Hafez Abu Zant, 35 anos, tendo o JLAC conseguido recuperá-los para os familiares em 2010 e 2011, respectivamente, segundo revelou o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Para as famílias, esta prática constitui um enorme «encargo psicológico», afirma a Campanha, cujos responsáveis destacam o carácter de punição colectiva subjacente à decisão de reter um corpo. «Enquanto não podem ver o corpo do filho, [os familiares] têm esperança de que ele ainda esteja vivo, que esteja na prisão», afirmam. Uma ONG publicou um relatório que documenta o «sistema de opressão e dominação» imposto por Israel aos palestinianos. «Isto equivale ao apartheid, proibido pelo direito internacional», sublinha. No seu portal, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) atribuiu esta terça-feira grande relevância ao extenso relatório publicado pela Amnistia Internacional, no qual confirma que «o regime de Israel contra todo o povo palestiniano configura o crime contra a humanidade de apartheid». A acusação agora formulada – que é feita há décadas e tem sido sustentada em anos recentes por personalidades e organizações de defesa dos direitos humanos – foi apresentada numa publicação que culmina investigações levadas a cabo entre 2017 e 2021, e tem por base a recolha de provas de violações dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário na Palestina histórica, bem como em publicações de diversa índole. De acordo com a investigação, «Israel impõe um sistema de opressão e dominação contra os palestinianos em todas as áreas sob seu controlo, em Israel e nos territórios palestinianos ocupados, e contra os refugiados palestinianos, a fim de beneficiar os israelitas judeus. Isto equivale ao apartheid, proibido pelo direito internacional». Uma estudante palestiniana de Arquitectura partiu do presente de opressão e injustiça e concebeu o futuro sem apartheid e ocupação israelitas, transformando uma conhecida estrutura de opressão num espaço público. Na universidade também se resiste – e pensa, pesquisa e recria a libertação da Palestina. Um exemplo disso é o projecto de final de curso apresentado pela estudante Saja Imad al-Barghouti, de 22 anos, que redesenhou o posto de controlo de Qalandiya, desmantelando uma estrutura do apartheid erigida pela ocupação israelita e convertendo-a num espaço público de jogos, brincadeira, diversão e vida. O projecto, intitulado «Galeria de Qalandiya» e concebido como «reciclagem do checkpoint de Qalandiya depois da libertação da Palestina», foi apresentado como trabalho de final de curso à Universidade de Al-Quds, em Jerusalém, e, sublinha o canal libanês Al Mayadeen, dá corpo ao «imaginário colectivo de milhões». Barghouti sublinhou que «o conceito do projecto se baseia na realidade palestiniana, mergulhada em opressão, injustiça e separação», devido ao principal checkpoint entre Ramallah e Jerusalém, e ao Muro do Apartheid. Com o projecto, são demolidos o apartheid, a discriminação, a privação de direitos a que os palestinianos são sujeitos em Qalandiya, e o espaço, «reciclado», torna-se habitável, assume funções culturais e sociais, com balouços, escorregas, campos de basquetebol, zonas para fazer compras, ver arte e conviver. A jovem estudante afirmou que a ideia fundamental subjacente ao projecto é pôr fim ao «carácter colonial» do Muro do Apartheid e transformá-lo numa peça arquitectónica que «restaure os sentidos», quando os palestinianos ali foram privados da sua utilização. Estruturas como o checkpoint de Qalandiya, explicou, «visam limitar a mobilidade dos palestinianos, suprimir os seus sentidos e desintegrar o seu tecido social, geográfico e nacional». O design do projecto pretende transformar o muro num «local de paz, sem opressão e humilhação», com «liberdade de movimentos» – o oposto do que acontece agora –, e num «museu de arte», que também passe «uma imagem revolucionária do povo palestiniano» e guarde o simbolismo do muro como parte da história de ocupação sofrida pelos palestinianos, sublinhou. Saja Barghouti disse que a ideia do projecto lhe surgiu da própria «realidade quotidiana vivida pelos palestinianos na Cisjordânia, o cansaço e a tensão que sentem quando têm de passar pelo posto de controlo». O checkpoint militar israelita de Qalandiya fica perto da localidade palestiniana homónima, a sul de Ramallah, na Cisjordânia ocupada. Ali, milhares de palestinianos são obrigados a esperar horas para poderem passar e são submetidos a humilhações pelas forças israelitas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «As leis, políticas e práticas destinadas a manter um sistema cruel de controlo sobre os palestinianos deixaram-nos fragmentados geográfica e politicamente, frequentemente empobrecidos, e num estado constante de medo e insegurança», refere ainda o relatório. O apartheid pode ser entendido como um sistema de tratamento discriminatório prolongado e cruel por parte de um grupo racial sobre membros de outro grupo, com a intenção de controlar o segundo grupo racial, entende a organização não governamental, que afirma: «O apartheid não é aceitável em parte nenhuma do mundo. Então porque é que o mundo o aceitou contra os palestinianos?» A ONG, que faz um vasto conjunto de recomendações a Israel e a outros intervenientes com vista ao «desmantelamento deste terrível sistema de apartheid», afirma que, desde a criação do Estado de Israel, em 1948, sucessivos governos têm criado e mantido um sistema de leis, políticas e práticas destinadas a oprimir e dominar os palestinianos com a intenção de privilegiar os israelitas judeus. Acusado de eliminar a Palestina da sua app Maps, o Google acabou por admitir, após um protesto mundial, que este território nunca foi assim designado, apesar de 136 membros da ONU o reconhecerem como Estado independente. O Google Maps está novamente envolvido em polémica, afirma o Middle East Monitor. Desta vez, a questão prende-se com o Muro do Apartheid de Israel – eufemisticamente designado como «barreira de separação» e que serpenteia pelas terras palestinianas da Margem Ocidental ocupada. O muro, que pode ser visto do espaço, não é visível no Google; não aparece em nenhum dos mapas fornecidos pelo motor de busca. A Grande Muralha da China e a Muralha de Adriano (no Norte de Inglaterra) aparecem no Google Maps, e o mesmo se passa com o relativamente modesto Muro Ocidental, de 500 metros, em Jerusalém. Já o muro de betão de 700 quilómetros de comprimento e oito metros de altura que atravessa a Palestina desaparece do sistema de mapas electrónicos do Google. Em virtude desta situação, o deputado europeu Alyn Smith (Partido Nacional Escocês) lançou uma petição em que se insta o Google a mostrar o Muro do Apartheid na sua totalidade, incluindo postos de controlo, torres de vigia e outros elementos instalados pelo Estado sionista. O Google, insiste Alyn Smith, deve ser obrigado a mostrar o muro e a entender que a sua prática actual é inaceitável. O muro foi iniciado em 2000, com o argumento de que protege os cidadãos de Israel de bombistas suicidas. No entanto, esta estrutura configura-se como uma violação do direito dos palestinianos a deslocarem-se sem entraves na sua terra histórica, sublinha o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), acrescentando que «o muro é inteiramente construído bem dentro da terra palestiniana» e que «se trata de um roubo de terra em grande escala». O Tribunal Internacional de Justiça classificou o muro como ilegal e a Assembleia Geral da ONU instou Israel a respeitar a sentença (com 150 votos a favor e seis contra). Mas o Estado de Israel é especialista em desprezar resoluções das Nações Unidas (cerca de 180), e esta foi, como as demais, ignorada ou violada, refere o MPPM. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com o organismo, as autoridades israelitas têm feito isto recorrendo a quatro estratégias principais: 1. a fragmentação em domínios de controlo (manter os palestinianos separados uns dos outros em domínios territoriais, legais e administrativos distintos); 2. a despossessão de terras e propriedades (décadas de apreensões discriminatórias de terras e propriedades, demolições de casas e expulsões forçadas); 3. segregação e controlo (um sistema de leis e políticas que mantêm os palestinianos confinados a enclaves, sujeitos a várias medidas que controlam as suas vidas, e segregados dos israelitas judeus); 4. privação dos direitos económicos e sociais (o empobrecimento deliberado dos palestinianos, mantendo-os em grande desvantagem em comparação com os israelitas judeus). No documento, o organismo denuncia que «as autoridades israelitas gozam há demasiado tempo de impunidade», afirmando que Israel comete de forma sistemática, há décadas, graves violações dos direitos humanos dos palestinianos. Entre outras, refere a transferência forçada, a detenção administrativa, tortura, assassínios ilegais e ferimentos graves, negação de direitos e liberdades básicos, que se inserem no «ataque generalizado e sistemático contra a população palestiniana» e que constituem «crimes contra a humanidade de apartheid». Israel pediu à Amnistia Internacional que não publicasse o relatório, com o argumento estafado do «anti-semitismo» (o mesmo que é usado em França ou no Reino Unido para restringir a solidariedade com a Palestina) e afirmando que as conclusões são «falsas e tendenciosas», segundo referem o MPPM e outras fontes. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Outras famílias têm noção de que os seus seres queridos foram mortos pelos israelitas, e realizam protestos com regularidade para exigir a libertação dos seus restos mortais, de modo a poderem fechar um ciclo, fazer o luto. A prática punitiva da retenção dos corpos em morgues ou do seu enterro em «cemitérios de números» é considerada uma violação do direito internacional, e isso mesmo tem sido apontado por organizações humanitárias e de defesa dos direitos, como a Addameer. Segundo a Convenção de Genebra, as partes num conflito armado devem enterrar os falecidos de forma honrosa, «se possível de acordo com os ritos da religião a que pertenciam» e «os seus túmulos [devem ser] respeitados, devidamente mantidos e marcados de tal forma que possam sempre ser reconhecidos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Uma das reivindicações deste partido, indispensável para assinar o acordo de coligação, era a proibição de bandeiras palestinianas em edifícios públicos israelitas e instituições que recebam apoios do estado de Israel. Apenas 11 dias após a tomada de posse, Ben-Gvir já aproveitou o poder que lhe foi conferido por Netanyahu para extremar ainda mais o seu posicionamento racista e xenófobo, anunciando, no Domingo, a ordem de retirada de toda e qualquer bandeira palestianiana que esteja em espaço público de Israel. A medida será agora posta em prática pelas forças de segurança do país. «A liberdade de expressão não se estende à identificação com terroristas e com aqueles que querem prejudicar os soldados» das IDF (Forças de Defesa de Israel), defendeu o ministro. As forças de ocupação foram responsáveis pelo assassinato de mais de duas centenas de palestinianos, só em 2022. Também no Domingo, Netanyahu queixou-se de um cartaz presente numa manifestação contra o seu governo, que exigia a libertação da Palestina e o fim da «ocupação colonial zionista». O primeiro-ministro israelita, responsável por inúmeros massacres e violações de direitos humanos, exigiu que os manifestantes parassem «imediatamente» com essas acusações. A situação não é nova. Em Maio de 2022, o anterior governo removeu, à força, as bandeiras palestinianas presentes no funeral da jornalista Shireen Abu Akleh, da Al Jazeera, morta a tiro pelas forças de ocupação de Israel. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Salim – Existe na Europa um movimento crescente de solidariedade para com a Palestina e esperamos que este ajude a exercer pressão sobre o governo israelita. Queremos que os governos da Europa reconheçam o Estado da Palestina e se posicionem firmemente contra a expansão dos colonatos. Não interessa se as pessoas são de direita ou de esquerda, desde que defendam o que é justo. Justiça é justiça. Por que razão são as ocupações recusadas em todo o mundo, excepto na Palestina? Porque é que este é o único lugar onde devemos ter em conta os sentimentos do ocupante? Nunca houve nada assim, em que nos obrigam a ter em conta os sentimentos do ocupante. Não o ocupado. Porquê? Por causa da história europeia... Porque é que temos de pagar pela história da Europa? Não é a nossa história! Eles impõem-na e nós temos de pagar o seu preço. A Nisreen nasceu num campo de refugiados, eu nasci num campo de refugiados, tudo por causa desta política europeia. É uma perspectiva completamente hipócrita: de um lado, eles lutam pelo seu país, do outro, nós, que defendemos a nossa terra, somos os terroristas. Parem! Este jogo tem de ser travado! Salim – O meu povo está sob ocupação. Há um ocupante e há um ocupado. É preciso ter uma posição firme contra o ocupante. Não se pode estar sempre a fazer equivalências. Pedem-nos para pensarmos no pobre ocupante. Eles não são pobres nenhums: têm mísseis, têm armas automáticas, Israel tem o maior exército do Médio Oriente e é apoiado por todo o mundo ocidental. Não somos culpados pela história da Europa. Nisreen – Não é culpa dos palestinianos e a Europa não pode limpar as suas mãos dos crimes que ajudou a cometer. Vários governos europes, por exemplo, estão a aplicar uma lei para não permitir que os palestinianos que vivem na Europa lutem ou apoiem o nosso povo. Na Alemanha, por exemplo, há um grupo chamado Samidoun [Rede de Solidariedade com os Prisioneiros Palestinianos] que tem promovido várias manifestações em defesa dos presos nos cárceres israelitas e que está, constantemente, a ser boicotado pelo governo alemão, recusando-se a dar autorização para acções, arrancam as bandeiras palestinianas, não deixam que as hasteiam. O boicote a instituições israelitas é muito, muito, importante! Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A Nakba (Catástrofe, em árabe), em 1948, deu início a um processo (ainda em curso) que resultou na expulsão e expropriação de mais de 750 mil palestinianos das suas casas, aldeias e cidades, «a que se seguiram décadas de regime militar de excepção, de destruição de ecossistemas, de culturas ou de qualquer outro modo de subsistência, de empobrecimento, detenção e encarceramento sem acusação nem direito a defesa, de morte, tortura e incapacitação causadas pelos bombardeamentos, pelas incursões militares e pela carta branca reconhecida aos colonos para agirem como bem entenderem em qualquer parte do território». «Quando se descreve os acontecimentos terríveis do dia 7 de outubro como “o pior trauma coletivo por que passou Israel” perguntamo-nos porque se ocultam 75 anos de traumas colectivos que foram e continuam a ser impostos ao povo palestiniano», afirmam. «Não contem connosco para colaborar no assassinato da memória da tragédia palestiniana». Os subscritores exprimem a sua solidariedade para com a «luta de libertação da Palestina» e exigem que se abra, de uma vez por todas, «um caminho que vá além deste status quo insuportável feito de opressão e hipocrisia». «Sem descolonização, sem justiça e sem liberdade não existem caminhos para a paz!». Reiterando a «condenação inequívoca de ataques a civis», a aliança Hadash e os comunistas responsabilizam o «Governo fascista» de Israel pela «escalada» da violência. «Só há uma solução: acabar a ocupação». «Nestes tempos difíceis, reiteramos a condenação inequívoca de qualquer ataque a civis inocentes e apelamos a todas as partes para retirarem os civis deste ciclo de violência», afirmou o Partido Comunista de Israel (PCI), em comunicado divulgado na terça-feira. Não obstante, os comunistas responsabilizam integralmente os crimes do «Governo fascista de direita israelita», liderado por Benjamin Netanyahu, pela escalada de violência. 20 instalações da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) foram atingidas por bombas israelitas. Em duas das escolas bombardeadas morreram 30 estudantes e 9 trabalhadores, denuncia a organização. São já quase 220 mil deslocados internos na Faixa de Gaza que encontraram abrigo em 92 escolas geridas pela Agência da ONU para Refugiados Palestinianos (UNRWA), afirmou António Guterres, incluindo vários funcionários das Nações Unidas cujas casas foram destruídas por Israel. No sábado, a resistência palestiniana quebrou a vedação que cerca o enclave e lançou uma ofensiva contra os territórios ocupados em 1948. Desde então, a aviação israelita matou mais de 430 palestinianos. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério palestiniano da Saúde esta manhã, os bombardeamentos indiscriminados na Faixa de Gaza, conhecida como «a maior prisão a céu aberto», provocaram a morte a 436 pessoas, incluindo 91 menores, e fizeram 2271 feridos, 244 dos quais crianças. Nas últimas horas, a aviação da ocupação lançou centenas de raides contra o enclave costeiro, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, atingindo edifícios residenciais, infra-estruturas oficiais e civis, bem como edifícios religiosos, tendo destruído pelo menos duas mesquitas, indica a agência Wafa. Só no sábado, os bombardeamentos israelitas provocaram 300 mortos, o que, segundo destaca o portal The Cradle, é o número mais elevado de palestinianos mortos em ataques aéreos da ocupação num só dia desde 2008. Enquanto se mantiver a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos, não haverá paz, alerta o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). O MPPM reage assim às acções desencadeadas em Gaza e em Israel na madrugada deste sábado. Eram 4h30 em Lisboa (6h30 no local), quando militantes de organizações da resistência palestiniana lançaram, a partir da Faixa de Gaza, um ataque de surpresa, em larga escala, contra Israel, no que apelidaram de «Operação Dilúvio Al-Aqsa». Segundo as organizações, a acção foi uma resposta à profanação da Mesquita de Al-Aqsa e ao aumento da violência dos colonos, e confirma, insiste o MPPM num comunicado, «que não é possível ter uma situação de paz na Palestina e, por consequência, no Médio Oriente, continuando a espezinhar os legítimos direitos do povo palestino e persistindo em manter a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos». Diversos grupos da resistência declararam o apoio à operação lançada contra Israel, esta manhã, a partir da Faixa de Gaza, sublinhando que faz parte da luta de libertação nacional. «Fazemos parte desta batalha e os nossos combatentes estão lado a lado com os seus irmãos nas Brigadas al-Qassam (ala militar do Hamas) até à vitória», afirmou em comunicado Abu Hamza, porta-voz das Brigadas de al-Quds, braço militar da Jihad Islâmica. Em termos semelhantes, refere a Prensa Latina, se pronunciaram as Brigadas al-Nasser Salah al-Din, do Movimento de Resistência Popular: «Unidos numa trincheira neste dia glorioso do nosso povo.» Por seu lado, as Brigadas de Resistência Nacional anunciaram que os seus membros se juntaram à operação, lançada esta manhã pelo Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de rockets e uma incursão terrestre em território ocupado em 1948. Atingido por disparos de colonos na cidade de Huwara, Labib Dumaidi, de 19 anos, é a mais recente das quatro vítimas mortais na Margem Ocidental ocupada, revelou o Ministério da Saúde. De acordo com a informação divulgada pelo Ministério, Labib Mohammed Dumaidi ficou gravemente ferido durante um ataque de colonos, ontem à noite, na cidade de Huwara, a sul de Nablus. Levado para um hospital, não resistiu aos ferimentos, já nas primeiras horas de sexta-feira. Residentes de Huwara tentaram fazer frente à provocação levada a cabo por dezenas de colonos, protegidos por forças militares israelitas, indica a Wafa. Registaram-se fortes confrontos e as tropas israelitas usaram fogo real, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para dispersar os palestinianos. Fontes do Crescente Vermelho Palestiniano informaram que pelo menos 25 pessoas, incluindo quatro crianças, sofreram efeitos de asfixia devido à inalação de gás lacrimogéneo. Também em Huwara, as forças israelitas mataram, ontem à tarde, outro palestiniano, cuja identidade ainda não foi revelada. Dias depois de colonos extremistas terem invadido e atacado Huwara, Bezalel Smotrich afirmou que Israel deve «aniquilar» a localidade palestiniana no Norte da Cisjordânia ocupada. «Penso que Huwara precisa de ser destruída», disse o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, esta quarta-feira, defendendo que «o Estado devia fazê-lo e não cidadãos privados», refere a PressTV com base na imprensa israelita. As declarações do ministro de extrema-direita do governo de Benjamin Netanyahu seguem-se ao ataque perpetrado contra a localidade palestiniana, no domingo à noite, por centenas de colonos armados. Tratou-se da «resposta» à morte de dois israelitas de um colonato ilegal, executados por um atacante palestiniano de Huwara. Este ataque, por sua vez, seguiu-se ao massacre de Nablus, em que as forças de ocupação israelitas mataram 11 palestinianos e feriram mais de cem. No domingo à noite, os colonos queimaram pelo menos 150 carros, 52 casas e várias lojas. Uma pessoa foi morta e o número de feridos palestinianos é superior a 390, indica a agência Wafa. Grupos israelitas de defesa dos direitos humanos como Peace Now e B’Tselem referiram-se ao ataque dos colonos como um «pogrom» apoiado pelas autoridades de ocupação. Por seu lado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de impedirem as ambulâncias e os paramédicos de acederem ao local do ataque, a poucos quilómetros de Nablus. No Knesset, a extrema-direita israelita considerou os ataques a Huwara «legítimos». Hussein al-Sheikh, da Comissão Executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, no Twitter, que as afirmações de Smotrich para apagar Huwara do mapa são o apelo de um «racista terrorista». Também o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, se referiu às afirmações do ministro israelita como «terroristas» e «racistas», e alertou para o facto de que «fazem prever uma escalada séria» contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Neste sentido, pediu às Nações Unidas, à União Europeia e demais organizações internacionais que condenem as declarações de Smotrich. Antes, já tinha pedido ajuda internacional «contra os crimes de Israel». O Parlamento (da Liga) Árabe, com sede no Cairo, condenou esta quarta-feira os ataques executados por colonos israelitas contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada, referindo-se em especial ao assalto à localidade de Huwara. Perante os ataques terroristas sistemáticos dos colonos contra cidadãos indefesos, com armas de fogo, incêndios de casas e viaturas, expulsão de agricultores, assassinatos e outros crimes, exortou o mundo e em especial o Conselho de Segurança da ONU a adoptar medidas para proteger o povo palestiniano. Antes, a Liga Árabe já tinha proposto que as milícias de colonos passem a ser incluídas na lista de grupos terroristas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na parte da manhã, as forças israelitas já tinham matado dois palestinianos, identificados como Hudhayfah Fares, de 27 anos, e Abd al-Rahman Atta, de 23, na aldeia de Shufa, na sequência de um ataque de colonos a viaturas na região de Tulkarem. De acordo com as Nações Unidas, 2023 está a ser o ano mais mortífero para os palestinianos na Margem Ocidental desde que há registo de fatalidades provocadas pelas forças de ocupação. Nabil Abu Rudeineh, porta-voz da Presidência palestiniana, disse à imprensa que a ocupação israelita pisou todas as linhas vermelhas, com a sua insistência na política de assassinatos e incursões em cidades, aldeias e acampamentos palestinianos. Numa entrevista à Palestine TV, o representante da Presidência responsabilizou o governo israelita e a administração norte-americana pelos «crimes perigosos perpetrados pela ocupação e os seus colonos por todo o território palestiniano», os mais recentes dos quais nas imediações de Nablus e Tulkarem, refere a Wafa. Apesar da «guerra implacável» que a ocupação israelita está a travar contra o povo palestiniano «à vista de todo o mundo», o responsável afirmou que isso não irá impedir «o nosso povo de prosseguir a sua luta legítima» até à «criação do seu Estado independente, com Jerusalém como capital». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na Cisjordânia, a Cova dos Leões, um dos grupos da resistência mais activos, fez um apelo à mobilização geral dos seus membros, bem como ao «ataque imediato em todos os lugares contra as forças de ocupação e os seus colonos». Com base em fontes israelitas, a agência Prensa Latina indica que o Exército de ocupação deu conta de combates em 21 locais no Sul de Israel, na sequência da operação palestiniana – embora tenha posteriormente reduzido esse número para sete. Ao anunciar a ofensiva desta manhã (às 7h locais), o comandante das Brigadas al-Qassam, Muhammad al-Deif, disse que o grupo palestiniano disparou para território israelita 5000 rockets. Al-Deif afirmou que a operação é uma resposta aos sistemáticos crimes israelitas contra o povo palestiniano e a profanação contínua por colonos judeus da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, e ocorre num contexto de escalada de agressões, da parte de colonos e forças israelitas, em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. A Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos registou mais de 135 mil casos de detenções, pelas forças de ocupação israelitas, desde o início da Intifada de al-Aqsa, em 2000. Num relatório emitido por ocasião do 23.º aniversário do início da Segunda Intifada ou Intifada de al-Aqsa (28 de Setembro de 2000), a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos sublinha que as detenções levadas a cabo pelas forças israelitas afectaram todas as camadas da sociedade, e não deixaram de parte menores de idade, idosos e mulheres. Dos mais de 135 mil casos registados pelo organismo, 21 mil dizem respeito a menores, indica o relatório – divulgado pela Wafa –, que dá conta da detenção de metade dos deputados do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), de vários ministros, centenas de académicos, jornalistas e funcionários de organizações da sociedade civil e instituições internacionais. Israel mantém nas suas prisões 1264 palestinianos sem acusações nem julgamento, o número mais elevado em 30 anos, revelou a ONG Hamoked. Desde a Primeira Intifada (1987-1993) que não havia tantos palestinianos detidos ao abrigo da polémica norma, alertou a organização não governamental este fim-de-semana, com base nos dados dos serviços prisionais. Jessica Montell, directora executiva da Hamoked, organização israelita que presta assistência jurídica gratuita aos palestinianos que vivem sob a ocupação, afirmou que a detenção administrativa é «massiva e arbitrária» e que Israel mantém nesse regime, sem acusação nem julgamento, mais de 1200 palestinianos, «alguns dos quais durante anos sem uma revisão eficaz». Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que nove presos palestinianos sem acusação ou julgamento continuam em greve de fome por tempo indeterminado. Os presos Kayed al-Fasfous e Sultan Khlouf iniciaram o protesto contra a detenção administrativa há 19 dias. Por seu lado, Osama Darkouk encontra-se em greve de fome há 15 dias. Outros seis reclusos palestinianos em cadeias israelitas estão em greve de fome há 12 dias: Hadi Nazzal, Mohammad Taysir Zakarneh, Anas Kmail, Abdelrahman Baraka, Mohammad Basem Ikhmis e Zuhdi Abdo, informa a agência Wafa, com base na SPP. Na semana passada, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa», que permite manter na cadeia presos sem acusação ou julgamento, numa clara violação das normas internacionais. Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, esta segunda-feira, que quatro presos palestinianos sem acusação ou julgamento tinham iniciado há nove dias uma greve de fome por tempo indeterminado. Em comunicado divulgado pela Wafa, a SPP indicou que Anas Ibrahim Shadid, de 26 anos, Mahmoud Abdel Halim Talahma, de 32, Abdullah Mohammad Abido, de 36, e Mohammad Ahmad Dandis, de 25, iniciaram o protesto para denunciar a sua detenção sem acusação ou julgamento. Acrescentou que todos os detidos estão na cadeia israelita de Ofer, perto de Ramallah, e são originários da província de Hebron (al-Khalil), no Sul da Cisjordânia ocupada. A organização de defesa dos direitos dos presos informa que Shadid foi preso três vezes, sempre no regime de detenção administrativa, tendo passado, no total, três anos atrás das grades. Durante esses períodos, levou a cabo duas greves de fome, uma delas com a duração de 90 dias, em 2016. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Talahma, detido desde Março de 2022, é um advogado e antigo prisioneiro, que passou dois anos e meio nas cadeias israelitas. Abido é também um antigo prisioneiro, que passou cinco anos e meio nas prisões da ocupação – a maior parte do tempo ao abrigo do regime de detenção administrativa. Por seu lado, Dandis foi preso pela primeira vez a 23 de Março último, tendo-lhe sido imposta uma detenção administrativa por um período de seis meses. Este protesto ocorre num contexto em que Israel intensifica o recurso às detenções sem acusação ou julgamento. Segundo revelou a SPP, existem actualmente nas cadeias israelitas 1083 presos palestinianos a quem foi aplicado este regime de detenção, 17 dos quais são menores. O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, responsabilizou Israel pelo «assassinato» de Khader Adnan, ao não atender ao protesto contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. A Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) afirmou, em comunicado, que Khader Adnan, de 44 anos, foi encontrado inconsciente esta madrugada na sua cela, tendo sido levado para um hospital, onde foi declarado morto. Adnan, natural da cidade de Arraba (perto de Jenin), foi preso 12 vezes ao longo da sua vida, tendo recorrido à greve de fome em diversas ocasiões para protestar contra as suas detenções sem qualquer acusação, afirmou a SPP, citada pela agência Wafa. A última detenção ocorreu a 5 de Fevereiro e Adnan entrou de imediato em greve de fome por tempo indeterminado, refere a fonte, acrescentando que pelo menos 236 presos palestinianos morreram desde 1967. Ao ter conhecimento da notícia, o primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, acusou Israel de ter cometido um assassinato. O número foi destacado pela Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) em conferência de imprensa. A maior parte encontra-se nos centros de detenção de Ofer e de Naqab (Neguev). O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional – até do Departamento de Estado norte-americano e da Amnistia Internacional –, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. Agora, a SPP revelou também que, dos 835 palestinianos actualmente presos ao abrigo deste regime, 80 são mulheres, indica a agência Wafa. Além disso, a organização não governamental (ONG) informou que, ao longo de 2022, as autoridades israelitas emitiram 2134 ordens de detenção administrativa, 242 das quais em Novembro (o ano passado foram 1595). Desde o início de 2022 até ao fim de Novembro, as forças israelitas prenderam 6500 palestinianos, revelou a SPP, citada pela agência turca Anadolu. Entre os detidos, contavam-se 153 mulheres e 811 menores de idade acrescentou. As forças de ocupação israelitas detiveram 5300 palestinianos desde o princípio deste ano, incluindo 111 mulheres e 620 menores de idade, revelou esta segunda-feira uma organização não governamental. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) afirmou que, com 2353 detenções registadas, Jerusalém Oriental ocupada se situa no primeiro lugar por regiões, e que Abril foi o mês com maior número de detenções (1228 casos), noticia a agência Wafa. A SPP condenou os ataques e raides israelitas contra cidades, aldeias e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada para prender activistas, referindo que muitos palestinianos foram mortos, nesse processo, pelas balas do Exército. Neste contexto, o número de execuções extrajudiciais no terreno, em 2022, é mais elevado por comparação com anos anteriores, alertou a SPP, que também questionou os bloqueios militares a localidades e campos de refugiados palestinianos, classificando-os como uma punição colectiva. No que respeita às detenções administrativas, a organização afirmou que este ano, até à data, foram emitidas 1160. Só no mês de Agosto, foram decretadas 272, pelo que, no final de Setembro, havia cerca de 800 palestinianos nas prisões israelitas detidos sem acusação ou julgamento. Ao abrigo deste regime, os períodos de detenção podem ser infinitamente renovados por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. De forma reiterada, os presos palestinianos detidos sob este regime iniciam greves de fome para denunciar os seus casos e a política de detenção administrativa, exigindo a sua libertação. Diversas instâncias das Nações Unidas têm denunciado repetidamente este regime israelita de detenção, na medida em que não faculta aos detidos palestinianos as «salvaguardas jurídicas básicas» e violam o direito internacional humanitário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Só no mês de Novembro, foram detidos 490 palestinianos, incluindo 76 menores e 12 mulheres, informaram, num relatório conjunto, a SPP, a Addameer, o Centro de Informação Wadi Hilweh e a Comissão dos Assuntos dos Presos e Ex-Presos Palestinianos. No relatório mensal a que o Middle East Monitor faz referência, as quatro organizações de defesa dos direitos presos afirmaram que, no mês passado, o maior número de detenções ocorreu em Hebron (al-Khalil; 135 casos), seguida por Jerusalém (123), Ramallah (52), Jenin e Nablus. De acordo com os grupos, há actualmente nas cadeias israelitas cerca de 4700 palestinianos presos, incluindo 34 mulheres e 150 menores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A ocupação israelita e a sua administração prisional levaram a cabo o assassinato deliberado do preso Khader Adnan ao rejeitar o seu pedido de libertação, ao negligenciá-lo medicamente e ao mantê-lo na sua cela apesar da gravidade do seu estado de saúde», afirmou Shtayyeh em comunicado. Várias facções palestinianas pronunciaram-se no mesmo sentido, responsabilizando Israel pela morte de Khader Adnan e sublinhando o crime «premeditado e a sangue-frio». Por seu lado, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu uma investigação internacional sobre a morte do prisioneiro e instou o Tribunal Penal Internacional a incluir este caso no processo relativo aos crimes de guerra cometidos por Israel contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Para denunciar «o crime que levou à morte» de Khader Adnan numa prisão israelita, foi declarada, esta terça-feira, uma greve geral que «afecta todos os aspectos da vida», tanto na Faixa de Gaza cercada como na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, indica a Wafa. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. A 2 de Maio último, Khader Adnan, de 44 anos, morreu na cadeia, quase três meses depois de ter iniciado uma greve de fome contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado de imprensa, que a Wafa cita, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», acrescenta a nota. De acordo com os dados divulgados em Junho último pela organização israelita de defesa dos direitos B'Tselem, em Março deste ano, Israel mantinha nas suas prisões 1017 pessoas em regime de detenção administrativa. É preciso recuar duas décadas, até Abril de 2003, para encontrar um número mais elevado de detidos administrativos nas prisões israelitas – 1140 –, referiu a organização. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou a B'Tselem, outra organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. De forma sistemática, presos administrativos entram em greve de fome por tempo indeterminado para chamar a atenção para os seus casos e forçar a sua libertação. Em meados de Agosto, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa». Num comunicado de imprensa, divulgado pela Wafa, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», afirmou o organismo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde 28 de Setembro de 2000 até à data, refere a Comissão, foram detidas mais de 2600 raparigas e mulheres, incluindo quatro que deram à luz na cadeia. No mesmo período, foram emitidas 32 mil ordens de detenção administrativa, a que Israel recorre para manter reclusos nas cadeias sem acusação nem julgamento, com base numa «prova secreta» que nem o advogado do detido pode ver. A Comissão registou um aumento «assinalável» no recurso a este regime, amplamente condenado a nível internacional, contra o qual os presos palestinianos protestam, de forma reiterada, entrando em greve de fome por tempo indeterminado, para exigir a sua libertação e o fim da aplicação da política de detenção referida. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou recentemente a B'Tselem, uma organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No relatório agora publicado, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos refere-se ainda ao recurso à tortura nos cárceres israelitas, bem como aos assassinatos e às «execuções lentas» por falta de cuidados médicos. Denuncia igualmente a «escalada de casos de opressão, abuso e incitação racista» contra os presos palestinianos. De acordo com o organismo, estão actualmente detidos em cadeias israelitas, nos territórios ocupados em 1948, cerca de 5200 palestinianos. Destes, 38 são mulheres e 170 são menores de idade. Há ainda mais de 1250 presos palestinianos em regime de detenção administrativa e 700 reclusos doentes, 24 dos quais com enfermidades oncológicas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado posterior, as Brigadas al-Qassam afirmaram ter capturado «mais de 35 soldados e civis israelitas do colonato sionista de Sderot». A operação desta manhã apanhou de surpresa o Exército da ocupação, o que está a valer múltiplas críticas ao governo de Netanyahu, em Israel. Entretanto, foi declarado o «estado de preparação para a guerra» entre as forças militares israelitas, e o ministro da Defesa, que aprovou o recrutamento de soldados na reserva, declarou o estado de emergência numa faixa de 80 quilómetros em redor da Faixa de Gaza. A agência Wafa já deu conta de bombardeamentos israelitas contra o enclave costeiro nas últimas horas, dos quais resultaram vários mortos. A mesma fonte refere que o Ministério palestiniano da Saúde colocou todas as unidades hospitalares do país em situação de emergência. De acordo com as autoridades de saúde no enclave costeiro, pelo menos 198 pessoas morreram e mais de 1600 ficaram feridas (muitas das quais em estado grave) como consequência dos bombardeamentos israelitas contra a Faixa e Gaza ao longo do dia, refere a Wafa, em retaliação contra o ataque da resistência palestiniana, esta manhã. Por seu lado, a agência Prensa Latina refere-se à morte de uma centena de israelitas e cerca de 900 feridos, no contexto da operação de grande escala da resistência palestiniana, que ocupou diversas localidades e bases militares da ocupação próximas do enclave cercado. Entretanto, a Wafa dá conta de vários ataques da parte de colonos e forças israelitas contra diversas localidades e bairros palestinianos na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas, dos quais resultaram pelo menos um morto e um número indeterminado de feridos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Israel retaliou com a «Operação Espadas de Ferro», com ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza sitiada e, de acordo com a última contagem do Ministério da Saúde palestiniano, 313 habitantes de Gaza morreram na ofensiva, incluindo 20 crianças, enquanto outros 1990 palestinianos ficaram feridos no enclave. Do lado israelita, foram confirmadas até à manhã de hoje cerca de 300 pessoas mortas e 1864 feridas, das quais 19 estão em estado crítico, 326 em estado grave e as restantes em estado moderado ou ligeiro. No ano em que se assinalam os 75 anos da Nakba (catástrofe), «mais de cinco décadas depois de Israel ocupar militarmente a totalidade do território da Palestina histórica», o MPPM lembra que a campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação de Israel se prolonga até hoje. «Em Gaza, de onde partiu esta acção, vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas, descendentes dessas sucessivas vagas de limpeza étnica», alerta o movimento. Apesar de as Nações Unidas o considerarem «impróprio para sustentar a vida humana», desde 2006 que o Estado israelita impõe um «bloqueio criminoso» sobre aquele território. Uma ONG palestiniana e outra israelita acusam Israel de ter trabalhado para «branquear a verdade» sobre os crimes cometidos pelas suas tropas durante os protestos da Grande Marcha do Retorno, em Gaza. Num relatório conjunto, o Centro Palestiniano para os Direitos Humanos (PCHR), sediado em Gaza, e a organização israelita B'Tselem analisam as investigações que Israel diz ter levado a cabo na sequência da repressão exercida pelas forças israelitas sobre os manifestantes que, na Faixa de Gaza, reclamaram o direito de regresso dos refugiados a suas casas. Os protestos conhecidos como Grande Marcha do Retorno começaram a 30 de Março de 2018 e prolongaram-se por mais de um ano e meio. Pelo menos 200 palestinianos foram mortos e 13 500 ficaram feridos – seguindo os números por baixo, uma vez que outras fontes apontam para mais de 300 mortos e cerca de 18 mil feridos, várias dezenas dos quais menores. O vento e a chuva forte que se abateram esta semana sobre Gaza não impediram centenas de manifestantes de participarem, na sexta-feira, na última manifestação de 2019 da Grande Marcha do Retorno. Dezenas de palestinianos foram feridos esta sexta-feira pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, quando participavam na 86.ª manifestação da Grande Marcha do Retorno, perto da vedação com que Israel isola o território palestino, segundo o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Vários dos participantes nas manifestações, segundo o MPPM, foram feridos por balas reais e revestidas de borracha, enquanto dezenas de outros sofreram de asfixia por efeito do gás lacrimogéneo disparado pelas forças de ocupação. Centenas de manifestantes participaram nos protestos apesar das adversas condições climatéricas. A Faixa de Gaza tem sido batida por vento e chuva forte na última semana, com as inundações a porem em risco cerca de 235 mil pessoas nas áreas mais baixas da Faixa de Gaza, segundo um relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) no território palestiniano ocupado. A 30 de Março os palestinianos comemoram o Dia da Terra. Nesse dia, em 1976, no Norte de Israel, foram assassinados seis palestinianos que protestavam contra a expropriação de terras para dar lugar a aldeamentos judaicos. Cerca de 100 outras pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e as grandes manifestações de protesto que, no mesmo dia, ocorreram no território do Estado de Israel. A 30 de Março de 2018 a comemoração atingiu uma dimensão inusitada, ao tornar a celebração deste dia como o primeiro de uma «Grande Marcha do Retorno», uma reclamação do direito de regresso dos refugiados aos seus lares – tal como prescreve a resolução 194 das Nações Unidas – à Palestina histórica, de onde mais de 700 mil pessoas foram expulsas pelas tropas israelitas em 1948, durante a chamada «catástrofe» («Nakba», em árabe). Desde então o protesto repete-se semanalmente, violentamente reprimido pelas forças israelitas, incluindo com o recurso a snipers e fogo real directo. Como resultado, pelo menos 348 palestinos foram mortos em Gaza por fogo israelita desde o início das marchas, a maioria deles durante as manifestações, segundo uma contagem da AFP citada pelo MPPM. Para além disso, o Ministério da Saúde de Gaza regista mais de 18 mil feridos pelas forças repressivas sionistas. Entre as baixas contam-se crianças, mulheres, muitos adolescentes, jornalistas e trabalhadores dos serviços de saúde que tentam socorrer os manifestantes. Em Março, uma missão de averiguação da ONU concluiu que as forças israelitas cometeram violações de direitos humanos na repressão dos manifestantes em Gaza, o que pode constituir crimes de guerra. Os organizadores da Grande Marcha do Retorno anunciaram nesta quinta-feira que os protestos seriam suspensos até Março de 2020, altura em que serão retomados, coincidindo com o seu segundo aniversário e também com o Dia da Terra palestina (30 de Março). A partir daí realizar-se-ão a um ritmo mensal. Além do bloqueio a que sujeita a Faixa de Gaza, na última década Israel lançou três guerras de agressão contra o pequeno território palestino e dezenas de ataques de escala mais limitada, matando milhares de pessoas e causando enormes destruições de casas e infra-estruturas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As duas organizações não governamentais (ONG) acusam Israel de proteger os responsáveis políticos e militares, «em vez de tomar medidas contra as pessoas que conceberam e implementaram a política ilegal de atirar a matar». Israel foi célere a anunciar que estava a investigar os protestos, sobretudo devido aos procedimentos em curso no Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmaram as organizações numa conferência de imprensa, a que a agência WAFA faz referência. Isso deve-se ao princípio da complementaridade do TPI, ou seja, se um Estado «estiver disposto e tiver capacidade» para realizar a investigação e a efectuar, o TPI não intervém. No entanto, não basta declarar que uma investigação está a ser feita; ela tem de ser eficaz, dirigida às altas patentes responsáveis e conduzir a uma acção contra elas, sublinham, acrescentando que isso não ocorre neste caso. «As investigações conduzidas por Israel não são mais do que uma cortina de fumo erguida para proteger do TPI os funcionários responsáveis. Israel não quer e não consegue investigar as violações de direitos humanos perpetradas pelas suas forças durante os protestos da Grande Marcha de Retorno na Faixa de Gaza. Tendo isto em conta, cabe agora ao TPI garantir a responsabilização penal», disseram as duas organizações. «Estas investigações – tal como as levadas a cabo pelo sistema de aplicação da lei militar noutros casos em que soldados causaram danos aos palestinianos – fazem parte do mecanismo de branqueamento de Israel, e o seu principal objectivo continua a ser silenciar as críticas externas, para que Israel possa continuar a implementar sua política sem mudanças», lê-se no portal da B'Tselem. A mudança da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém fica associada a um «Dia de Raiva» na Palestina. Na Faixa de Gaza cercada, os franco-atiradores israelitas massacram os manifestantes. Quando o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a intenção de mudar a Embaixada do seu país de Telavive para essa cidade, ficou claro que tal passo constituía uma declaração de apoio ao Estado de Israel e à sua política de ocupação e repressão na Palestina, nomeadamente em Jerusalém. Várias organizações têm denunciado o número crescente de ameaças em locais religiosos não-judaicos, na cidade, bem como a intensificação do plano de «judaização» de Jerusalém Oriental, com o aumento da construção de colonatos e a expulsão da população palestiniana de suas casas, que são muitas vezes demolidas. Declarada por Israel como sua capital, Jerusalém tem o estatuto, reconhecido pelas Nações Unidas, de cidade ocupada, sendo Israel a potência ocupante (desde 1967). Os palestinianos querem-na como sua capital e quem apoia a solução dos «dois estados» reconhece que o Estado da Palestina tem em Jerusalém Oriental a sua capital. Logo em Dezembro, foi generalizado o repúdio internacional pela decisão da administração norte-americana e, a 21 desse mês, materializou-se na aprovação, por esmagadora maioria, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução que rejeita essa decisão e insta todos os estados-membros a não estabelecerem missões diplomáticas em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980. Esse repúdio face ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel também se fez sentir no interior de Israel, onde académicos, antigos embaixadores e defensores da paz enviaram uma carta a um representante de Trump, seguntou reportou o periódico Haaretz. Inicialmente, não ficou explícito que a concretização da mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém estaria associada ao 70.º aniversário da criação do Estado de Israel, que hoje se assinala, e que teria lugar na véspera da Nakba – a limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas e pelo Estado de Israel, em que mais de 750 mil palestinianos foram expulsos das suas casas e terras –, uma «catástrofe» que todos os anos os palestinianos marcam a 15 de Maio. Na visita que efectuou em Janeiro a Israel, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, afirmou que essa mudança deveria ocorrer no final de 2019. No entanto, a 23 de Fevereiro, o Departamento de Estado anunciou a antecipação da mudança para 14 de Maio, o que foi encarado pelos palestinianos como mais uma acção de «provocação». Em protesto contra a mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém, os palestinianos chamaram «Dia de Raiva» a este 14 de Maio. Nos territórios ocupados da Cisjordância, há notícia de mobilizações pelo menos em Ramallah e Hebron. Mas a grande mobilização está a ter lugar na Faixa de Gaza cercada, junto às vedações que enclausuram perto de 2 milhões de palestinianos – 80% dos quais são descendentes de refugiados – no pequeno enclave. De acordo com a PressTV, as forças militares israelitas, que reforçaram a sua presença tanto em redor de Gaza como na Margem Ocidental ocupada –, esperavam que 100 mil pessoas se manifestassem nos pontos habituais, hoje, dia da mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém. «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados» Sobre o culminar dos protestos pacíficos da Grande Marcha do Retorno, que se iniciaram a 30 de Março, o ministro israelita da Educação, Naftali Bennet, do partido de extrema-direita Lar Judaico, disse a uma rádio israelita que a vedação seria encarada como uma «Muralha de Ferro» e que quem se aproximasse dela seria tratado como um «terrorista», refere a PressTV. A mesma fonte indica ainda que a Força Aérea israelita lançou panfletos sobre a Faixa de Gaza, ontem e hoje, para demover os manifestantes de se aproximarem da vedação, mas sem sucesso, já que estes, segundo refere a Al Jazeera, têm estado a tentar atravessá-la, «defendendo o seu direito ao regresso, ao retorno, aconteça o que acontecer». Um membro do comité organizador da Grande Marcha do Retorno disse à Al Jazeera que, ao tentarem atravessar a vedação, «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados». Os franco-atiradores responderam de forma brutal, matando mais de quatro dezenas de pessoas que se manifestavam perto da vedação e ferindo perto de 2000, até ao momento. De acordo com a organização, os protestos de hoje e os que estão previstos para amanhã – dia da Nakba – devem ser os mais massivos, sendo o ponto culminante das sete semanas de mobilizações, fortemente reprimidas pelas forças israelitas, junto à vedação com a Faixa de Gaza. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Apesar dos milhares de feridos palestinianos resultantes da política de «atirar a matar» e de mais de centena e meia ter ficado sem membros inferiores ou superiores – as tropas israelitas usaram balas explosivas, as chamadas butterfly bullets, que se expandem no contacto com o corpo, provocando danos severos nos tecidos, nos ossos, nas veias –, nenhum destes casos foi investigado. Sem explicação, os militares decidiram investigar apenas os casos em que palestinianos foram mortos. Dos 234 casos recebidos pelos procuradores do Exército, foi completa a revisão de 143 e um deles, o da morte do adolescente Othman Hiles, de 14 anos, levou à condenação de um soldado por «abuso de autoridade ao ponto de pôr em risco a vida e a saúde». Foi condenado a um mês de serviço comunitário. No seu portal, a B'Tselem sublinha que «a conduta de Israel respeitante à investigação dos protestos em Gaza não é nova nem surpreendente», e recorda o que se passou depois da Operação Chumbo Fundido, em 2009, e da Operação Margem Protectora, em 2014. «Então, também, Israel desrespeitou o direito internacional, recusou-se a reformar a sua política apesar dos resultados letais e desviou as críticas prometendo investigar a sua conduta. Então, também, nada resultou dessa promessa», afirma. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por outro lado, entre Março de 2018 e Dezembro de 2019, uma série de manifestações pacíficas designadas Grande Marcha do Retorno foram brutalmente reprimidas pelo exército de Israel, contabilizando-se 223 mortos e mais de nove mil feridos, sob o silêncio da comunidade internacional. «Os assaltos das forças de ocupação israelita às povoações e campos de refugiados palestinos, assim como a violência dos colonos e as prisões arbitrárias são o quotidiano com que os palestinos, homens e mulheres, jovens e menos jovens diariamente se confrontam», lembra o MPPM, salientando que, até este sábado, pelo menos 247 palestinianos, sobretudo jovens, foram mortos pelas forças israelitas e por colonos. Neste sentido, insiste que a paz no Médio Oriente e a solução da questão palestiniana «passam necessariamente por um desenlace que respeite os direitos inalienáveis» do povo palestiniano a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados. O MPPM rejeita os «lamentos» daqueles que «hipocritamente condenam as acções violentas de resistência dos oprimidos e se calam desde há décadas (ou pior, colaboram) perante a violência da ocupação», e entre os quais se encontra o Governo português. «Israel tem o direito de se defender. Estes ataques nada resolverão, contribuindo apenas para piorar a situação na região. Estamos solidários com Israel e oferecemos condolências pelas vítimas.», disse o ministro João Gomes Cravinho, este sábado, na rede social X. O governo palestiniano denunciou junto da ONU o assassinato de 44 menores, este ano, por soldados israelitas. Neste contexto, reclamou protecção para a infância e a responsabilização de Telavive. Numa carta enviada esta segunda-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu protecção especial urgente para as crianças palestinianas, informa a agência Wafa. Mahmoud Samoudi, de 12 anos, foi, ontem, a vítima mortal mais recente das forças israelitas, não resistindo aos ferimentos quase duas semanas depois de ter sido atingido por uma bala no abdómen, durante uma operação militar na cidade de Jenin (Norte da Cisjordânia ocupada). Só nos últimos dias, «Israel, a potência ocupante, matou cinco crianças e jovens palestinianos, incluindo Adel Adel Daud (14 anos), Mahdi Ladadwa (17), Mahmoud Sous (17), Fayez Khaled Damdoum (17) e Ahmad Draghmeh (19)», indica o texto das autoridades palestinianas. Até 10 de Dezembro, 86 crianças foram mortas nos territórios ocupados da Palestina, fazendo de 2021 o ano mais mortífero para elas desde 2014, segundo os registos de uma organização não governamental. As forças israelitas mataram 76 crianças palestinianas este ano – 61 na Faixa de Gaza cercada e 15 na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Civis israelitas armados mataram duas crianças palestinianas na Cisjordânia, revela o relatório agora publicado pela Defense for Children International – Palestine (DCIP). A estas 78 crianças juntam-se sete que foram mortas por foguetes disparados incorrectamente por grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza, e uma outra que foi morta por uma munição não detonada, cujas origens a ONG não conseguiu determinar. «Nos termos do direito internacional, a força letal intencional só se justifica em circunstâncias em que esteja presente uma ameaça directa à vida ou de ferimentos graves. No entanto, investigações e provas recolhidas pelo DCIP sugerem que as forças israelitas utilizam regularmente força letal contra crianças palestinianas em circunstâncias que podem equivaler a execuções extrajudiciais ou intencionais», lê-se relatório, traduzido pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM. Durante os 11 dias do ataque militar israelita à Faixa de Gaza, em Maio de 2021, naquilo que ficou conhecido como Operação Guardião dos Muros, as forças israelitas mataram 60 crianças palestinianas, segundo os dados recolhidos pela DCIP. «Aviões de guerra israelitas e drones armados bombardearam áreas civis densamente povoadas, matando crianças palestinianas que dormiam nas suas camas, brincavam nos seus bairros, faziam compras nas lojas perto das suas casas e celebravam o Eid al-Fitr [festa no fim do Ramadão] com as suas famílias», disse Ayed Abu Eqtaish, director do programa de responsabilização da DCIP. «A falta de vontade política da comunidade internacional para responsabilizar os funcionários israelitas garante que os soldados israelitas continuarão a matar ilegalmente crianças palestinianas com impunidade», acrescentou. A DCIP lembra que o direito humanitário internacional proíbe ataques indiscriminados e desproporcionados, e exige que todas as partes num conflito armado façam a distinção entre alvos militares, civis e objectos civis. O pico mais recente de assassinatos de crianças ocorrera em 2018, quando forças israelitas e colonos mataram crianças palestinianas a um ritmo médio superior a uma por semana (57). A maioria dessas mortes ocorreu durante os protestos da Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza, refere o organismo. De acordo com os dados da DCIP, foram mortas 2196 crianças palestinianas, desde 2000, em resultado da presença de militares e de colonos israelitas nos territórios ocupados da Palestina. A Defense for Children International – Palestine é uma das seis organizações de direitos humanos que Israel pretende silenciar, lembra o MPPM, sublinhando que a medida tem merecido a condenação generalizada a nível internacional e foi denunciada pelo MPPM a 29 de Outubro último. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A carta afirma que as forças de ocupação estão a utilizar «a política infame de atirar a matar» – de que resultou a morte de centenas de crianças palestinianas –, ao apontarem «deliberadamente» para a parte superior dos seus corpos. «Israel dispara deliberadamente contra os menores palestinianos com o objectivo declarado de os matar e mutilar, negando-lhes o direito à vida», lê-se no texto, sublinhando que «as crianças jamais devem ser mortas ou mutiladas», bem como a necessidade de medidas urgentes para as proteger da «escalada dos crimes israelitas». Neste sentido, o governo palestiniano exigiu medidas contra Telavive, destacando que as «evidências dos seus crimes crescentes contra as crianças palestinianas são, sem dúvida alguma, esmagadoras», violando o direito internacional e as resoluções que constituem a base da protecção das crianças nos conflitos armados. «A protecção das crianças é a maior obrigação moral, legal e política da humanidade», frisa o documento, no qual se pede à comunidade internacional que «ponha fim a este pesadelo intolerável que as nossas crianças vivem diariamente» e que tome medidas para responsabilizar Israel «pelos seus crimes horrendos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Os que há décadas convivem com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos do povo palestino, não têm autoridade moral para hoje se queixarem das tempestades que provocaram», defende o MPPM. Certo de que a violência poderá alastrar-se a todo o Médio Oriente, o movimento recorda que Israel, «com o apoio dos países "ocidentais" e em primeiro lugar dos Estados Unidos da América», é a maior potência militar da região e a única a dispor de armas nucleares. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em simultâneo, revela a Wafa, têm-se registado múltiplas agressões e raides, da parte de colonos e forças istraelitas, na Margem Ocidental ocupada. Pelo menos cinco palestinianos foram ali mortos nas últimas 24 horas, em vários pontos do território ocupado. A operação israelita de larga escala segue-se à operação, lançada no sábado de manhã, por forças da resistência palestiniana na Faixa de Gaza, onde o Hamas é o elemento predominante. Segundo foi revelado então, a ala militar do Hamas lançou pelo menos 5000 rockets para aquilo que é hoje Israel. As forças da resistência derrubaram, em vários pontos, a vedação que cerca o território e atacaram os colonatos em redor por terra, mar e ar. Pelo menos 700 israelitas foram mortos nessa operação que alguma imprensa israelita classificou como «nunca vista» e mais de cem foram feitos prisioneiros, incluindo militares de alta patente. No domínio político-mediático da «comunidade internacional», o mundo predominantemente ocidental e branco, as vozes sobre «A Guerra» (só havia uma e mais nenhuma: a da Ucrânia) silenciaram-se e, nas fachadas das praças de capitais como Nova Iorque, Berlim ou Bruxelas, as bandeiras da Ucrânia foram substituídas pelas de Israel. Desde o Mandato Britânico que os palestinianos são sujeitos à opressão, que se intensificou com a construção, nas suas terras, do Estado de Israel, erguido à custa das forças paramilitares que expulsaram os palestinianos de suas casas e os mataram ou meteram em guetos. A campanha de limpeza étnica então iniciada mantém-se até hoje, sob um regime de apartheid, por via do saque de territórios e de recursos, a destruição de casas, escolas e outras infra-estruturas, e a expulsão dos palestinianos das terras onde vivem. De forma sistemática, as forças israelitas bombardeiam a Faixa de Gaza, que mantêm fechada e cercada num férreo bloqueio, com mais de dois milhões de pessoas a viver em condições insalubres, sem luz, água potável, mas «a comunidade internacional» projecta as suas bandeiras nos edifícios das suas praças quando a Palestina – reduzida ao Hamas – se ergue e rompe o cerco. Entretanto, no enorme campo de deslocados que é Gaza, cerca de 70 mil pessoas procuraram refúgio dos bombardeamentos nas 64 escolas operadas pela UNRWA – a agência da ONU para os refugiados palestinianos no Médio Oriente. Em comunicado, a UNRWA confirmou que dois alunos em escolas que opera em Khan Younis e Beit Hanoun se encontram entre os mortos. Pelo menos três escolas da organização sofreram danos provocados pelos bombardeamentos, acrescenta o texto. A UNRWA sublinhou que os civis devem ser sempre protegidos, também em período de guerra, e apelou a um cessar-fogo imediato e ao fim da violência em todo o lado. A operação das forças da resistência em território israelita continua. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Os números aumentam a cada hora, avisa o comunicado da agência, à medida que os bombardeamentos das forças de ocupação israelitas continuam a semear a devastação na Faixa de Gaza. Ao todo, 20 instalações da UNRWA em Gaza foram atingidas por bombas desde o início da operação das forças israelitas a 7 de Outubro. Para além da sede desta agência da Organização das Nações Unidas (ONU), foram bombardeadas duas escolas, provocando a morte a nove trabalhadores dedicados ao apoio a refugiados e 30 estudantes. Numa publicação da organização nas redes sociais, Jenifer Austin, a directora-adjunta da UNRWA, confirmou a morte de 11 funcionários da ONU: para além dos nove trabalhadores mortos nas escolas, dois outros foram assassinados nas suas casas, junto das suas famílias. «Lamento profundamente que alguns dos meus colegas já tenham pago o mais alto preço» pelo seu trabalho humanitário, acrescentou o secretário-geral da ONU. Cinco professores, um ginecologista, um engenheiro, três funcionários de apoio e um conselheiro foram as vítimas. Segundo a Agência France-Press, quatro paramédicos do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho foram também mortos pelos ataques israelitas. A organização acusa Israel de «visar directamente a ambulância». «Esta violência mais recente não surge do nada. A realidade é que surge de um conflito de longa data, com uma ocupação de 56 anos e sem saída política à vista. É hora de acabar com este círculo vicioso de derramamento de sangue, ódio e polarização», defendeu Guterres, em declarações de 9 de Outubro. A Agência da ONU para Refugiados Palestinianos estima que, até ao momento, pelo menos 264 mil pessoas tenham sido forçadas a abandonar as suas casas em Gaza (cerca de 1/8 de toda a população). Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O objectivo de Israel é «lançar um ataque vingativo à Faixa de Gaza», com vista a manter a ocupação da Palestina e provocar «uma guerra regional». Já com milhares de mortos confirmados (e um número ainda maior de feridos), o PCI endereça as suas condolências «às famílias das vítimas da ocupação – tanto árabes como judeus». As acções de várias forças de resistência no dia 7 de Outubro de 2023 não estão desligadas dos ataques de colonos, apoiados pelo governo, que causaram estragos nos territórios ocupados, profanando Al-Aqsa e fazendo um pogrom nas ruas de Huwara, em que quatro palestinianos foram assassinados, dos 19 aos 27 anos (25 pessoas foram ainda assistidas pelo Crescente Vermelho). Só há uma solução para este conflito, na perspectiva dos comunistas israelitas: «lutar para acabar a ocupação e reconhecer os legítimos direitos do povo palestiniano e as suas justas reivindicações». «Acabar com a ocupação e instaurar uma paz justa está no claro interesse de ambos os povos». A maior parte dos jornalistas perdeu a vida quando faziam reportagens sobre a guerra, tendo sido vítimas dos bombardeamentos indiscriminados israelitas sobre a Faixa de Gaza. Pelo menos oito jornalistas foram mortos, dois foram dados como desaparecidos e um ficou ferido desde sábado, quando grupos da resistência palestiniana em Gaza romperam o cerco imposto e lançaram a operação «Dilúvio de al-Aqsa» contra territórios ocupados em 1948 e Israel se declarou em estado de guerra. A maior parte dos jornalistas foi morta pelas forças de ocupação no terreno, quando estavam a fazer reportagens sobre os bombardeamentos israelitas dos últimos seis dias. No sábado, a resistência palestiniana quebrou a vedação que cerca o enclave e lançou uma ofensiva contra os territórios ocupados em 1948. Desde então, a aviação israelita matou mais de 430 palestinianos. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério palestiniano da Saúde esta manhã, os bombardeamentos indiscriminados na Faixa de Gaza, conhecida como «a maior prisão a céu aberto», provocaram a morte a 436 pessoas, incluindo 91 menores, e fizeram 2271 feridos, 244 dos quais crianças. Nas últimas horas, a aviação da ocupação lançou centenas de raides contra o enclave costeiro, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, atingindo edifícios residenciais, infra-estruturas oficiais e civis, bem como edifícios religiosos, tendo destruído pelo menos duas mesquitas, indica a agência Wafa. Só no sábado, os bombardeamentos israelitas provocaram 300 mortos, o que, segundo destaca o portal The Cradle, é o número mais elevado de palestinianos mortos em ataques aéreos da ocupação num só dia desde 2008. Enquanto se mantiver a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos, não haverá paz, alerta o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). O MPPM reage assim às acções desencadeadas em Gaza e em Israel na madrugada deste sábado. Eram 4h30 em Lisboa (6h30 no local), quando militantes de organizações da resistência palestiniana lançaram, a partir da Faixa de Gaza, um ataque de surpresa, em larga escala, contra Israel, no que apelidaram de «Operação Dilúvio Al-Aqsa». Segundo as organizações, a acção foi uma resposta à profanação da Mesquita de Al-Aqsa e ao aumento da violência dos colonos, e confirma, insiste o MPPM num comunicado, «que não é possível ter uma situação de paz na Palestina e, por consequência, no Médio Oriente, continuando a espezinhar os legítimos direitos do povo palestino e persistindo em manter a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos». Diversos grupos da resistência declararam o apoio à operação lançada contra Israel, esta manhã, a partir da Faixa de Gaza, sublinhando que faz parte da luta de libertação nacional. «Fazemos parte desta batalha e os nossos combatentes estão lado a lado com os seus irmãos nas Brigadas al-Qassam (ala militar do Hamas) até à vitória», afirmou em comunicado Abu Hamza, porta-voz das Brigadas de al-Quds, braço militar da Jihad Islâmica. Em termos semelhantes, refere a Prensa Latina, se pronunciaram as Brigadas al-Nasser Salah al-Din, do Movimento de Resistência Popular: «Unidos numa trincheira neste dia glorioso do nosso povo.» Por seu lado, as Brigadas de Resistência Nacional anunciaram que os seus membros se juntaram à operação, lançada esta manhã pelo Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de rockets e uma incursão terrestre em território ocupado em 1948. Atingido por disparos de colonos na cidade de Huwara, Labib Dumaidi, de 19 anos, é a mais recente das quatro vítimas mortais na Margem Ocidental ocupada, revelou o Ministério da Saúde. De acordo com a informação divulgada pelo Ministério, Labib Mohammed Dumaidi ficou gravemente ferido durante um ataque de colonos, ontem à noite, na cidade de Huwara, a sul de Nablus. Levado para um hospital, não resistiu aos ferimentos, já nas primeiras horas de sexta-feira. Residentes de Huwara tentaram fazer frente à provocação levada a cabo por dezenas de colonos, protegidos por forças militares israelitas, indica a Wafa. Registaram-se fortes confrontos e as tropas israelitas usaram fogo real, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para dispersar os palestinianos. Fontes do Crescente Vermelho Palestiniano informaram que pelo menos 25 pessoas, incluindo quatro crianças, sofreram efeitos de asfixia devido à inalação de gás lacrimogéneo. Também em Huwara, as forças israelitas mataram, ontem à tarde, outro palestiniano, cuja identidade ainda não foi revelada. Dias depois de colonos extremistas terem invadido e atacado Huwara, Bezalel Smotrich afirmou que Israel deve «aniquilar» a localidade palestiniana no Norte da Cisjordânia ocupada. «Penso que Huwara precisa de ser destruída», disse o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, esta quarta-feira, defendendo que «o Estado devia fazê-lo e não cidadãos privados», refere a PressTV com base na imprensa israelita. As declarações do ministro de extrema-direita do governo de Benjamin Netanyahu seguem-se ao ataque perpetrado contra a localidade palestiniana, no domingo à noite, por centenas de colonos armados. Tratou-se da «resposta» à morte de dois israelitas de um colonato ilegal, executados por um atacante palestiniano de Huwara. Este ataque, por sua vez, seguiu-se ao massacre de Nablus, em que as forças de ocupação israelitas mataram 11 palestinianos e feriram mais de cem. No domingo à noite, os colonos queimaram pelo menos 150 carros, 52 casas e várias lojas. Uma pessoa foi morta e o número de feridos palestinianos é superior a 390, indica a agência Wafa. Grupos israelitas de defesa dos direitos humanos como Peace Now e B’Tselem referiram-se ao ataque dos colonos como um «pogrom» apoiado pelas autoridades de ocupação. Por seu lado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de impedirem as ambulâncias e os paramédicos de acederem ao local do ataque, a poucos quilómetros de Nablus. No Knesset, a extrema-direita israelita considerou os ataques a Huwara «legítimos». Hussein al-Sheikh, da Comissão Executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, no Twitter, que as afirmações de Smotrich para apagar Huwara do mapa são o apelo de um «racista terrorista». Também o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, se referiu às afirmações do ministro israelita como «terroristas» e «racistas», e alertou para o facto de que «fazem prever uma escalada séria» contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Neste sentido, pediu às Nações Unidas, à União Europeia e demais organizações internacionais que condenem as declarações de Smotrich. Antes, já tinha pedido ajuda internacional «contra os crimes de Israel». O Parlamento (da Liga) Árabe, com sede no Cairo, condenou esta quarta-feira os ataques executados por colonos israelitas contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada, referindo-se em especial ao assalto à localidade de Huwara. Perante os ataques terroristas sistemáticos dos colonos contra cidadãos indefesos, com armas de fogo, incêndios de casas e viaturas, expulsão de agricultores, assassinatos e outros crimes, exortou o mundo e em especial o Conselho de Segurança da ONU a adoptar medidas para proteger o povo palestiniano. Antes, a Liga Árabe já tinha proposto que as milícias de colonos passem a ser incluídas na lista de grupos terroristas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na parte da manhã, as forças israelitas já tinham matado dois palestinianos, identificados como Hudhayfah Fares, de 27 anos, e Abd al-Rahman Atta, de 23, na aldeia de Shufa, na sequência de um ataque de colonos a viaturas na região de Tulkarem. De acordo com as Nações Unidas, 2023 está a ser o ano mais mortífero para os palestinianos na Margem Ocidental desde que há registo de fatalidades provocadas pelas forças de ocupação. Nabil Abu Rudeineh, porta-voz da Presidência palestiniana, disse à imprensa que a ocupação israelita pisou todas as linhas vermelhas, com a sua insistência na política de assassinatos e incursões em cidades, aldeias e acampamentos palestinianos. Numa entrevista à Palestine TV, o representante da Presidência responsabilizou o governo israelita e a administração norte-americana pelos «crimes perigosos perpetrados pela ocupação e os seus colonos por todo o território palestiniano», os mais recentes dos quais nas imediações de Nablus e Tulkarem, refere a Wafa. Apesar da «guerra implacável» que a ocupação israelita está a travar contra o povo palestiniano «à vista de todo o mundo», o responsável afirmou que isso não irá impedir «o nosso povo de prosseguir a sua luta legítima» até à «criação do seu Estado independente, com Jerusalém como capital». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na Cisjordânia, a Cova dos Leões, um dos grupos da resistência mais activos, fez um apelo à mobilização geral dos seus membros, bem como ao «ataque imediato em todos os lugares contra as forças de ocupação e os seus colonos». Com base em fontes israelitas, a agência Prensa Latina indica que o Exército de ocupação deu conta de combates em 21 locais no Sul de Israel, na sequência da operação palestiniana – embora tenha posteriormente reduzido esse número para sete. Ao anunciar a ofensiva desta manhã (às 7h locais), o comandante das Brigadas al-Qassam, Muhammad al-Deif, disse que o grupo palestiniano disparou para território israelita 5000 rockets. Al-Deif afirmou que a operação é uma resposta aos sistemáticos crimes israelitas contra o povo palestiniano e a profanação contínua por colonos judeus da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, e ocorre num contexto de escalada de agressões, da parte de colonos e forças israelitas, em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. A Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos registou mais de 135 mil casos de detenções, pelas forças de ocupação israelitas, desde o início da Intifada de al-Aqsa, em 2000. Num relatório emitido por ocasião do 23.º aniversário do início da Segunda Intifada ou Intifada de al-Aqsa (28 de Setembro de 2000), a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos sublinha que as detenções levadas a cabo pelas forças israelitas afectaram todas as camadas da sociedade, e não deixaram de parte menores de idade, idosos e mulheres. Dos mais de 135 mil casos registados pelo organismo, 21 mil dizem respeito a menores, indica o relatório – divulgado pela Wafa –, que dá conta da detenção de metade dos deputados do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), de vários ministros, centenas de académicos, jornalistas e funcionários de organizações da sociedade civil e instituições internacionais. Israel mantém nas suas prisões 1264 palestinianos sem acusações nem julgamento, o número mais elevado em 30 anos, revelou a ONG Hamoked. Desde a Primeira Intifada (1987-1993) que não havia tantos palestinianos detidos ao abrigo da polémica norma, alertou a organização não governamental este fim-de-semana, com base nos dados dos serviços prisionais. Jessica Montell, directora executiva da Hamoked, organização israelita que presta assistência jurídica gratuita aos palestinianos que vivem sob a ocupação, afirmou que a detenção administrativa é «massiva e arbitrária» e que Israel mantém nesse regime, sem acusação nem julgamento, mais de 1200 palestinianos, «alguns dos quais durante anos sem uma revisão eficaz». Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que nove presos palestinianos sem acusação ou julgamento continuam em greve de fome por tempo indeterminado. Os presos Kayed al-Fasfous e Sultan Khlouf iniciaram o protesto contra a detenção administrativa há 19 dias. Por seu lado, Osama Darkouk encontra-se em greve de fome há 15 dias. Outros seis reclusos palestinianos em cadeias israelitas estão em greve de fome há 12 dias: Hadi Nazzal, Mohammad Taysir Zakarneh, Anas Kmail, Abdelrahman Baraka, Mohammad Basem Ikhmis e Zuhdi Abdo, informa a agência Wafa, com base na SPP. Na semana passada, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa», que permite manter na cadeia presos sem acusação ou julgamento, numa clara violação das normas internacionais. Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, esta segunda-feira, que quatro presos palestinianos sem acusação ou julgamento tinham iniciado há nove dias uma greve de fome por tempo indeterminado. Em comunicado divulgado pela Wafa, a SPP indicou que Anas Ibrahim Shadid, de 26 anos, Mahmoud Abdel Halim Talahma, de 32, Abdullah Mohammad Abido, de 36, e Mohammad Ahmad Dandis, de 25, iniciaram o protesto para denunciar a sua detenção sem acusação ou julgamento. Acrescentou que todos os detidos estão na cadeia israelita de Ofer, perto de Ramallah, e são originários da província de Hebron (al-Khalil), no Sul da Cisjordânia ocupada. A organização de defesa dos direitos dos presos informa que Shadid foi preso três vezes, sempre no regime de detenção administrativa, tendo passado, no total, três anos atrás das grades. Durante esses períodos, levou a cabo duas greves de fome, uma delas com a duração de 90 dias, em 2016. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Talahma, detido desde Março de 2022, é um advogado e antigo prisioneiro, que passou dois anos e meio nas cadeias israelitas. Abido é também um antigo prisioneiro, que passou cinco anos e meio nas prisões da ocupação – a maior parte do tempo ao abrigo do regime de detenção administrativa. Por seu lado, Dandis foi preso pela primeira vez a 23 de Março último, tendo-lhe sido imposta uma detenção administrativa por um período de seis meses. Este protesto ocorre num contexto em que Israel intensifica o recurso às detenções sem acusação ou julgamento. Segundo revelou a SPP, existem actualmente nas cadeias israelitas 1083 presos palestinianos a quem foi aplicado este regime de detenção, 17 dos quais são menores. O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, responsabilizou Israel pelo «assassinato» de Khader Adnan, ao não atender ao protesto contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. A Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) afirmou, em comunicado, que Khader Adnan, de 44 anos, foi encontrado inconsciente esta madrugada na sua cela, tendo sido levado para um hospital, onde foi declarado morto. Adnan, natural da cidade de Arraba (perto de Jenin), foi preso 12 vezes ao longo da sua vida, tendo recorrido à greve de fome em diversas ocasiões para protestar contra as suas detenções sem qualquer acusação, afirmou a SPP, citada pela agência Wafa. A última detenção ocorreu a 5 de Fevereiro e Adnan entrou de imediato em greve de fome por tempo indeterminado, refere a fonte, acrescentando que pelo menos 236 presos palestinianos morreram desde 1967. Ao ter conhecimento da notícia, o primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, acusou Israel de ter cometido um assassinato. O número foi destacado pela Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) em conferência de imprensa. A maior parte encontra-se nos centros de detenção de Ofer e de Naqab (Neguev). O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional – até do Departamento de Estado norte-americano e da Amnistia Internacional –, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. Agora, a SPP revelou também que, dos 835 palestinianos actualmente presos ao abrigo deste regime, 80 são mulheres, indica a agência Wafa. Além disso, a organização não governamental (ONG) informou que, ao longo de 2022, as autoridades israelitas emitiram 2134 ordens de detenção administrativa, 242 das quais em Novembro (o ano passado foram 1595). Desde o início de 2022 até ao fim de Novembro, as forças israelitas prenderam 6500 palestinianos, revelou a SPP, citada pela agência turca Anadolu. Entre os detidos, contavam-se 153 mulheres e 811 menores de idade acrescentou. As forças de ocupação israelitas detiveram 5300 palestinianos desde o princípio deste ano, incluindo 111 mulheres e 620 menores de idade, revelou esta segunda-feira uma organização não governamental. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) afirmou que, com 2353 detenções registadas, Jerusalém Oriental ocupada se situa no primeiro lugar por regiões, e que Abril foi o mês com maior número de detenções (1228 casos), noticia a agência Wafa. A SPP condenou os ataques e raides israelitas contra cidades, aldeias e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada para prender activistas, referindo que muitos palestinianos foram mortos, nesse processo, pelas balas do Exército. Neste contexto, o número de execuções extrajudiciais no terreno, em 2022, é mais elevado por comparação com anos anteriores, alertou a SPP, que também questionou os bloqueios militares a localidades e campos de refugiados palestinianos, classificando-os como uma punição colectiva. No que respeita às detenções administrativas, a organização afirmou que este ano, até à data, foram emitidas 1160. Só no mês de Agosto, foram decretadas 272, pelo que, no final de Setembro, havia cerca de 800 palestinianos nas prisões israelitas detidos sem acusação ou julgamento. Ao abrigo deste regime, os períodos de detenção podem ser infinitamente renovados por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. De forma reiterada, os presos palestinianos detidos sob este regime iniciam greves de fome para denunciar os seus casos e a política de detenção administrativa, exigindo a sua libertação. Diversas instâncias das Nações Unidas têm denunciado repetidamente este regime israelita de detenção, na medida em que não faculta aos detidos palestinianos as «salvaguardas jurídicas básicas» e violam o direito internacional humanitário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Só no mês de Novembro, foram detidos 490 palestinianos, incluindo 76 menores e 12 mulheres, informaram, num relatório conjunto, a SPP, a Addameer, o Centro de Informação Wadi Hilweh e a Comissão dos Assuntos dos Presos e Ex-Presos Palestinianos. No relatório mensal a que o Middle East Monitor faz referência, as quatro organizações de defesa dos direitos presos afirmaram que, no mês passado, o maior número de detenções ocorreu em Hebron (al-Khalil; 135 casos), seguida por Jerusalém (123), Ramallah (52), Jenin e Nablus. De acordo com os grupos, há actualmente nas cadeias israelitas cerca de 4700 palestinianos presos, incluindo 34 mulheres e 150 menores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A ocupação israelita e a sua administração prisional levaram a cabo o assassinato deliberado do preso Khader Adnan ao rejeitar o seu pedido de libertação, ao negligenciá-lo medicamente e ao mantê-lo na sua cela apesar da gravidade do seu estado de saúde», afirmou Shtayyeh em comunicado. Várias facções palestinianas pronunciaram-se no mesmo sentido, responsabilizando Israel pela morte de Khader Adnan e sublinhando o crime «premeditado e a sangue-frio». Por seu lado, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu uma investigação internacional sobre a morte do prisioneiro e instou o Tribunal Penal Internacional a incluir este caso no processo relativo aos crimes de guerra cometidos por Israel contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Para denunciar «o crime que levou à morte» de Khader Adnan numa prisão israelita, foi declarada, esta terça-feira, uma greve geral que «afecta todos os aspectos da vida», tanto na Faixa de Gaza cercada como na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, indica a Wafa. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. A 2 de Maio último, Khader Adnan, de 44 anos, morreu na cadeia, quase três meses depois de ter iniciado uma greve de fome contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado de imprensa, que a Wafa cita, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», acrescenta a nota. De acordo com os dados divulgados em Junho último pela organização israelita de defesa dos direitos B'Tselem, em Março deste ano, Israel mantinha nas suas prisões 1017 pessoas em regime de detenção administrativa. É preciso recuar duas décadas, até Abril de 2003, para encontrar um número mais elevado de detidos administrativos nas prisões israelitas – 1140 –, referiu a organização. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou a B'Tselem, outra organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. De forma sistemática, presos administrativos entram em greve de fome por tempo indeterminado para chamar a atenção para os seus casos e forçar a sua libertação. Em meados de Agosto, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa». Num comunicado de imprensa, divulgado pela Wafa, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», afirmou o organismo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde 28 de Setembro de 2000 até à data, refere a Comissão, foram detidas mais de 2600 raparigas e mulheres, incluindo quatro que deram à luz na cadeia. No mesmo período, foram emitidas 32 mil ordens de detenção administrativa, a que Israel recorre para manter reclusos nas cadeias sem acusação nem julgamento, com base numa «prova secreta» que nem o advogado do detido pode ver. A Comissão registou um aumento «assinalável» no recurso a este regime, amplamente condenado a nível internacional, contra o qual os presos palestinianos protestam, de forma reiterada, entrando em greve de fome por tempo indeterminado, para exigir a sua libertação e o fim da aplicação da política de detenção referida. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou recentemente a B'Tselem, uma organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No relatório agora publicado, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos refere-se ainda ao recurso à tortura nos cárceres israelitas, bem como aos assassinatos e às «execuções lentas» por falta de cuidados médicos. Denuncia igualmente a «escalada de casos de opressão, abuso e incitação racista» contra os presos palestinianos. De acordo com o organismo, estão actualmente detidos em cadeias israelitas, nos territórios ocupados em 1948, cerca de 5200 palestinianos. Destes, 38 são mulheres e 170 são menores de idade. Há ainda mais de 1250 presos palestinianos em regime de detenção administrativa e 700 reclusos doentes, 24 dos quais com enfermidades oncológicas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado posterior, as Brigadas al-Qassam afirmaram ter capturado «mais de 35 soldados e civis israelitas do colonato sionista de Sderot». A operação desta manhã apanhou de surpresa o Exército da ocupação, o que está a valer múltiplas críticas ao governo de Netanyahu, em Israel. Entretanto, foi declarado o «estado de preparação para a guerra» entre as forças militares israelitas, e o ministro da Defesa, que aprovou o recrutamento de soldados na reserva, declarou o estado de emergência numa faixa de 80 quilómetros em redor da Faixa de Gaza. A agência Wafa já deu conta de bombardeamentos israelitas contra o enclave costeiro nas últimas horas, dos quais resultaram vários mortos. A mesma fonte refere que o Ministério palestiniano da Saúde colocou todas as unidades hospitalares do país em situação de emergência. De acordo com as autoridades de saúde no enclave costeiro, pelo menos 198 pessoas morreram e mais de 1600 ficaram feridas (muitas das quais em estado grave) como consequência dos bombardeamentos israelitas contra a Faixa e Gaza ao longo do dia, refere a Wafa, em retaliação contra o ataque da resistência palestiniana, esta manhã. Por seu lado, a agência Prensa Latina refere-se à morte de uma centena de israelitas e cerca de 900 feridos, no contexto da operação de grande escala da resistência palestiniana, que ocupou diversas localidades e bases militares da ocupação próximas do enclave cercado. Entretanto, a Wafa dá conta de vários ataques da parte de colonos e forças israelitas contra diversas localidades e bairros palestinianos na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas, dos quais resultaram pelo menos um morto e um número indeterminado de feridos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Israel retaliou com a «Operação Espadas de Ferro», com ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza sitiada e, de acordo com a última contagem do Ministério da Saúde palestiniano, 313 habitantes de Gaza morreram na ofensiva, incluindo 20 crianças, enquanto outros 1990 palestinianos ficaram feridos no enclave. Do lado israelita, foram confirmadas até à manhã de hoje cerca de 300 pessoas mortas e 1864 feridas, das quais 19 estão em estado crítico, 326 em estado grave e as restantes em estado moderado ou ligeiro. No ano em que se assinalam os 75 anos da Nakba (catástrofe), «mais de cinco décadas depois de Israel ocupar militarmente a totalidade do território da Palestina histórica», o MPPM lembra que a campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação de Israel se prolonga até hoje. «Em Gaza, de onde partiu esta acção, vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas, descendentes dessas sucessivas vagas de limpeza étnica», alerta o movimento. Apesar de as Nações Unidas o considerarem «impróprio para sustentar a vida humana», desde 2006 que o Estado israelita impõe um «bloqueio criminoso» sobre aquele território. Uma ONG palestiniana e outra israelita acusam Israel de ter trabalhado para «branquear a verdade» sobre os crimes cometidos pelas suas tropas durante os protestos da Grande Marcha do Retorno, em Gaza. Num relatório conjunto, o Centro Palestiniano para os Direitos Humanos (PCHR), sediado em Gaza, e a organização israelita B'Tselem analisam as investigações que Israel diz ter levado a cabo na sequência da repressão exercida pelas forças israelitas sobre os manifestantes que, na Faixa de Gaza, reclamaram o direito de regresso dos refugiados a suas casas. Os protestos conhecidos como Grande Marcha do Retorno começaram a 30 de Março de 2018 e prolongaram-se por mais de um ano e meio. Pelo menos 200 palestinianos foram mortos e 13 500 ficaram feridos – seguindo os números por baixo, uma vez que outras fontes apontam para mais de 300 mortos e cerca de 18 mil feridos, várias dezenas dos quais menores. O vento e a chuva forte que se abateram esta semana sobre Gaza não impediram centenas de manifestantes de participarem, na sexta-feira, na última manifestação de 2019 da Grande Marcha do Retorno. Dezenas de palestinianos foram feridos esta sexta-feira pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, quando participavam na 86.ª manifestação da Grande Marcha do Retorno, perto da vedação com que Israel isola o território palestino, segundo o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Vários dos participantes nas manifestações, segundo o MPPM, foram feridos por balas reais e revestidas de borracha, enquanto dezenas de outros sofreram de asfixia por efeito do gás lacrimogéneo disparado pelas forças de ocupação. Centenas de manifestantes participaram nos protestos apesar das adversas condições climatéricas. A Faixa de Gaza tem sido batida por vento e chuva forte na última semana, com as inundações a porem em risco cerca de 235 mil pessoas nas áreas mais baixas da Faixa de Gaza, segundo um relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) no território palestiniano ocupado. A 30 de Março os palestinianos comemoram o Dia da Terra. Nesse dia, em 1976, no Norte de Israel, foram assassinados seis palestinianos que protestavam contra a expropriação de terras para dar lugar a aldeamentos judaicos. Cerca de 100 outras pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e as grandes manifestações de protesto que, no mesmo dia, ocorreram no território do Estado de Israel. A 30 de Março de 2018 a comemoração atingiu uma dimensão inusitada, ao tornar a celebração deste dia como o primeiro de uma «Grande Marcha do Retorno», uma reclamação do direito de regresso dos refugiados aos seus lares – tal como prescreve a resolução 194 das Nações Unidas – à Palestina histórica, de onde mais de 700 mil pessoas foram expulsas pelas tropas israelitas em 1948, durante a chamada «catástrofe» («Nakba», em árabe). Desde então o protesto repete-se semanalmente, violentamente reprimido pelas forças israelitas, incluindo com o recurso a snipers e fogo real directo. Como resultado, pelo menos 348 palestinos foram mortos em Gaza por fogo israelita desde o início das marchas, a maioria deles durante as manifestações, segundo uma contagem da AFP citada pelo MPPM. Para além disso, o Ministério da Saúde de Gaza regista mais de 18 mil feridos pelas forças repressivas sionistas. Entre as baixas contam-se crianças, mulheres, muitos adolescentes, jornalistas e trabalhadores dos serviços de saúde que tentam socorrer os manifestantes. Em Março, uma missão de averiguação da ONU concluiu que as forças israelitas cometeram violações de direitos humanos na repressão dos manifestantes em Gaza, o que pode constituir crimes de guerra. Os organizadores da Grande Marcha do Retorno anunciaram nesta quinta-feira que os protestos seriam suspensos até Março de 2020, altura em que serão retomados, coincidindo com o seu segundo aniversário e também com o Dia da Terra palestina (30 de Março). A partir daí realizar-se-ão a um ritmo mensal. Além do bloqueio a que sujeita a Faixa de Gaza, na última década Israel lançou três guerras de agressão contra o pequeno território palestino e dezenas de ataques de escala mais limitada, matando milhares de pessoas e causando enormes destruições de casas e infra-estruturas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As duas organizações não governamentais (ONG) acusam Israel de proteger os responsáveis políticos e militares, «em vez de tomar medidas contra as pessoas que conceberam e implementaram a política ilegal de atirar a matar». Israel foi célere a anunciar que estava a investigar os protestos, sobretudo devido aos procedimentos em curso no Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmaram as organizações numa conferência de imprensa, a que a agência WAFA faz referência. Isso deve-se ao princípio da complementaridade do TPI, ou seja, se um Estado «estiver disposto e tiver capacidade» para realizar a investigação e a efectuar, o TPI não intervém. No entanto, não basta declarar que uma investigação está a ser feita; ela tem de ser eficaz, dirigida às altas patentes responsáveis e conduzir a uma acção contra elas, sublinham, acrescentando que isso não ocorre neste caso. «As investigações conduzidas por Israel não são mais do que uma cortina de fumo erguida para proteger do TPI os funcionários responsáveis. Israel não quer e não consegue investigar as violações de direitos humanos perpetradas pelas suas forças durante os protestos da Grande Marcha de Retorno na Faixa de Gaza. Tendo isto em conta, cabe agora ao TPI garantir a responsabilização penal», disseram as duas organizações. «Estas investigações – tal como as levadas a cabo pelo sistema de aplicação da lei militar noutros casos em que soldados causaram danos aos palestinianos – fazem parte do mecanismo de branqueamento de Israel, e o seu principal objectivo continua a ser silenciar as críticas externas, para que Israel possa continuar a implementar sua política sem mudanças», lê-se no portal da B'Tselem. A mudança da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém fica associada a um «Dia de Raiva» na Palestina. Na Faixa de Gaza cercada, os franco-atiradores israelitas massacram os manifestantes. Quando o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a intenção de mudar a Embaixada do seu país de Telavive para essa cidade, ficou claro que tal passo constituía uma declaração de apoio ao Estado de Israel e à sua política de ocupação e repressão na Palestina, nomeadamente em Jerusalém. Várias organizações têm denunciado o número crescente de ameaças em locais religiosos não-judaicos, na cidade, bem como a intensificação do plano de «judaização» de Jerusalém Oriental, com o aumento da construção de colonatos e a expulsão da população palestiniana de suas casas, que são muitas vezes demolidas. Declarada por Israel como sua capital, Jerusalém tem o estatuto, reconhecido pelas Nações Unidas, de cidade ocupada, sendo Israel a potência ocupante (desde 1967). Os palestinianos querem-na como sua capital e quem apoia a solução dos «dois estados» reconhece que o Estado da Palestina tem em Jerusalém Oriental a sua capital. Logo em Dezembro, foi generalizado o repúdio internacional pela decisão da administração norte-americana e, a 21 desse mês, materializou-se na aprovação, por esmagadora maioria, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução que rejeita essa decisão e insta todos os estados-membros a não estabelecerem missões diplomáticas em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980. Esse repúdio face ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel também se fez sentir no interior de Israel, onde académicos, antigos embaixadores e defensores da paz enviaram uma carta a um representante de Trump, seguntou reportou o periódico Haaretz. Inicialmente, não ficou explícito que a concretização da mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém estaria associada ao 70.º aniversário da criação do Estado de Israel, que hoje se assinala, e que teria lugar na véspera da Nakba – a limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas e pelo Estado de Israel, em que mais de 750 mil palestinianos foram expulsos das suas casas e terras –, uma «catástrofe» que todos os anos os palestinianos marcam a 15 de Maio. Na visita que efectuou em Janeiro a Israel, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, afirmou que essa mudança deveria ocorrer no final de 2019. No entanto, a 23 de Fevereiro, o Departamento de Estado anunciou a antecipação da mudança para 14 de Maio, o que foi encarado pelos palestinianos como mais uma acção de «provocação». Em protesto contra a mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém, os palestinianos chamaram «Dia de Raiva» a este 14 de Maio. Nos territórios ocupados da Cisjordância, há notícia de mobilizações pelo menos em Ramallah e Hebron. Mas a grande mobilização está a ter lugar na Faixa de Gaza cercada, junto às vedações que enclausuram perto de 2 milhões de palestinianos – 80% dos quais são descendentes de refugiados – no pequeno enclave. De acordo com a PressTV, as forças militares israelitas, que reforçaram a sua presença tanto em redor de Gaza como na Margem Ocidental ocupada –, esperavam que 100 mil pessoas se manifestassem nos pontos habituais, hoje, dia da mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém. «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados» Sobre o culminar dos protestos pacíficos da Grande Marcha do Retorno, que se iniciaram a 30 de Março, o ministro israelita da Educação, Naftali Bennet, do partido de extrema-direita Lar Judaico, disse a uma rádio israelita que a vedação seria encarada como uma «Muralha de Ferro» e que quem se aproximasse dela seria tratado como um «terrorista», refere a PressTV. A mesma fonte indica ainda que a Força Aérea israelita lançou panfletos sobre a Faixa de Gaza, ontem e hoje, para demover os manifestantes de se aproximarem da vedação, mas sem sucesso, já que estes, segundo refere a Al Jazeera, têm estado a tentar atravessá-la, «defendendo o seu direito ao regresso, ao retorno, aconteça o que acontecer». Um membro do comité organizador da Grande Marcha do Retorno disse à Al Jazeera que, ao tentarem atravessar a vedação, «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados». Os franco-atiradores responderam de forma brutal, matando mais de quatro dezenas de pessoas que se manifestavam perto da vedação e ferindo perto de 2000, até ao momento. De acordo com a organização, os protestos de hoje e os que estão previstos para amanhã – dia da Nakba – devem ser os mais massivos, sendo o ponto culminante das sete semanas de mobilizações, fortemente reprimidas pelas forças israelitas, junto à vedação com a Faixa de Gaza. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Apesar dos milhares de feridos palestinianos resultantes da política de «atirar a matar» e de mais de centena e meia ter ficado sem membros inferiores ou superiores – as tropas israelitas usaram balas explosivas, as chamadas butterfly bullets, que se expandem no contacto com o corpo, provocando danos severos nos tecidos, nos ossos, nas veias –, nenhum destes casos foi investigado. Sem explicação, os militares decidiram investigar apenas os casos em que palestinianos foram mortos. Dos 234 casos recebidos pelos procuradores do Exército, foi completa a revisão de 143 e um deles, o da morte do adolescente Othman Hiles, de 14 anos, levou à condenação de um soldado por «abuso de autoridade ao ponto de pôr em risco a vida e a saúde». Foi condenado a um mês de serviço comunitário. No seu portal, a B'Tselem sublinha que «a conduta de Israel respeitante à investigação dos protestos em Gaza não é nova nem surpreendente», e recorda o que se passou depois da Operação Chumbo Fundido, em 2009, e da Operação Margem Protectora, em 2014. «Então, também, Israel desrespeitou o direito internacional, recusou-se a reformar a sua política apesar dos resultados letais e desviou as críticas prometendo investigar a sua conduta. Então, também, nada resultou dessa promessa», afirma. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por outro lado, entre Março de 2018 e Dezembro de 2019, uma série de manifestações pacíficas designadas Grande Marcha do Retorno foram brutalmente reprimidas pelo exército de Israel, contabilizando-se 223 mortos e mais de nove mil feridos, sob o silêncio da comunidade internacional. «Os assaltos das forças de ocupação israelita às povoações e campos de refugiados palestinos, assim como a violência dos colonos e as prisões arbitrárias são o quotidiano com que os palestinos, homens e mulheres, jovens e menos jovens diariamente se confrontam», lembra o MPPM, salientando que, até este sábado, pelo menos 247 palestinianos, sobretudo jovens, foram mortos pelas forças israelitas e por colonos. Neste sentido, insiste que a paz no Médio Oriente e a solução da questão palestiniana «passam necessariamente por um desenlace que respeite os direitos inalienáveis» do povo palestiniano a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados. O MPPM rejeita os «lamentos» daqueles que «hipocritamente condenam as acções violentas de resistência dos oprimidos e se calam desde há décadas (ou pior, colaboram) perante a violência da ocupação», e entre os quais se encontra o Governo português. «Israel tem o direito de se defender. Estes ataques nada resolverão, contribuindo apenas para piorar a situação na região. Estamos solidários com Israel e oferecemos condolências pelas vítimas.», disse o ministro João Gomes Cravinho, este sábado, na rede social X. O governo palestiniano denunciou junto da ONU o assassinato de 44 menores, este ano, por soldados israelitas. Neste contexto, reclamou protecção para a infância e a responsabilização de Telavive. Numa carta enviada esta segunda-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu protecção especial urgente para as crianças palestinianas, informa a agência Wafa. Mahmoud Samoudi, de 12 anos, foi, ontem, a vítima mortal mais recente das forças israelitas, não resistindo aos ferimentos quase duas semanas depois de ter sido atingido por uma bala no abdómen, durante uma operação militar na cidade de Jenin (Norte da Cisjordânia ocupada). Só nos últimos dias, «Israel, a potência ocupante, matou cinco crianças e jovens palestinianos, incluindo Adel Adel Daud (14 anos), Mahdi Ladadwa (17), Mahmoud Sous (17), Fayez Khaled Damdoum (17) e Ahmad Draghmeh (19)», indica o texto das autoridades palestinianas. Até 10 de Dezembro, 86 crianças foram mortas nos territórios ocupados da Palestina, fazendo de 2021 o ano mais mortífero para elas desde 2014, segundo os registos de uma organização não governamental. As forças israelitas mataram 76 crianças palestinianas este ano – 61 na Faixa de Gaza cercada e 15 na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Civis israelitas armados mataram duas crianças palestinianas na Cisjordânia, revela o relatório agora publicado pela Defense for Children International – Palestine (DCIP). A estas 78 crianças juntam-se sete que foram mortas por foguetes disparados incorrectamente por grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza, e uma outra que foi morta por uma munição não detonada, cujas origens a ONG não conseguiu determinar. «Nos termos do direito internacional, a força letal intencional só se justifica em circunstâncias em que esteja presente uma ameaça directa à vida ou de ferimentos graves. No entanto, investigações e provas recolhidas pelo DCIP sugerem que as forças israelitas utilizam regularmente força letal contra crianças palestinianas em circunstâncias que podem equivaler a execuções extrajudiciais ou intencionais», lê-se relatório, traduzido pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM. Durante os 11 dias do ataque militar israelita à Faixa de Gaza, em Maio de 2021, naquilo que ficou conhecido como Operação Guardião dos Muros, as forças israelitas mataram 60 crianças palestinianas, segundo os dados recolhidos pela DCIP. «Aviões de guerra israelitas e drones armados bombardearam áreas civis densamente povoadas, matando crianças palestinianas que dormiam nas suas camas, brincavam nos seus bairros, faziam compras nas lojas perto das suas casas e celebravam o Eid al-Fitr [festa no fim do Ramadão] com as suas famílias», disse Ayed Abu Eqtaish, director do programa de responsabilização da DCIP. «A falta de vontade política da comunidade internacional para responsabilizar os funcionários israelitas garante que os soldados israelitas continuarão a matar ilegalmente crianças palestinianas com impunidade», acrescentou. A DCIP lembra que o direito humanitário internacional proíbe ataques indiscriminados e desproporcionados, e exige que todas as partes num conflito armado façam a distinção entre alvos militares, civis e objectos civis. O pico mais recente de assassinatos de crianças ocorrera em 2018, quando forças israelitas e colonos mataram crianças palestinianas a um ritmo médio superior a uma por semana (57). A maioria dessas mortes ocorreu durante os protestos da Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza, refere o organismo. De acordo com os dados da DCIP, foram mortas 2196 crianças palestinianas, desde 2000, em resultado da presença de militares e de colonos israelitas nos territórios ocupados da Palestina. A Defense for Children International – Palestine é uma das seis organizações de direitos humanos que Israel pretende silenciar, lembra o MPPM, sublinhando que a medida tem merecido a condenação generalizada a nível internacional e foi denunciada pelo MPPM a 29 de Outubro último. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A carta afirma que as forças de ocupação estão a utilizar «a política infame de atirar a matar» – de que resultou a morte de centenas de crianças palestinianas –, ao apontarem «deliberadamente» para a parte superior dos seus corpos. «Israel dispara deliberadamente contra os menores palestinianos com o objectivo declarado de os matar e mutilar, negando-lhes o direito à vida», lê-se no texto, sublinhando que «as crianças jamais devem ser mortas ou mutiladas», bem como a necessidade de medidas urgentes para as proteger da «escalada dos crimes israelitas». Neste sentido, o governo palestiniano exigiu medidas contra Telavive, destacando que as «evidências dos seus crimes crescentes contra as crianças palestinianas são, sem dúvida alguma, esmagadoras», violando o direito internacional e as resoluções que constituem a base da protecção das crianças nos conflitos armados. «A protecção das crianças é a maior obrigação moral, legal e política da humanidade», frisa o documento, no qual se pede à comunidade internacional que «ponha fim a este pesadelo intolerável que as nossas crianças vivem diariamente» e que tome medidas para responsabilizar Israel «pelos seus crimes horrendos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Os que há décadas convivem com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos do povo palestino, não têm autoridade moral para hoje se queixarem das tempestades que provocaram», defende o MPPM. Certo de que a violência poderá alastrar-se a todo o Médio Oriente, o movimento recorda que Israel, «com o apoio dos países "ocidentais" e em primeiro lugar dos Estados Unidos da América», é a maior potência militar da região e a única a dispor de armas nucleares. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em simultâneo, revela a Wafa, têm-se registado múltiplas agressões e raides, da parte de colonos e forças istraelitas, na Margem Ocidental ocupada. Pelo menos cinco palestinianos foram ali mortos nas últimas 24 horas, em vários pontos do território ocupado. A operação israelita de larga escala segue-se à operação, lançada no sábado de manhã, por forças da resistência palestiniana na Faixa de Gaza, onde o Hamas é o elemento predominante. Segundo foi revelado então, a ala militar do Hamas lançou pelo menos 5000 rockets para aquilo que é hoje Israel. As forças da resistência derrubaram, em vários pontos, a vedação que cerca o território e atacaram os colonatos em redor por terra, mar e ar. Pelo menos 700 israelitas foram mortos nessa operação que alguma imprensa israelita classificou como «nunca vista» e mais de cem foram feitos prisioneiros, incluindo militares de alta patente. No domínio político-mediático da «comunidade internacional», o mundo predominantemente ocidental e branco, as vozes sobre «A Guerra» (só havia uma e mais nenhuma: a da Ucrânia) silenciaram-se e, nas fachadas das praças de capitais como Nova Iorque, Berlim ou Bruxelas, as bandeiras da Ucrânia foram substituídas pelas de Israel. Desde o Mandato Britânico que os palestinianos são sujeitos à opressão, que se intensificou com a construção, nas suas terras, do Estado de Israel, erguido à custa das forças paramilitares que expulsaram os palestinianos de suas casas e os mataram ou meteram em guetos. A campanha de limpeza étnica então iniciada mantém-se até hoje, sob um regime de apartheid, por via do saque de territórios e de recursos, a destruição de casas, escolas e outras infra-estruturas, e a expulsão dos palestinianos das terras onde vivem. De forma sistemática, as forças israelitas bombardeiam a Faixa de Gaza, que mantêm fechada e cercada num férreo bloqueio, com mais de dois milhões de pessoas a viver em condições insalubres, sem luz, água potável, mas «a comunidade internacional» projecta as suas bandeiras nos edifícios das suas praças quando a Palestina – reduzida ao Hamas – se ergue e rompe o cerco. Entretanto, no enorme campo de deslocados que é Gaza, cerca de 70 mil pessoas procuraram refúgio dos bombardeamentos nas 64 escolas operadas pela UNRWA – a agência da ONU para os refugiados palestinianos no Médio Oriente. Em comunicado, a UNRWA confirmou que dois alunos em escolas que opera em Khan Younis e Beit Hanoun se encontram entre os mortos. Pelo menos três escolas da organização sofreram danos provocados pelos bombardeamentos, acrescenta o texto. A UNRWA sublinhou que os civis devem ser sempre protegidos, também em período de guerra, e apelou a um cessar-fogo imediato e ao fim da violência em todo o lado. A operação das forças da resistência em território israelita continua. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Neste período, mais de 1350 palestinianos perderam a vida e mais de 6000 ficaram feridos, a grande maioria dos quais na sequência dos bombardeamentos indiscriminados da aviação israelita sobre o enclave costeiro densamente habitado, outros em ataques das forças de ocupação na Margem Ocidental, revelou esta quinta-feira o Ministério palestiniano da Saúde. Já uma agência ONU informou que mais de 338 mil pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas devido aos bombardeamentos. Um jornalista palestiniano, Salam Mesma, perdeu a vida na terça-feira, na sequência de um bombardeamento que tirou também a vida a toda a sua família, revelou o Palestine Online. Na véspera, outros três jornalistas palestinianos foram mortos – Mohammad Soboh, Saeed al-Taweel e Hisham al-Nawajha. Taweel, que era o editor-chefe do portal noticioso Al-Khamsa, foi morto com os seus colegas quando saíram para filmar e fotografar a evacuação de um edifício que estava em risco de ser bombardeado pela aviação israelita. Foram atingidos mesmo usando os coletes e os capacetes que os identificavam claramente como jornalistas. Milhares de pessoas participaram no funeral de al-Taweed e Soboh, que perderam a vida de imediato; al-Nawajha ainda foi levado para um hospital, onde viria a falecer. Outros dois jornalistas – Ibrahim Mohammed Lafi e Mohammad Jarghoun – foram mortos quando faziam reportagens sobre a guerra no sábado, em locais diferentes da Faixa de Gaza. Também no sábado, Mohammed el-Salhi, jornalista freelancer, foi morto a na Faixa de Gaza. Já esta quarta-feira a agência Wafa revelou que o jornalista palestiniano Mohammad Fayez Abu Matar, que trabalhava para várias agências internacionais, foi morto durante um bombardeamento israelita na região de Rafah. O Sindicato dos Jornalistas Palestinianos condenou o assassinato de jornalistas na Faixa de Gaza, tendo feito um apelo a associações árabes e mundiais de jornalistas, bem como a instituições ligadas à ONU e à defesa dos direitos humanos «para que tomem medidas para proteger os jornalistas palestinianos e travem os assassinatos perpetrados de forma sistemática e por decisão oficial do governo da ocupação israelita». Milhares de sírios manifestaram-se em solidariedade com o povo palestiniano e contra a brutalidade da máquina de guerra israelita em Gaza, onde mais de 22 mil unidades habitacionais foram destruídas. Em Damasco, os manifestantes concentraram-se esta terça-feira na Praça Arnous, no centro da cidade, ergueram bandeiras palestinianas e sírias, e exibiram faixas com frases que deixam claro o total apoio do povo sírio aos palestinianos, à sua luta de libertação nacional e pela recuperação dos territórios ocupados. Os manifestantes criticaram a impunidade que os Estados Unidos conferem a Israel e a incapacidade das Nações Unidas para travar a crueldade exercida por Telavive contra o povo palestiniano, refere Fady Marouf, correspondente da Prensa Latina no país levantino. Na mobilização damascena, esta terça-feira, os manifestantes afirmaram que a propalada «invencibilidade do Exército israelita foi para sempre arrasada», na sequência da operação «Dilúvio de al-Aqsa», lançada por várias facções da resistência palestiniana em Gaza, onde o movimento Hamas é predominante. Neste mesmo contexto, enquanto edifícios emblemáticos em Nova Iorque, Berlim ou Bruxelas exibiram a bandeira israelita projectada, a Ópera de Damasco fez brilhar as cores da bandeira palestiniana, como expressão de solidariedade e unidade na luta contra um inimigo comum. A nível oficial, Parlamento, Ministério dos Negócios Estrangeiros e o partido Baath, no poder, emitiram comunicados em que reafirmaram a histórico posicionamento de apoio da parte de Damasco aos seus irmãos palestinianos, até que estes recuperem os direitos que lhes assistem, garantidos pelo Direito Internacional. Nos últimos dias, milhares de pessoas manifestaram-se em várias cidades do mundo em solidariedade com o povo palestiniano e contra um novo episódio de barbárie israelita na Faixa de Gaza – desta vez, em resposta à operação da resistência nos territórios ocupados em 1948. Houve grandes manifestações em cidades norte-americanas como Nova Iorque, Chicago, Mineápolis, Los Angeles, Atlanta, San Francisco ou Nova Jérsia, de condenação à agressão israelita contra o povo palestiniano no enclave costeiro. Neste contexto, 33 organizações estudantis universitárias dos EUA condenaram a «brutal agressão» sionista contra Gaza e a Cisjordânia, tendo responsabilizado a ocupação pela deterioração da situação, «obrigando os palestinianos a viver numa prisão a céu aberto», refere a agência Wafa. Também houve grandes mobilizações solidárias com o povo palestiniano no Reino Unido, exigindo um Estado independente para a Palestina e o fim da agressão israelita. No sábado, a resistência palestiniana quebrou a vedação que cerca o enclave e lançou uma ofensiva contra os territórios ocupados em 1948. Desde então, a aviação israelita matou mais de 430 palestinianos. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério palestiniano da Saúde esta manhã, os bombardeamentos indiscriminados na Faixa de Gaza, conhecida como «a maior prisão a céu aberto», provocaram a morte a 436 pessoas, incluindo 91 menores, e fizeram 2271 feridos, 244 dos quais crianças. Nas últimas horas, a aviação da ocupação lançou centenas de raides contra o enclave costeiro, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, atingindo edifícios residenciais, infra-estruturas oficiais e civis, bem como edifícios religiosos, tendo destruído pelo menos duas mesquitas, indica a agência Wafa. Só no sábado, os bombardeamentos israelitas provocaram 300 mortos, o que, segundo destaca o portal The Cradle, é o número mais elevado de palestinianos mortos em ataques aéreos da ocupação num só dia desde 2008. Enquanto se mantiver a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos, não haverá paz, alerta o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). O MPPM reage assim às acções desencadeadas em Gaza e em Israel na madrugada deste sábado. Eram 4h30 em Lisboa (6h30 no local), quando militantes de organizações da resistência palestiniana lançaram, a partir da Faixa de Gaza, um ataque de surpresa, em larga escala, contra Israel, no que apelidaram de «Operação Dilúvio Al-Aqsa». Segundo as organizações, a acção foi uma resposta à profanação da Mesquita de Al-Aqsa e ao aumento da violência dos colonos, e confirma, insiste o MPPM num comunicado, «que não é possível ter uma situação de paz na Palestina e, por consequência, no Médio Oriente, continuando a espezinhar os legítimos direitos do povo palestino e persistindo em manter a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos». Diversos grupos da resistência declararam o apoio à operação lançada contra Israel, esta manhã, a partir da Faixa de Gaza, sublinhando que faz parte da luta de libertação nacional. «Fazemos parte desta batalha e os nossos combatentes estão lado a lado com os seus irmãos nas Brigadas al-Qassam (ala militar do Hamas) até à vitória», afirmou em comunicado Abu Hamza, porta-voz das Brigadas de al-Quds, braço militar da Jihad Islâmica. Em termos semelhantes, refere a Prensa Latina, se pronunciaram as Brigadas al-Nasser Salah al-Din, do Movimento de Resistência Popular: «Unidos numa trincheira neste dia glorioso do nosso povo.» Por seu lado, as Brigadas de Resistência Nacional anunciaram que os seus membros se juntaram à operação, lançada esta manhã pelo Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de rockets e uma incursão terrestre em território ocupado em 1948. Atingido por disparos de colonos na cidade de Huwara, Labib Dumaidi, de 19 anos, é a mais recente das quatro vítimas mortais na Margem Ocidental ocupada, revelou o Ministério da Saúde. De acordo com a informação divulgada pelo Ministério, Labib Mohammed Dumaidi ficou gravemente ferido durante um ataque de colonos, ontem à noite, na cidade de Huwara, a sul de Nablus. Levado para um hospital, não resistiu aos ferimentos, já nas primeiras horas de sexta-feira. Residentes de Huwara tentaram fazer frente à provocação levada a cabo por dezenas de colonos, protegidos por forças militares israelitas, indica a Wafa. Registaram-se fortes confrontos e as tropas israelitas usaram fogo real, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para dispersar os palestinianos. Fontes do Crescente Vermelho Palestiniano informaram que pelo menos 25 pessoas, incluindo quatro crianças, sofreram efeitos de asfixia devido à inalação de gás lacrimogéneo. Também em Huwara, as forças israelitas mataram, ontem à tarde, outro palestiniano, cuja identidade ainda não foi revelada. Dias depois de colonos extremistas terem invadido e atacado Huwara, Bezalel Smotrich afirmou que Israel deve «aniquilar» a localidade palestiniana no Norte da Cisjordânia ocupada. «Penso que Huwara precisa de ser destruída», disse o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, esta quarta-feira, defendendo que «o Estado devia fazê-lo e não cidadãos privados», refere a PressTV com base na imprensa israelita. As declarações do ministro de extrema-direita do governo de Benjamin Netanyahu seguem-se ao ataque perpetrado contra a localidade palestiniana, no domingo à noite, por centenas de colonos armados. Tratou-se da «resposta» à morte de dois israelitas de um colonato ilegal, executados por um atacante palestiniano de Huwara. Este ataque, por sua vez, seguiu-se ao massacre de Nablus, em que as forças de ocupação israelitas mataram 11 palestinianos e feriram mais de cem. No domingo à noite, os colonos queimaram pelo menos 150 carros, 52 casas e várias lojas. Uma pessoa foi morta e o número de feridos palestinianos é superior a 390, indica a agência Wafa. Grupos israelitas de defesa dos direitos humanos como Peace Now e B’Tselem referiram-se ao ataque dos colonos como um «pogrom» apoiado pelas autoridades de ocupação. Por seu lado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de impedirem as ambulâncias e os paramédicos de acederem ao local do ataque, a poucos quilómetros de Nablus. No Knesset, a extrema-direita israelita considerou os ataques a Huwara «legítimos». Hussein al-Sheikh, da Comissão Executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, no Twitter, que as afirmações de Smotrich para apagar Huwara do mapa são o apelo de um «racista terrorista». Também o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, se referiu às afirmações do ministro israelita como «terroristas» e «racistas», e alertou para o facto de que «fazem prever uma escalada séria» contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Neste sentido, pediu às Nações Unidas, à União Europeia e demais organizações internacionais que condenem as declarações de Smotrich. Antes, já tinha pedido ajuda internacional «contra os crimes de Israel». O Parlamento (da Liga) Árabe, com sede no Cairo, condenou esta quarta-feira os ataques executados por colonos israelitas contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada, referindo-se em especial ao assalto à localidade de Huwara. Perante os ataques terroristas sistemáticos dos colonos contra cidadãos indefesos, com armas de fogo, incêndios de casas e viaturas, expulsão de agricultores, assassinatos e outros crimes, exortou o mundo e em especial o Conselho de Segurança da ONU a adoptar medidas para proteger o povo palestiniano. Antes, a Liga Árabe já tinha proposto que as milícias de colonos passem a ser incluídas na lista de grupos terroristas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na parte da manhã, as forças israelitas já tinham matado dois palestinianos, identificados como Hudhayfah Fares, de 27 anos, e Abd al-Rahman Atta, de 23, na aldeia de Shufa, na sequência de um ataque de colonos a viaturas na região de Tulkarem. De acordo com as Nações Unidas, 2023 está a ser o ano mais mortífero para os palestinianos na Margem Ocidental desde que há registo de fatalidades provocadas pelas forças de ocupação. Nabil Abu Rudeineh, porta-voz da Presidência palestiniana, disse à imprensa que a ocupação israelita pisou todas as linhas vermelhas, com a sua insistência na política de assassinatos e incursões em cidades, aldeias e acampamentos palestinianos. Numa entrevista à Palestine TV, o representante da Presidência responsabilizou o governo israelita e a administração norte-americana pelos «crimes perigosos perpetrados pela ocupação e os seus colonos por todo o território palestiniano», os mais recentes dos quais nas imediações de Nablus e Tulkarem, refere a Wafa. Apesar da «guerra implacável» que a ocupação israelita está a travar contra o povo palestiniano «à vista de todo o mundo», o responsável afirmou que isso não irá impedir «o nosso povo de prosseguir a sua luta legítima» até à «criação do seu Estado independente, com Jerusalém como capital». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na Cisjordânia, a Cova dos Leões, um dos grupos da resistência mais activos, fez um apelo à mobilização geral dos seus membros, bem como ao «ataque imediato em todos os lugares contra as forças de ocupação e os seus colonos». Com base em fontes israelitas, a agência Prensa Latina indica que o Exército de ocupação deu conta de combates em 21 locais no Sul de Israel, na sequência da operação palestiniana – embora tenha posteriormente reduzido esse número para sete. Ao anunciar a ofensiva desta manhã (às 7h locais), o comandante das Brigadas al-Qassam, Muhammad al-Deif, disse que o grupo palestiniano disparou para território israelita 5000 rockets. Al-Deif afirmou que a operação é uma resposta aos sistemáticos crimes israelitas contra o povo palestiniano e a profanação contínua por colonos judeus da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, e ocorre num contexto de escalada de agressões, da parte de colonos e forças israelitas, em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. A Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos registou mais de 135 mil casos de detenções, pelas forças de ocupação israelitas, desde o início da Intifada de al-Aqsa, em 2000. Num relatório emitido por ocasião do 23.º aniversário do início da Segunda Intifada ou Intifada de al-Aqsa (28 de Setembro de 2000), a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos sublinha que as detenções levadas a cabo pelas forças israelitas afectaram todas as camadas da sociedade, e não deixaram de parte menores de idade, idosos e mulheres. Dos mais de 135 mil casos registados pelo organismo, 21 mil dizem respeito a menores, indica o relatório – divulgado pela Wafa –, que dá conta da detenção de metade dos deputados do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), de vários ministros, centenas de académicos, jornalistas e funcionários de organizações da sociedade civil e instituições internacionais. Israel mantém nas suas prisões 1264 palestinianos sem acusações nem julgamento, o número mais elevado em 30 anos, revelou a ONG Hamoked. Desde a Primeira Intifada (1987-1993) que não havia tantos palestinianos detidos ao abrigo da polémica norma, alertou a organização não governamental este fim-de-semana, com base nos dados dos serviços prisionais. Jessica Montell, directora executiva da Hamoked, organização israelita que presta assistência jurídica gratuita aos palestinianos que vivem sob a ocupação, afirmou que a detenção administrativa é «massiva e arbitrária» e que Israel mantém nesse regime, sem acusação nem julgamento, mais de 1200 palestinianos, «alguns dos quais durante anos sem uma revisão eficaz». Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que nove presos palestinianos sem acusação ou julgamento continuam em greve de fome por tempo indeterminado. Os presos Kayed al-Fasfous e Sultan Khlouf iniciaram o protesto contra a detenção administrativa há 19 dias. Por seu lado, Osama Darkouk encontra-se em greve de fome há 15 dias. Outros seis reclusos palestinianos em cadeias israelitas estão em greve de fome há 12 dias: Hadi Nazzal, Mohammad Taysir Zakarneh, Anas Kmail, Abdelrahman Baraka, Mohammad Basem Ikhmis e Zuhdi Abdo, informa a agência Wafa, com base na SPP. Na semana passada, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa», que permite manter na cadeia presos sem acusação ou julgamento, numa clara violação das normas internacionais. Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, esta segunda-feira, que quatro presos palestinianos sem acusação ou julgamento tinham iniciado há nove dias uma greve de fome por tempo indeterminado. Em comunicado divulgado pela Wafa, a SPP indicou que Anas Ibrahim Shadid, de 26 anos, Mahmoud Abdel Halim Talahma, de 32, Abdullah Mohammad Abido, de 36, e Mohammad Ahmad Dandis, de 25, iniciaram o protesto para denunciar a sua detenção sem acusação ou julgamento. Acrescentou que todos os detidos estão na cadeia israelita de Ofer, perto de Ramallah, e são originários da província de Hebron (al-Khalil), no Sul da Cisjordânia ocupada. A organização de defesa dos direitos dos presos informa que Shadid foi preso três vezes, sempre no regime de detenção administrativa, tendo passado, no total, três anos atrás das grades. Durante esses períodos, levou a cabo duas greves de fome, uma delas com a duração de 90 dias, em 2016. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Talahma, detido desde Março de 2022, é um advogado e antigo prisioneiro, que passou dois anos e meio nas cadeias israelitas. Abido é também um antigo prisioneiro, que passou cinco anos e meio nas prisões da ocupação – a maior parte do tempo ao abrigo do regime de detenção administrativa. Por seu lado, Dandis foi preso pela primeira vez a 23 de Março último, tendo-lhe sido imposta uma detenção administrativa por um período de seis meses. Este protesto ocorre num contexto em que Israel intensifica o recurso às detenções sem acusação ou julgamento. Segundo revelou a SPP, existem actualmente nas cadeias israelitas 1083 presos palestinianos a quem foi aplicado este regime de detenção, 17 dos quais são menores. O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, responsabilizou Israel pelo «assassinato» de Khader Adnan, ao não atender ao protesto contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. A Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) afirmou, em comunicado, que Khader Adnan, de 44 anos, foi encontrado inconsciente esta madrugada na sua cela, tendo sido levado para um hospital, onde foi declarado morto. Adnan, natural da cidade de Arraba (perto de Jenin), foi preso 12 vezes ao longo da sua vida, tendo recorrido à greve de fome em diversas ocasiões para protestar contra as suas detenções sem qualquer acusação, afirmou a SPP, citada pela agência Wafa. A última detenção ocorreu a 5 de Fevereiro e Adnan entrou de imediato em greve de fome por tempo indeterminado, refere a fonte, acrescentando que pelo menos 236 presos palestinianos morreram desde 1967. Ao ter conhecimento da notícia, o primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, acusou Israel de ter cometido um assassinato. O número foi destacado pela Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) em conferência de imprensa. A maior parte encontra-se nos centros de detenção de Ofer e de Naqab (Neguev). O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional – até do Departamento de Estado norte-americano e da Amnistia Internacional –, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. Agora, a SPP revelou também que, dos 835 palestinianos actualmente presos ao abrigo deste regime, 80 são mulheres, indica a agência Wafa. Além disso, a organização não governamental (ONG) informou que, ao longo de 2022, as autoridades israelitas emitiram 2134 ordens de detenção administrativa, 242 das quais em Novembro (o ano passado foram 1595). Desde o início de 2022 até ao fim de Novembro, as forças israelitas prenderam 6500 palestinianos, revelou a SPP, citada pela agência turca Anadolu. Entre os detidos, contavam-se 153 mulheres e 811 menores de idade acrescentou. As forças de ocupação israelitas detiveram 5300 palestinianos desde o princípio deste ano, incluindo 111 mulheres e 620 menores de idade, revelou esta segunda-feira uma organização não governamental. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) afirmou que, com 2353 detenções registadas, Jerusalém Oriental ocupada se situa no primeiro lugar por regiões, e que Abril foi o mês com maior número de detenções (1228 casos), noticia a agência Wafa. A SPP condenou os ataques e raides israelitas contra cidades, aldeias e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada para prender activistas, referindo que muitos palestinianos foram mortos, nesse processo, pelas balas do Exército. Neste contexto, o número de execuções extrajudiciais no terreno, em 2022, é mais elevado por comparação com anos anteriores, alertou a SPP, que também questionou os bloqueios militares a localidades e campos de refugiados palestinianos, classificando-os como uma punição colectiva. No que respeita às detenções administrativas, a organização afirmou que este ano, até à data, foram emitidas 1160. Só no mês de Agosto, foram decretadas 272, pelo que, no final de Setembro, havia cerca de 800 palestinianos nas prisões israelitas detidos sem acusação ou julgamento. Ao abrigo deste regime, os períodos de detenção podem ser infinitamente renovados por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. De forma reiterada, os presos palestinianos detidos sob este regime iniciam greves de fome para denunciar os seus casos e a política de detenção administrativa, exigindo a sua libertação. Diversas instâncias das Nações Unidas têm denunciado repetidamente este regime israelita de detenção, na medida em que não faculta aos detidos palestinianos as «salvaguardas jurídicas básicas» e violam o direito internacional humanitário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Só no mês de Novembro, foram detidos 490 palestinianos, incluindo 76 menores e 12 mulheres, informaram, num relatório conjunto, a SPP, a Addameer, o Centro de Informação Wadi Hilweh e a Comissão dos Assuntos dos Presos e Ex-Presos Palestinianos. No relatório mensal a que o Middle East Monitor faz referência, as quatro organizações de defesa dos direitos presos afirmaram que, no mês passado, o maior número de detenções ocorreu em Hebron (al-Khalil; 135 casos), seguida por Jerusalém (123), Ramallah (52), Jenin e Nablus. De acordo com os grupos, há actualmente nas cadeias israelitas cerca de 4700 palestinianos presos, incluindo 34 mulheres e 150 menores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A ocupação israelita e a sua administração prisional levaram a cabo o assassinato deliberado do preso Khader Adnan ao rejeitar o seu pedido de libertação, ao negligenciá-lo medicamente e ao mantê-lo na sua cela apesar da gravidade do seu estado de saúde», afirmou Shtayyeh em comunicado. Várias facções palestinianas pronunciaram-se no mesmo sentido, responsabilizando Israel pela morte de Khader Adnan e sublinhando o crime «premeditado e a sangue-frio». Por seu lado, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu uma investigação internacional sobre a morte do prisioneiro e instou o Tribunal Penal Internacional a incluir este caso no processo relativo aos crimes de guerra cometidos por Israel contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Para denunciar «o crime que levou à morte» de Khader Adnan numa prisão israelita, foi declarada, esta terça-feira, uma greve geral que «afecta todos os aspectos da vida», tanto na Faixa de Gaza cercada como na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, indica a Wafa. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. A 2 de Maio último, Khader Adnan, de 44 anos, morreu na cadeia, quase três meses depois de ter iniciado uma greve de fome contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado de imprensa, que a Wafa cita, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», acrescenta a nota. De acordo com os dados divulgados em Junho último pela organização israelita de defesa dos direitos B'Tselem, em Março deste ano, Israel mantinha nas suas prisões 1017 pessoas em regime de detenção administrativa. É preciso recuar duas décadas, até Abril de 2003, para encontrar um número mais elevado de detidos administrativos nas prisões israelitas – 1140 –, referiu a organização. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou a B'Tselem, outra organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. De forma sistemática, presos administrativos entram em greve de fome por tempo indeterminado para chamar a atenção para os seus casos e forçar a sua libertação. Em meados de Agosto, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa». Num comunicado de imprensa, divulgado pela Wafa, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», afirmou o organismo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde 28 de Setembro de 2000 até à data, refere a Comissão, foram detidas mais de 2600 raparigas e mulheres, incluindo quatro que deram à luz na cadeia. No mesmo período, foram emitidas 32 mil ordens de detenção administrativa, a que Israel recorre para manter reclusos nas cadeias sem acusação nem julgamento, com base numa «prova secreta» que nem o advogado do detido pode ver. A Comissão registou um aumento «assinalável» no recurso a este regime, amplamente condenado a nível internacional, contra o qual os presos palestinianos protestam, de forma reiterada, entrando em greve de fome por tempo indeterminado, para exigir a sua libertação e o fim da aplicação da política de detenção referida. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou recentemente a B'Tselem, uma organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No relatório agora publicado, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos refere-se ainda ao recurso à tortura nos cárceres israelitas, bem como aos assassinatos e às «execuções lentas» por falta de cuidados médicos. Denuncia igualmente a «escalada de casos de opressão, abuso e incitação racista» contra os presos palestinianos. De acordo com o organismo, estão actualmente detidos em cadeias israelitas, nos territórios ocupados em 1948, cerca de 5200 palestinianos. Destes, 38 são mulheres e 170 são menores de idade. Há ainda mais de 1250 presos palestinianos em regime de detenção administrativa e 700 reclusos doentes, 24 dos quais com enfermidades oncológicas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado posterior, as Brigadas al-Qassam afirmaram ter capturado «mais de 35 soldados e civis israelitas do colonato sionista de Sderot». A operação desta manhã apanhou de surpresa o Exército da ocupação, o que está a valer múltiplas críticas ao governo de Netanyahu, em Israel. Entretanto, foi declarado o «estado de preparação para a guerra» entre as forças militares israelitas, e o ministro da Defesa, que aprovou o recrutamento de soldados na reserva, declarou o estado de emergência numa faixa de 80 quilómetros em redor da Faixa de Gaza. A agência Wafa já deu conta de bombardeamentos israelitas contra o enclave costeiro nas últimas horas, dos quais resultaram vários mortos. A mesma fonte refere que o Ministério palestiniano da Saúde colocou todas as unidades hospitalares do país em situação de emergência. De acordo com as autoridades de saúde no enclave costeiro, pelo menos 198 pessoas morreram e mais de 1600 ficaram feridas (muitas das quais em estado grave) como consequência dos bombardeamentos israelitas contra a Faixa e Gaza ao longo do dia, refere a Wafa, em retaliação contra o ataque da resistência palestiniana, esta manhã. Por seu lado, a agência Prensa Latina refere-se à morte de uma centena de israelitas e cerca de 900 feridos, no contexto da operação de grande escala da resistência palestiniana, que ocupou diversas localidades e bases militares da ocupação próximas do enclave cercado. Entretanto, a Wafa dá conta de vários ataques da parte de colonos e forças israelitas contra diversas localidades e bairros palestinianos na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas, dos quais resultaram pelo menos um morto e um número indeterminado de feridos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Israel retaliou com a «Operação Espadas de Ferro», com ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza sitiada e, de acordo com a última contagem do Ministério da Saúde palestiniano, 313 habitantes de Gaza morreram na ofensiva, incluindo 20 crianças, enquanto outros 1990 palestinianos ficaram feridos no enclave. Do lado israelita, foram confirmadas até à manhã de hoje cerca de 300 pessoas mortas e 1864 feridas, das quais 19 estão em estado crítico, 326 em estado grave e as restantes em estado moderado ou ligeiro. No ano em que se assinalam os 75 anos da Nakba (catástrofe), «mais de cinco décadas depois de Israel ocupar militarmente a totalidade do território da Palestina histórica», o MPPM lembra que a campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação de Israel se prolonga até hoje. «Em Gaza, de onde partiu esta acção, vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas, descendentes dessas sucessivas vagas de limpeza étnica», alerta o movimento. Apesar de as Nações Unidas o considerarem «impróprio para sustentar a vida humana», desde 2006 que o Estado israelita impõe um «bloqueio criminoso» sobre aquele território. Uma ONG palestiniana e outra israelita acusam Israel de ter trabalhado para «branquear a verdade» sobre os crimes cometidos pelas suas tropas durante os protestos da Grande Marcha do Retorno, em Gaza. Num relatório conjunto, o Centro Palestiniano para os Direitos Humanos (PCHR), sediado em Gaza, e a organização israelita B'Tselem analisam as investigações que Israel diz ter levado a cabo na sequência da repressão exercida pelas forças israelitas sobre os manifestantes que, na Faixa de Gaza, reclamaram o direito de regresso dos refugiados a suas casas. Os protestos conhecidos como Grande Marcha do Retorno começaram a 30 de Março de 2018 e prolongaram-se por mais de um ano e meio. Pelo menos 200 palestinianos foram mortos e 13 500 ficaram feridos – seguindo os números por baixo, uma vez que outras fontes apontam para mais de 300 mortos e cerca de 18 mil feridos, várias dezenas dos quais menores. O vento e a chuva forte que se abateram esta semana sobre Gaza não impediram centenas de manifestantes de participarem, na sexta-feira, na última manifestação de 2019 da Grande Marcha do Retorno. Dezenas de palestinianos foram feridos esta sexta-feira pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, quando participavam na 86.ª manifestação da Grande Marcha do Retorno, perto da vedação com que Israel isola o território palestino, segundo o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Vários dos participantes nas manifestações, segundo o MPPM, foram feridos por balas reais e revestidas de borracha, enquanto dezenas de outros sofreram de asfixia por efeito do gás lacrimogéneo disparado pelas forças de ocupação. Centenas de manifestantes participaram nos protestos apesar das adversas condições climatéricas. A Faixa de Gaza tem sido batida por vento e chuva forte na última semana, com as inundações a porem em risco cerca de 235 mil pessoas nas áreas mais baixas da Faixa de Gaza, segundo um relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) no território palestiniano ocupado. A 30 de Março os palestinianos comemoram o Dia da Terra. Nesse dia, em 1976, no Norte de Israel, foram assassinados seis palestinianos que protestavam contra a expropriação de terras para dar lugar a aldeamentos judaicos. Cerca de 100 outras pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e as grandes manifestações de protesto que, no mesmo dia, ocorreram no território do Estado de Israel. A 30 de Março de 2018 a comemoração atingiu uma dimensão inusitada, ao tornar a celebração deste dia como o primeiro de uma «Grande Marcha do Retorno», uma reclamação do direito de regresso dos refugiados aos seus lares – tal como prescreve a resolução 194 das Nações Unidas – à Palestina histórica, de onde mais de 700 mil pessoas foram expulsas pelas tropas israelitas em 1948, durante a chamada «catástrofe» («Nakba», em árabe). Desde então o protesto repete-se semanalmente, violentamente reprimido pelas forças israelitas, incluindo com o recurso a snipers e fogo real directo. Como resultado, pelo menos 348 palestinos foram mortos em Gaza por fogo israelita desde o início das marchas, a maioria deles durante as manifestações, segundo uma contagem da AFP citada pelo MPPM. Para além disso, o Ministério da Saúde de Gaza regista mais de 18 mil feridos pelas forças repressivas sionistas. Entre as baixas contam-se crianças, mulheres, muitos adolescentes, jornalistas e trabalhadores dos serviços de saúde que tentam socorrer os manifestantes. Em Março, uma missão de averiguação da ONU concluiu que as forças israelitas cometeram violações de direitos humanos na repressão dos manifestantes em Gaza, o que pode constituir crimes de guerra. Os organizadores da Grande Marcha do Retorno anunciaram nesta quinta-feira que os protestos seriam suspensos até Março de 2020, altura em que serão retomados, coincidindo com o seu segundo aniversário e também com o Dia da Terra palestina (30 de Março). A partir daí realizar-se-ão a um ritmo mensal. Além do bloqueio a que sujeita a Faixa de Gaza, na última década Israel lançou três guerras de agressão contra o pequeno território palestino e dezenas de ataques de escala mais limitada, matando milhares de pessoas e causando enormes destruições de casas e infra-estruturas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As duas organizações não governamentais (ONG) acusam Israel de proteger os responsáveis políticos e militares, «em vez de tomar medidas contra as pessoas que conceberam e implementaram a política ilegal de atirar a matar». Israel foi célere a anunciar que estava a investigar os protestos, sobretudo devido aos procedimentos em curso no Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmaram as organizações numa conferência de imprensa, a que a agência WAFA faz referência. Isso deve-se ao princípio da complementaridade do TPI, ou seja, se um Estado «estiver disposto e tiver capacidade» para realizar a investigação e a efectuar, o TPI não intervém. No entanto, não basta declarar que uma investigação está a ser feita; ela tem de ser eficaz, dirigida às altas patentes responsáveis e conduzir a uma acção contra elas, sublinham, acrescentando que isso não ocorre neste caso. «As investigações conduzidas por Israel não são mais do que uma cortina de fumo erguida para proteger do TPI os funcionários responsáveis. Israel não quer e não consegue investigar as violações de direitos humanos perpetradas pelas suas forças durante os protestos da Grande Marcha de Retorno na Faixa de Gaza. Tendo isto em conta, cabe agora ao TPI garantir a responsabilização penal», disseram as duas organizações. «Estas investigações – tal como as levadas a cabo pelo sistema de aplicação da lei militar noutros casos em que soldados causaram danos aos palestinianos – fazem parte do mecanismo de branqueamento de Israel, e o seu principal objectivo continua a ser silenciar as críticas externas, para que Israel possa continuar a implementar sua política sem mudanças», lê-se no portal da B'Tselem. A mudança da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém fica associada a um «Dia de Raiva» na Palestina. Na Faixa de Gaza cercada, os franco-atiradores israelitas massacram os manifestantes. Quando o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a intenção de mudar a Embaixada do seu país de Telavive para essa cidade, ficou claro que tal passo constituía uma declaração de apoio ao Estado de Israel e à sua política de ocupação e repressão na Palestina, nomeadamente em Jerusalém. Várias organizações têm denunciado o número crescente de ameaças em locais religiosos não-judaicos, na cidade, bem como a intensificação do plano de «judaização» de Jerusalém Oriental, com o aumento da construção de colonatos e a expulsão da população palestiniana de suas casas, que são muitas vezes demolidas. Declarada por Israel como sua capital, Jerusalém tem o estatuto, reconhecido pelas Nações Unidas, de cidade ocupada, sendo Israel a potência ocupante (desde 1967). Os palestinianos querem-na como sua capital e quem apoia a solução dos «dois estados» reconhece que o Estado da Palestina tem em Jerusalém Oriental a sua capital. Logo em Dezembro, foi generalizado o repúdio internacional pela decisão da administração norte-americana e, a 21 desse mês, materializou-se na aprovação, por esmagadora maioria, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução que rejeita essa decisão e insta todos os estados-membros a não estabelecerem missões diplomáticas em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980. Esse repúdio face ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel também se fez sentir no interior de Israel, onde académicos, antigos embaixadores e defensores da paz enviaram uma carta a um representante de Trump, seguntou reportou o periódico Haaretz. Inicialmente, não ficou explícito que a concretização da mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém estaria associada ao 70.º aniversário da criação do Estado de Israel, que hoje se assinala, e que teria lugar na véspera da Nakba – a limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas e pelo Estado de Israel, em que mais de 750 mil palestinianos foram expulsos das suas casas e terras –, uma «catástrofe» que todos os anos os palestinianos marcam a 15 de Maio. Na visita que efectuou em Janeiro a Israel, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, afirmou que essa mudança deveria ocorrer no final de 2019. No entanto, a 23 de Fevereiro, o Departamento de Estado anunciou a antecipação da mudança para 14 de Maio, o que foi encarado pelos palestinianos como mais uma acção de «provocação». Em protesto contra a mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém, os palestinianos chamaram «Dia de Raiva» a este 14 de Maio. Nos territórios ocupados da Cisjordância, há notícia de mobilizações pelo menos em Ramallah e Hebron. Mas a grande mobilização está a ter lugar na Faixa de Gaza cercada, junto às vedações que enclausuram perto de 2 milhões de palestinianos – 80% dos quais são descendentes de refugiados – no pequeno enclave. De acordo com a PressTV, as forças militares israelitas, que reforçaram a sua presença tanto em redor de Gaza como na Margem Ocidental ocupada –, esperavam que 100 mil pessoas se manifestassem nos pontos habituais, hoje, dia da mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém. «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados» Sobre o culminar dos protestos pacíficos da Grande Marcha do Retorno, que se iniciaram a 30 de Março, o ministro israelita da Educação, Naftali Bennet, do partido de extrema-direita Lar Judaico, disse a uma rádio israelita que a vedação seria encarada como uma «Muralha de Ferro» e que quem se aproximasse dela seria tratado como um «terrorista», refere a PressTV. A mesma fonte indica ainda que a Força Aérea israelita lançou panfletos sobre a Faixa de Gaza, ontem e hoje, para demover os manifestantes de se aproximarem da vedação, mas sem sucesso, já que estes, segundo refere a Al Jazeera, têm estado a tentar atravessá-la, «defendendo o seu direito ao regresso, ao retorno, aconteça o que acontecer». Um membro do comité organizador da Grande Marcha do Retorno disse à Al Jazeera que, ao tentarem atravessar a vedação, «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados». Os franco-atiradores responderam de forma brutal, matando mais de quatro dezenas de pessoas que se manifestavam perto da vedação e ferindo perto de 2000, até ao momento. De acordo com a organização, os protestos de hoje e os que estão previstos para amanhã – dia da Nakba – devem ser os mais massivos, sendo o ponto culminante das sete semanas de mobilizações, fortemente reprimidas pelas forças israelitas, junto à vedação com a Faixa de Gaza. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Apesar dos milhares de feridos palestinianos resultantes da política de «atirar a matar» e de mais de centena e meia ter ficado sem membros inferiores ou superiores – as tropas israelitas usaram balas explosivas, as chamadas butterfly bullets, que se expandem no contacto com o corpo, provocando danos severos nos tecidos, nos ossos, nas veias –, nenhum destes casos foi investigado. Sem explicação, os militares decidiram investigar apenas os casos em que palestinianos foram mortos. Dos 234 casos recebidos pelos procuradores do Exército, foi completa a revisão de 143 e um deles, o da morte do adolescente Othman Hiles, de 14 anos, levou à condenação de um soldado por «abuso de autoridade ao ponto de pôr em risco a vida e a saúde». Foi condenado a um mês de serviço comunitário. No seu portal, a B'Tselem sublinha que «a conduta de Israel respeitante à investigação dos protestos em Gaza não é nova nem surpreendente», e recorda o que se passou depois da Operação Chumbo Fundido, em 2009, e da Operação Margem Protectora, em 2014. «Então, também, Israel desrespeitou o direito internacional, recusou-se a reformar a sua política apesar dos resultados letais e desviou as críticas prometendo investigar a sua conduta. Então, também, nada resultou dessa promessa», afirma. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por outro lado, entre Março de 2018 e Dezembro de 2019, uma série de manifestações pacíficas designadas Grande Marcha do Retorno foram brutalmente reprimidas pelo exército de Israel, contabilizando-se 223 mortos e mais de nove mil feridos, sob o silêncio da comunidade internacional. «Os assaltos das forças de ocupação israelita às povoações e campos de refugiados palestinos, assim como a violência dos colonos e as prisões arbitrárias são o quotidiano com que os palestinos, homens e mulheres, jovens e menos jovens diariamente se confrontam», lembra o MPPM, salientando que, até este sábado, pelo menos 247 palestinianos, sobretudo jovens, foram mortos pelas forças israelitas e por colonos. Neste sentido, insiste que a paz no Médio Oriente e a solução da questão palestiniana «passam necessariamente por um desenlace que respeite os direitos inalienáveis» do povo palestiniano a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados. O MPPM rejeita os «lamentos» daqueles que «hipocritamente condenam as acções violentas de resistência dos oprimidos e se calam desde há décadas (ou pior, colaboram) perante a violência da ocupação», e entre os quais se encontra o Governo português. «Israel tem o direito de se defender. Estes ataques nada resolverão, contribuindo apenas para piorar a situação na região. Estamos solidários com Israel e oferecemos condolências pelas vítimas.», disse o ministro João Gomes Cravinho, este sábado, na rede social X. O governo palestiniano denunciou junto da ONU o assassinato de 44 menores, este ano, por soldados israelitas. Neste contexto, reclamou protecção para a infância e a responsabilização de Telavive. Numa carta enviada esta segunda-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu protecção especial urgente para as crianças palestinianas, informa a agência Wafa. Mahmoud Samoudi, de 12 anos, foi, ontem, a vítima mortal mais recente das forças israelitas, não resistindo aos ferimentos quase duas semanas depois de ter sido atingido por uma bala no abdómen, durante uma operação militar na cidade de Jenin (Norte da Cisjordânia ocupada). Só nos últimos dias, «Israel, a potência ocupante, matou cinco crianças e jovens palestinianos, incluindo Adel Adel Daud (14 anos), Mahdi Ladadwa (17), Mahmoud Sous (17), Fayez Khaled Damdoum (17) e Ahmad Draghmeh (19)», indica o texto das autoridades palestinianas. Até 10 de Dezembro, 86 crianças foram mortas nos territórios ocupados da Palestina, fazendo de 2021 o ano mais mortífero para elas desde 2014, segundo os registos de uma organização não governamental. As forças israelitas mataram 76 crianças palestinianas este ano – 61 na Faixa de Gaza cercada e 15 na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Civis israelitas armados mataram duas crianças palestinianas na Cisjordânia, revela o relatório agora publicado pela Defense for Children International – Palestine (DCIP). A estas 78 crianças juntam-se sete que foram mortas por foguetes disparados incorrectamente por grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza, e uma outra que foi morta por uma munição não detonada, cujas origens a ONG não conseguiu determinar. «Nos termos do direito internacional, a força letal intencional só se justifica em circunstâncias em que esteja presente uma ameaça directa à vida ou de ferimentos graves. No entanto, investigações e provas recolhidas pelo DCIP sugerem que as forças israelitas utilizam regularmente força letal contra crianças palestinianas em circunstâncias que podem equivaler a execuções extrajudiciais ou intencionais», lê-se relatório, traduzido pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM. Durante os 11 dias do ataque militar israelita à Faixa de Gaza, em Maio de 2021, naquilo que ficou conhecido como Operação Guardião dos Muros, as forças israelitas mataram 60 crianças palestinianas, segundo os dados recolhidos pela DCIP. «Aviões de guerra israelitas e drones armados bombardearam áreas civis densamente povoadas, matando crianças palestinianas que dormiam nas suas camas, brincavam nos seus bairros, faziam compras nas lojas perto das suas casas e celebravam o Eid al-Fitr [festa no fim do Ramadão] com as suas famílias», disse Ayed Abu Eqtaish, director do programa de responsabilização da DCIP. «A falta de vontade política da comunidade internacional para responsabilizar os funcionários israelitas garante que os soldados israelitas continuarão a matar ilegalmente crianças palestinianas com impunidade», acrescentou. A DCIP lembra que o direito humanitário internacional proíbe ataques indiscriminados e desproporcionados, e exige que todas as partes num conflito armado façam a distinção entre alvos militares, civis e objectos civis. O pico mais recente de assassinatos de crianças ocorrera em 2018, quando forças israelitas e colonos mataram crianças palestinianas a um ritmo médio superior a uma por semana (57). A maioria dessas mortes ocorreu durante os protestos da Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza, refere o organismo. De acordo com os dados da DCIP, foram mortas 2196 crianças palestinianas, desde 2000, em resultado da presença de militares e de colonos israelitas nos territórios ocupados da Palestina. A Defense for Children International – Palestine é uma das seis organizações de direitos humanos que Israel pretende silenciar, lembra o MPPM, sublinhando que a medida tem merecido a condenação generalizada a nível internacional e foi denunciada pelo MPPM a 29 de Outubro último. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A carta afirma que as forças de ocupação estão a utilizar «a política infame de atirar a matar» – de que resultou a morte de centenas de crianças palestinianas –, ao apontarem «deliberadamente» para a parte superior dos seus corpos. «Israel dispara deliberadamente contra os menores palestinianos com o objectivo declarado de os matar e mutilar, negando-lhes o direito à vida», lê-se no texto, sublinhando que «as crianças jamais devem ser mortas ou mutiladas», bem como a necessidade de medidas urgentes para as proteger da «escalada dos crimes israelitas». Neste sentido, o governo palestiniano exigiu medidas contra Telavive, destacando que as «evidências dos seus crimes crescentes contra as crianças palestinianas são, sem dúvida alguma, esmagadoras», violando o direito internacional e as resoluções que constituem a base da protecção das crianças nos conflitos armados. «A protecção das crianças é a maior obrigação moral, legal e política da humanidade», frisa o documento, no qual se pede à comunidade internacional que «ponha fim a este pesadelo intolerável que as nossas crianças vivem diariamente» e que tome medidas para responsabilizar Israel «pelos seus crimes horrendos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Os que há décadas convivem com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos do povo palestino, não têm autoridade moral para hoje se queixarem das tempestades que provocaram», defende o MPPM. Certo de que a violência poderá alastrar-se a todo o Médio Oriente, o movimento recorda que Israel, «com o apoio dos países "ocidentais" e em primeiro lugar dos Estados Unidos da América», é a maior potência militar da região e a única a dispor de armas nucleares. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em simultâneo, revela a Wafa, têm-se registado múltiplas agressões e raides, da parte de colonos e forças istraelitas, na Margem Ocidental ocupada. Pelo menos cinco palestinianos foram ali mortos nas últimas 24 horas, em vários pontos do território ocupado. A operação israelita de larga escala segue-se à operação, lançada no sábado de manhã, por forças da resistência palestiniana na Faixa de Gaza, onde o Hamas é o elemento predominante. Segundo foi revelado então, a ala militar do Hamas lançou pelo menos 5000 rockets para aquilo que é hoje Israel. As forças da resistência derrubaram, em vários pontos, a vedação que cerca o território e atacaram os colonatos em redor por terra, mar e ar. Pelo menos 700 israelitas foram mortos nessa operação que alguma imprensa israelita classificou como «nunca vista» e mais de cem foram feitos prisioneiros, incluindo militares de alta patente. No domínio político-mediático da «comunidade internacional», o mundo predominantemente ocidental e branco, as vozes sobre «A Guerra» (só havia uma e mais nenhuma: a da Ucrânia) silenciaram-se e, nas fachadas das praças de capitais como Nova Iorque, Berlim ou Bruxelas, as bandeiras da Ucrânia foram substituídas pelas de Israel. Desde o Mandato Britânico que os palestinianos são sujeitos à opressão, que se intensificou com a construção, nas suas terras, do Estado de Israel, erguido à custa das forças paramilitares que expulsaram os palestinianos de suas casas e os mataram ou meteram em guetos. A campanha de limpeza étnica então iniciada mantém-se até hoje, sob um regime de apartheid, por via do saque de territórios e de recursos, a destruição de casas, escolas e outras infra-estruturas, e a expulsão dos palestinianos das terras onde vivem. De forma sistemática, as forças israelitas bombardeiam a Faixa de Gaza, que mantêm fechada e cercada num férreo bloqueio, com mais de dois milhões de pessoas a viver em condições insalubres, sem luz, água potável, mas «a comunidade internacional» projecta as suas bandeiras nos edifícios das suas praças quando a Palestina – reduzida ao Hamas – se ergue e rompe o cerco. Entretanto, no enorme campo de deslocados que é Gaza, cerca de 70 mil pessoas procuraram refúgio dos bombardeamentos nas 64 escolas operadas pela UNRWA – a agência da ONU para os refugiados palestinianos no Médio Oriente. Em comunicado, a UNRWA confirmou que dois alunos em escolas que opera em Khan Younis e Beit Hanoun se encontram entre os mortos. Pelo menos três escolas da organização sofreram danos provocados pelos bombardeamentos, acrescenta o texto. A UNRWA sublinhou que os civis devem ser sempre protegidos, também em período de guerra, e apelou a um cessar-fogo imediato e ao fim da violência em todo o lado. A operação das forças da resistência em território israelita continua. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No Estado espanhol, o movimento solidário com a Palestina teve uma enorme expressão em Madrid, bem como em várias cidades catalãs, bascas e galegas, onde se clamou «Liberdade para a Palestina» e «Boicote a Israel». França, Alemanha, Iémen, Tunísia, Argentina, Brasil, Chile, Bolívia, Líbano, Austrália, Koweit, Marrocos, Turquia e Canadá foram outros países onde ocorreram concentrações e manifestações de apoio à Palestina, exigindo liberdade para o povo palestiniano e o fim da «barbárie sionista». Em Portugal, está convocado um acto público de solidariedade com o povo palestiniano para esta tarde em Lisboa (Martim Moniz, 18h). Esta manhã, o Ministério palestiniano da Saúde actualizou os registos da mortandade provocada pelos bombardeamentos indiscriminados na Faixa de Gaza, tendo revelado em comunicado que, desde sábado, 974 pessoas foram mortas em resultado da agressão israelita em curso e mais de 5000 ficaram feridas. Destas, precisou, 950 foram mortas como consequência dos bombardeamentos no enclave cuja vedação a resistência rompeu no sábado passado. No mesmo período, 24 palestinianos perderam a vida e 150 ficaram feridos na Cisjordânia, como resultado de ataques das forças de ocupação, indica a Wafa. Também esta terça-feira, a Wafa revelou, com base em dados de instituições locais, que a aviação israelita destruiu 22 639 unidades habitacionais, de forma total ou parcial, na Faixa de Gaza. Além disso, foram bombardeadas dez instituições médicas, incluindo sete hospitais, e 12 ambulâncias, enquanto 48 escolas sofreram danos, mais e menos intensos. A mesma fonte revelou que, segundo dados da ONU, mais de 263 mil pessoas foram obrigadas a sair de suas casas e a procurar refúgio pelos bombardeamentos israelitas, que se seguiram ao início da operação da resistência, que ontem continuava. «A paz não é possível enquanto continuarem a ser espezinhados os legítimos direitos do povo palestino». Concentração convocada pelo MPPM, CPPC e a CGTP-IN para o Martim Moniz, 11 de Outubro, às 18h. «A situação dramática que se vive, desde o passado sábado, em Gaza e Israel, e que já causou centenas de vítimas» (de acordo com os dados mais recentes, após bombardeamentos israelitas, são já milhares de mortos e pelo menos 5 mil feridos) é lamentável, «com trágicas consequências para as populações». Enquanto se mantiver a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos, não haverá paz, alerta o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). O MPPM reage assim às acções desencadeadas em Gaza e em Israel na madrugada deste sábado. Eram 4h30 em Lisboa (6h30 no local), quando militantes de organizações da resistência palestiniana lançaram, a partir da Faixa de Gaza, um ataque de surpresa, em larga escala, contra Israel, no que apelidaram de «Operação Dilúvio Al-Aqsa». Segundo as organizações, a acção foi uma resposta à profanação da Mesquita de Al-Aqsa e ao aumento da violência dos colonos, e confirma, insiste o MPPM num comunicado, «que não é possível ter uma situação de paz na Palestina e, por consequência, no Médio Oriente, continuando a espezinhar os legítimos direitos do povo palestino e persistindo em manter a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos». Diversos grupos da resistência declararam o apoio à operação lançada contra Israel, esta manhã, a partir da Faixa de Gaza, sublinhando que faz parte da luta de libertação nacional. «Fazemos parte desta batalha e os nossos combatentes estão lado a lado com os seus irmãos nas Brigadas al-Qassam (ala militar do Hamas) até à vitória», afirmou em comunicado Abu Hamza, porta-voz das Brigadas de al-Quds, braço militar da Jihad Islâmica. Em termos semelhantes, refere a Prensa Latina, se pronunciaram as Brigadas al-Nasser Salah al-Din, do Movimento de Resistência Popular: «Unidos numa trincheira neste dia glorioso do nosso povo.» Por seu lado, as Brigadas de Resistência Nacional anunciaram que os seus membros se juntaram à operação, lançada esta manhã pelo Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de rockets e uma incursão terrestre em território ocupado em 1948. Atingido por disparos de colonos na cidade de Huwara, Labib Dumaidi, de 19 anos, é a mais recente das quatro vítimas mortais na Margem Ocidental ocupada, revelou o Ministério da Saúde. De acordo com a informação divulgada pelo Ministério, Labib Mohammed Dumaidi ficou gravemente ferido durante um ataque de colonos, ontem à noite, na cidade de Huwara, a sul de Nablus. Levado para um hospital, não resistiu aos ferimentos, já nas primeiras horas de sexta-feira. Residentes de Huwara tentaram fazer frente à provocação levada a cabo por dezenas de colonos, protegidos por forças militares israelitas, indica a Wafa. Registaram-se fortes confrontos e as tropas israelitas usaram fogo real, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para dispersar os palestinianos. Fontes do Crescente Vermelho Palestiniano informaram que pelo menos 25 pessoas, incluindo quatro crianças, sofreram efeitos de asfixia devido à inalação de gás lacrimogéneo. Também em Huwara, as forças israelitas mataram, ontem à tarde, outro palestiniano, cuja identidade ainda não foi revelada. Dias depois de colonos extremistas terem invadido e atacado Huwara, Bezalel Smotrich afirmou que Israel deve «aniquilar» a localidade palestiniana no Norte da Cisjordânia ocupada. «Penso que Huwara precisa de ser destruída», disse o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, esta quarta-feira, defendendo que «o Estado devia fazê-lo e não cidadãos privados», refere a PressTV com base na imprensa israelita. As declarações do ministro de extrema-direita do governo de Benjamin Netanyahu seguem-se ao ataque perpetrado contra a localidade palestiniana, no domingo à noite, por centenas de colonos armados. Tratou-se da «resposta» à morte de dois israelitas de um colonato ilegal, executados por um atacante palestiniano de Huwara. Este ataque, por sua vez, seguiu-se ao massacre de Nablus, em que as forças de ocupação israelitas mataram 11 palestinianos e feriram mais de cem. No domingo à noite, os colonos queimaram pelo menos 150 carros, 52 casas e várias lojas. Uma pessoa foi morta e o número de feridos palestinianos é superior a 390, indica a agência Wafa. Grupos israelitas de defesa dos direitos humanos como Peace Now e B’Tselem referiram-se ao ataque dos colonos como um «pogrom» apoiado pelas autoridades de ocupação. Por seu lado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de impedirem as ambulâncias e os paramédicos de acederem ao local do ataque, a poucos quilómetros de Nablus. No Knesset, a extrema-direita israelita considerou os ataques a Huwara «legítimos». Hussein al-Sheikh, da Comissão Executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, no Twitter, que as afirmações de Smotrich para apagar Huwara do mapa são o apelo de um «racista terrorista». Também o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, se referiu às afirmações do ministro israelita como «terroristas» e «racistas», e alertou para o facto de que «fazem prever uma escalada séria» contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Neste sentido, pediu às Nações Unidas, à União Europeia e demais organizações internacionais que condenem as declarações de Smotrich. Antes, já tinha pedido ajuda internacional «contra os crimes de Israel». O Parlamento (da Liga) Árabe, com sede no Cairo, condenou esta quarta-feira os ataques executados por colonos israelitas contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada, referindo-se em especial ao assalto à localidade de Huwara. Perante os ataques terroristas sistemáticos dos colonos contra cidadãos indefesos, com armas de fogo, incêndios de casas e viaturas, expulsão de agricultores, assassinatos e outros crimes, exortou o mundo e em especial o Conselho de Segurança da ONU a adoptar medidas para proteger o povo palestiniano. Antes, a Liga Árabe já tinha proposto que as milícias de colonos passem a ser incluídas na lista de grupos terroristas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na parte da manhã, as forças israelitas já tinham matado dois palestinianos, identificados como Hudhayfah Fares, de 27 anos, e Abd al-Rahman Atta, de 23, na aldeia de Shufa, na sequência de um ataque de colonos a viaturas na região de Tulkarem. De acordo com as Nações Unidas, 2023 está a ser o ano mais mortífero para os palestinianos na Margem Ocidental desde que há registo de fatalidades provocadas pelas forças de ocupação. Nabil Abu Rudeineh, porta-voz da Presidência palestiniana, disse à imprensa que a ocupação israelita pisou todas as linhas vermelhas, com a sua insistência na política de assassinatos e incursões em cidades, aldeias e acampamentos palestinianos. Numa entrevista à Palestine TV, o representante da Presidência responsabilizou o governo israelita e a administração norte-americana pelos «crimes perigosos perpetrados pela ocupação e os seus colonos por todo o território palestiniano», os mais recentes dos quais nas imediações de Nablus e Tulkarem, refere a Wafa. Apesar da «guerra implacável» que a ocupação israelita está a travar contra o povo palestiniano «à vista de todo o mundo», o responsável afirmou que isso não irá impedir «o nosso povo de prosseguir a sua luta legítima» até à «criação do seu Estado independente, com Jerusalém como capital». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na Cisjordânia, a Cova dos Leões, um dos grupos da resistência mais activos, fez um apelo à mobilização geral dos seus membros, bem como ao «ataque imediato em todos os lugares contra as forças de ocupação e os seus colonos». Com base em fontes israelitas, a agência Prensa Latina indica que o Exército de ocupação deu conta de combates em 21 locais no Sul de Israel, na sequência da operação palestiniana – embora tenha posteriormente reduzido esse número para sete. Ao anunciar a ofensiva desta manhã (às 7h locais), o comandante das Brigadas al-Qassam, Muhammad al-Deif, disse que o grupo palestiniano disparou para território israelita 5000 rockets. Al-Deif afirmou que a operação é uma resposta aos sistemáticos crimes israelitas contra o povo palestiniano e a profanação contínua por colonos judeus da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, e ocorre num contexto de escalada de agressões, da parte de colonos e forças israelitas, em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. A Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos registou mais de 135 mil casos de detenções, pelas forças de ocupação israelitas, desde o início da Intifada de al-Aqsa, em 2000. Num relatório emitido por ocasião do 23.º aniversário do início da Segunda Intifada ou Intifada de al-Aqsa (28 de Setembro de 2000), a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos sublinha que as detenções levadas a cabo pelas forças israelitas afectaram todas as camadas da sociedade, e não deixaram de parte menores de idade, idosos e mulheres. Dos mais de 135 mil casos registados pelo organismo, 21 mil dizem respeito a menores, indica o relatório – divulgado pela Wafa –, que dá conta da detenção de metade dos deputados do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), de vários ministros, centenas de académicos, jornalistas e funcionários de organizações da sociedade civil e instituições internacionais. Israel mantém nas suas prisões 1264 palestinianos sem acusações nem julgamento, o número mais elevado em 30 anos, revelou a ONG Hamoked. Desde a Primeira Intifada (1987-1993) que não havia tantos palestinianos detidos ao abrigo da polémica norma, alertou a organização não governamental este fim-de-semana, com base nos dados dos serviços prisionais. Jessica Montell, directora executiva da Hamoked, organização israelita que presta assistência jurídica gratuita aos palestinianos que vivem sob a ocupação, afirmou que a detenção administrativa é «massiva e arbitrária» e que Israel mantém nesse regime, sem acusação nem julgamento, mais de 1200 palestinianos, «alguns dos quais durante anos sem uma revisão eficaz». Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que nove presos palestinianos sem acusação ou julgamento continuam em greve de fome por tempo indeterminado. Os presos Kayed al-Fasfous e Sultan Khlouf iniciaram o protesto contra a detenção administrativa há 19 dias. Por seu lado, Osama Darkouk encontra-se em greve de fome há 15 dias. Outros seis reclusos palestinianos em cadeias israelitas estão em greve de fome há 12 dias: Hadi Nazzal, Mohammad Taysir Zakarneh, Anas Kmail, Abdelrahman Baraka, Mohammad Basem Ikhmis e Zuhdi Abdo, informa a agência Wafa, com base na SPP. Na semana passada, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa», que permite manter na cadeia presos sem acusação ou julgamento, numa clara violação das normas internacionais. Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, esta segunda-feira, que quatro presos palestinianos sem acusação ou julgamento tinham iniciado há nove dias uma greve de fome por tempo indeterminado. Em comunicado divulgado pela Wafa, a SPP indicou que Anas Ibrahim Shadid, de 26 anos, Mahmoud Abdel Halim Talahma, de 32, Abdullah Mohammad Abido, de 36, e Mohammad Ahmad Dandis, de 25, iniciaram o protesto para denunciar a sua detenção sem acusação ou julgamento. Acrescentou que todos os detidos estão na cadeia israelita de Ofer, perto de Ramallah, e são originários da província de Hebron (al-Khalil), no Sul da Cisjordânia ocupada. A organização de defesa dos direitos dos presos informa que Shadid foi preso três vezes, sempre no regime de detenção administrativa, tendo passado, no total, três anos atrás das grades. Durante esses períodos, levou a cabo duas greves de fome, uma delas com a duração de 90 dias, em 2016. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Talahma, detido desde Março de 2022, é um advogado e antigo prisioneiro, que passou dois anos e meio nas cadeias israelitas. Abido é também um antigo prisioneiro, que passou cinco anos e meio nas prisões da ocupação – a maior parte do tempo ao abrigo do regime de detenção administrativa. Por seu lado, Dandis foi preso pela primeira vez a 23 de Março último, tendo-lhe sido imposta uma detenção administrativa por um período de seis meses. Este protesto ocorre num contexto em que Israel intensifica o recurso às detenções sem acusação ou julgamento. Segundo revelou a SPP, existem actualmente nas cadeias israelitas 1083 presos palestinianos a quem foi aplicado este regime de detenção, 17 dos quais são menores. O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, responsabilizou Israel pelo «assassinato» de Khader Adnan, ao não atender ao protesto contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. A Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) afirmou, em comunicado, que Khader Adnan, de 44 anos, foi encontrado inconsciente esta madrugada na sua cela, tendo sido levado para um hospital, onde foi declarado morto. Adnan, natural da cidade de Arraba (perto de Jenin), foi preso 12 vezes ao longo da sua vida, tendo recorrido à greve de fome em diversas ocasiões para protestar contra as suas detenções sem qualquer acusação, afirmou a SPP, citada pela agência Wafa. A última detenção ocorreu a 5 de Fevereiro e Adnan entrou de imediato em greve de fome por tempo indeterminado, refere a fonte, acrescentando que pelo menos 236 presos palestinianos morreram desde 1967. Ao ter conhecimento da notícia, o primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, acusou Israel de ter cometido um assassinato. O número foi destacado pela Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) em conferência de imprensa. A maior parte encontra-se nos centros de detenção de Ofer e de Naqab (Neguev). O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional – até do Departamento de Estado norte-americano e da Amnistia Internacional –, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. Agora, a SPP revelou também que, dos 835 palestinianos actualmente presos ao abrigo deste regime, 80 são mulheres, indica a agência Wafa. Além disso, a organização não governamental (ONG) informou que, ao longo de 2022, as autoridades israelitas emitiram 2134 ordens de detenção administrativa, 242 das quais em Novembro (o ano passado foram 1595). Desde o início de 2022 até ao fim de Novembro, as forças israelitas prenderam 6500 palestinianos, revelou a SPP, citada pela agência turca Anadolu. Entre os detidos, contavam-se 153 mulheres e 811 menores de idade acrescentou. As forças de ocupação israelitas detiveram 5300 palestinianos desde o princípio deste ano, incluindo 111 mulheres e 620 menores de idade, revelou esta segunda-feira uma organização não governamental. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) afirmou que, com 2353 detenções registadas, Jerusalém Oriental ocupada se situa no primeiro lugar por regiões, e que Abril foi o mês com maior número de detenções (1228 casos), noticia a agência Wafa. A SPP condenou os ataques e raides israelitas contra cidades, aldeias e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada para prender activistas, referindo que muitos palestinianos foram mortos, nesse processo, pelas balas do Exército. Neste contexto, o número de execuções extrajudiciais no terreno, em 2022, é mais elevado por comparação com anos anteriores, alertou a SPP, que também questionou os bloqueios militares a localidades e campos de refugiados palestinianos, classificando-os como uma punição colectiva. No que respeita às detenções administrativas, a organização afirmou que este ano, até à data, foram emitidas 1160. Só no mês de Agosto, foram decretadas 272, pelo que, no final de Setembro, havia cerca de 800 palestinianos nas prisões israelitas detidos sem acusação ou julgamento. Ao abrigo deste regime, os períodos de detenção podem ser infinitamente renovados por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. De forma reiterada, os presos palestinianos detidos sob este regime iniciam greves de fome para denunciar os seus casos e a política de detenção administrativa, exigindo a sua libertação. Diversas instâncias das Nações Unidas têm denunciado repetidamente este regime israelita de detenção, na medida em que não faculta aos detidos palestinianos as «salvaguardas jurídicas básicas» e violam o direito internacional humanitário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Só no mês de Novembro, foram detidos 490 palestinianos, incluindo 76 menores e 12 mulheres, informaram, num relatório conjunto, a SPP, a Addameer, o Centro de Informação Wadi Hilweh e a Comissão dos Assuntos dos Presos e Ex-Presos Palestinianos. No relatório mensal a que o Middle East Monitor faz referência, as quatro organizações de defesa dos direitos presos afirmaram que, no mês passado, o maior número de detenções ocorreu em Hebron (al-Khalil; 135 casos), seguida por Jerusalém (123), Ramallah (52), Jenin e Nablus. De acordo com os grupos, há actualmente nas cadeias israelitas cerca de 4700 palestinianos presos, incluindo 34 mulheres e 150 menores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A ocupação israelita e a sua administração prisional levaram a cabo o assassinato deliberado do preso Khader Adnan ao rejeitar o seu pedido de libertação, ao negligenciá-lo medicamente e ao mantê-lo na sua cela apesar da gravidade do seu estado de saúde», afirmou Shtayyeh em comunicado. Várias facções palestinianas pronunciaram-se no mesmo sentido, responsabilizando Israel pela morte de Khader Adnan e sublinhando o crime «premeditado e a sangue-frio». Por seu lado, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu uma investigação internacional sobre a morte do prisioneiro e instou o Tribunal Penal Internacional a incluir este caso no processo relativo aos crimes de guerra cometidos por Israel contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Para denunciar «o crime que levou à morte» de Khader Adnan numa prisão israelita, foi declarada, esta terça-feira, uma greve geral que «afecta todos os aspectos da vida», tanto na Faixa de Gaza cercada como na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, indica a Wafa. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. A 2 de Maio último, Khader Adnan, de 44 anos, morreu na cadeia, quase três meses depois de ter iniciado uma greve de fome contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado de imprensa, que a Wafa cita, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», acrescenta a nota. De acordo com os dados divulgados em Junho último pela organização israelita de defesa dos direitos B'Tselem, em Março deste ano, Israel mantinha nas suas prisões 1017 pessoas em regime de detenção administrativa. É preciso recuar duas décadas, até Abril de 2003, para encontrar um número mais elevado de detidos administrativos nas prisões israelitas – 1140 –, referiu a organização. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou a B'Tselem, outra organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. De forma sistemática, presos administrativos entram em greve de fome por tempo indeterminado para chamar a atenção para os seus casos e forçar a sua libertação. Em meados de Agosto, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa». Num comunicado de imprensa, divulgado pela Wafa, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», afirmou o organismo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde 28 de Setembro de 2000 até à data, refere a Comissão, foram detidas mais de 2600 raparigas e mulheres, incluindo quatro que deram à luz na cadeia. No mesmo período, foram emitidas 32 mil ordens de detenção administrativa, a que Israel recorre para manter reclusos nas cadeias sem acusação nem julgamento, com base numa «prova secreta» que nem o advogado do detido pode ver. A Comissão registou um aumento «assinalável» no recurso a este regime, amplamente condenado a nível internacional, contra o qual os presos palestinianos protestam, de forma reiterada, entrando em greve de fome por tempo indeterminado, para exigir a sua libertação e o fim da aplicação da política de detenção referida. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou recentemente a B'Tselem, uma organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No relatório agora publicado, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos refere-se ainda ao recurso à tortura nos cárceres israelitas, bem como aos assassinatos e às «execuções lentas» por falta de cuidados médicos. Denuncia igualmente a «escalada de casos de opressão, abuso e incitação racista» contra os presos palestinianos. De acordo com o organismo, estão actualmente detidos em cadeias israelitas, nos territórios ocupados em 1948, cerca de 5200 palestinianos. Destes, 38 são mulheres e 170 são menores de idade. Há ainda mais de 1250 presos palestinianos em regime de detenção administrativa e 700 reclusos doentes, 24 dos quais com enfermidades oncológicas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado posterior, as Brigadas al-Qassam afirmaram ter capturado «mais de 35 soldados e civis israelitas do colonato sionista de Sderot». A operação desta manhã apanhou de surpresa o Exército da ocupação, o que está a valer múltiplas críticas ao governo de Netanyahu, em Israel. Entretanto, foi declarado o «estado de preparação para a guerra» entre as forças militares israelitas, e o ministro da Defesa, que aprovou o recrutamento de soldados na reserva, declarou o estado de emergência numa faixa de 80 quilómetros em redor da Faixa de Gaza. A agência Wafa já deu conta de bombardeamentos israelitas contra o enclave costeiro nas últimas horas, dos quais resultaram vários mortos. A mesma fonte refere que o Ministério palestiniano da Saúde colocou todas as unidades hospitalares do país em situação de emergência. De acordo com as autoridades de saúde no enclave costeiro, pelo menos 198 pessoas morreram e mais de 1600 ficaram feridas (muitas das quais em estado grave) como consequência dos bombardeamentos israelitas contra a Faixa e Gaza ao longo do dia, refere a Wafa, em retaliação contra o ataque da resistência palestiniana, esta manhã. Por seu lado, a agência Prensa Latina refere-se à morte de uma centena de israelitas e cerca de 900 feridos, no contexto da operação de grande escala da resistência palestiniana, que ocupou diversas localidades e bases militares da ocupação próximas do enclave cercado. Entretanto, a Wafa dá conta de vários ataques da parte de colonos e forças israelitas contra diversas localidades e bairros palestinianos na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas, dos quais resultaram pelo menos um morto e um número indeterminado de feridos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Israel retaliou com a «Operação Espadas de Ferro», com ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza sitiada e, de acordo com a última contagem do Ministério da Saúde palestiniano, 313 habitantes de Gaza morreram na ofensiva, incluindo 20 crianças, enquanto outros 1990 palestinianos ficaram feridos no enclave. Do lado israelita, foram confirmadas até à manhã de hoje cerca de 300 pessoas mortas e 1864 feridas, das quais 19 estão em estado crítico, 326 em estado grave e as restantes em estado moderado ou ligeiro. No ano em que se assinalam os 75 anos da Nakba (catástrofe), «mais de cinco décadas depois de Israel ocupar militarmente a totalidade do território da Palestina histórica», o MPPM lembra que a campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação de Israel se prolonga até hoje. «Em Gaza, de onde partiu esta acção, vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas, descendentes dessas sucessivas vagas de limpeza étnica», alerta o movimento. Apesar de as Nações Unidas o considerarem «impróprio para sustentar a vida humana», desde 2006 que o Estado israelita impõe um «bloqueio criminoso» sobre aquele território. Uma ONG palestiniana e outra israelita acusam Israel de ter trabalhado para «branquear a verdade» sobre os crimes cometidos pelas suas tropas durante os protestos da Grande Marcha do Retorno, em Gaza. Num relatório conjunto, o Centro Palestiniano para os Direitos Humanos (PCHR), sediado em Gaza, e a organização israelita B'Tselem analisam as investigações que Israel diz ter levado a cabo na sequência da repressão exercida pelas forças israelitas sobre os manifestantes que, na Faixa de Gaza, reclamaram o direito de regresso dos refugiados a suas casas. Os protestos conhecidos como Grande Marcha do Retorno começaram a 30 de Março de 2018 e prolongaram-se por mais de um ano e meio. Pelo menos 200 palestinianos foram mortos e 13 500 ficaram feridos – seguindo os números por baixo, uma vez que outras fontes apontam para mais de 300 mortos e cerca de 18 mil feridos, várias dezenas dos quais menores. O vento e a chuva forte que se abateram esta semana sobre Gaza não impediram centenas de manifestantes de participarem, na sexta-feira, na última manifestação de 2019 da Grande Marcha do Retorno. Dezenas de palestinianos foram feridos esta sexta-feira pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, quando participavam na 86.ª manifestação da Grande Marcha do Retorno, perto da vedação com que Israel isola o território palestino, segundo o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Vários dos participantes nas manifestações, segundo o MPPM, foram feridos por balas reais e revestidas de borracha, enquanto dezenas de outros sofreram de asfixia por efeito do gás lacrimogéneo disparado pelas forças de ocupação. Centenas de manifestantes participaram nos protestos apesar das adversas condições climatéricas. A Faixa de Gaza tem sido batida por vento e chuva forte na última semana, com as inundações a porem em risco cerca de 235 mil pessoas nas áreas mais baixas da Faixa de Gaza, segundo um relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) no território palestiniano ocupado. A 30 de Março os palestinianos comemoram o Dia da Terra. Nesse dia, em 1976, no Norte de Israel, foram assassinados seis palestinianos que protestavam contra a expropriação de terras para dar lugar a aldeamentos judaicos. Cerca de 100 outras pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e as grandes manifestações de protesto que, no mesmo dia, ocorreram no território do Estado de Israel. A 30 de Março de 2018 a comemoração atingiu uma dimensão inusitada, ao tornar a celebração deste dia como o primeiro de uma «Grande Marcha do Retorno», uma reclamação do direito de regresso dos refugiados aos seus lares – tal como prescreve a resolução 194 das Nações Unidas – à Palestina histórica, de onde mais de 700 mil pessoas foram expulsas pelas tropas israelitas em 1948, durante a chamada «catástrofe» («Nakba», em árabe). Desde então o protesto repete-se semanalmente, violentamente reprimido pelas forças israelitas, incluindo com o recurso a snipers e fogo real directo. Como resultado, pelo menos 348 palestinos foram mortos em Gaza por fogo israelita desde o início das marchas, a maioria deles durante as manifestações, segundo uma contagem da AFP citada pelo MPPM. Para além disso, o Ministério da Saúde de Gaza regista mais de 18 mil feridos pelas forças repressivas sionistas. Entre as baixas contam-se crianças, mulheres, muitos adolescentes, jornalistas e trabalhadores dos serviços de saúde que tentam socorrer os manifestantes. Em Março, uma missão de averiguação da ONU concluiu que as forças israelitas cometeram violações de direitos humanos na repressão dos manifestantes em Gaza, o que pode constituir crimes de guerra. Os organizadores da Grande Marcha do Retorno anunciaram nesta quinta-feira que os protestos seriam suspensos até Março de 2020, altura em que serão retomados, coincidindo com o seu segundo aniversário e também com o Dia da Terra palestina (30 de Março). A partir daí realizar-se-ão a um ritmo mensal. Além do bloqueio a que sujeita a Faixa de Gaza, na última década Israel lançou três guerras de agressão contra o pequeno território palestino e dezenas de ataques de escala mais limitada, matando milhares de pessoas e causando enormes destruições de casas e infra-estruturas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As duas organizações não governamentais (ONG) acusam Israel de proteger os responsáveis políticos e militares, «em vez de tomar medidas contra as pessoas que conceberam e implementaram a política ilegal de atirar a matar». Israel foi célere a anunciar que estava a investigar os protestos, sobretudo devido aos procedimentos em curso no Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmaram as organizações numa conferência de imprensa, a que a agência WAFA faz referência. Isso deve-se ao princípio da complementaridade do TPI, ou seja, se um Estado «estiver disposto e tiver capacidade» para realizar a investigação e a efectuar, o TPI não intervém. No entanto, não basta declarar que uma investigação está a ser feita; ela tem de ser eficaz, dirigida às altas patentes responsáveis e conduzir a uma acção contra elas, sublinham, acrescentando que isso não ocorre neste caso. «As investigações conduzidas por Israel não são mais do que uma cortina de fumo erguida para proteger do TPI os funcionários responsáveis. Israel não quer e não consegue investigar as violações de direitos humanos perpetradas pelas suas forças durante os protestos da Grande Marcha de Retorno na Faixa de Gaza. Tendo isto em conta, cabe agora ao TPI garantir a responsabilização penal», disseram as duas organizações. «Estas investigações – tal como as levadas a cabo pelo sistema de aplicação da lei militar noutros casos em que soldados causaram danos aos palestinianos – fazem parte do mecanismo de branqueamento de Israel, e o seu principal objectivo continua a ser silenciar as críticas externas, para que Israel possa continuar a implementar sua política sem mudanças», lê-se no portal da B'Tselem. A mudança da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém fica associada a um «Dia de Raiva» na Palestina. Na Faixa de Gaza cercada, os franco-atiradores israelitas massacram os manifestantes. Quando o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a intenção de mudar a Embaixada do seu país de Telavive para essa cidade, ficou claro que tal passo constituía uma declaração de apoio ao Estado de Israel e à sua política de ocupação e repressão na Palestina, nomeadamente em Jerusalém. Várias organizações têm denunciado o número crescente de ameaças em locais religiosos não-judaicos, na cidade, bem como a intensificação do plano de «judaização» de Jerusalém Oriental, com o aumento da construção de colonatos e a expulsão da população palestiniana de suas casas, que são muitas vezes demolidas. Declarada por Israel como sua capital, Jerusalém tem o estatuto, reconhecido pelas Nações Unidas, de cidade ocupada, sendo Israel a potência ocupante (desde 1967). Os palestinianos querem-na como sua capital e quem apoia a solução dos «dois estados» reconhece que o Estado da Palestina tem em Jerusalém Oriental a sua capital. Logo em Dezembro, foi generalizado o repúdio internacional pela decisão da administração norte-americana e, a 21 desse mês, materializou-se na aprovação, por esmagadora maioria, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução que rejeita essa decisão e insta todos os estados-membros a não estabelecerem missões diplomáticas em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980. Esse repúdio face ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel também se fez sentir no interior de Israel, onde académicos, antigos embaixadores e defensores da paz enviaram uma carta a um representante de Trump, seguntou reportou o periódico Haaretz. Inicialmente, não ficou explícito que a concretização da mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém estaria associada ao 70.º aniversário da criação do Estado de Israel, que hoje se assinala, e que teria lugar na véspera da Nakba – a limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas e pelo Estado de Israel, em que mais de 750 mil palestinianos foram expulsos das suas casas e terras –, uma «catástrofe» que todos os anos os palestinianos marcam a 15 de Maio. Na visita que efectuou em Janeiro a Israel, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, afirmou que essa mudança deveria ocorrer no final de 2019. No entanto, a 23 de Fevereiro, o Departamento de Estado anunciou a antecipação da mudança para 14 de Maio, o que foi encarado pelos palestinianos como mais uma acção de «provocação». Em protesto contra a mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém, os palestinianos chamaram «Dia de Raiva» a este 14 de Maio. Nos territórios ocupados da Cisjordância, há notícia de mobilizações pelo menos em Ramallah e Hebron. Mas a grande mobilização está a ter lugar na Faixa de Gaza cercada, junto às vedações que enclausuram perto de 2 milhões de palestinianos – 80% dos quais são descendentes de refugiados – no pequeno enclave. De acordo com a PressTV, as forças militares israelitas, que reforçaram a sua presença tanto em redor de Gaza como na Margem Ocidental ocupada –, esperavam que 100 mil pessoas se manifestassem nos pontos habituais, hoje, dia da mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém. «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados» Sobre o culminar dos protestos pacíficos da Grande Marcha do Retorno, que se iniciaram a 30 de Março, o ministro israelita da Educação, Naftali Bennet, do partido de extrema-direita Lar Judaico, disse a uma rádio israelita que a vedação seria encarada como uma «Muralha de Ferro» e que quem se aproximasse dela seria tratado como um «terrorista», refere a PressTV. A mesma fonte indica ainda que a Força Aérea israelita lançou panfletos sobre a Faixa de Gaza, ontem e hoje, para demover os manifestantes de se aproximarem da vedação, mas sem sucesso, já que estes, segundo refere a Al Jazeera, têm estado a tentar atravessá-la, «defendendo o seu direito ao regresso, ao retorno, aconteça o que acontecer». Um membro do comité organizador da Grande Marcha do Retorno disse à Al Jazeera que, ao tentarem atravessar a vedação, «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados». Os franco-atiradores responderam de forma brutal, matando mais de quatro dezenas de pessoas que se manifestavam perto da vedação e ferindo perto de 2000, até ao momento. De acordo com a organização, os protestos de hoje e os que estão previstos para amanhã – dia da Nakba – devem ser os mais massivos, sendo o ponto culminante das sete semanas de mobilizações, fortemente reprimidas pelas forças israelitas, junto à vedação com a Faixa de Gaza. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Apesar dos milhares de feridos palestinianos resultantes da política de «atirar a matar» e de mais de centena e meia ter ficado sem membros inferiores ou superiores – as tropas israelitas usaram balas explosivas, as chamadas butterfly bullets, que se expandem no contacto com o corpo, provocando danos severos nos tecidos, nos ossos, nas veias –, nenhum destes casos foi investigado. Sem explicação, os militares decidiram investigar apenas os casos em que palestinianos foram mortos. Dos 234 casos recebidos pelos procuradores do Exército, foi completa a revisão de 143 e um deles, o da morte do adolescente Othman Hiles, de 14 anos, levou à condenação de um soldado por «abuso de autoridade ao ponto de pôr em risco a vida e a saúde». Foi condenado a um mês de serviço comunitário. No seu portal, a B'Tselem sublinha que «a conduta de Israel respeitante à investigação dos protestos em Gaza não é nova nem surpreendente», e recorda o que se passou depois da Operação Chumbo Fundido, em 2009, e da Operação Margem Protectora, em 2014. «Então, também, Israel desrespeitou o direito internacional, recusou-se a reformar a sua política apesar dos resultados letais e desviou as críticas prometendo investigar a sua conduta. Então, também, nada resultou dessa promessa», afirma. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por outro lado, entre Março de 2018 e Dezembro de 2019, uma série de manifestações pacíficas designadas Grande Marcha do Retorno foram brutalmente reprimidas pelo exército de Israel, contabilizando-se 223 mortos e mais de nove mil feridos, sob o silêncio da comunidade internacional. «Os assaltos das forças de ocupação israelita às povoações e campos de refugiados palestinos, assim como a violência dos colonos e as prisões arbitrárias são o quotidiano com que os palestinos, homens e mulheres, jovens e menos jovens diariamente se confrontam», lembra o MPPM, salientando que, até este sábado, pelo menos 247 palestinianos, sobretudo jovens, foram mortos pelas forças israelitas e por colonos. Neste sentido, insiste que a paz no Médio Oriente e a solução da questão palestiniana «passam necessariamente por um desenlace que respeite os direitos inalienáveis» do povo palestiniano a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados. O MPPM rejeita os «lamentos» daqueles que «hipocritamente condenam as acções violentas de resistência dos oprimidos e se calam desde há décadas (ou pior, colaboram) perante a violência da ocupação», e entre os quais se encontra o Governo português. «Israel tem o direito de se defender. Estes ataques nada resolverão, contribuindo apenas para piorar a situação na região. Estamos solidários com Israel e oferecemos condolências pelas vítimas.», disse o ministro João Gomes Cravinho, este sábado, na rede social X. O governo palestiniano denunciou junto da ONU o assassinato de 44 menores, este ano, por soldados israelitas. Neste contexto, reclamou protecção para a infância e a responsabilização de Telavive. Numa carta enviada esta segunda-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu protecção especial urgente para as crianças palestinianas, informa a agência Wafa. Mahmoud Samoudi, de 12 anos, foi, ontem, a vítima mortal mais recente das forças israelitas, não resistindo aos ferimentos quase duas semanas depois de ter sido atingido por uma bala no abdómen, durante uma operação militar na cidade de Jenin (Norte da Cisjordânia ocupada). Só nos últimos dias, «Israel, a potência ocupante, matou cinco crianças e jovens palestinianos, incluindo Adel Adel Daud (14 anos), Mahdi Ladadwa (17), Mahmoud Sous (17), Fayez Khaled Damdoum (17) e Ahmad Draghmeh (19)», indica o texto das autoridades palestinianas. Até 10 de Dezembro, 86 crianças foram mortas nos territórios ocupados da Palestina, fazendo de 2021 o ano mais mortífero para elas desde 2014, segundo os registos de uma organização não governamental. As forças israelitas mataram 76 crianças palestinianas este ano – 61 na Faixa de Gaza cercada e 15 na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Civis israelitas armados mataram duas crianças palestinianas na Cisjordânia, revela o relatório agora publicado pela Defense for Children International – Palestine (DCIP). A estas 78 crianças juntam-se sete que foram mortas por foguetes disparados incorrectamente por grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza, e uma outra que foi morta por uma munição não detonada, cujas origens a ONG não conseguiu determinar. «Nos termos do direito internacional, a força letal intencional só se justifica em circunstâncias em que esteja presente uma ameaça directa à vida ou de ferimentos graves. No entanto, investigações e provas recolhidas pelo DCIP sugerem que as forças israelitas utilizam regularmente força letal contra crianças palestinianas em circunstâncias que podem equivaler a execuções extrajudiciais ou intencionais», lê-se relatório, traduzido pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM. Durante os 11 dias do ataque militar israelita à Faixa de Gaza, em Maio de 2021, naquilo que ficou conhecido como Operação Guardião dos Muros, as forças israelitas mataram 60 crianças palestinianas, segundo os dados recolhidos pela DCIP. «Aviões de guerra israelitas e drones armados bombardearam áreas civis densamente povoadas, matando crianças palestinianas que dormiam nas suas camas, brincavam nos seus bairros, faziam compras nas lojas perto das suas casas e celebravam o Eid al-Fitr [festa no fim do Ramadão] com as suas famílias», disse Ayed Abu Eqtaish, director do programa de responsabilização da DCIP. «A falta de vontade política da comunidade internacional para responsabilizar os funcionários israelitas garante que os soldados israelitas continuarão a matar ilegalmente crianças palestinianas com impunidade», acrescentou. A DCIP lembra que o direito humanitário internacional proíbe ataques indiscriminados e desproporcionados, e exige que todas as partes num conflito armado façam a distinção entre alvos militares, civis e objectos civis. O pico mais recente de assassinatos de crianças ocorrera em 2018, quando forças israelitas e colonos mataram crianças palestinianas a um ritmo médio superior a uma por semana (57). A maioria dessas mortes ocorreu durante os protestos da Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza, refere o organismo. De acordo com os dados da DCIP, foram mortas 2196 crianças palestinianas, desde 2000, em resultado da presença de militares e de colonos israelitas nos territórios ocupados da Palestina. A Defense for Children International – Palestine é uma das seis organizações de direitos humanos que Israel pretende silenciar, lembra o MPPM, sublinhando que a medida tem merecido a condenação generalizada a nível internacional e foi denunciada pelo MPPM a 29 de Outubro último. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A carta afirma que as forças de ocupação estão a utilizar «a política infame de atirar a matar» – de que resultou a morte de centenas de crianças palestinianas –, ao apontarem «deliberadamente» para a parte superior dos seus corpos. «Israel dispara deliberadamente contra os menores palestinianos com o objectivo declarado de os matar e mutilar, negando-lhes o direito à vida», lê-se no texto, sublinhando que «as crianças jamais devem ser mortas ou mutiladas», bem como a necessidade de medidas urgentes para as proteger da «escalada dos crimes israelitas». Neste sentido, o governo palestiniano exigiu medidas contra Telavive, destacando que as «evidências dos seus crimes crescentes contra as crianças palestinianas são, sem dúvida alguma, esmagadoras», violando o direito internacional e as resoluções que constituem a base da protecção das crianças nos conflitos armados. «A protecção das crianças é a maior obrigação moral, legal e política da humanidade», frisa o documento, no qual se pede à comunidade internacional que «ponha fim a este pesadelo intolerável que as nossas crianças vivem diariamente» e que tome medidas para responsabilizar Israel «pelos seus crimes horrendos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Os que há décadas convivem com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos do povo palestino, não têm autoridade moral para hoje se queixarem das tempestades que provocaram», defende o MPPM. Certo de que a violência poderá alastrar-se a todo o Médio Oriente, o movimento recorda que Israel, «com o apoio dos países "ocidentais" e em primeiro lugar dos Estados Unidos da América», é a maior potência militar da região e a única a dispor de armas nucleares. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em nota divulgada pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), um dos organizadores da concentração que se vai realizar a 11 de Outubro, às 18h, na Praça do Martim Moniz em Lisboa, a organização defende que a segurança de todos os povos da região passa, necessariamente, «pelo respeito do direito inalienável do povo palestino a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados». Já a CGTP-IN, em comunicado, denuncia «a política racista e de humilhação do Estado de Israel sobre os palestinianos» que se agravou nos últimos anos com «acções provocatórias dos sectores mais reaccionários da sociedade israelita, com a cumplicidade do governo de Netanyahu». A central sindical exprimiu ainda o seu «profundo pesar» pelas vítimas dos últimos dias. «Uma situação que só se mantém e agrava pelo incumprimento das dezenas de resoluções da ONU e pela manutenção e aprofundamento da política de ocupação e genocídio que, desde 1948, reprime e oprime o povo palestiniano», nomeadamente através da ocupação de terras, da expansão de colonatos e de crimes cometidos por Israel com vista à «limpeza étnica» da região. «Recordamos a destruição de escolas e serviços públicos, o ataque e prisão arbitrária (incluindo de 1200 crianças que desde o ano 2000 conheceram as prisões israelitas), a invasão de mesquitas, nomeadamente de Al-Aqsa, a destruição e inutilização de água potável e terrenos agrícolas, a manutenção do bloqueio e cerco de Israel a Gaza desde 2007 – onde os mais de dois milhões de palestinianos aí residentes permanecem encarcerados e sujeitos às maiores privações e à violação dos seus direitos mais básicos». No sábado, a resistência palestiniana quebrou a vedação que cerca o enclave e lançou uma ofensiva contra os territórios ocupados em 1948. Desde então, a aviação israelita matou mais de 430 palestinianos. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério palestiniano da Saúde esta manhã, os bombardeamentos indiscriminados na Faixa de Gaza, conhecida como «a maior prisão a céu aberto», provocaram a morte a 436 pessoas, incluindo 91 menores, e fizeram 2271 feridos, 244 dos quais crianças. Nas últimas horas, a aviação da ocupação lançou centenas de raides contra o enclave costeiro, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, atingindo edifícios residenciais, infra-estruturas oficiais e civis, bem como edifícios religiosos, tendo destruído pelo menos duas mesquitas, indica a agência Wafa. Só no sábado, os bombardeamentos israelitas provocaram 300 mortos, o que, segundo destaca o portal The Cradle, é o número mais elevado de palestinianos mortos em ataques aéreos da ocupação num só dia desde 2008. Enquanto se mantiver a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos, não haverá paz, alerta o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). O MPPM reage assim às acções desencadeadas em Gaza e em Israel na madrugada deste sábado. Eram 4h30 em Lisboa (6h30 no local), quando militantes de organizações da resistência palestiniana lançaram, a partir da Faixa de Gaza, um ataque de surpresa, em larga escala, contra Israel, no que apelidaram de «Operação Dilúvio Al-Aqsa». Segundo as organizações, a acção foi uma resposta à profanação da Mesquita de Al-Aqsa e ao aumento da violência dos colonos, e confirma, insiste o MPPM num comunicado, «que não é possível ter uma situação de paz na Palestina e, por consequência, no Médio Oriente, continuando a espezinhar os legítimos direitos do povo palestino e persistindo em manter a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos». Diversos grupos da resistência declararam o apoio à operação lançada contra Israel, esta manhã, a partir da Faixa de Gaza, sublinhando que faz parte da luta de libertação nacional. «Fazemos parte desta batalha e os nossos combatentes estão lado a lado com os seus irmãos nas Brigadas al-Qassam (ala militar do Hamas) até à vitória», afirmou em comunicado Abu Hamza, porta-voz das Brigadas de al-Quds, braço militar da Jihad Islâmica. Em termos semelhantes, refere a Prensa Latina, se pronunciaram as Brigadas al-Nasser Salah al-Din, do Movimento de Resistência Popular: «Unidos numa trincheira neste dia glorioso do nosso povo.» Por seu lado, as Brigadas de Resistência Nacional anunciaram que os seus membros se juntaram à operação, lançada esta manhã pelo Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de rockets e uma incursão terrestre em território ocupado em 1948. Atingido por disparos de colonos na cidade de Huwara, Labib Dumaidi, de 19 anos, é a mais recente das quatro vítimas mortais na Margem Ocidental ocupada, revelou o Ministério da Saúde. De acordo com a informação divulgada pelo Ministério, Labib Mohammed Dumaidi ficou gravemente ferido durante um ataque de colonos, ontem à noite, na cidade de Huwara, a sul de Nablus. Levado para um hospital, não resistiu aos ferimentos, já nas primeiras horas de sexta-feira. Residentes de Huwara tentaram fazer frente à provocação levada a cabo por dezenas de colonos, protegidos por forças militares israelitas, indica a Wafa. Registaram-se fortes confrontos e as tropas israelitas usaram fogo real, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para dispersar os palestinianos. Fontes do Crescente Vermelho Palestiniano informaram que pelo menos 25 pessoas, incluindo quatro crianças, sofreram efeitos de asfixia devido à inalação de gás lacrimogéneo. Também em Huwara, as forças israelitas mataram, ontem à tarde, outro palestiniano, cuja identidade ainda não foi revelada. Dias depois de colonos extremistas terem invadido e atacado Huwara, Bezalel Smotrich afirmou que Israel deve «aniquilar» a localidade palestiniana no Norte da Cisjordânia ocupada. «Penso que Huwara precisa de ser destruída», disse o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, esta quarta-feira, defendendo que «o Estado devia fazê-lo e não cidadãos privados», refere a PressTV com base na imprensa israelita. As declarações do ministro de extrema-direita do governo de Benjamin Netanyahu seguem-se ao ataque perpetrado contra a localidade palestiniana, no domingo à noite, por centenas de colonos armados. Tratou-se da «resposta» à morte de dois israelitas de um colonato ilegal, executados por um atacante palestiniano de Huwara. Este ataque, por sua vez, seguiu-se ao massacre de Nablus, em que as forças de ocupação israelitas mataram 11 palestinianos e feriram mais de cem. No domingo à noite, os colonos queimaram pelo menos 150 carros, 52 casas e várias lojas. Uma pessoa foi morta e o número de feridos palestinianos é superior a 390, indica a agência Wafa. Grupos israelitas de defesa dos direitos humanos como Peace Now e B’Tselem referiram-se ao ataque dos colonos como um «pogrom» apoiado pelas autoridades de ocupação. Por seu lado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de impedirem as ambulâncias e os paramédicos de acederem ao local do ataque, a poucos quilómetros de Nablus. No Knesset, a extrema-direita israelita considerou os ataques a Huwara «legítimos». Hussein al-Sheikh, da Comissão Executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, no Twitter, que as afirmações de Smotrich para apagar Huwara do mapa são o apelo de um «racista terrorista». Também o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, se referiu às afirmações do ministro israelita como «terroristas» e «racistas», e alertou para o facto de que «fazem prever uma escalada séria» contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Neste sentido, pediu às Nações Unidas, à União Europeia e demais organizações internacionais que condenem as declarações de Smotrich. Antes, já tinha pedido ajuda internacional «contra os crimes de Israel». O Parlamento (da Liga) Árabe, com sede no Cairo, condenou esta quarta-feira os ataques executados por colonos israelitas contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada, referindo-se em especial ao assalto à localidade de Huwara. Perante os ataques terroristas sistemáticos dos colonos contra cidadãos indefesos, com armas de fogo, incêndios de casas e viaturas, expulsão de agricultores, assassinatos e outros crimes, exortou o mundo e em especial o Conselho de Segurança da ONU a adoptar medidas para proteger o povo palestiniano. Antes, a Liga Árabe já tinha proposto que as milícias de colonos passem a ser incluídas na lista de grupos terroristas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na parte da manhã, as forças israelitas já tinham matado dois palestinianos, identificados como Hudhayfah Fares, de 27 anos, e Abd al-Rahman Atta, de 23, na aldeia de Shufa, na sequência de um ataque de colonos a viaturas na região de Tulkarem. De acordo com as Nações Unidas, 2023 está a ser o ano mais mortífero para os palestinianos na Margem Ocidental desde que há registo de fatalidades provocadas pelas forças de ocupação. Nabil Abu Rudeineh, porta-voz da Presidência palestiniana, disse à imprensa que a ocupação israelita pisou todas as linhas vermelhas, com a sua insistência na política de assassinatos e incursões em cidades, aldeias e acampamentos palestinianos. Numa entrevista à Palestine TV, o representante da Presidência responsabilizou o governo israelita e a administração norte-americana pelos «crimes perigosos perpetrados pela ocupação e os seus colonos por todo o território palestiniano», os mais recentes dos quais nas imediações de Nablus e Tulkarem, refere a Wafa. Apesar da «guerra implacável» que a ocupação israelita está a travar contra o povo palestiniano «à vista de todo o mundo», o responsável afirmou que isso não irá impedir «o nosso povo de prosseguir a sua luta legítima» até à «criação do seu Estado independente, com Jerusalém como capital». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na Cisjordânia, a Cova dos Leões, um dos grupos da resistência mais activos, fez um apelo à mobilização geral dos seus membros, bem como ao «ataque imediato em todos os lugares contra as forças de ocupação e os seus colonos». Com base em fontes israelitas, a agência Prensa Latina indica que o Exército de ocupação deu conta de combates em 21 locais no Sul de Israel, na sequência da operação palestiniana – embora tenha posteriormente reduzido esse número para sete. Ao anunciar a ofensiva desta manhã (às 7h locais), o comandante das Brigadas al-Qassam, Muhammad al-Deif, disse que o grupo palestiniano disparou para território israelita 5000 rockets. Al-Deif afirmou que a operação é uma resposta aos sistemáticos crimes israelitas contra o povo palestiniano e a profanação contínua por colonos judeus da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, e ocorre num contexto de escalada de agressões, da parte de colonos e forças israelitas, em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. A Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos registou mais de 135 mil casos de detenções, pelas forças de ocupação israelitas, desde o início da Intifada de al-Aqsa, em 2000. Num relatório emitido por ocasião do 23.º aniversário do início da Segunda Intifada ou Intifada de al-Aqsa (28 de Setembro de 2000), a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos sublinha que as detenções levadas a cabo pelas forças israelitas afectaram todas as camadas da sociedade, e não deixaram de parte menores de idade, idosos e mulheres. Dos mais de 135 mil casos registados pelo organismo, 21 mil dizem respeito a menores, indica o relatório – divulgado pela Wafa –, que dá conta da detenção de metade dos deputados do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), de vários ministros, centenas de académicos, jornalistas e funcionários de organizações da sociedade civil e instituições internacionais. Israel mantém nas suas prisões 1264 palestinianos sem acusações nem julgamento, o número mais elevado em 30 anos, revelou a ONG Hamoked. Desde a Primeira Intifada (1987-1993) que não havia tantos palestinianos detidos ao abrigo da polémica norma, alertou a organização não governamental este fim-de-semana, com base nos dados dos serviços prisionais. Jessica Montell, directora executiva da Hamoked, organização israelita que presta assistência jurídica gratuita aos palestinianos que vivem sob a ocupação, afirmou que a detenção administrativa é «massiva e arbitrária» e que Israel mantém nesse regime, sem acusação nem julgamento, mais de 1200 palestinianos, «alguns dos quais durante anos sem uma revisão eficaz». Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que nove presos palestinianos sem acusação ou julgamento continuam em greve de fome por tempo indeterminado. Os presos Kayed al-Fasfous e Sultan Khlouf iniciaram o protesto contra a detenção administrativa há 19 dias. Por seu lado, Osama Darkouk encontra-se em greve de fome há 15 dias. Outros seis reclusos palestinianos em cadeias israelitas estão em greve de fome há 12 dias: Hadi Nazzal, Mohammad Taysir Zakarneh, Anas Kmail, Abdelrahman Baraka, Mohammad Basem Ikhmis e Zuhdi Abdo, informa a agência Wafa, com base na SPP. Na semana passada, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa», que permite manter na cadeia presos sem acusação ou julgamento, numa clara violação das normas internacionais. Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, esta segunda-feira, que quatro presos palestinianos sem acusação ou julgamento tinham iniciado há nove dias uma greve de fome por tempo indeterminado. Em comunicado divulgado pela Wafa, a SPP indicou que Anas Ibrahim Shadid, de 26 anos, Mahmoud Abdel Halim Talahma, de 32, Abdullah Mohammad Abido, de 36, e Mohammad Ahmad Dandis, de 25, iniciaram o protesto para denunciar a sua detenção sem acusação ou julgamento. Acrescentou que todos os detidos estão na cadeia israelita de Ofer, perto de Ramallah, e são originários da província de Hebron (al-Khalil), no Sul da Cisjordânia ocupada. A organização de defesa dos direitos dos presos informa que Shadid foi preso três vezes, sempre no regime de detenção administrativa, tendo passado, no total, três anos atrás das grades. Durante esses períodos, levou a cabo duas greves de fome, uma delas com a duração de 90 dias, em 2016. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Talahma, detido desde Março de 2022, é um advogado e antigo prisioneiro, que passou dois anos e meio nas cadeias israelitas. Abido é também um antigo prisioneiro, que passou cinco anos e meio nas prisões da ocupação – a maior parte do tempo ao abrigo do regime de detenção administrativa. Por seu lado, Dandis foi preso pela primeira vez a 23 de Março último, tendo-lhe sido imposta uma detenção administrativa por um período de seis meses. Este protesto ocorre num contexto em que Israel intensifica o recurso às detenções sem acusação ou julgamento. Segundo revelou a SPP, existem actualmente nas cadeias israelitas 1083 presos palestinianos a quem foi aplicado este regime de detenção, 17 dos quais são menores. O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, responsabilizou Israel pelo «assassinato» de Khader Adnan, ao não atender ao protesto contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. A Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) afirmou, em comunicado, que Khader Adnan, de 44 anos, foi encontrado inconsciente esta madrugada na sua cela, tendo sido levado para um hospital, onde foi declarado morto. Adnan, natural da cidade de Arraba (perto de Jenin), foi preso 12 vezes ao longo da sua vida, tendo recorrido à greve de fome em diversas ocasiões para protestar contra as suas detenções sem qualquer acusação, afirmou a SPP, citada pela agência Wafa. A última detenção ocorreu a 5 de Fevereiro e Adnan entrou de imediato em greve de fome por tempo indeterminado, refere a fonte, acrescentando que pelo menos 236 presos palestinianos morreram desde 1967. Ao ter conhecimento da notícia, o primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, acusou Israel de ter cometido um assassinato. O número foi destacado pela Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) em conferência de imprensa. A maior parte encontra-se nos centros de detenção de Ofer e de Naqab (Neguev). O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional – até do Departamento de Estado norte-americano e da Amnistia Internacional –, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. Agora, a SPP revelou também que, dos 835 palestinianos actualmente presos ao abrigo deste regime, 80 são mulheres, indica a agência Wafa. Além disso, a organização não governamental (ONG) informou que, ao longo de 2022, as autoridades israelitas emitiram 2134 ordens de detenção administrativa, 242 das quais em Novembro (o ano passado foram 1595). Desde o início de 2022 até ao fim de Novembro, as forças israelitas prenderam 6500 palestinianos, revelou a SPP, citada pela agência turca Anadolu. Entre os detidos, contavam-se 153 mulheres e 811 menores de idade acrescentou. As forças de ocupação israelitas detiveram 5300 palestinianos desde o princípio deste ano, incluindo 111 mulheres e 620 menores de idade, revelou esta segunda-feira uma organização não governamental. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) afirmou que, com 2353 detenções registadas, Jerusalém Oriental ocupada se situa no primeiro lugar por regiões, e que Abril foi o mês com maior número de detenções (1228 casos), noticia a agência Wafa. A SPP condenou os ataques e raides israelitas contra cidades, aldeias e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada para prender activistas, referindo que muitos palestinianos foram mortos, nesse processo, pelas balas do Exército. Neste contexto, o número de execuções extrajudiciais no terreno, em 2022, é mais elevado por comparação com anos anteriores, alertou a SPP, que também questionou os bloqueios militares a localidades e campos de refugiados palestinianos, classificando-os como uma punição colectiva. No que respeita às detenções administrativas, a organização afirmou que este ano, até à data, foram emitidas 1160. Só no mês de Agosto, foram decretadas 272, pelo que, no final de Setembro, havia cerca de 800 palestinianos nas prisões israelitas detidos sem acusação ou julgamento. Ao abrigo deste regime, os períodos de detenção podem ser infinitamente renovados por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. De forma reiterada, os presos palestinianos detidos sob este regime iniciam greves de fome para denunciar os seus casos e a política de detenção administrativa, exigindo a sua libertação. Diversas instâncias das Nações Unidas têm denunciado repetidamente este regime israelita de detenção, na medida em que não faculta aos detidos palestinianos as «salvaguardas jurídicas básicas» e violam o direito internacional humanitário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Só no mês de Novembro, foram detidos 490 palestinianos, incluindo 76 menores e 12 mulheres, informaram, num relatório conjunto, a SPP, a Addameer, o Centro de Informação Wadi Hilweh e a Comissão dos Assuntos dos Presos e Ex-Presos Palestinianos. No relatório mensal a que o Middle East Monitor faz referência, as quatro organizações de defesa dos direitos presos afirmaram que, no mês passado, o maior número de detenções ocorreu em Hebron (al-Khalil; 135 casos), seguida por Jerusalém (123), Ramallah (52), Jenin e Nablus. De acordo com os grupos, há actualmente nas cadeias israelitas cerca de 4700 palestinianos presos, incluindo 34 mulheres e 150 menores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A ocupação israelita e a sua administração prisional levaram a cabo o assassinato deliberado do preso Khader Adnan ao rejeitar o seu pedido de libertação, ao negligenciá-lo medicamente e ao mantê-lo na sua cela apesar da gravidade do seu estado de saúde», afirmou Shtayyeh em comunicado. Várias facções palestinianas pronunciaram-se no mesmo sentido, responsabilizando Israel pela morte de Khader Adnan e sublinhando o crime «premeditado e a sangue-frio». Por seu lado, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu uma investigação internacional sobre a morte do prisioneiro e instou o Tribunal Penal Internacional a incluir este caso no processo relativo aos crimes de guerra cometidos por Israel contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Para denunciar «o crime que levou à morte» de Khader Adnan numa prisão israelita, foi declarada, esta terça-feira, uma greve geral que «afecta todos os aspectos da vida», tanto na Faixa de Gaza cercada como na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, indica a Wafa. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. A 2 de Maio último, Khader Adnan, de 44 anos, morreu na cadeia, quase três meses depois de ter iniciado uma greve de fome contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado de imprensa, que a Wafa cita, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», acrescenta a nota. De acordo com os dados divulgados em Junho último pela organização israelita de defesa dos direitos B'Tselem, em Março deste ano, Israel mantinha nas suas prisões 1017 pessoas em regime de detenção administrativa. É preciso recuar duas décadas, até Abril de 2003, para encontrar um número mais elevado de detidos administrativos nas prisões israelitas – 1140 –, referiu a organização. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou a B'Tselem, outra organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. De forma sistemática, presos administrativos entram em greve de fome por tempo indeterminado para chamar a atenção para os seus casos e forçar a sua libertação. Em meados de Agosto, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa». Num comunicado de imprensa, divulgado pela Wafa, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», afirmou o organismo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde 28 de Setembro de 2000 até à data, refere a Comissão, foram detidas mais de 2600 raparigas e mulheres, incluindo quatro que deram à luz na cadeia. No mesmo período, foram emitidas 32 mil ordens de detenção administrativa, a que Israel recorre para manter reclusos nas cadeias sem acusação nem julgamento, com base numa «prova secreta» que nem o advogado do detido pode ver. A Comissão registou um aumento «assinalável» no recurso a este regime, amplamente condenado a nível internacional, contra o qual os presos palestinianos protestam, de forma reiterada, entrando em greve de fome por tempo indeterminado, para exigir a sua libertação e o fim da aplicação da política de detenção referida. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou recentemente a B'Tselem, uma organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No relatório agora publicado, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos refere-se ainda ao recurso à tortura nos cárceres israelitas, bem como aos assassinatos e às «execuções lentas» por falta de cuidados médicos. Denuncia igualmente a «escalada de casos de opressão, abuso e incitação racista» contra os presos palestinianos. De acordo com o organismo, estão actualmente detidos em cadeias israelitas, nos territórios ocupados em 1948, cerca de 5200 palestinianos. Destes, 38 são mulheres e 170 são menores de idade. Há ainda mais de 1250 presos palestinianos em regime de detenção administrativa e 700 reclusos doentes, 24 dos quais com enfermidades oncológicas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado posterior, as Brigadas al-Qassam afirmaram ter capturado «mais de 35 soldados e civis israelitas do colonato sionista de Sderot». A operação desta manhã apanhou de surpresa o Exército da ocupação, o que está a valer múltiplas críticas ao governo de Netanyahu, em Israel. Entretanto, foi declarado o «estado de preparação para a guerra» entre as forças militares israelitas, e o ministro da Defesa, que aprovou o recrutamento de soldados na reserva, declarou o estado de emergência numa faixa de 80 quilómetros em redor da Faixa de Gaza. A agência Wafa já deu conta de bombardeamentos israelitas contra o enclave costeiro nas últimas horas, dos quais resultaram vários mortos. A mesma fonte refere que o Ministério palestiniano da Saúde colocou todas as unidades hospitalares do país em situação de emergência. De acordo com as autoridades de saúde no enclave costeiro, pelo menos 198 pessoas morreram e mais de 1600 ficaram feridas (muitas das quais em estado grave) como consequência dos bombardeamentos israelitas contra a Faixa e Gaza ao longo do dia, refere a Wafa, em retaliação contra o ataque da resistência palestiniana, esta manhã. Por seu lado, a agência Prensa Latina refere-se à morte de uma centena de israelitas e cerca de 900 feridos, no contexto da operação de grande escala da resistência palestiniana, que ocupou diversas localidades e bases militares da ocupação próximas do enclave cercado. Entretanto, a Wafa dá conta de vários ataques da parte de colonos e forças israelitas contra diversas localidades e bairros palestinianos na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas, dos quais resultaram pelo menos um morto e um número indeterminado de feridos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Israel retaliou com a «Operação Espadas de Ferro», com ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza sitiada e, de acordo com a última contagem do Ministério da Saúde palestiniano, 313 habitantes de Gaza morreram na ofensiva, incluindo 20 crianças, enquanto outros 1990 palestinianos ficaram feridos no enclave. Do lado israelita, foram confirmadas até à manhã de hoje cerca de 300 pessoas mortas e 1864 feridas, das quais 19 estão em estado crítico, 326 em estado grave e as restantes em estado moderado ou ligeiro. No ano em que se assinalam os 75 anos da Nakba (catástrofe), «mais de cinco décadas depois de Israel ocupar militarmente a totalidade do território da Palestina histórica», o MPPM lembra que a campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação de Israel se prolonga até hoje. «Em Gaza, de onde partiu esta acção, vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas, descendentes dessas sucessivas vagas de limpeza étnica», alerta o movimento. Apesar de as Nações Unidas o considerarem «impróprio para sustentar a vida humana», desde 2006 que o Estado israelita impõe um «bloqueio criminoso» sobre aquele território. Uma ONG palestiniana e outra israelita acusam Israel de ter trabalhado para «branquear a verdade» sobre os crimes cometidos pelas suas tropas durante os protestos da Grande Marcha do Retorno, em Gaza. Num relatório conjunto, o Centro Palestiniano para os Direitos Humanos (PCHR), sediado em Gaza, e a organização israelita B'Tselem analisam as investigações que Israel diz ter levado a cabo na sequência da repressão exercida pelas forças israelitas sobre os manifestantes que, na Faixa de Gaza, reclamaram o direito de regresso dos refugiados a suas casas. Os protestos conhecidos como Grande Marcha do Retorno começaram a 30 de Março de 2018 e prolongaram-se por mais de um ano e meio. Pelo menos 200 palestinianos foram mortos e 13 500 ficaram feridos – seguindo os números por baixo, uma vez que outras fontes apontam para mais de 300 mortos e cerca de 18 mil feridos, várias dezenas dos quais menores. O vento e a chuva forte que se abateram esta semana sobre Gaza não impediram centenas de manifestantes de participarem, na sexta-feira, na última manifestação de 2019 da Grande Marcha do Retorno. Dezenas de palestinianos foram feridos esta sexta-feira pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, quando participavam na 86.ª manifestação da Grande Marcha do Retorno, perto da vedação com que Israel isola o território palestino, segundo o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Vários dos participantes nas manifestações, segundo o MPPM, foram feridos por balas reais e revestidas de borracha, enquanto dezenas de outros sofreram de asfixia por efeito do gás lacrimogéneo disparado pelas forças de ocupação. Centenas de manifestantes participaram nos protestos apesar das adversas condições climatéricas. A Faixa de Gaza tem sido batida por vento e chuva forte na última semana, com as inundações a porem em risco cerca de 235 mil pessoas nas áreas mais baixas da Faixa de Gaza, segundo um relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) no território palestiniano ocupado. A 30 de Março os palestinianos comemoram o Dia da Terra. Nesse dia, em 1976, no Norte de Israel, foram assassinados seis palestinianos que protestavam contra a expropriação de terras para dar lugar a aldeamentos judaicos. Cerca de 100 outras pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e as grandes manifestações de protesto que, no mesmo dia, ocorreram no território do Estado de Israel. A 30 de Março de 2018 a comemoração atingiu uma dimensão inusitada, ao tornar a celebração deste dia como o primeiro de uma «Grande Marcha do Retorno», uma reclamação do direito de regresso dos refugiados aos seus lares – tal como prescreve a resolução 194 das Nações Unidas – à Palestina histórica, de onde mais de 700 mil pessoas foram expulsas pelas tropas israelitas em 1948, durante a chamada «catástrofe» («Nakba», em árabe). Desde então o protesto repete-se semanalmente, violentamente reprimido pelas forças israelitas, incluindo com o recurso a snipers e fogo real directo. Como resultado, pelo menos 348 palestinos foram mortos em Gaza por fogo israelita desde o início das marchas, a maioria deles durante as manifestações, segundo uma contagem da AFP citada pelo MPPM. Para além disso, o Ministério da Saúde de Gaza regista mais de 18 mil feridos pelas forças repressivas sionistas. Entre as baixas contam-se crianças, mulheres, muitos adolescentes, jornalistas e trabalhadores dos serviços de saúde que tentam socorrer os manifestantes. Em Março, uma missão de averiguação da ONU concluiu que as forças israelitas cometeram violações de direitos humanos na repressão dos manifestantes em Gaza, o que pode constituir crimes de guerra. Os organizadores da Grande Marcha do Retorno anunciaram nesta quinta-feira que os protestos seriam suspensos até Março de 2020, altura em que serão retomados, coincidindo com o seu segundo aniversário e também com o Dia da Terra palestina (30 de Março). A partir daí realizar-se-ão a um ritmo mensal. Além do bloqueio a que sujeita a Faixa de Gaza, na última década Israel lançou três guerras de agressão contra o pequeno território palestino e dezenas de ataques de escala mais limitada, matando milhares de pessoas e causando enormes destruições de casas e infra-estruturas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As duas organizações não governamentais (ONG) acusam Israel de proteger os responsáveis políticos e militares, «em vez de tomar medidas contra as pessoas que conceberam e implementaram a política ilegal de atirar a matar». Israel foi célere a anunciar que estava a investigar os protestos, sobretudo devido aos procedimentos em curso no Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmaram as organizações numa conferência de imprensa, a que a agência WAFA faz referência. Isso deve-se ao princípio da complementaridade do TPI, ou seja, se um Estado «estiver disposto e tiver capacidade» para realizar a investigação e a efectuar, o TPI não intervém. No entanto, não basta declarar que uma investigação está a ser feita; ela tem de ser eficaz, dirigida às altas patentes responsáveis e conduzir a uma acção contra elas, sublinham, acrescentando que isso não ocorre neste caso. «As investigações conduzidas por Israel não são mais do que uma cortina de fumo erguida para proteger do TPI os funcionários responsáveis. Israel não quer e não consegue investigar as violações de direitos humanos perpetradas pelas suas forças durante os protestos da Grande Marcha de Retorno na Faixa de Gaza. Tendo isto em conta, cabe agora ao TPI garantir a responsabilização penal», disseram as duas organizações. «Estas investigações – tal como as levadas a cabo pelo sistema de aplicação da lei militar noutros casos em que soldados causaram danos aos palestinianos – fazem parte do mecanismo de branqueamento de Israel, e o seu principal objectivo continua a ser silenciar as críticas externas, para que Israel possa continuar a implementar sua política sem mudanças», lê-se no portal da B'Tselem. A mudança da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém fica associada a um «Dia de Raiva» na Palestina. Na Faixa de Gaza cercada, os franco-atiradores israelitas massacram os manifestantes. Quando o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a intenção de mudar a Embaixada do seu país de Telavive para essa cidade, ficou claro que tal passo constituía uma declaração de apoio ao Estado de Israel e à sua política de ocupação e repressão na Palestina, nomeadamente em Jerusalém. Várias organizações têm denunciado o número crescente de ameaças em locais religiosos não-judaicos, na cidade, bem como a intensificação do plano de «judaização» de Jerusalém Oriental, com o aumento da construção de colonatos e a expulsão da população palestiniana de suas casas, que são muitas vezes demolidas. Declarada por Israel como sua capital, Jerusalém tem o estatuto, reconhecido pelas Nações Unidas, de cidade ocupada, sendo Israel a potência ocupante (desde 1967). Os palestinianos querem-na como sua capital e quem apoia a solução dos «dois estados» reconhece que o Estado da Palestina tem em Jerusalém Oriental a sua capital. Logo em Dezembro, foi generalizado o repúdio internacional pela decisão da administração norte-americana e, a 21 desse mês, materializou-se na aprovação, por esmagadora maioria, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução que rejeita essa decisão e insta todos os estados-membros a não estabelecerem missões diplomáticas em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980. Esse repúdio face ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel também se fez sentir no interior de Israel, onde académicos, antigos embaixadores e defensores da paz enviaram uma carta a um representante de Trump, seguntou reportou o periódico Haaretz. Inicialmente, não ficou explícito que a concretização da mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém estaria associada ao 70.º aniversário da criação do Estado de Israel, que hoje se assinala, e que teria lugar na véspera da Nakba – a limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas e pelo Estado de Israel, em que mais de 750 mil palestinianos foram expulsos das suas casas e terras –, uma «catástrofe» que todos os anos os palestinianos marcam a 15 de Maio. Na visita que efectuou em Janeiro a Israel, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, afirmou que essa mudança deveria ocorrer no final de 2019. No entanto, a 23 de Fevereiro, o Departamento de Estado anunciou a antecipação da mudança para 14 de Maio, o que foi encarado pelos palestinianos como mais uma acção de «provocação». Em protesto contra a mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém, os palestinianos chamaram «Dia de Raiva» a este 14 de Maio. Nos territórios ocupados da Cisjordância, há notícia de mobilizações pelo menos em Ramallah e Hebron. Mas a grande mobilização está a ter lugar na Faixa de Gaza cercada, junto às vedações que enclausuram perto de 2 milhões de palestinianos – 80% dos quais são descendentes de refugiados – no pequeno enclave. De acordo com a PressTV, as forças militares israelitas, que reforçaram a sua presença tanto em redor de Gaza como na Margem Ocidental ocupada –, esperavam que 100 mil pessoas se manifestassem nos pontos habituais, hoje, dia da mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém. «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados» Sobre o culminar dos protestos pacíficos da Grande Marcha do Retorno, que se iniciaram a 30 de Março, o ministro israelita da Educação, Naftali Bennet, do partido de extrema-direita Lar Judaico, disse a uma rádio israelita que a vedação seria encarada como uma «Muralha de Ferro» e que quem se aproximasse dela seria tratado como um «terrorista», refere a PressTV. A mesma fonte indica ainda que a Força Aérea israelita lançou panfletos sobre a Faixa de Gaza, ontem e hoje, para demover os manifestantes de se aproximarem da vedação, mas sem sucesso, já que estes, segundo refere a Al Jazeera, têm estado a tentar atravessá-la, «defendendo o seu direito ao regresso, ao retorno, aconteça o que acontecer». Um membro do comité organizador da Grande Marcha do Retorno disse à Al Jazeera que, ao tentarem atravessar a vedação, «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados». Os franco-atiradores responderam de forma brutal, matando mais de quatro dezenas de pessoas que se manifestavam perto da vedação e ferindo perto de 2000, até ao momento. De acordo com a organização, os protestos de hoje e os que estão previstos para amanhã – dia da Nakba – devem ser os mais massivos, sendo o ponto culminante das sete semanas de mobilizações, fortemente reprimidas pelas forças israelitas, junto à vedação com a Faixa de Gaza. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Apesar dos milhares de feridos palestinianos resultantes da política de «atirar a matar» e de mais de centena e meia ter ficado sem membros inferiores ou superiores – as tropas israelitas usaram balas explosivas, as chamadas butterfly bullets, que se expandem no contacto com o corpo, provocando danos severos nos tecidos, nos ossos, nas veias –, nenhum destes casos foi investigado. Sem explicação, os militares decidiram investigar apenas os casos em que palestinianos foram mortos. Dos 234 casos recebidos pelos procuradores do Exército, foi completa a revisão de 143 e um deles, o da morte do adolescente Othman Hiles, de 14 anos, levou à condenação de um soldado por «abuso de autoridade ao ponto de pôr em risco a vida e a saúde». Foi condenado a um mês de serviço comunitário. No seu portal, a B'Tselem sublinha que «a conduta de Israel respeitante à investigação dos protestos em Gaza não é nova nem surpreendente», e recorda o que se passou depois da Operação Chumbo Fundido, em 2009, e da Operação Margem Protectora, em 2014. «Então, também, Israel desrespeitou o direito internacional, recusou-se a reformar a sua política apesar dos resultados letais e desviou as críticas prometendo investigar a sua conduta. Então, também, nada resultou dessa promessa», afirma. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por outro lado, entre Março de 2018 e Dezembro de 2019, uma série de manifestações pacíficas designadas Grande Marcha do Retorno foram brutalmente reprimidas pelo exército de Israel, contabilizando-se 223 mortos e mais de nove mil feridos, sob o silêncio da comunidade internacional. «Os assaltos das forças de ocupação israelita às povoações e campos de refugiados palestinos, assim como a violência dos colonos e as prisões arbitrárias são o quotidiano com que os palestinos, homens e mulheres, jovens e menos jovens diariamente se confrontam», lembra o MPPM, salientando que, até este sábado, pelo menos 247 palestinianos, sobretudo jovens, foram mortos pelas forças israelitas e por colonos. Neste sentido, insiste que a paz no Médio Oriente e a solução da questão palestiniana «passam necessariamente por um desenlace que respeite os direitos inalienáveis» do povo palestiniano a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados. O MPPM rejeita os «lamentos» daqueles que «hipocritamente condenam as acções violentas de resistência dos oprimidos e se calam desde há décadas (ou pior, colaboram) perante a violência da ocupação», e entre os quais se encontra o Governo português. «Israel tem o direito de se defender. Estes ataques nada resolverão, contribuindo apenas para piorar a situação na região. Estamos solidários com Israel e oferecemos condolências pelas vítimas.», disse o ministro João Gomes Cravinho, este sábado, na rede social X. O governo palestiniano denunciou junto da ONU o assassinato de 44 menores, este ano, por soldados israelitas. Neste contexto, reclamou protecção para a infância e a responsabilização de Telavive. Numa carta enviada esta segunda-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu protecção especial urgente para as crianças palestinianas, informa a agência Wafa. Mahmoud Samoudi, de 12 anos, foi, ontem, a vítima mortal mais recente das forças israelitas, não resistindo aos ferimentos quase duas semanas depois de ter sido atingido por uma bala no abdómen, durante uma operação militar na cidade de Jenin (Norte da Cisjordânia ocupada). Só nos últimos dias, «Israel, a potência ocupante, matou cinco crianças e jovens palestinianos, incluindo Adel Adel Daud (14 anos), Mahdi Ladadwa (17), Mahmoud Sous (17), Fayez Khaled Damdoum (17) e Ahmad Draghmeh (19)», indica o texto das autoridades palestinianas. Até 10 de Dezembro, 86 crianças foram mortas nos territórios ocupados da Palestina, fazendo de 2021 o ano mais mortífero para elas desde 2014, segundo os registos de uma organização não governamental. As forças israelitas mataram 76 crianças palestinianas este ano – 61 na Faixa de Gaza cercada e 15 na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Civis israelitas armados mataram duas crianças palestinianas na Cisjordânia, revela o relatório agora publicado pela Defense for Children International – Palestine (DCIP). A estas 78 crianças juntam-se sete que foram mortas por foguetes disparados incorrectamente por grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza, e uma outra que foi morta por uma munição não detonada, cujas origens a ONG não conseguiu determinar. «Nos termos do direito internacional, a força letal intencional só se justifica em circunstâncias em que esteja presente uma ameaça directa à vida ou de ferimentos graves. No entanto, investigações e provas recolhidas pelo DCIP sugerem que as forças israelitas utilizam regularmente força letal contra crianças palestinianas em circunstâncias que podem equivaler a execuções extrajudiciais ou intencionais», lê-se relatório, traduzido pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM. Durante os 11 dias do ataque militar israelita à Faixa de Gaza, em Maio de 2021, naquilo que ficou conhecido como Operação Guardião dos Muros, as forças israelitas mataram 60 crianças palestinianas, segundo os dados recolhidos pela DCIP. «Aviões de guerra israelitas e drones armados bombardearam áreas civis densamente povoadas, matando crianças palestinianas que dormiam nas suas camas, brincavam nos seus bairros, faziam compras nas lojas perto das suas casas e celebravam o Eid al-Fitr [festa no fim do Ramadão] com as suas famílias», disse Ayed Abu Eqtaish, director do programa de responsabilização da DCIP. «A falta de vontade política da comunidade internacional para responsabilizar os funcionários israelitas garante que os soldados israelitas continuarão a matar ilegalmente crianças palestinianas com impunidade», acrescentou. A DCIP lembra que o direito humanitário internacional proíbe ataques indiscriminados e desproporcionados, e exige que todas as partes num conflito armado façam a distinção entre alvos militares, civis e objectos civis. O pico mais recente de assassinatos de crianças ocorrera em 2018, quando forças israelitas e colonos mataram crianças palestinianas a um ritmo médio superior a uma por semana (57). A maioria dessas mortes ocorreu durante os protestos da Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza, refere o organismo. De acordo com os dados da DCIP, foram mortas 2196 crianças palestinianas, desde 2000, em resultado da presença de militares e de colonos israelitas nos territórios ocupados da Palestina. A Defense for Children International – Palestine é uma das seis organizações de direitos humanos que Israel pretende silenciar, lembra o MPPM, sublinhando que a medida tem merecido a condenação generalizada a nível internacional e foi denunciada pelo MPPM a 29 de Outubro último. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A carta afirma que as forças de ocupação estão a utilizar «a política infame de atirar a matar» – de que resultou a morte de centenas de crianças palestinianas –, ao apontarem «deliberadamente» para a parte superior dos seus corpos. «Israel dispara deliberadamente contra os menores palestinianos com o objectivo declarado de os matar e mutilar, negando-lhes o direito à vida», lê-se no texto, sublinhando que «as crianças jamais devem ser mortas ou mutiladas», bem como a necessidade de medidas urgentes para as proteger da «escalada dos crimes israelitas». Neste sentido, o governo palestiniano exigiu medidas contra Telavive, destacando que as «evidências dos seus crimes crescentes contra as crianças palestinianas são, sem dúvida alguma, esmagadoras», violando o direito internacional e as resoluções que constituem a base da protecção das crianças nos conflitos armados. «A protecção das crianças é a maior obrigação moral, legal e política da humanidade», frisa o documento, no qual se pede à comunidade internacional que «ponha fim a este pesadelo intolerável que as nossas crianças vivem diariamente» e que tome medidas para responsabilizar Israel «pelos seus crimes horrendos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Os que há décadas convivem com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos do povo palestino, não têm autoridade moral para hoje se queixarem das tempestades que provocaram», defende o MPPM. Certo de que a violência poderá alastrar-se a todo o Médio Oriente, o movimento recorda que Israel, «com o apoio dos países "ocidentais" e em primeiro lugar dos Estados Unidos da América», é a maior potência militar da região e a única a dispor de armas nucleares. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em simultâneo, revela a Wafa, têm-se registado múltiplas agressões e raides, da parte de colonos e forças istraelitas, na Margem Ocidental ocupada. Pelo menos cinco palestinianos foram ali mortos nas últimas 24 horas, em vários pontos do território ocupado. A operação israelita de larga escala segue-se à operação, lançada no sábado de manhã, por forças da resistência palestiniana na Faixa de Gaza, onde o Hamas é o elemento predominante. Segundo foi revelado então, a ala militar do Hamas lançou pelo menos 5000 rockets para aquilo que é hoje Israel. As forças da resistência derrubaram, em vários pontos, a vedação que cerca o território e atacaram os colonatos em redor por terra, mar e ar. Pelo menos 700 israelitas foram mortos nessa operação que alguma imprensa israelita classificou como «nunca vista» e mais de cem foram feitos prisioneiros, incluindo militares de alta patente. No domínio político-mediático da «comunidade internacional», o mundo predominantemente ocidental e branco, as vozes sobre «A Guerra» (só havia uma e mais nenhuma: a da Ucrânia) silenciaram-se e, nas fachadas das praças de capitais como Nova Iorque, Berlim ou Bruxelas, as bandeiras da Ucrânia foram substituídas pelas de Israel. Desde o Mandato Britânico que os palestinianos são sujeitos à opressão, que se intensificou com a construção, nas suas terras, do Estado de Israel, erguido à custa das forças paramilitares que expulsaram os palestinianos de suas casas e os mataram ou meteram em guetos. A campanha de limpeza étnica então iniciada mantém-se até hoje, sob um regime de apartheid, por via do saque de territórios e de recursos, a destruição de casas, escolas e outras infra-estruturas, e a expulsão dos palestinianos das terras onde vivem. De forma sistemática, as forças israelitas bombardeiam a Faixa de Gaza, que mantêm fechada e cercada num férreo bloqueio, com mais de dois milhões de pessoas a viver em condições insalubres, sem luz, água potável, mas «a comunidade internacional» projecta as suas bandeiras nos edifícios das suas praças quando a Palestina – reduzida ao Hamas – se ergue e rompe o cerco. Entretanto, no enorme campo de deslocados que é Gaza, cerca de 70 mil pessoas procuraram refúgio dos bombardeamentos nas 64 escolas operadas pela UNRWA – a agência da ONU para os refugiados palestinianos no Médio Oriente. Em comunicado, a UNRWA confirmou que dois alunos em escolas que opera em Khan Younis e Beit Hanoun se encontram entre os mortos. Pelo menos três escolas da organização sofreram danos provocados pelos bombardeamentos, acrescenta o texto. A UNRWA sublinhou que os civis devem ser sempre protegidos, também em período de guerra, e apelou a um cessar-fogo imediato e ao fim da violência em todo o lado. A operação das forças da resistência em território israelita continua. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Foram muitas décadas em que a União Europeia, incluindo o Governo português, toleraram a quotidiana violação por Israel de inúmeras resoluções da ONU, do direito internacional e do direito internacional humanitário, pactuando com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos destas populações. Quem pactuou com estes crimes não tem, hoje, «autoridade moral para se queixarem das tempestades que provocaram», acrescenta o MPPM. Por todos estes motivos, o MPPM e a CGTP-IN, ao lado do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) decidiram convocar o acto público de solidariedade com o povo palestino (11 de Outubro, às 18h, na Praça do Martim Moniz), «pelo seu direito a resistir à ocupação, pelo reconhecimento dos seus direitos inalienáveis a uma pátria livre, independente e soberana, pelo direito de regresso dos refugiados, e também por uma paz justa e duradoura no Médio Oriente». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Entretanto, o portal The Cradle refere que a passagem fronteiriça de Rafah entre a Faixa de Gaza e o Egipto foi bombardeada duas vezes pela aviação israelita, de modo «a tornar impossível a entrega de qualquer ajuda humanitária» e a colocar em efeito o «cerco total» que o ministro israelita da Defesa, Yoav Gallant, havia anunciado, quando disse que estavam «a lutar contra animais e a agir em consonância». A mesma fonte indica que mais de mil israelitas foram mortos e cerca de 130 foram feitos prisioneiros e levados para Gaza na ofensiva palestiniana iniciada no sábado. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Entretanto, o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) emitiu um comunicado em que dá conta do desaparecimento, desde sábado, dos jornalistas palestinianos Nidal al-Wahidi e Haitham Abdelwahid. Eram ambos fotógrafos e trabalhavam para diversos meios de comunicação. Israel tem um longo historial de assassinato de jornalistas palestinianos que cobrem as atrocidades cometidas pelas suas forças nos territórios ocupados. De acordo com um relatório emitido pelo CPJ em Maio último, as forças israelitas mataram pelo menos 20 jornalistas nos últimos 22 anos – 18 dos quais palestinianos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As «forças sãs» em Israel, «judeus e árabes», devem erguer as suas vozes de uma forma clara contra qualquer tentativa de incitar à violência contra grupos ou que façam justiça pelas próprias mãos, especialmente os que vivem «nas cidades comuns e nas aldeias não reconhecidas» de Al-Naqab/Negev. «Temos de promover actividades conjuntas que lutem por uma vida normal, sem ocupação, discriminação ou supremacia étnica». «Devemos lutar pela paz, pela igualdade e pela verdadeira democracia para todos», referem os comunistas, que participam na aliança Hadash, uma coligação que junta o PCI e vários grupos de esquerda em Israel (incluindo as panteras negras e movimentos de árabes seculares) que elegeu cinco deputados em 2022. O CPI expressou ainda a sua preocupação com «possíveis acções de retaliação contra cidadãos palestinianos em Israel»: estas pessoas já pagaram «um preço demasiado elevado pela negligência com que o Estado de Israel os trata». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Depois da manifestação realizada no passado dia 11 de Outubro, convocada pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e a CGTP-IN, juntar centenas de pessoas na luta pela «paz no Médio Oriente», as mesmas organizações estão a agendar novos protestos na defesa dos direitos do povo palestiniano. Até ao momento, estão marcados actos com o lema «Fim à Agressão a Gaza, Paz no Médio Oriente» para o Porto, hoje, às 18h, na Praceta da Palestina, em Lisboa, dia 18 às 18h, no Martim Moniz, e em Évora, dia 19 às 18h, no Largo Camões. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A criação da AP implicava a neutralização das verdadeiras reivindicações palestinas à terra (incluindo o direito de regresso dos refugiados palestinos, estabelecido pela resolução 194 da ONU em 1948) e, ao mesmo tempo, permitia ao Estado israelita alterar os «factos no terreno» através da criação de cada vez mais assentamentos ilegais. Além disso, após a Segunda Intifada (2000-2005), Israel cortou o requisito de «passagem segura» de Oslo, que permitia aos palestinos de Jerusalém Oriental, Gaza e Cisjordânia viajar através destas zonas. Em 2005, Israel anulou os Acordos de Oslo, embora a classe política palestina continuasse ligada a eles como a única esperança de criação do Estado da Palestina (mesmo que fosse um pequeno fragmento da Palestina histórica). A realidade da «solução dos dois Estados» foi desaparecendo à medida que os assentamentos aumentavam na Cisjordânia, que o controle palestino sobre Jerusalém Oriental era cada vez mais absorvido por Israel, que o direito de regresso era posto de lado e que Gaza era bombardeada quase todos os anos. Neste contexto, vários intelectuais importantes palestinos começaram a levantar a questão da «solução de um Estado», com um Estado israelita-palestino baseado numa ideia de cidadania não-étnica, secular e democrática. Em 2021, a maioria dos estudiosos da região afirmava que os factos mostram que Israel é «uma realidade de um Estado único semelhante ao apartheid». A ideia de que Israel é um Estado de apartheid está agora bem estabelecida nos documentos das Nações Unidas e nos relatórios de direitos humanos. Esta avaliação demonstra duas coisas: primeiro, que Israel e o Território Palestino Ocupado já são «um Estado» e, segundo, que é um Estado de apartheid, com os palestinos numa categoria de segunda classe. Os defensores da «solução de um só Estado» argumentam que a realidade de um Estado único exige atualmente uma cidadania igual para todos os que vivem em Israel/Palestina. A atual classe política israelita recusa-se a aceitar a ideia de um Estado único democrático e secular, porque está agarrada a um projeto etno-nacionalista de um «Estado judeu» que elimina a possibilidade de cidadania plena para os cristãos e muçulmanos palestinos. «A criação da AP implicava a neutralização das verdadeiras reivindicações palestinas à terra (incluindo o direito de regresso dos refugiados palestinos, estabelecido pela resolução 194 da ONU em 1948) e, ao mesmo tempo, permitia ao Estado israelita alterar os «factos no terreno» através da criação de cada vez mais assentamentos ilegais.» Se a «solução de dois Estados» já não é prática e se a «solução de um Estado» é bloqueada pela classe política israelita, então tudo o que resta a Netanyahu e aos outros é a «solução de três Estados». Esta é a solução que procura retirar grande parte da população palestina de Jerusalém Oriental, de Gaza, da Cisjordânia, e talvez mesmo do interior das linhas de Israel de 1948, e enviá-la para os três Estados do Egito, Jordânia e Líbano. As escavadoras que vêm atrás dos tanques em Gaza estão tentando empurrar os refugiados palestinos (70% deles são descendentes dos que foram enviados para Gaza na Nakba [«Catástrofe»] de 1948) através do cruzamento de Rafah para a Península do Sinai, no Egito. Esta «solução de três Estados» é precisamente uma limpeza étnica, um crime à luz do direito internacional. Durante décadas, a classe política israelita tem estado disposta a conduzir políticas genocidas – incluindo o atual bombardeio de Gaza – para facilitar o seu projeto de Estado de apartheid étnico-nacional, que exige o apagamento dos palestinos e da Palestina. Em 2014, após a Operação Margem Protetora de Israel, o Gabinete do Procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) abriu uma investigação sobre a situação na Palestina. Esta investigação não deu em nada. Durante o atual ataque a Gaza, o procurador Karim A. A. Khan foi até ao cruzamento de Rafah e afirmou que o bloqueio de Israel à ajuda humanitária em Gaza pode constituir um crime nos termos da jurisdição do TPI. Na verdade, o facto de existir apartheid já é um crime nos termos do Estatuto de Roma de 2002, que originou o TPI. Tanto a «realidade de um Estado único semelhante ao apartheid» como a «solução de três Estados» de limpeza étnica são crimes graves que exigem investigação. Será que Khan pedirá aos juízes do TPI que emitam mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e os seus colegas? Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Opinião|
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Com o assassinato de um jovem palestiniano de 22 anos [na manhã de dia 15 de Maio, quando gravámos a entrevista], o número total de palestinianos mortos pelas forças de ocupação israelitas desde o início do ano subiu para 152 (33 dos quais apenas nos últimos dias). Qual é a actual situação na Palestina?
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Solidariedade com a Palestina na Casa do Alentejo, em Lisboa
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Estão a decorrer protestos sem precedentes em Israel, contra o governo israelita. Embora pouco, ou nada, mencionem os crimes cometidos por Israel contra os palestinianos. Qual é a vossa perspectiva sobre o novo mandato de Benjamim Netanyahu?
Houve um momento singular no último Festival Eurovisão da Canção, em que a representante polaca expressou o seu total compromisso com a Ucrânia e, na mesma frase, atribuiu a pontuação máxima a Israel, que bombardeava, nesse mesmo momento, a Palestina. Como se sentem os palestinianos face à disparidade de tratamento no ocidente?
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Von der Leyen fez umas declarações no dia da declaração de independência israelita (14 de Maio) nas quais afirmava que a União Europeia celebra os «75 anos da democracia mais vibrante do Médio Oriente»...
Perante tanta luta, tantos ataques, tanta brutalidade indiscriminada, porque é que é importante continuar a falar da Nakba hoje, 75 anos depois?
E como é que os palestinianos conseguem ultrapassar estas adversidades?
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Como olham para os recentes desenvolvimentos no Médio Oriente: a normalização das relações entre países como a Síria, o Irão e a Arábia Saudita ou o cessar-fogo no Iémen?
Nos últimos anos, instituições e governos europeus têm tentado desqualificar activistas pró-palestinianos através de calúnias ou do cancelamento de concertos e exposições (o caso mais notório, e recente, foi o de Roger Waters). O que podem os activistas europeus fazer para ajudar?
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A França e a Alemanha fizeram, recentemente, declarações conjuntas em que apelam a um cessar-fogo na Palestina. Ao mesmo tempo, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha fez uma declaração em que condena os ataques com rockets contra Israel (depois do assassinato de dezenas de pessoas na Palestina).
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Os movimentos actuais significam um requiem pelo chamado «processo de paz», sem que a comunidade internacional se sobressalte, apesar de o Hamas não ter na Cisjordânia um poder minimamente comparável ao de Gaza. São operações com um novo dinamismo para aproveitar a onda do que se passa no enclave, de modo a alterar qualitativamente as condições nas zonas sob autonomia e acelerar o processo de colonização, isto é, de limpeza étnica na Margem Ocidental do Jordão. Jordânia e, em muito menor escala, o Líbano, voltarão a ser os destinos de novas vagas de palestinianos expulsos da Cisjordânia. O sionismo, relembra-se, considera que o Estado palestiniano já existe – é a Jordânia. O regime israelita sempre à margem do direito internacional.
Quantos milhares de vidas custa um combatente do Hamas?
Poucos meses depois de Benjamin Netanyahu ter feito a declaração reproduzida na abertura deste texto, o primeiro-ministro sionista exibiu na Assembleia Geral da ONU um mapa «do Estado de Israel» do qual foram suprimidas todas as áreas palestinianas sob autonomia e sob ocupação, em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Leste. O chefe do governo israelita apagou toda a Palestina do mapa, precisamente, perante a instituição mais representativa do direito internacional, aquela que determinou a partilha do território histórico da Palestina num Estado judaico e num Estado árabe. A provocação ao direito internacional foi frontal, mas não incomodou os governos ocidentais, mais sintonizados com o normativo casuístico ao serviço do colonialismo globalista a que chamam «ordem internacional baseada em regras». Mesmo que Oideon Rachman, um colunista sionista do Financial Times, cite «diplomatas europeus» admitindo que «podemos estar a ver uma limpeza étnica massiva». Por alguma razão, eles fazem a declaração sob a cobertura do anonimato. Levantar reservas ao comportamento de Israel é uma liberdade passível, em plena democracia liberal ocidental, de ser penalizada com represálias ou até perdas de emprego, seja de diplomatas, jornalistas, actores, conselheiros governamentais ou mesmo quaisquer cidadãos que ousem manifestar publicamente a sua opinião.
«A provocação ao direito internacional foi frontal, mas não incomodou os governos ocidentais, mais sintonizados com o normativo casuístico ao serviço do colonialismo globalista a que chamam «ordem internacional baseada em regras». Mesmo que Oideon Rachman, um colunista sionista do Financial Times, cite "diplomatas europeus" admitindo que "podemos estar a ver uma limpeza étnica massiva"»
A «performance» de Netanyahu no palácio de vidro antecedeu em poucos dias a operação terrorista desencadeada pelo Hamas em 7 de Outubro, uma acção absolutamente inconsequente para os interesses e os direitos do povo palestiniano e que serviu às mil maravilhas a Israel para lançar a sua operação de massacre da população de Gaza como primeiro passo para a limpeza étnica. Se a guerra é contra o Hamas, como garantem os próceres sionistas, então quantas crianças e mulheres será necessário assassinar para eliminar um combatente do grupo islamita, cuja criação, aliás, está intimamente associada às estratégias de divisão das organizações palestinianas praticadas por Israel, principalmente a cargo da Mossad, os serviços de espionagem sionistas? A história da relação entre Israel e o Hamas é um longo caminho de convergências e contradições inerentes à convivência dos criadores de monstros com as suas criaturas.
Na fase actual, destacados responsáveis sionistas, designadamente o primeiro-ministro, acusam sistematicamente os dirigentes mundiais, entre eles membros de governos ocidentais, como o espanhol, de estarem do lado do Hamas, um grupo que, na sua opinião, adoptou práticas terroristas idênticas às do Daesh, Isis ou Estado Islâmico.
Nem sempre, porém, o regime sionista foi tão rigoroso em relação ao Hamas e ao Isis. O próprio Belazel Smotrich, o ministro fascista das Finanças de Netanyahu que defende a limpeza étnica como «solução humanitária», dizia em 2015 que «o Hamas é um trunfo e Mahmmud Abbas (presidente da Autoridade Palestiniana) é um fardo». E, no ano seguinte, o chefe dos serviços secretos de Israel, Herzy Halevy, reconhecia que «não queremos a derrota do Isis na Síria; os seus actuais insucessos colocam Israel numa posição difícil». Mais ou menos por essa altura, o primeiro-ministro israelita visitou terroristas do Isis e da al-Qaida socorridos e tratados em hospitais no interior de Israel e nos Montes Golã ocupados, depois de feridos durante a agressão internacional contra a Síria.
Yuval Diskin, com a autoridade e a experiência que lhe advêm do facto de ter chefiado os serviços de espionagem interna, Shin Beth, entre 2005 e 2011, reforçou esta realidade, só aparentemente contraditória, ao afirmar que, «se olharmos ao longo dos anos, uma das pessoas que mais contribuiu para o fortalecimento do Hamas foi Benjamin Netanyahu, desde o primeiro mandato como primeiro-ministro».
Regressar para onde?
O jornalista israelita Anshel Pfeffer publicou, a propósito da situação actual em Gaza, uma reportagem no Haaretz, diário considerado «de referência», na qual escreve que «mal vemos os terroristas, eles são subterrâneos e as batalhas mais difíceis ainda estão para vir». E cita um soldado israelita para quem «tudo o que fizemos foi andar nos nossos veículos blindados, as ‘botas no chão’ ainda estão para vir».
Pais e outros familiares começaram a escrever o nome nas mãos e nos braços das suas crianças para poderem ser identificadas depois de abatidas pela «única democracia do Médio Oriente», protegida pelo «exército mais moral do mundo». «À medida que a guerra entre Israel e o Hamas avança peço aos meus compatriotas americanos que permaneçam vigilantes e não caiam em qualquer propaganda falsa afirmando que as pessoas que vivem em Gaza são dignas de vida humana…» (Joseph Biden, presidente dos Estados Unidos da América) Joseph Biden, o chefe dos chefes daquilo a que costuma chamar-se o «Ocidente colectivo», ou «a civilização ocidental», ou simplesmente «o Ocidente», pronunciou esta frase lapidar à chegada de uma breve deslocação ao Médio Oriente onde abraçou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, mas sem o interromper no comando da chacina do povo de Gaza. Não estranhem, por muito revoltantes que as sintam, as palavras do nosso guia da «civilização ocidental», essa mistura de irmandades decrépitas, sofrendo de sintomas de autoritarismo desesperado, como a NATO, a União Europeia, o G7, os Cinco Olhos e ainda outras agremiações onde se juntam o todo ou parte dos mesmos comparsas. Ao contrário do que possa pensar-se, tais sentenças não são fruto da senilidade e de outras insuficiências manifestadas pelo personagem que habita na Casa Branca. Desta feita são palavras lúcidas, com raízes no conceito do primeiro-ministro de Israel em relação às pessoas de Gaza, por ele qualificadas como «bestas humanas». Ou, na versão do ministro sionista da Defesa, Yoav Gallant: «estamos a lutar contra animais humanos e agindo em conformidade». Em 2002, o historiador israelita Zeev Sternhell, da Universidade Hebraica de Jerusalém, escreveu: «Não esqueçamos que, de facto, foi Israel que criou o Hamas. Pensou que era uma maneira inteligente de empurrar os islamitas contra a OLP». «Eles apenas vêem uma coisa: chegámos e roubámos-lhes o país. Porque é que eles aceitariam isso?» «Não ignoremos a verdade entre nós… politicamente somos os agressores e eles defendem-se» (David Ben-Gurion, fundador e primeiro presidente de Israel) A dúvida não era se isto iria acontecer, mas quando e como aconteceria. E para os que acompanham o quotidiano de Gaza – não aqueles que se transferiram apressadamente da Ucrânia e tiveram de consultar os mapas para reprocessar o chip – o genocídio e a limpeza étnica a que estamos a assistir não são novidade nem surpresa. A Faixa de Gaza é, há pouco mais de década e meia, um campo de concentração onde uma população de 2,3 milhões de habitantes está literalmente encerrada por imposição de Israel e a colaboração do Egipto, submetida a restrições selváticas que afectam a vida de cada cidadão, desde a importação de alimentos, medicamentos, a degradação da quantidade e da qualidade da água, os cortes sistemáticos de energia e, principalmparaente, as periódicas agressões militares de Israel, manobras punitivas que têm ceifado dezenas de milhares de vidas, deixando quase incólumes as estruturas do Hamas, e contribuído para a destruição contínua do parque habitacional e das estruturas públicas e sociais, designadamente as escolas. Como é que organizações de espionagem como as sionistas, que certamente dispõem de milhares de informadores numa população tão densa e caótica como a de Gaza, não tinham sequer uma luzinha sobre o que o Hamas estava a preparar? No momento em que o Hamas lançou a operação «Dilúvio sobre al Aqsa», no passado dia 7 de Outubro, expondo uma «falha de inteligência de Israel» que os peritos de inteligência consideram pouco provável, ou mesmo impossível, o governo de Ramallah revelou-se absolutamente ineficaz para encabeçar a resistência palestiniana na Cisjordânia num momento de tantas incertezas, perigos e, certamente, traições. Um governo inerte, corrupto, desligado das realidades e do povo, além de acomodado. Ao longo de mais de 15 anos, a Autoridade Palestiniana pouco fez perante o avanço da colonização, um processo gradual de anexação de território até que chegue o momento – eventualmente já atingido – em que não existirão condições para instaurar um Estado Palestiniano independente e viável. Em contraste, através do impacto emocional, e até místico dos seus métodos, junto da resistência palestiniana em geral, e dos mundos árabe e islâmico, o Hamas procura estender a base de apoio entre as populações árabes da Palestina e da diáspora. O Hamas, porém, não tem grande apreço pela criação de um Estado independente e por negociações: afirma que defende o fim de Israel; e as forças nacionais que apostaram no «processo de paz», e claramente num Estado independente ao lado de Israel, estão neutralizadas. O que reflecte o carácter sombrio e intrigante das relações dos islamitas com Israel. Uma das características das agressões israelitas contra Gaza, que alternam com períodos de acalmia aproveitados pelo aparelho sionista para reforçar os mecanismos de controlo sobre Ramallah, é o seu reduzido e controlável impacto sobre o aparelho militar e as estruturas de apoio do Hamas. A sensação que prevalece é a de que os danos não impedem o seu contínuo desenvolvimento. Passaram as operações arrasadoras de 2008, 2014 e chega-se a 2023 com um Hamas forte como nunca em equipamento militar, em termos quantitativos e qualitativos, e capacidade operacional. Em todos os períodos de agressão israelita mais intensa contra Gaza as principais vítimas foram as populações e não as estruturas do Hamas. Milhares e milhares de palestinianos de Gaza, na verdade refugiados das limpezas étnicas praticadas em outras regiões da Palestina ao longo de 75 anos, ficaram pelo caminho durante essas agressões. Agora, numa proporção directa da envergadura da operação desencadeada pelo Hamas, entrou na ordem do dia, do lado de Israel, a «transferência» da população de Gaza, começando pela «limpeza» do norte do território. «Em todos os períodos de agressão israelita mais intensa contra Gaza as principais vítimas foram as populações e não as estruturas do Hamas.» A punição colectiva é evidente e intencional. Como explica o presidente israelita, Isaac Herzog, «uma nação inteira é responsável» pela violência, isto é, não há inocentes na população de Gaza. Amir ou Amina, nascidos há poucos dias, já chegaram a este mundo como «terroristas». Ou «animais humanos», citando o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, extremoso defensor dos «nossos valores». Por outro lado, as acções de violência contra civis, não distinguindo entre os cidadãos comuns e os militares, praticadas pelas hostes do Hamas, não servem nem poderiam servir a causa palestiniana. Não é por replicar os métodos do ocupante que os ocupados conseguem ganhar vantagem e projectar a sua razão. O massacre no kibutz de Kfar Aza, por exemplo, é um acto indigno de uma resistência popular e também faz jorrar a propaganda assente nas lágrimas de crocodilo de todos os fariseus que, na verdade, não querem saber das pessoas nem das populações sob ocupação. Nesta matéria, porém, há que partir do princípio de que nem tudo o que parece é. O Estado de Israel funciona como um dos mais credenciados centros de propaganda, embora nem sempre tenha em conta certa o estado real de estupidificação da opinião pública ocidental. A história dos 40 bebés decapitados pelo Hamas só convenceu alguns «jornalistas» mais zelosos, que rapidamente tiveram de voltar com a palavra atrás depois de até o governo israelita confessar que não confirmava o crime. Foi um caso de falta de imaginação ou facilitismo: muita gente ainda se lembra do descrédito em que caiu a história dos bebés do Koweit roubados de incubadoras pelos soldados iraquianos de Saddam Hussein, no início dos anos noventa. Manifestantes pela paz e direitos do povo palestiniano avisam Assembleia da República e Governo PS de que não aceitam um Portugal «cúmplice, por acção ou omissão, de um crime que a história não deixará de registar». Muitas centenas de pessoas participaram hoje (18 de Outuro de 2023) no acto público «Pela Paz no Médio Oriente, Pelos direitos do povo Palestiniano! Fim à agressão a Gaza, Paz no Médio Oriente!», que teve lugar no Martim Moniz, em Lisboa. A concentração, que já tinha tinha realizado ontem no Porto, foi convocada pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e a CGTP-IN. A maior parte dos jornalistas perdeu a vida quando faziam reportagens sobre a guerra, tendo sido vítimas dos bombardeamentos indiscriminados israelitas sobre a Faixa de Gaza. Pelo menos oito jornalistas foram mortos, dois foram dados como desaparecidos e um ficou ferido desde sábado, quando grupos da resistência palestiniana em Gaza romperam o cerco imposto e lançaram a operação «Dilúvio de al-Aqsa» contra territórios ocupados em 1948 e Israel se declarou em estado de guerra. A maior parte dos jornalistas foi morta pelas forças de ocupação no terreno, quando estavam a fazer reportagens sobre os bombardeamentos israelitas dos últimos seis dias. No sábado, a resistência palestiniana quebrou a vedação que cerca o enclave e lançou uma ofensiva contra os territórios ocupados em 1948. Desde então, a aviação israelita matou mais de 430 palestinianos. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério palestiniano da Saúde esta manhã, os bombardeamentos indiscriminados na Faixa de Gaza, conhecida como «a maior prisão a céu aberto», provocaram a morte a 436 pessoas, incluindo 91 menores, e fizeram 2271 feridos, 244 dos quais crianças. Nas últimas horas, a aviação da ocupação lançou centenas de raides contra o enclave costeiro, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, atingindo edifícios residenciais, infra-estruturas oficiais e civis, bem como edifícios religiosos, tendo destruído pelo menos duas mesquitas, indica a agência Wafa. Só no sábado, os bombardeamentos israelitas provocaram 300 mortos, o que, segundo destaca o portal The Cradle, é o número mais elevado de palestinianos mortos em ataques aéreos da ocupação num só dia desde 2008. Enquanto se mantiver a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos, não haverá paz, alerta o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). O MPPM reage assim às acções desencadeadas em Gaza e em Israel na madrugada deste sábado. Eram 4h30 em Lisboa (6h30 no local), quando militantes de organizações da resistência palestiniana lançaram, a partir da Faixa de Gaza, um ataque de surpresa, em larga escala, contra Israel, no que apelidaram de «Operação Dilúvio Al-Aqsa». Segundo as organizações, a acção foi uma resposta à profanação da Mesquita de Al-Aqsa e ao aumento da violência dos colonos, e confirma, insiste o MPPM num comunicado, «que não é possível ter uma situação de paz na Palestina e, por consequência, no Médio Oriente, continuando a espezinhar os legítimos direitos do povo palestino e persistindo em manter a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos». Diversos grupos da resistência declararam o apoio à operação lançada contra Israel, esta manhã, a partir da Faixa de Gaza, sublinhando que faz parte da luta de libertação nacional. «Fazemos parte desta batalha e os nossos combatentes estão lado a lado com os seus irmãos nas Brigadas al-Qassam (ala militar do Hamas) até à vitória», afirmou em comunicado Abu Hamza, porta-voz das Brigadas de al-Quds, braço militar da Jihad Islâmica. Em termos semelhantes, refere a Prensa Latina, se pronunciaram as Brigadas al-Nasser Salah al-Din, do Movimento de Resistência Popular: «Unidos numa trincheira neste dia glorioso do nosso povo.» Por seu lado, as Brigadas de Resistência Nacional anunciaram que os seus membros se juntaram à operação, lançada esta manhã pelo Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de rockets e uma incursão terrestre em território ocupado em 1948. Atingido por disparos de colonos na cidade de Huwara, Labib Dumaidi, de 19 anos, é a mais recente das quatro vítimas mortais na Margem Ocidental ocupada, revelou o Ministério da Saúde. De acordo com a informação divulgada pelo Ministério, Labib Mohammed Dumaidi ficou gravemente ferido durante um ataque de colonos, ontem à noite, na cidade de Huwara, a sul de Nablus. Levado para um hospital, não resistiu aos ferimentos, já nas primeiras horas de sexta-feira. Residentes de Huwara tentaram fazer frente à provocação levada a cabo por dezenas de colonos, protegidos por forças militares israelitas, indica a Wafa. Registaram-se fortes confrontos e as tropas israelitas usaram fogo real, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para dispersar os palestinianos. Fontes do Crescente Vermelho Palestiniano informaram que pelo menos 25 pessoas, incluindo quatro crianças, sofreram efeitos de asfixia devido à inalação de gás lacrimogéneo. Também em Huwara, as forças israelitas mataram, ontem à tarde, outro palestiniano, cuja identidade ainda não foi revelada. Dias depois de colonos extremistas terem invadido e atacado Huwara, Bezalel Smotrich afirmou que Israel deve «aniquilar» a localidade palestiniana no Norte da Cisjordânia ocupada. «Penso que Huwara precisa de ser destruída», disse o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, esta quarta-feira, defendendo que «o Estado devia fazê-lo e não cidadãos privados», refere a PressTV com base na imprensa israelita. As declarações do ministro de extrema-direita do governo de Benjamin Netanyahu seguem-se ao ataque perpetrado contra a localidade palestiniana, no domingo à noite, por centenas de colonos armados. Tratou-se da «resposta» à morte de dois israelitas de um colonato ilegal, executados por um atacante palestiniano de Huwara. Este ataque, por sua vez, seguiu-se ao massacre de Nablus, em que as forças de ocupação israelitas mataram 11 palestinianos e feriram mais de cem. No domingo à noite, os colonos queimaram pelo menos 150 carros, 52 casas e várias lojas. Uma pessoa foi morta e o número de feridos palestinianos é superior a 390, indica a agência Wafa. Grupos israelitas de defesa dos direitos humanos como Peace Now e B’Tselem referiram-se ao ataque dos colonos como um «pogrom» apoiado pelas autoridades de ocupação. Por seu lado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de impedirem as ambulâncias e os paramédicos de acederem ao local do ataque, a poucos quilómetros de Nablus. No Knesset, a extrema-direita israelita considerou os ataques a Huwara «legítimos». Hussein al-Sheikh, da Comissão Executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, no Twitter, que as afirmações de Smotrich para apagar Huwara do mapa são o apelo de um «racista terrorista». Também o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, se referiu às afirmações do ministro israelita como «terroristas» e «racistas», e alertou para o facto de que «fazem prever uma escalada séria» contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Neste sentido, pediu às Nações Unidas, à União Europeia e demais organizações internacionais que condenem as declarações de Smotrich. Antes, já tinha pedido ajuda internacional «contra os crimes de Israel». O Parlamento (da Liga) Árabe, com sede no Cairo, condenou esta quarta-feira os ataques executados por colonos israelitas contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada, referindo-se em especial ao assalto à localidade de Huwara. Perante os ataques terroristas sistemáticos dos colonos contra cidadãos indefesos, com armas de fogo, incêndios de casas e viaturas, expulsão de agricultores, assassinatos e outros crimes, exortou o mundo e em especial o Conselho de Segurança da ONU a adoptar medidas para proteger o povo palestiniano. Antes, a Liga Árabe já tinha proposto que as milícias de colonos passem a ser incluídas na lista de grupos terroristas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na parte da manhã, as forças israelitas já tinham matado dois palestinianos, identificados como Hudhayfah Fares, de 27 anos, e Abd al-Rahman Atta, de 23, na aldeia de Shufa, na sequência de um ataque de colonos a viaturas na região de Tulkarem. De acordo com as Nações Unidas, 2023 está a ser o ano mais mortífero para os palestinianos na Margem Ocidental desde que há registo de fatalidades provocadas pelas forças de ocupação. Nabil Abu Rudeineh, porta-voz da Presidência palestiniana, disse à imprensa que a ocupação israelita pisou todas as linhas vermelhas, com a sua insistência na política de assassinatos e incursões em cidades, aldeias e acampamentos palestinianos. Numa entrevista à Palestine TV, o representante da Presidência responsabilizou o governo israelita e a administração norte-americana pelos «crimes perigosos perpetrados pela ocupação e os seus colonos por todo o território palestiniano», os mais recentes dos quais nas imediações de Nablus e Tulkarem, refere a Wafa. Apesar da «guerra implacável» que a ocupação israelita está a travar contra o povo palestiniano «à vista de todo o mundo», o responsável afirmou que isso não irá impedir «o nosso povo de prosseguir a sua luta legítima» até à «criação do seu Estado independente, com Jerusalém como capital». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na Cisjordânia, a Cova dos Leões, um dos grupos da resistência mais activos, fez um apelo à mobilização geral dos seus membros, bem como ao «ataque imediato em todos os lugares contra as forças de ocupação e os seus colonos». Com base em fontes israelitas, a agência Prensa Latina indica que o Exército de ocupação deu conta de combates em 21 locais no Sul de Israel, na sequência da operação palestiniana – embora tenha posteriormente reduzido esse número para sete. Ao anunciar a ofensiva desta manhã (às 7h locais), o comandante das Brigadas al-Qassam, Muhammad al-Deif, disse que o grupo palestiniano disparou para território israelita 5000 rockets. Al-Deif afirmou que a operação é uma resposta aos sistemáticos crimes israelitas contra o povo palestiniano e a profanação contínua por colonos judeus da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, e ocorre num contexto de escalada de agressões, da parte de colonos e forças israelitas, em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. A Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos registou mais de 135 mil casos de detenções, pelas forças de ocupação israelitas, desde o início da Intifada de al-Aqsa, em 2000. Num relatório emitido por ocasião do 23.º aniversário do início da Segunda Intifada ou Intifada de al-Aqsa (28 de Setembro de 2000), a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos sublinha que as detenções levadas a cabo pelas forças israelitas afectaram todas as camadas da sociedade, e não deixaram de parte menores de idade, idosos e mulheres. Dos mais de 135 mil casos registados pelo organismo, 21 mil dizem respeito a menores, indica o relatório – divulgado pela Wafa –, que dá conta da detenção de metade dos deputados do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), de vários ministros, centenas de académicos, jornalistas e funcionários de organizações da sociedade civil e instituições internacionais. Israel mantém nas suas prisões 1264 palestinianos sem acusações nem julgamento, o número mais elevado em 30 anos, revelou a ONG Hamoked. Desde a Primeira Intifada (1987-1993) que não havia tantos palestinianos detidos ao abrigo da polémica norma, alertou a organização não governamental este fim-de-semana, com base nos dados dos serviços prisionais. Jessica Montell, directora executiva da Hamoked, organização israelita que presta assistência jurídica gratuita aos palestinianos que vivem sob a ocupação, afirmou que a detenção administrativa é «massiva e arbitrária» e que Israel mantém nesse regime, sem acusação nem julgamento, mais de 1200 palestinianos, «alguns dos quais durante anos sem uma revisão eficaz». Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que nove presos palestinianos sem acusação ou julgamento continuam em greve de fome por tempo indeterminado. Os presos Kayed al-Fasfous e Sultan Khlouf iniciaram o protesto contra a detenção administrativa há 19 dias. Por seu lado, Osama Darkouk encontra-se em greve de fome há 15 dias. Outros seis reclusos palestinianos em cadeias israelitas estão em greve de fome há 12 dias: Hadi Nazzal, Mohammad Taysir Zakarneh, Anas Kmail, Abdelrahman Baraka, Mohammad Basem Ikhmis e Zuhdi Abdo, informa a agência Wafa, com base na SPP. Na semana passada, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa», que permite manter na cadeia presos sem acusação ou julgamento, numa clara violação das normas internacionais. Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, esta segunda-feira, que quatro presos palestinianos sem acusação ou julgamento tinham iniciado há nove dias uma greve de fome por tempo indeterminado. Em comunicado divulgado pela Wafa, a SPP indicou que Anas Ibrahim Shadid, de 26 anos, Mahmoud Abdel Halim Talahma, de 32, Abdullah Mohammad Abido, de 36, e Mohammad Ahmad Dandis, de 25, iniciaram o protesto para denunciar a sua detenção sem acusação ou julgamento. Acrescentou que todos os detidos estão na cadeia israelita de Ofer, perto de Ramallah, e são originários da província de Hebron (al-Khalil), no Sul da Cisjordânia ocupada. A organização de defesa dos direitos dos presos informa que Shadid foi preso três vezes, sempre no regime de detenção administrativa, tendo passado, no total, três anos atrás das grades. Durante esses períodos, levou a cabo duas greves de fome, uma delas com a duração de 90 dias, em 2016. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Talahma, detido desde Março de 2022, é um advogado e antigo prisioneiro, que passou dois anos e meio nas cadeias israelitas. Abido é também um antigo prisioneiro, que passou cinco anos e meio nas prisões da ocupação – a maior parte do tempo ao abrigo do regime de detenção administrativa. Por seu lado, Dandis foi preso pela primeira vez a 23 de Março último, tendo-lhe sido imposta uma detenção administrativa por um período de seis meses. Este protesto ocorre num contexto em que Israel intensifica o recurso às detenções sem acusação ou julgamento. Segundo revelou a SPP, existem actualmente nas cadeias israelitas 1083 presos palestinianos a quem foi aplicado este regime de detenção, 17 dos quais são menores. O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, responsabilizou Israel pelo «assassinato» de Khader Adnan, ao não atender ao protesto contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. A Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) afirmou, em comunicado, que Khader Adnan, de 44 anos, foi encontrado inconsciente esta madrugada na sua cela, tendo sido levado para um hospital, onde foi declarado morto. Adnan, natural da cidade de Arraba (perto de Jenin), foi preso 12 vezes ao longo da sua vida, tendo recorrido à greve de fome em diversas ocasiões para protestar contra as suas detenções sem qualquer acusação, afirmou a SPP, citada pela agência Wafa. A última detenção ocorreu a 5 de Fevereiro e Adnan entrou de imediato em greve de fome por tempo indeterminado, refere a fonte, acrescentando que pelo menos 236 presos palestinianos morreram desde 1967. Ao ter conhecimento da notícia, o primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, acusou Israel de ter cometido um assassinato. O número foi destacado pela Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) em conferência de imprensa. A maior parte encontra-se nos centros de detenção de Ofer e de Naqab (Neguev). O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional – até do Departamento de Estado norte-americano e da Amnistia Internacional –, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. Agora, a SPP revelou também que, dos 835 palestinianos actualmente presos ao abrigo deste regime, 80 são mulheres, indica a agência Wafa. Além disso, a organização não governamental (ONG) informou que, ao longo de 2022, as autoridades israelitas emitiram 2134 ordens de detenção administrativa, 242 das quais em Novembro (o ano passado foram 1595). Desde o início de 2022 até ao fim de Novembro, as forças israelitas prenderam 6500 palestinianos, revelou a SPP, citada pela agência turca Anadolu. Entre os detidos, contavam-se 153 mulheres e 811 menores de idade acrescentou. As forças de ocupação israelitas detiveram 5300 palestinianos desde o princípio deste ano, incluindo 111 mulheres e 620 menores de idade, revelou esta segunda-feira uma organização não governamental. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) afirmou que, com 2353 detenções registadas, Jerusalém Oriental ocupada se situa no primeiro lugar por regiões, e que Abril foi o mês com maior número de detenções (1228 casos), noticia a agência Wafa. A SPP condenou os ataques e raides israelitas contra cidades, aldeias e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada para prender activistas, referindo que muitos palestinianos foram mortos, nesse processo, pelas balas do Exército. Neste contexto, o número de execuções extrajudiciais no terreno, em 2022, é mais elevado por comparação com anos anteriores, alertou a SPP, que também questionou os bloqueios militares a localidades e campos de refugiados palestinianos, classificando-os como uma punição colectiva. No que respeita às detenções administrativas, a organização afirmou que este ano, até à data, foram emitidas 1160. Só no mês de Agosto, foram decretadas 272, pelo que, no final de Setembro, havia cerca de 800 palestinianos nas prisões israelitas detidos sem acusação ou julgamento. Ao abrigo deste regime, os períodos de detenção podem ser infinitamente renovados por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. De forma reiterada, os presos palestinianos detidos sob este regime iniciam greves de fome para denunciar os seus casos e a política de detenção administrativa, exigindo a sua libertação. Diversas instâncias das Nações Unidas têm denunciado repetidamente este regime israelita de detenção, na medida em que não faculta aos detidos palestinianos as «salvaguardas jurídicas básicas» e violam o direito internacional humanitário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Só no mês de Novembro, foram detidos 490 palestinianos, incluindo 76 menores e 12 mulheres, informaram, num relatório conjunto, a SPP, a Addameer, o Centro de Informação Wadi Hilweh e a Comissão dos Assuntos dos Presos e Ex-Presos Palestinianos. No relatório mensal a que o Middle East Monitor faz referência, as quatro organizações de defesa dos direitos presos afirmaram que, no mês passado, o maior número de detenções ocorreu em Hebron (al-Khalil; 135 casos), seguida por Jerusalém (123), Ramallah (52), Jenin e Nablus. De acordo com os grupos, há actualmente nas cadeias israelitas cerca de 4700 palestinianos presos, incluindo 34 mulheres e 150 menores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A ocupação israelita e a sua administração prisional levaram a cabo o assassinato deliberado do preso Khader Adnan ao rejeitar o seu pedido de libertação, ao negligenciá-lo medicamente e ao mantê-lo na sua cela apesar da gravidade do seu estado de saúde», afirmou Shtayyeh em comunicado. Várias facções palestinianas pronunciaram-se no mesmo sentido, responsabilizando Israel pela morte de Khader Adnan e sublinhando o crime «premeditado e a sangue-frio». Por seu lado, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu uma investigação internacional sobre a morte do prisioneiro e instou o Tribunal Penal Internacional a incluir este caso no processo relativo aos crimes de guerra cometidos por Israel contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Para denunciar «o crime que levou à morte» de Khader Adnan numa prisão israelita, foi declarada, esta terça-feira, uma greve geral que «afecta todos os aspectos da vida», tanto na Faixa de Gaza cercada como na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, indica a Wafa. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. A 2 de Maio último, Khader Adnan, de 44 anos, morreu na cadeia, quase três meses depois de ter iniciado uma greve de fome contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado de imprensa, que a Wafa cita, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», acrescenta a nota. De acordo com os dados divulgados em Junho último pela organização israelita de defesa dos direitos B'Tselem, em Março deste ano, Israel mantinha nas suas prisões 1017 pessoas em regime de detenção administrativa. É preciso recuar duas décadas, até Abril de 2003, para encontrar um número mais elevado de detidos administrativos nas prisões israelitas – 1140 –, referiu a organização. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou a B'Tselem, outra organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. De forma sistemática, presos administrativos entram em greve de fome por tempo indeterminado para chamar a atenção para os seus casos e forçar a sua libertação. Em meados de Agosto, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa». Num comunicado de imprensa, divulgado pela Wafa, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», afirmou o organismo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde 28 de Setembro de 2000 até à data, refere a Comissão, foram detidas mais de 2600 raparigas e mulheres, incluindo quatro que deram à luz na cadeia. No mesmo período, foram emitidas 32 mil ordens de detenção administrativa, a que Israel recorre para manter reclusos nas cadeias sem acusação nem julgamento, com base numa «prova secreta» que nem o advogado do detido pode ver. A Comissão registou um aumento «assinalável» no recurso a este regime, amplamente condenado a nível internacional, contra o qual os presos palestinianos protestam, de forma reiterada, entrando em greve de fome por tempo indeterminado, para exigir a sua libertação e o fim da aplicação da política de detenção referida. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou recentemente a B'Tselem, uma organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No relatório agora publicado, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos refere-se ainda ao recurso à tortura nos cárceres israelitas, bem como aos assassinatos e às «execuções lentas» por falta de cuidados médicos. Denuncia igualmente a «escalada de casos de opressão, abuso e incitação racista» contra os presos palestinianos. De acordo com o organismo, estão actualmente detidos em cadeias israelitas, nos territórios ocupados em 1948, cerca de 5200 palestinianos. Destes, 38 são mulheres e 170 são menores de idade. Há ainda mais de 1250 presos palestinianos em regime de detenção administrativa e 700 reclusos doentes, 24 dos quais com enfermidades oncológicas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado posterior, as Brigadas al-Qassam afirmaram ter capturado «mais de 35 soldados e civis israelitas do colonato sionista de Sderot». A operação desta manhã apanhou de surpresa o Exército da ocupação, o que está a valer múltiplas críticas ao governo de Netanyahu, em Israel. Entretanto, foi declarado o «estado de preparação para a guerra» entre as forças militares israelitas, e o ministro da Defesa, que aprovou o recrutamento de soldados na reserva, declarou o estado de emergência numa faixa de 80 quilómetros em redor da Faixa de Gaza. A agência Wafa já deu conta de bombardeamentos israelitas contra o enclave costeiro nas últimas horas, dos quais resultaram vários mortos. A mesma fonte refere que o Ministério palestiniano da Saúde colocou todas as unidades hospitalares do país em situação de emergência. De acordo com as autoridades de saúde no enclave costeiro, pelo menos 198 pessoas morreram e mais de 1600 ficaram feridas (muitas das quais em estado grave) como consequência dos bombardeamentos israelitas contra a Faixa e Gaza ao longo do dia, refere a Wafa, em retaliação contra o ataque da resistência palestiniana, esta manhã. Por seu lado, a agência Prensa Latina refere-se à morte de uma centena de israelitas e cerca de 900 feridos, no contexto da operação de grande escala da resistência palestiniana, que ocupou diversas localidades e bases militares da ocupação próximas do enclave cercado. Entretanto, a Wafa dá conta de vários ataques da parte de colonos e forças israelitas contra diversas localidades e bairros palestinianos na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas, dos quais resultaram pelo menos um morto e um número indeterminado de feridos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Israel retaliou com a «Operação Espadas de Ferro», com ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza sitiada e, de acordo com a última contagem do Ministério da Saúde palestiniano, 313 habitantes de Gaza morreram na ofensiva, incluindo 20 crianças, enquanto outros 1990 palestinianos ficaram feridos no enclave. Do lado israelita, foram confirmadas até à manhã de hoje cerca de 300 pessoas mortas e 1864 feridas, das quais 19 estão em estado crítico, 326 em estado grave e as restantes em estado moderado ou ligeiro. No ano em que se assinalam os 75 anos da Nakba (catástrofe), «mais de cinco décadas depois de Israel ocupar militarmente a totalidade do território da Palestina histórica», o MPPM lembra que a campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação de Israel se prolonga até hoje. «Em Gaza, de onde partiu esta acção, vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas, descendentes dessas sucessivas vagas de limpeza étnica», alerta o movimento. Apesar de as Nações Unidas o considerarem «impróprio para sustentar a vida humana», desde 2006 que o Estado israelita impõe um «bloqueio criminoso» sobre aquele território. Uma ONG palestiniana e outra israelita acusam Israel de ter trabalhado para «branquear a verdade» sobre os crimes cometidos pelas suas tropas durante os protestos da Grande Marcha do Retorno, em Gaza. Num relatório conjunto, o Centro Palestiniano para os Direitos Humanos (PCHR), sediado em Gaza, e a organização israelita B'Tselem analisam as investigações que Israel diz ter levado a cabo na sequência da repressão exercida pelas forças israelitas sobre os manifestantes que, na Faixa de Gaza, reclamaram o direito de regresso dos refugiados a suas casas. Os protestos conhecidos como Grande Marcha do Retorno começaram a 30 de Março de 2018 e prolongaram-se por mais de um ano e meio. Pelo menos 200 palestinianos foram mortos e 13 500 ficaram feridos – seguindo os números por baixo, uma vez que outras fontes apontam para mais de 300 mortos e cerca de 18 mil feridos, várias dezenas dos quais menores. O vento e a chuva forte que se abateram esta semana sobre Gaza não impediram centenas de manifestantes de participarem, na sexta-feira, na última manifestação de 2019 da Grande Marcha do Retorno. Dezenas de palestinianos foram feridos esta sexta-feira pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, quando participavam na 86.ª manifestação da Grande Marcha do Retorno, perto da vedação com que Israel isola o território palestino, segundo o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Vários dos participantes nas manifestações, segundo o MPPM, foram feridos por balas reais e revestidas de borracha, enquanto dezenas de outros sofreram de asfixia por efeito do gás lacrimogéneo disparado pelas forças de ocupação. Centenas de manifestantes participaram nos protestos apesar das adversas condições climatéricas. A Faixa de Gaza tem sido batida por vento e chuva forte na última semana, com as inundações a porem em risco cerca de 235 mil pessoas nas áreas mais baixas da Faixa de Gaza, segundo um relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) no território palestiniano ocupado. A 30 de Março os palestinianos comemoram o Dia da Terra. Nesse dia, em 1976, no Norte de Israel, foram assassinados seis palestinianos que protestavam contra a expropriação de terras para dar lugar a aldeamentos judaicos. Cerca de 100 outras pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e as grandes manifestações de protesto que, no mesmo dia, ocorreram no território do Estado de Israel. A 30 de Março de 2018 a comemoração atingiu uma dimensão inusitada, ao tornar a celebração deste dia como o primeiro de uma «Grande Marcha do Retorno», uma reclamação do direito de regresso dos refugiados aos seus lares – tal como prescreve a resolução 194 das Nações Unidas – à Palestina histórica, de onde mais de 700 mil pessoas foram expulsas pelas tropas israelitas em 1948, durante a chamada «catástrofe» («Nakba», em árabe). Desde então o protesto repete-se semanalmente, violentamente reprimido pelas forças israelitas, incluindo com o recurso a snipers e fogo real directo. Como resultado, pelo menos 348 palestinos foram mortos em Gaza por fogo israelita desde o início das marchas, a maioria deles durante as manifestações, segundo uma contagem da AFP citada pelo MPPM. Para além disso, o Ministério da Saúde de Gaza regista mais de 18 mil feridos pelas forças repressivas sionistas. Entre as baixas contam-se crianças, mulheres, muitos adolescentes, jornalistas e trabalhadores dos serviços de saúde que tentam socorrer os manifestantes. Em Março, uma missão de averiguação da ONU concluiu que as forças israelitas cometeram violações de direitos humanos na repressão dos manifestantes em Gaza, o que pode constituir crimes de guerra. Os organizadores da Grande Marcha do Retorno anunciaram nesta quinta-feira que os protestos seriam suspensos até Março de 2020, altura em que serão retomados, coincidindo com o seu segundo aniversário e também com o Dia da Terra palestina (30 de Março). A partir daí realizar-se-ão a um ritmo mensal. Além do bloqueio a que sujeita a Faixa de Gaza, na última década Israel lançou três guerras de agressão contra o pequeno território palestino e dezenas de ataques de escala mais limitada, matando milhares de pessoas e causando enormes destruições de casas e infra-estruturas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As duas organizações não governamentais (ONG) acusam Israel de proteger os responsáveis políticos e militares, «em vez de tomar medidas contra as pessoas que conceberam e implementaram a política ilegal de atirar a matar». Israel foi célere a anunciar que estava a investigar os protestos, sobretudo devido aos procedimentos em curso no Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmaram as organizações numa conferência de imprensa, a que a agência WAFA faz referência. Isso deve-se ao princípio da complementaridade do TPI, ou seja, se um Estado «estiver disposto e tiver capacidade» para realizar a investigação e a efectuar, o TPI não intervém. No entanto, não basta declarar que uma investigação está a ser feita; ela tem de ser eficaz, dirigida às altas patentes responsáveis e conduzir a uma acção contra elas, sublinham, acrescentando que isso não ocorre neste caso. «As investigações conduzidas por Israel não são mais do que uma cortina de fumo erguida para proteger do TPI os funcionários responsáveis. Israel não quer e não consegue investigar as violações de direitos humanos perpetradas pelas suas forças durante os protestos da Grande Marcha de Retorno na Faixa de Gaza. Tendo isto em conta, cabe agora ao TPI garantir a responsabilização penal», disseram as duas organizações. «Estas investigações – tal como as levadas a cabo pelo sistema de aplicação da lei militar noutros casos em que soldados causaram danos aos palestinianos – fazem parte do mecanismo de branqueamento de Israel, e o seu principal objectivo continua a ser silenciar as críticas externas, para que Israel possa continuar a implementar sua política sem mudanças», lê-se no portal da B'Tselem. A mudança da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém fica associada a um «Dia de Raiva» na Palestina. Na Faixa de Gaza cercada, os franco-atiradores israelitas massacram os manifestantes. Quando o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a intenção de mudar a Embaixada do seu país de Telavive para essa cidade, ficou claro que tal passo constituía uma declaração de apoio ao Estado de Israel e à sua política de ocupação e repressão na Palestina, nomeadamente em Jerusalém. Várias organizações têm denunciado o número crescente de ameaças em locais religiosos não-judaicos, na cidade, bem como a intensificação do plano de «judaização» de Jerusalém Oriental, com o aumento da construção de colonatos e a expulsão da população palestiniana de suas casas, que são muitas vezes demolidas. Declarada por Israel como sua capital, Jerusalém tem o estatuto, reconhecido pelas Nações Unidas, de cidade ocupada, sendo Israel a potência ocupante (desde 1967). Os palestinianos querem-na como sua capital e quem apoia a solução dos «dois estados» reconhece que o Estado da Palestina tem em Jerusalém Oriental a sua capital. Logo em Dezembro, foi generalizado o repúdio internacional pela decisão da administração norte-americana e, a 21 desse mês, materializou-se na aprovação, por esmagadora maioria, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução que rejeita essa decisão e insta todos os estados-membros a não estabelecerem missões diplomáticas em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980. Esse repúdio face ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel também se fez sentir no interior de Israel, onde académicos, antigos embaixadores e defensores da paz enviaram uma carta a um representante de Trump, seguntou reportou o periódico Haaretz. Inicialmente, não ficou explícito que a concretização da mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém estaria associada ao 70.º aniversário da criação do Estado de Israel, que hoje se assinala, e que teria lugar na véspera da Nakba – a limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas e pelo Estado de Israel, em que mais de 750 mil palestinianos foram expulsos das suas casas e terras –, uma «catástrofe» que todos os anos os palestinianos marcam a 15 de Maio. Na visita que efectuou em Janeiro a Israel, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, afirmou que essa mudança deveria ocorrer no final de 2019. No entanto, a 23 de Fevereiro, o Departamento de Estado anunciou a antecipação da mudança para 14 de Maio, o que foi encarado pelos palestinianos como mais uma acção de «provocação». Em protesto contra a mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém, os palestinianos chamaram «Dia de Raiva» a este 14 de Maio. Nos territórios ocupados da Cisjordância, há notícia de mobilizações pelo menos em Ramallah e Hebron. Mas a grande mobilização está a ter lugar na Faixa de Gaza cercada, junto às vedações que enclausuram perto de 2 milhões de palestinianos – 80% dos quais são descendentes de refugiados – no pequeno enclave. De acordo com a PressTV, as forças militares israelitas, que reforçaram a sua presença tanto em redor de Gaza como na Margem Ocidental ocupada –, esperavam que 100 mil pessoas se manifestassem nos pontos habituais, hoje, dia da mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém. «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados» Sobre o culminar dos protestos pacíficos da Grande Marcha do Retorno, que se iniciaram a 30 de Março, o ministro israelita da Educação, Naftali Bennet, do partido de extrema-direita Lar Judaico, disse a uma rádio israelita que a vedação seria encarada como uma «Muralha de Ferro» e que quem se aproximasse dela seria tratado como um «terrorista», refere a PressTV. A mesma fonte indica ainda que a Força Aérea israelita lançou panfletos sobre a Faixa de Gaza, ontem e hoje, para demover os manifestantes de se aproximarem da vedação, mas sem sucesso, já que estes, segundo refere a Al Jazeera, têm estado a tentar atravessá-la, «defendendo o seu direito ao regresso, ao retorno, aconteça o que acontecer». Um membro do comité organizador da Grande Marcha do Retorno disse à Al Jazeera que, ao tentarem atravessar a vedação, «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados». Os franco-atiradores responderam de forma brutal, matando mais de quatro dezenas de pessoas que se manifestavam perto da vedação e ferindo perto de 2000, até ao momento. De acordo com a organização, os protestos de hoje e os que estão previstos para amanhã – dia da Nakba – devem ser os mais massivos, sendo o ponto culminante das sete semanas de mobilizações, fortemente reprimidas pelas forças israelitas, junto à vedação com a Faixa de Gaza. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Apesar dos milhares de feridos palestinianos resultantes da política de «atirar a matar» e de mais de centena e meia ter ficado sem membros inferiores ou superiores – as tropas israelitas usaram balas explosivas, as chamadas butterfly bullets, que se expandem no contacto com o corpo, provocando danos severos nos tecidos, nos ossos, nas veias –, nenhum destes casos foi investigado. Sem explicação, os militares decidiram investigar apenas os casos em que palestinianos foram mortos. Dos 234 casos recebidos pelos procuradores do Exército, foi completa a revisão de 143 e um deles, o da morte do adolescente Othman Hiles, de 14 anos, levou à condenação de um soldado por «abuso de autoridade ao ponto de pôr em risco a vida e a saúde». Foi condenado a um mês de serviço comunitário. No seu portal, a B'Tselem sublinha que «a conduta de Israel respeitante à investigação dos protestos em Gaza não é nova nem surpreendente», e recorda o que se passou depois da Operação Chumbo Fundido, em 2009, e da Operação Margem Protectora, em 2014. «Então, também, Israel desrespeitou o direito internacional, recusou-se a reformar a sua política apesar dos resultados letais e desviou as críticas prometendo investigar a sua conduta. Então, também, nada resultou dessa promessa», afirma. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por outro lado, entre Março de 2018 e Dezembro de 2019, uma série de manifestações pacíficas designadas Grande Marcha do Retorno foram brutalmente reprimidas pelo exército de Israel, contabilizando-se 223 mortos e mais de nove mil feridos, sob o silêncio da comunidade internacional. «Os assaltos das forças de ocupação israelita às povoações e campos de refugiados palestinos, assim como a violência dos colonos e as prisões arbitrárias são o quotidiano com que os palestinos, homens e mulheres, jovens e menos jovens diariamente se confrontam», lembra o MPPM, salientando que, até este sábado, pelo menos 247 palestinianos, sobretudo jovens, foram mortos pelas forças israelitas e por colonos. Neste sentido, insiste que a paz no Médio Oriente e a solução da questão palestiniana «passam necessariamente por um desenlace que respeite os direitos inalienáveis» do povo palestiniano a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados. O MPPM rejeita os «lamentos» daqueles que «hipocritamente condenam as acções violentas de resistência dos oprimidos e se calam desde há décadas (ou pior, colaboram) perante a violência da ocupação», e entre os quais se encontra o Governo português. «Israel tem o direito de se defender. Estes ataques nada resolverão, contribuindo apenas para piorar a situação na região. Estamos solidários com Israel e oferecemos condolências pelas vítimas.», disse o ministro João Gomes Cravinho, este sábado, na rede social X. O governo palestiniano denunciou junto da ONU o assassinato de 44 menores, este ano, por soldados israelitas. Neste contexto, reclamou protecção para a infância e a responsabilização de Telavive. Numa carta enviada esta segunda-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu protecção especial urgente para as crianças palestinianas, informa a agência Wafa. Mahmoud Samoudi, de 12 anos, foi, ontem, a vítima mortal mais recente das forças israelitas, não resistindo aos ferimentos quase duas semanas depois de ter sido atingido por uma bala no abdómen, durante uma operação militar na cidade de Jenin (Norte da Cisjordânia ocupada). Só nos últimos dias, «Israel, a potência ocupante, matou cinco crianças e jovens palestinianos, incluindo Adel Adel Daud (14 anos), Mahdi Ladadwa (17), Mahmoud Sous (17), Fayez Khaled Damdoum (17) e Ahmad Draghmeh (19)», indica o texto das autoridades palestinianas. Até 10 de Dezembro, 86 crianças foram mortas nos territórios ocupados da Palestina, fazendo de 2021 o ano mais mortífero para elas desde 2014, segundo os registos de uma organização não governamental. As forças israelitas mataram 76 crianças palestinianas este ano – 61 na Faixa de Gaza cercada e 15 na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Civis israelitas armados mataram duas crianças palestinianas na Cisjordânia, revela o relatório agora publicado pela Defense for Children International – Palestine (DCIP). A estas 78 crianças juntam-se sete que foram mortas por foguetes disparados incorrectamente por grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza, e uma outra que foi morta por uma munição não detonada, cujas origens a ONG não conseguiu determinar. «Nos termos do direito internacional, a força letal intencional só se justifica em circunstâncias em que esteja presente uma ameaça directa à vida ou de ferimentos graves. No entanto, investigações e provas recolhidas pelo DCIP sugerem que as forças israelitas utilizam regularmente força letal contra crianças palestinianas em circunstâncias que podem equivaler a execuções extrajudiciais ou intencionais», lê-se relatório, traduzido pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM. Durante os 11 dias do ataque militar israelita à Faixa de Gaza, em Maio de 2021, naquilo que ficou conhecido como Operação Guardião dos Muros, as forças israelitas mataram 60 crianças palestinianas, segundo os dados recolhidos pela DCIP. «Aviões de guerra israelitas e drones armados bombardearam áreas civis densamente povoadas, matando crianças palestinianas que dormiam nas suas camas, brincavam nos seus bairros, faziam compras nas lojas perto das suas casas e celebravam o Eid al-Fitr [festa no fim do Ramadão] com as suas famílias», disse Ayed Abu Eqtaish, director do programa de responsabilização da DCIP. «A falta de vontade política da comunidade internacional para responsabilizar os funcionários israelitas garante que os soldados israelitas continuarão a matar ilegalmente crianças palestinianas com impunidade», acrescentou. A DCIP lembra que o direito humanitário internacional proíbe ataques indiscriminados e desproporcionados, e exige que todas as partes num conflito armado façam a distinção entre alvos militares, civis e objectos civis. O pico mais recente de assassinatos de crianças ocorrera em 2018, quando forças israelitas e colonos mataram crianças palestinianas a um ritmo médio superior a uma por semana (57). A maioria dessas mortes ocorreu durante os protestos da Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza, refere o organismo. De acordo com os dados da DCIP, foram mortas 2196 crianças palestinianas, desde 2000, em resultado da presença de militares e de colonos israelitas nos territórios ocupados da Palestina. A Defense for Children International – Palestine é uma das seis organizações de direitos humanos que Israel pretende silenciar, lembra o MPPM, sublinhando que a medida tem merecido a condenação generalizada a nível internacional e foi denunciada pelo MPPM a 29 de Outubro último. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A carta afirma que as forças de ocupação estão a utilizar «a política infame de atirar a matar» – de que resultou a morte de centenas de crianças palestinianas –, ao apontarem «deliberadamente» para a parte superior dos seus corpos. «Israel dispara deliberadamente contra os menores palestinianos com o objectivo declarado de os matar e mutilar, negando-lhes o direito à vida», lê-se no texto, sublinhando que «as crianças jamais devem ser mortas ou mutiladas», bem como a necessidade de medidas urgentes para as proteger da «escalada dos crimes israelitas». Neste sentido, o governo palestiniano exigiu medidas contra Telavive, destacando que as «evidências dos seus crimes crescentes contra as crianças palestinianas são, sem dúvida alguma, esmagadoras», violando o direito internacional e as resoluções que constituem a base da protecção das crianças nos conflitos armados. «A protecção das crianças é a maior obrigação moral, legal e política da humanidade», frisa o documento, no qual se pede à comunidade internacional que «ponha fim a este pesadelo intolerável que as nossas crianças vivem diariamente» e que tome medidas para responsabilizar Israel «pelos seus crimes horrendos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Os que há décadas convivem com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos do povo palestino, não têm autoridade moral para hoje se queixarem das tempestades que provocaram», defende o MPPM. Certo de que a violência poderá alastrar-se a todo o Médio Oriente, o movimento recorda que Israel, «com o apoio dos países "ocidentais" e em primeiro lugar dos Estados Unidos da América», é a maior potência militar da região e a única a dispor de armas nucleares. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em simultâneo, revela a Wafa, têm-se registado múltiplas agressões e raides, da parte de colonos e forças istraelitas, na Margem Ocidental ocupada. Pelo menos cinco palestinianos foram ali mortos nas últimas 24 horas, em vários pontos do território ocupado. A operação israelita de larga escala segue-se à operação, lançada no sábado de manhã, por forças da resistência palestiniana na Faixa de Gaza, onde o Hamas é o elemento predominante. Segundo foi revelado então, a ala militar do Hamas lançou pelo menos 5000 rockets para aquilo que é hoje Israel. As forças da resistência derrubaram, em vários pontos, a vedação que cerca o território e atacaram os colonatos em redor por terra, mar e ar. Pelo menos 700 israelitas foram mortos nessa operação que alguma imprensa israelita classificou como «nunca vista» e mais de cem foram feitos prisioneiros, incluindo militares de alta patente. No domínio político-mediático da «comunidade internacional», o mundo predominantemente ocidental e branco, as vozes sobre «A Guerra» (só havia uma e mais nenhuma: a da Ucrânia) silenciaram-se e, nas fachadas das praças de capitais como Nova Iorque, Berlim ou Bruxelas, as bandeiras da Ucrânia foram substituídas pelas de Israel. Desde o Mandato Britânico que os palestinianos são sujeitos à opressão, que se intensificou com a construção, nas suas terras, do Estado de Israel, erguido à custa das forças paramilitares que expulsaram os palestinianos de suas casas e os mataram ou meteram em guetos. A campanha de limpeza étnica então iniciada mantém-se até hoje, sob um regime de apartheid, por via do saque de territórios e de recursos, a destruição de casas, escolas e outras infra-estruturas, e a expulsão dos palestinianos das terras onde vivem. De forma sistemática, as forças israelitas bombardeiam a Faixa de Gaza, que mantêm fechada e cercada num férreo bloqueio, com mais de dois milhões de pessoas a viver em condições insalubres, sem luz, água potável, mas «a comunidade internacional» projecta as suas bandeiras nos edifícios das suas praças quando a Palestina – reduzida ao Hamas – se ergue e rompe o cerco. Entretanto, no enorme campo de deslocados que é Gaza, cerca de 70 mil pessoas procuraram refúgio dos bombardeamentos nas 64 escolas operadas pela UNRWA – a agência da ONU para os refugiados palestinianos no Médio Oriente. Em comunicado, a UNRWA confirmou que dois alunos em escolas que opera em Khan Younis e Beit Hanoun se encontram entre os mortos. Pelo menos três escolas da organização sofreram danos provocados pelos bombardeamentos, acrescenta o texto. A UNRWA sublinhou que os civis devem ser sempre protegidos, também em período de guerra, e apelou a um cessar-fogo imediato e ao fim da violência em todo o lado. A operação das forças da resistência em território israelita continua. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Neste período, mais de 1350 palestinianos perderam a vida e mais de 6000 ficaram feridos, a grande maioria dos quais na sequência dos bombardeamentos indiscriminados da aviação israelita sobre o enclave costeiro densamente habitado, outros em ataques das forças de ocupação na Margem Ocidental, revelou esta quinta-feira o Ministério palestiniano da Saúde. Já uma agência ONU informou que mais de 338 mil pessoas foram obrigadas a fugir de suas casas devido aos bombardeamentos. Um jornalista palestiniano, Salam Mesma, perdeu a vida na terça-feira, na sequência de um bombardeamento que tirou também a vida a toda a sua família, revelou o Palestine Online. Na véspera, outros três jornalistas palestinianos foram mortos – Mohammad Soboh, Saeed al-Taweel e Hisham al-Nawajha. Taweel, que era o editor-chefe do portal noticioso Al-Khamsa, foi morto com os seus colegas quando saíram para filmar e fotografar a evacuação de um edifício que estava em risco de ser bombardeado pela aviação israelita. Foram atingidos mesmo usando os coletes e os capacetes que os identificavam claramente como jornalistas. Milhares de pessoas participaram no funeral de al-Taweed e Soboh, que perderam a vida de imediato; al-Nawajha ainda foi levado para um hospital, onde viria a falecer. Outros dois jornalistas – Ibrahim Mohammed Lafi e Mohammad Jarghoun – foram mortos quando faziam reportagens sobre a guerra no sábado, em locais diferentes da Faixa de Gaza. Também no sábado, Mohammed el-Salhi, jornalista freelancer, foi morto a na Faixa de Gaza. Já esta quarta-feira a agência Wafa revelou que o jornalista palestiniano Mohammad Fayez Abu Matar, que trabalhava para várias agências internacionais, foi morto durante um bombardeamento israelita na região de Rafah. O Sindicato dos Jornalistas Palestinianos condenou o assassinato de jornalistas na Faixa de Gaza, tendo feito um apelo a associações árabes e mundiais de jornalistas, bem como a instituições ligadas à ONU e à defesa dos direitos humanos «para que tomem medidas para proteger os jornalistas palestinianos e travem os assassinatos perpetrados de forma sistemática e por decisão oficial do governo da ocupação israelita». Milhares de sírios manifestaram-se em solidariedade com o povo palestiniano e contra a brutalidade da máquina de guerra israelita em Gaza, onde mais de 22 mil unidades habitacionais foram destruídas. Em Damasco, os manifestantes concentraram-se esta terça-feira na Praça Arnous, no centro da cidade, ergueram bandeiras palestinianas e sírias, e exibiram faixas com frases que deixam claro o total apoio do povo sírio aos palestinianos, à sua luta de libertação nacional e pela recuperação dos territórios ocupados. Os manifestantes criticaram a impunidade que os Estados Unidos conferem a Israel e a incapacidade das Nações Unidas para travar a crueldade exercida por Telavive contra o povo palestiniano, refere Fady Marouf, correspondente da Prensa Latina no país levantino. Na mobilização damascena, esta terça-feira, os manifestantes afirmaram que a propalada «invencibilidade do Exército israelita foi para sempre arrasada», na sequência da operação «Dilúvio de al-Aqsa», lançada por várias facções da resistência palestiniana em Gaza, onde o movimento Hamas é predominante. Neste mesmo contexto, enquanto edifícios emblemáticos em Nova Iorque, Berlim ou Bruxelas exibiram a bandeira israelita projectada, a Ópera de Damasco fez brilhar as cores da bandeira palestiniana, como expressão de solidariedade e unidade na luta contra um inimigo comum. A nível oficial, Parlamento, Ministério dos Negócios Estrangeiros e o partido Baath, no poder, emitiram comunicados em que reafirmaram a histórico posicionamento de apoio da parte de Damasco aos seus irmãos palestinianos, até que estes recuperem os direitos que lhes assistem, garantidos pelo Direito Internacional. Nos últimos dias, milhares de pessoas manifestaram-se em várias cidades do mundo em solidariedade com o povo palestiniano e contra um novo episódio de barbárie israelita na Faixa de Gaza – desta vez, em resposta à operação da resistência nos territórios ocupados em 1948. Houve grandes manifestações em cidades norte-americanas como Nova Iorque, Chicago, Mineápolis, Los Angeles, Atlanta, San Francisco ou Nova Jérsia, de condenação à agressão israelita contra o povo palestiniano no enclave costeiro. Neste contexto, 33 organizações estudantis universitárias dos EUA condenaram a «brutal agressão» sionista contra Gaza e a Cisjordânia, tendo responsabilizado a ocupação pela deterioração da situação, «obrigando os palestinianos a viver numa prisão a céu aberto», refere a agência Wafa. Também houve grandes mobilizações solidárias com o povo palestiniano no Reino Unido, exigindo um Estado independente para a Palestina e o fim da agressão israelita. No sábado, a resistência palestiniana quebrou a vedação que cerca o enclave e lançou uma ofensiva contra os territórios ocupados em 1948. Desde então, a aviação israelita matou mais de 430 palestinianos. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério palestiniano da Saúde esta manhã, os bombardeamentos indiscriminados na Faixa de Gaza, conhecida como «a maior prisão a céu aberto», provocaram a morte a 436 pessoas, incluindo 91 menores, e fizeram 2271 feridos, 244 dos quais crianças. Nas últimas horas, a aviação da ocupação lançou centenas de raides contra o enclave costeiro, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, atingindo edifícios residenciais, infra-estruturas oficiais e civis, bem como edifícios religiosos, tendo destruído pelo menos duas mesquitas, indica a agência Wafa. Só no sábado, os bombardeamentos israelitas provocaram 300 mortos, o que, segundo destaca o portal The Cradle, é o número mais elevado de palestinianos mortos em ataques aéreos da ocupação num só dia desde 2008. Enquanto se mantiver a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos, não haverá paz, alerta o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). O MPPM reage assim às acções desencadeadas em Gaza e em Israel na madrugada deste sábado. Eram 4h30 em Lisboa (6h30 no local), quando militantes de organizações da resistência palestiniana lançaram, a partir da Faixa de Gaza, um ataque de surpresa, em larga escala, contra Israel, no que apelidaram de «Operação Dilúvio Al-Aqsa». Segundo as organizações, a acção foi uma resposta à profanação da Mesquita de Al-Aqsa e ao aumento da violência dos colonos, e confirma, insiste o MPPM num comunicado, «que não é possível ter uma situação de paz na Palestina e, por consequência, no Médio Oriente, continuando a espezinhar os legítimos direitos do povo palestino e persistindo em manter a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos». Diversos grupos da resistência declararam o apoio à operação lançada contra Israel, esta manhã, a partir da Faixa de Gaza, sublinhando que faz parte da luta de libertação nacional. «Fazemos parte desta batalha e os nossos combatentes estão lado a lado com os seus irmãos nas Brigadas al-Qassam (ala militar do Hamas) até à vitória», afirmou em comunicado Abu Hamza, porta-voz das Brigadas de al-Quds, braço militar da Jihad Islâmica. Em termos semelhantes, refere a Prensa Latina, se pronunciaram as Brigadas al-Nasser Salah al-Din, do Movimento de Resistência Popular: «Unidos numa trincheira neste dia glorioso do nosso povo.» Por seu lado, as Brigadas de Resistência Nacional anunciaram que os seus membros se juntaram à operação, lançada esta manhã pelo Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de rockets e uma incursão terrestre em território ocupado em 1948. Atingido por disparos de colonos na cidade de Huwara, Labib Dumaidi, de 19 anos, é a mais recente das quatro vítimas mortais na Margem Ocidental ocupada, revelou o Ministério da Saúde. De acordo com a informação divulgada pelo Ministério, Labib Mohammed Dumaidi ficou gravemente ferido durante um ataque de colonos, ontem à noite, na cidade de Huwara, a sul de Nablus. Levado para um hospital, não resistiu aos ferimentos, já nas primeiras horas de sexta-feira. Residentes de Huwara tentaram fazer frente à provocação levada a cabo por dezenas de colonos, protegidos por forças militares israelitas, indica a Wafa. Registaram-se fortes confrontos e as tropas israelitas usaram fogo real, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para dispersar os palestinianos. Fontes do Crescente Vermelho Palestiniano informaram que pelo menos 25 pessoas, incluindo quatro crianças, sofreram efeitos de asfixia devido à inalação de gás lacrimogéneo. Também em Huwara, as forças israelitas mataram, ontem à tarde, outro palestiniano, cuja identidade ainda não foi revelada. Dias depois de colonos extremistas terem invadido e atacado Huwara, Bezalel Smotrich afirmou que Israel deve «aniquilar» a localidade palestiniana no Norte da Cisjordânia ocupada. «Penso que Huwara precisa de ser destruída», disse o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, esta quarta-feira, defendendo que «o Estado devia fazê-lo e não cidadãos privados», refere a PressTV com base na imprensa israelita. As declarações do ministro de extrema-direita do governo de Benjamin Netanyahu seguem-se ao ataque perpetrado contra a localidade palestiniana, no domingo à noite, por centenas de colonos armados. Tratou-se da «resposta» à morte de dois israelitas de um colonato ilegal, executados por um atacante palestiniano de Huwara. Este ataque, por sua vez, seguiu-se ao massacre de Nablus, em que as forças de ocupação israelitas mataram 11 palestinianos e feriram mais de cem. No domingo à noite, os colonos queimaram pelo menos 150 carros, 52 casas e várias lojas. Uma pessoa foi morta e o número de feridos palestinianos é superior a 390, indica a agência Wafa. Grupos israelitas de defesa dos direitos humanos como Peace Now e B’Tselem referiram-se ao ataque dos colonos como um «pogrom» apoiado pelas autoridades de ocupação. Por seu lado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de impedirem as ambulâncias e os paramédicos de acederem ao local do ataque, a poucos quilómetros de Nablus. No Knesset, a extrema-direita israelita considerou os ataques a Huwara «legítimos». Hussein al-Sheikh, da Comissão Executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, no Twitter, que as afirmações de Smotrich para apagar Huwara do mapa são o apelo de um «racista terrorista». Também o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, se referiu às afirmações do ministro israelita como «terroristas» e «racistas», e alertou para o facto de que «fazem prever uma escalada séria» contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Neste sentido, pediu às Nações Unidas, à União Europeia e demais organizações internacionais que condenem as declarações de Smotrich. Antes, já tinha pedido ajuda internacional «contra os crimes de Israel». O Parlamento (da Liga) Árabe, com sede no Cairo, condenou esta quarta-feira os ataques executados por colonos israelitas contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada, referindo-se em especial ao assalto à localidade de Huwara. Perante os ataques terroristas sistemáticos dos colonos contra cidadãos indefesos, com armas de fogo, incêndios de casas e viaturas, expulsão de agricultores, assassinatos e outros crimes, exortou o mundo e em especial o Conselho de Segurança da ONU a adoptar medidas para proteger o povo palestiniano. Antes, a Liga Árabe já tinha proposto que as milícias de colonos passem a ser incluídas na lista de grupos terroristas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na parte da manhã, as forças israelitas já tinham matado dois palestinianos, identificados como Hudhayfah Fares, de 27 anos, e Abd al-Rahman Atta, de 23, na aldeia de Shufa, na sequência de um ataque de colonos a viaturas na região de Tulkarem. De acordo com as Nações Unidas, 2023 está a ser o ano mais mortífero para os palestinianos na Margem Ocidental desde que há registo de fatalidades provocadas pelas forças de ocupação. Nabil Abu Rudeineh, porta-voz da Presidência palestiniana, disse à imprensa que a ocupação israelita pisou todas as linhas vermelhas, com a sua insistência na política de assassinatos e incursões em cidades, aldeias e acampamentos palestinianos. Numa entrevista à Palestine TV, o representante da Presidência responsabilizou o governo israelita e a administração norte-americana pelos «crimes perigosos perpetrados pela ocupação e os seus colonos por todo o território palestiniano», os mais recentes dos quais nas imediações de Nablus e Tulkarem, refere a Wafa. Apesar da «guerra implacável» que a ocupação israelita está a travar contra o povo palestiniano «à vista de todo o mundo», o responsável afirmou que isso não irá impedir «o nosso povo de prosseguir a sua luta legítima» até à «criação do seu Estado independente, com Jerusalém como capital». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na Cisjordânia, a Cova dos Leões, um dos grupos da resistência mais activos, fez um apelo à mobilização geral dos seus membros, bem como ao «ataque imediato em todos os lugares contra as forças de ocupação e os seus colonos». Com base em fontes israelitas, a agência Prensa Latina indica que o Exército de ocupação deu conta de combates em 21 locais no Sul de Israel, na sequência da operação palestiniana – embora tenha posteriormente reduzido esse número para sete. Ao anunciar a ofensiva desta manhã (às 7h locais), o comandante das Brigadas al-Qassam, Muhammad al-Deif, disse que o grupo palestiniano disparou para território israelita 5000 rockets. Al-Deif afirmou que a operação é uma resposta aos sistemáticos crimes israelitas contra o povo palestiniano e a profanação contínua por colonos judeus da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, e ocorre num contexto de escalada de agressões, da parte de colonos e forças israelitas, em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. A Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos registou mais de 135 mil casos de detenções, pelas forças de ocupação israelitas, desde o início da Intifada de al-Aqsa, em 2000. Num relatório emitido por ocasião do 23.º aniversário do início da Segunda Intifada ou Intifada de al-Aqsa (28 de Setembro de 2000), a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos sublinha que as detenções levadas a cabo pelas forças israelitas afectaram todas as camadas da sociedade, e não deixaram de parte menores de idade, idosos e mulheres. Dos mais de 135 mil casos registados pelo organismo, 21 mil dizem respeito a menores, indica o relatório – divulgado pela Wafa –, que dá conta da detenção de metade dos deputados do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), de vários ministros, centenas de académicos, jornalistas e funcionários de organizações da sociedade civil e instituições internacionais. Israel mantém nas suas prisões 1264 palestinianos sem acusações nem julgamento, o número mais elevado em 30 anos, revelou a ONG Hamoked. Desde a Primeira Intifada (1987-1993) que não havia tantos palestinianos detidos ao abrigo da polémica norma, alertou a organização não governamental este fim-de-semana, com base nos dados dos serviços prisionais. Jessica Montell, directora executiva da Hamoked, organização israelita que presta assistência jurídica gratuita aos palestinianos que vivem sob a ocupação, afirmou que a detenção administrativa é «massiva e arbitrária» e que Israel mantém nesse regime, sem acusação nem julgamento, mais de 1200 palestinianos, «alguns dos quais durante anos sem uma revisão eficaz». Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que nove presos palestinianos sem acusação ou julgamento continuam em greve de fome por tempo indeterminado. Os presos Kayed al-Fasfous e Sultan Khlouf iniciaram o protesto contra a detenção administrativa há 19 dias. Por seu lado, Osama Darkouk encontra-se em greve de fome há 15 dias. Outros seis reclusos palestinianos em cadeias israelitas estão em greve de fome há 12 dias: Hadi Nazzal, Mohammad Taysir Zakarneh, Anas Kmail, Abdelrahman Baraka, Mohammad Basem Ikhmis e Zuhdi Abdo, informa a agência Wafa, com base na SPP. Na semana passada, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa», que permite manter na cadeia presos sem acusação ou julgamento, numa clara violação das normas internacionais. Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, esta segunda-feira, que quatro presos palestinianos sem acusação ou julgamento tinham iniciado há nove dias uma greve de fome por tempo indeterminado. Em comunicado divulgado pela Wafa, a SPP indicou que Anas Ibrahim Shadid, de 26 anos, Mahmoud Abdel Halim Talahma, de 32, Abdullah Mohammad Abido, de 36, e Mohammad Ahmad Dandis, de 25, iniciaram o protesto para denunciar a sua detenção sem acusação ou julgamento. Acrescentou que todos os detidos estão na cadeia israelita de Ofer, perto de Ramallah, e são originários da província de Hebron (al-Khalil), no Sul da Cisjordânia ocupada. A organização de defesa dos direitos dos presos informa que Shadid foi preso três vezes, sempre no regime de detenção administrativa, tendo passado, no total, três anos atrás das grades. Durante esses períodos, levou a cabo duas greves de fome, uma delas com a duração de 90 dias, em 2016. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Talahma, detido desde Março de 2022, é um advogado e antigo prisioneiro, que passou dois anos e meio nas cadeias israelitas. Abido é também um antigo prisioneiro, que passou cinco anos e meio nas prisões da ocupação – a maior parte do tempo ao abrigo do regime de detenção administrativa. Por seu lado, Dandis foi preso pela primeira vez a 23 de Março último, tendo-lhe sido imposta uma detenção administrativa por um período de seis meses. Este protesto ocorre num contexto em que Israel intensifica o recurso às detenções sem acusação ou julgamento. Segundo revelou a SPP, existem actualmente nas cadeias israelitas 1083 presos palestinianos a quem foi aplicado este regime de detenção, 17 dos quais são menores. O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, responsabilizou Israel pelo «assassinato» de Khader Adnan, ao não atender ao protesto contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. A Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) afirmou, em comunicado, que Khader Adnan, de 44 anos, foi encontrado inconsciente esta madrugada na sua cela, tendo sido levado para um hospital, onde foi declarado morto. Adnan, natural da cidade de Arraba (perto de Jenin), foi preso 12 vezes ao longo da sua vida, tendo recorrido à greve de fome em diversas ocasiões para protestar contra as suas detenções sem qualquer acusação, afirmou a SPP, citada pela agência Wafa. A última detenção ocorreu a 5 de Fevereiro e Adnan entrou de imediato em greve de fome por tempo indeterminado, refere a fonte, acrescentando que pelo menos 236 presos palestinianos morreram desde 1967. Ao ter conhecimento da notícia, o primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, acusou Israel de ter cometido um assassinato. O número foi destacado pela Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) em conferência de imprensa. A maior parte encontra-se nos centros de detenção de Ofer e de Naqab (Neguev). O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional – até do Departamento de Estado norte-americano e da Amnistia Internacional –, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. Agora, a SPP revelou também que, dos 835 palestinianos actualmente presos ao abrigo deste regime, 80 são mulheres, indica a agência Wafa. Além disso, a organização não governamental (ONG) informou que, ao longo de 2022, as autoridades israelitas emitiram 2134 ordens de detenção administrativa, 242 das quais em Novembro (o ano passado foram 1595). Desde o início de 2022 até ao fim de Novembro, as forças israelitas prenderam 6500 palestinianos, revelou a SPP, citada pela agência turca Anadolu. Entre os detidos, contavam-se 153 mulheres e 811 menores de idade acrescentou. As forças de ocupação israelitas detiveram 5300 palestinianos desde o princípio deste ano, incluindo 111 mulheres e 620 menores de idade, revelou esta segunda-feira uma organização não governamental. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) afirmou que, com 2353 detenções registadas, Jerusalém Oriental ocupada se situa no primeiro lugar por regiões, e que Abril foi o mês com maior número de detenções (1228 casos), noticia a agência Wafa. A SPP condenou os ataques e raides israelitas contra cidades, aldeias e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada para prender activistas, referindo que muitos palestinianos foram mortos, nesse processo, pelas balas do Exército. Neste contexto, o número de execuções extrajudiciais no terreno, em 2022, é mais elevado por comparação com anos anteriores, alertou a SPP, que também questionou os bloqueios militares a localidades e campos de refugiados palestinianos, classificando-os como uma punição colectiva. No que respeita às detenções administrativas, a organização afirmou que este ano, até à data, foram emitidas 1160. Só no mês de Agosto, foram decretadas 272, pelo que, no final de Setembro, havia cerca de 800 palestinianos nas prisões israelitas detidos sem acusação ou julgamento. Ao abrigo deste regime, os períodos de detenção podem ser infinitamente renovados por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. De forma reiterada, os presos palestinianos detidos sob este regime iniciam greves de fome para denunciar os seus casos e a política de detenção administrativa, exigindo a sua libertação. Diversas instâncias das Nações Unidas têm denunciado repetidamente este regime israelita de detenção, na medida em que não faculta aos detidos palestinianos as «salvaguardas jurídicas básicas» e violam o direito internacional humanitário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Só no mês de Novembro, foram detidos 490 palestinianos, incluindo 76 menores e 12 mulheres, informaram, num relatório conjunto, a SPP, a Addameer, o Centro de Informação Wadi Hilweh e a Comissão dos Assuntos dos Presos e Ex-Presos Palestinianos. No relatório mensal a que o Middle East Monitor faz referência, as quatro organizações de defesa dos direitos presos afirmaram que, no mês passado, o maior número de detenções ocorreu em Hebron (al-Khalil; 135 casos), seguida por Jerusalém (123), Ramallah (52), Jenin e Nablus. De acordo com os grupos, há actualmente nas cadeias israelitas cerca de 4700 palestinianos presos, incluindo 34 mulheres e 150 menores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A ocupação israelita e a sua administração prisional levaram a cabo o assassinato deliberado do preso Khader Adnan ao rejeitar o seu pedido de libertação, ao negligenciá-lo medicamente e ao mantê-lo na sua cela apesar da gravidade do seu estado de saúde», afirmou Shtayyeh em comunicado. Várias facções palestinianas pronunciaram-se no mesmo sentido, responsabilizando Israel pela morte de Khader Adnan e sublinhando o crime «premeditado e a sangue-frio». Por seu lado, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu uma investigação internacional sobre a morte do prisioneiro e instou o Tribunal Penal Internacional a incluir este caso no processo relativo aos crimes de guerra cometidos por Israel contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Para denunciar «o crime que levou à morte» de Khader Adnan numa prisão israelita, foi declarada, esta terça-feira, uma greve geral que «afecta todos os aspectos da vida», tanto na Faixa de Gaza cercada como na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, indica a Wafa. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. A 2 de Maio último, Khader Adnan, de 44 anos, morreu na cadeia, quase três meses depois de ter iniciado uma greve de fome contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado de imprensa, que a Wafa cita, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», acrescenta a nota. De acordo com os dados divulgados em Junho último pela organização israelita de defesa dos direitos B'Tselem, em Março deste ano, Israel mantinha nas suas prisões 1017 pessoas em regime de detenção administrativa. É preciso recuar duas décadas, até Abril de 2003, para encontrar um número mais elevado de detidos administrativos nas prisões israelitas – 1140 –, referiu a organização. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou a B'Tselem, outra organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. De forma sistemática, presos administrativos entram em greve de fome por tempo indeterminado para chamar a atenção para os seus casos e forçar a sua libertação. Em meados de Agosto, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa». Num comunicado de imprensa, divulgado pela Wafa, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», afirmou o organismo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde 28 de Setembro de 2000 até à data, refere a Comissão, foram detidas mais de 2600 raparigas e mulheres, incluindo quatro que deram à luz na cadeia. No mesmo período, foram emitidas 32 mil ordens de detenção administrativa, a que Israel recorre para manter reclusos nas cadeias sem acusação nem julgamento, com base numa «prova secreta» que nem o advogado do detido pode ver. A Comissão registou um aumento «assinalável» no recurso a este regime, amplamente condenado a nível internacional, contra o qual os presos palestinianos protestam, de forma reiterada, entrando em greve de fome por tempo indeterminado, para exigir a sua libertação e o fim da aplicação da política de detenção referida. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou recentemente a B'Tselem, uma organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No relatório agora publicado, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos refere-se ainda ao recurso à tortura nos cárceres israelitas, bem como aos assassinatos e às «execuções lentas» por falta de cuidados médicos. Denuncia igualmente a «escalada de casos de opressão, abuso e incitação racista» contra os presos palestinianos. De acordo com o organismo, estão actualmente detidos em cadeias israelitas, nos territórios ocupados em 1948, cerca de 5200 palestinianos. Destes, 38 são mulheres e 170 são menores de idade. Há ainda mais de 1250 presos palestinianos em regime de detenção administrativa e 700 reclusos doentes, 24 dos quais com enfermidades oncológicas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado posterior, as Brigadas al-Qassam afirmaram ter capturado «mais de 35 soldados e civis israelitas do colonato sionista de Sderot». A operação desta manhã apanhou de surpresa o Exército da ocupação, o que está a valer múltiplas críticas ao governo de Netanyahu, em Israel. Entretanto, foi declarado o «estado de preparação para a guerra» entre as forças militares israelitas, e o ministro da Defesa, que aprovou o recrutamento de soldados na reserva, declarou o estado de emergência numa faixa de 80 quilómetros em redor da Faixa de Gaza. A agência Wafa já deu conta de bombardeamentos israelitas contra o enclave costeiro nas últimas horas, dos quais resultaram vários mortos. A mesma fonte refere que o Ministério palestiniano da Saúde colocou todas as unidades hospitalares do país em situação de emergência. De acordo com as autoridades de saúde no enclave costeiro, pelo menos 198 pessoas morreram e mais de 1600 ficaram feridas (muitas das quais em estado grave) como consequência dos bombardeamentos israelitas contra a Faixa e Gaza ao longo do dia, refere a Wafa, em retaliação contra o ataque da resistência palestiniana, esta manhã. Por seu lado, a agência Prensa Latina refere-se à morte de uma centena de israelitas e cerca de 900 feridos, no contexto da operação de grande escala da resistência palestiniana, que ocupou diversas localidades e bases militares da ocupação próximas do enclave cercado. Entretanto, a Wafa dá conta de vários ataques da parte de colonos e forças israelitas contra diversas localidades e bairros palestinianos na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas, dos quais resultaram pelo menos um morto e um número indeterminado de feridos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Israel retaliou com a «Operação Espadas de Ferro», com ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza sitiada e, de acordo com a última contagem do Ministério da Saúde palestiniano, 313 habitantes de Gaza morreram na ofensiva, incluindo 20 crianças, enquanto outros 1990 palestinianos ficaram feridos no enclave. Do lado israelita, foram confirmadas até à manhã de hoje cerca de 300 pessoas mortas e 1864 feridas, das quais 19 estão em estado crítico, 326 em estado grave e as restantes em estado moderado ou ligeiro. No ano em que se assinalam os 75 anos da Nakba (catástrofe), «mais de cinco décadas depois de Israel ocupar militarmente a totalidade do território da Palestina histórica», o MPPM lembra que a campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação de Israel se prolonga até hoje. «Em Gaza, de onde partiu esta acção, vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas, descendentes dessas sucessivas vagas de limpeza étnica», alerta o movimento. Apesar de as Nações Unidas o considerarem «impróprio para sustentar a vida humana», desde 2006 que o Estado israelita impõe um «bloqueio criminoso» sobre aquele território. Uma ONG palestiniana e outra israelita acusam Israel de ter trabalhado para «branquear a verdade» sobre os crimes cometidos pelas suas tropas durante os protestos da Grande Marcha do Retorno, em Gaza. Num relatório conjunto, o Centro Palestiniano para os Direitos Humanos (PCHR), sediado em Gaza, e a organização israelita B'Tselem analisam as investigações que Israel diz ter levado a cabo na sequência da repressão exercida pelas forças israelitas sobre os manifestantes que, na Faixa de Gaza, reclamaram o direito de regresso dos refugiados a suas casas. Os protestos conhecidos como Grande Marcha do Retorno começaram a 30 de Março de 2018 e prolongaram-se por mais de um ano e meio. Pelo menos 200 palestinianos foram mortos e 13 500 ficaram feridos – seguindo os números por baixo, uma vez que outras fontes apontam para mais de 300 mortos e cerca de 18 mil feridos, várias dezenas dos quais menores. O vento e a chuva forte que se abateram esta semana sobre Gaza não impediram centenas de manifestantes de participarem, na sexta-feira, na última manifestação de 2019 da Grande Marcha do Retorno. Dezenas de palestinianos foram feridos esta sexta-feira pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, quando participavam na 86.ª manifestação da Grande Marcha do Retorno, perto da vedação com que Israel isola o território palestino, segundo o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Vários dos participantes nas manifestações, segundo o MPPM, foram feridos por balas reais e revestidas de borracha, enquanto dezenas de outros sofreram de asfixia por efeito do gás lacrimogéneo disparado pelas forças de ocupação. Centenas de manifestantes participaram nos protestos apesar das adversas condições climatéricas. A Faixa de Gaza tem sido batida por vento e chuva forte na última semana, com as inundações a porem em risco cerca de 235 mil pessoas nas áreas mais baixas da Faixa de Gaza, segundo um relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) no território palestiniano ocupado. A 30 de Março os palestinianos comemoram o Dia da Terra. Nesse dia, em 1976, no Norte de Israel, foram assassinados seis palestinianos que protestavam contra a expropriação de terras para dar lugar a aldeamentos judaicos. Cerca de 100 outras pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e as grandes manifestações de protesto que, no mesmo dia, ocorreram no território do Estado de Israel. A 30 de Março de 2018 a comemoração atingiu uma dimensão inusitada, ao tornar a celebração deste dia como o primeiro de uma «Grande Marcha do Retorno», uma reclamação do direito de regresso dos refugiados aos seus lares – tal como prescreve a resolução 194 das Nações Unidas – à Palestina histórica, de onde mais de 700 mil pessoas foram expulsas pelas tropas israelitas em 1948, durante a chamada «catástrofe» («Nakba», em árabe). Desde então o protesto repete-se semanalmente, violentamente reprimido pelas forças israelitas, incluindo com o recurso a snipers e fogo real directo. Como resultado, pelo menos 348 palestinos foram mortos em Gaza por fogo israelita desde o início das marchas, a maioria deles durante as manifestações, segundo uma contagem da AFP citada pelo MPPM. Para além disso, o Ministério da Saúde de Gaza regista mais de 18 mil feridos pelas forças repressivas sionistas. Entre as baixas contam-se crianças, mulheres, muitos adolescentes, jornalistas e trabalhadores dos serviços de saúde que tentam socorrer os manifestantes. Em Março, uma missão de averiguação da ONU concluiu que as forças israelitas cometeram violações de direitos humanos na repressão dos manifestantes em Gaza, o que pode constituir crimes de guerra. Os organizadores da Grande Marcha do Retorno anunciaram nesta quinta-feira que os protestos seriam suspensos até Março de 2020, altura em que serão retomados, coincidindo com o seu segundo aniversário e também com o Dia da Terra palestina (30 de Março). A partir daí realizar-se-ão a um ritmo mensal. Além do bloqueio a que sujeita a Faixa de Gaza, na última década Israel lançou três guerras de agressão contra o pequeno território palestino e dezenas de ataques de escala mais limitada, matando milhares de pessoas e causando enormes destruições de casas e infra-estruturas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As duas organizações não governamentais (ONG) acusam Israel de proteger os responsáveis políticos e militares, «em vez de tomar medidas contra as pessoas que conceberam e implementaram a política ilegal de atirar a matar». Israel foi célere a anunciar que estava a investigar os protestos, sobretudo devido aos procedimentos em curso no Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmaram as organizações numa conferência de imprensa, a que a agência WAFA faz referência. Isso deve-se ao princípio da complementaridade do TPI, ou seja, se um Estado «estiver disposto e tiver capacidade» para realizar a investigação e a efectuar, o TPI não intervém. No entanto, não basta declarar que uma investigação está a ser feita; ela tem de ser eficaz, dirigida às altas patentes responsáveis e conduzir a uma acção contra elas, sublinham, acrescentando que isso não ocorre neste caso. «As investigações conduzidas por Israel não são mais do que uma cortina de fumo erguida para proteger do TPI os funcionários responsáveis. Israel não quer e não consegue investigar as violações de direitos humanos perpetradas pelas suas forças durante os protestos da Grande Marcha de Retorno na Faixa de Gaza. Tendo isto em conta, cabe agora ao TPI garantir a responsabilização penal», disseram as duas organizações. «Estas investigações – tal como as levadas a cabo pelo sistema de aplicação da lei militar noutros casos em que soldados causaram danos aos palestinianos – fazem parte do mecanismo de branqueamento de Israel, e o seu principal objectivo continua a ser silenciar as críticas externas, para que Israel possa continuar a implementar sua política sem mudanças», lê-se no portal da B'Tselem. A mudança da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém fica associada a um «Dia de Raiva» na Palestina. Na Faixa de Gaza cercada, os franco-atiradores israelitas massacram os manifestantes. Quando o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a intenção de mudar a Embaixada do seu país de Telavive para essa cidade, ficou claro que tal passo constituía uma declaração de apoio ao Estado de Israel e à sua política de ocupação e repressão na Palestina, nomeadamente em Jerusalém. Várias organizações têm denunciado o número crescente de ameaças em locais religiosos não-judaicos, na cidade, bem como a intensificação do plano de «judaização» de Jerusalém Oriental, com o aumento da construção de colonatos e a expulsão da população palestiniana de suas casas, que são muitas vezes demolidas. Declarada por Israel como sua capital, Jerusalém tem o estatuto, reconhecido pelas Nações Unidas, de cidade ocupada, sendo Israel a potência ocupante (desde 1967). Os palestinianos querem-na como sua capital e quem apoia a solução dos «dois estados» reconhece que o Estado da Palestina tem em Jerusalém Oriental a sua capital. Logo em Dezembro, foi generalizado o repúdio internacional pela decisão da administração norte-americana e, a 21 desse mês, materializou-se na aprovação, por esmagadora maioria, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução que rejeita essa decisão e insta todos os estados-membros a não estabelecerem missões diplomáticas em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980. Esse repúdio face ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel também se fez sentir no interior de Israel, onde académicos, antigos embaixadores e defensores da paz enviaram uma carta a um representante de Trump, seguntou reportou o periódico Haaretz. Inicialmente, não ficou explícito que a concretização da mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém estaria associada ao 70.º aniversário da criação do Estado de Israel, que hoje se assinala, e que teria lugar na véspera da Nakba – a limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas e pelo Estado de Israel, em que mais de 750 mil palestinianos foram expulsos das suas casas e terras –, uma «catástrofe» que todos os anos os palestinianos marcam a 15 de Maio. Na visita que efectuou em Janeiro a Israel, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, afirmou que essa mudança deveria ocorrer no final de 2019. No entanto, a 23 de Fevereiro, o Departamento de Estado anunciou a antecipação da mudança para 14 de Maio, o que foi encarado pelos palestinianos como mais uma acção de «provocação». Em protesto contra a mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém, os palestinianos chamaram «Dia de Raiva» a este 14 de Maio. Nos territórios ocupados da Cisjordância, há notícia de mobilizações pelo menos em Ramallah e Hebron. Mas a grande mobilização está a ter lugar na Faixa de Gaza cercada, junto às vedações que enclausuram perto de 2 milhões de palestinianos – 80% dos quais são descendentes de refugiados – no pequeno enclave. De acordo com a PressTV, as forças militares israelitas, que reforçaram a sua presença tanto em redor de Gaza como na Margem Ocidental ocupada –, esperavam que 100 mil pessoas se manifestassem nos pontos habituais, hoje, dia da mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém. «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados» Sobre o culminar dos protestos pacíficos da Grande Marcha do Retorno, que se iniciaram a 30 de Março, o ministro israelita da Educação, Naftali Bennet, do partido de extrema-direita Lar Judaico, disse a uma rádio israelita que a vedação seria encarada como uma «Muralha de Ferro» e que quem se aproximasse dela seria tratado como um «terrorista», refere a PressTV. A mesma fonte indica ainda que a Força Aérea israelita lançou panfletos sobre a Faixa de Gaza, ontem e hoje, para demover os manifestantes de se aproximarem da vedação, mas sem sucesso, já que estes, segundo refere a Al Jazeera, têm estado a tentar atravessá-la, «defendendo o seu direito ao regresso, ao retorno, aconteça o que acontecer». Um membro do comité organizador da Grande Marcha do Retorno disse à Al Jazeera que, ao tentarem atravessar a vedação, «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados». Os franco-atiradores responderam de forma brutal, matando mais de quatro dezenas de pessoas que se manifestavam perto da vedação e ferindo perto de 2000, até ao momento. De acordo com a organização, os protestos de hoje e os que estão previstos para amanhã – dia da Nakba – devem ser os mais massivos, sendo o ponto culminante das sete semanas de mobilizações, fortemente reprimidas pelas forças israelitas, junto à vedação com a Faixa de Gaza. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Apesar dos milhares de feridos palestinianos resultantes da política de «atirar a matar» e de mais de centena e meia ter ficado sem membros inferiores ou superiores – as tropas israelitas usaram balas explosivas, as chamadas butterfly bullets, que se expandem no contacto com o corpo, provocando danos severos nos tecidos, nos ossos, nas veias –, nenhum destes casos foi investigado. Sem explicação, os militares decidiram investigar apenas os casos em que palestinianos foram mortos. Dos 234 casos recebidos pelos procuradores do Exército, foi completa a revisão de 143 e um deles, o da morte do adolescente Othman Hiles, de 14 anos, levou à condenação de um soldado por «abuso de autoridade ao ponto de pôr em risco a vida e a saúde». Foi condenado a um mês de serviço comunitário. No seu portal, a B'Tselem sublinha que «a conduta de Israel respeitante à investigação dos protestos em Gaza não é nova nem surpreendente», e recorda o que se passou depois da Operação Chumbo Fundido, em 2009, e da Operação Margem Protectora, em 2014. «Então, também, Israel desrespeitou o direito internacional, recusou-se a reformar a sua política apesar dos resultados letais e desviou as críticas prometendo investigar a sua conduta. Então, também, nada resultou dessa promessa», afirma. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por outro lado, entre Março de 2018 e Dezembro de 2019, uma série de manifestações pacíficas designadas Grande Marcha do Retorno foram brutalmente reprimidas pelo exército de Israel, contabilizando-se 223 mortos e mais de nove mil feridos, sob o silêncio da comunidade internacional. «Os assaltos das forças de ocupação israelita às povoações e campos de refugiados palestinos, assim como a violência dos colonos e as prisões arbitrárias são o quotidiano com que os palestinos, homens e mulheres, jovens e menos jovens diariamente se confrontam», lembra o MPPM, salientando que, até este sábado, pelo menos 247 palestinianos, sobretudo jovens, foram mortos pelas forças israelitas e por colonos. Neste sentido, insiste que a paz no Médio Oriente e a solução da questão palestiniana «passam necessariamente por um desenlace que respeite os direitos inalienáveis» do povo palestiniano a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados. O MPPM rejeita os «lamentos» daqueles que «hipocritamente condenam as acções violentas de resistência dos oprimidos e se calam desde há décadas (ou pior, colaboram) perante a violência da ocupação», e entre os quais se encontra o Governo português. «Israel tem o direito de se defender. Estes ataques nada resolverão, contribuindo apenas para piorar a situação na região. Estamos solidários com Israel e oferecemos condolências pelas vítimas.», disse o ministro João Gomes Cravinho, este sábado, na rede social X. O governo palestiniano denunciou junto da ONU o assassinato de 44 menores, este ano, por soldados israelitas. Neste contexto, reclamou protecção para a infância e a responsabilização de Telavive. Numa carta enviada esta segunda-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu protecção especial urgente para as crianças palestinianas, informa a agência Wafa. Mahmoud Samoudi, de 12 anos, foi, ontem, a vítima mortal mais recente das forças israelitas, não resistindo aos ferimentos quase duas semanas depois de ter sido atingido por uma bala no abdómen, durante uma operação militar na cidade de Jenin (Norte da Cisjordânia ocupada). Só nos últimos dias, «Israel, a potência ocupante, matou cinco crianças e jovens palestinianos, incluindo Adel Adel Daud (14 anos), Mahdi Ladadwa (17), Mahmoud Sous (17), Fayez Khaled Damdoum (17) e Ahmad Draghmeh (19)», indica o texto das autoridades palestinianas. Até 10 de Dezembro, 86 crianças foram mortas nos territórios ocupados da Palestina, fazendo de 2021 o ano mais mortífero para elas desde 2014, segundo os registos de uma organização não governamental. As forças israelitas mataram 76 crianças palestinianas este ano – 61 na Faixa de Gaza cercada e 15 na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Civis israelitas armados mataram duas crianças palestinianas na Cisjordânia, revela o relatório agora publicado pela Defense for Children International – Palestine (DCIP). A estas 78 crianças juntam-se sete que foram mortas por foguetes disparados incorrectamente por grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza, e uma outra que foi morta por uma munição não detonada, cujas origens a ONG não conseguiu determinar. «Nos termos do direito internacional, a força letal intencional só se justifica em circunstâncias em que esteja presente uma ameaça directa à vida ou de ferimentos graves. No entanto, investigações e provas recolhidas pelo DCIP sugerem que as forças israelitas utilizam regularmente força letal contra crianças palestinianas em circunstâncias que podem equivaler a execuções extrajudiciais ou intencionais», lê-se relatório, traduzido pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM. Durante os 11 dias do ataque militar israelita à Faixa de Gaza, em Maio de 2021, naquilo que ficou conhecido como Operação Guardião dos Muros, as forças israelitas mataram 60 crianças palestinianas, segundo os dados recolhidos pela DCIP. «Aviões de guerra israelitas e drones armados bombardearam áreas civis densamente povoadas, matando crianças palestinianas que dormiam nas suas camas, brincavam nos seus bairros, faziam compras nas lojas perto das suas casas e celebravam o Eid al-Fitr [festa no fim do Ramadão] com as suas famílias», disse Ayed Abu Eqtaish, director do programa de responsabilização da DCIP. «A falta de vontade política da comunidade internacional para responsabilizar os funcionários israelitas garante que os soldados israelitas continuarão a matar ilegalmente crianças palestinianas com impunidade», acrescentou. A DCIP lembra que o direito humanitário internacional proíbe ataques indiscriminados e desproporcionados, e exige que todas as partes num conflito armado façam a distinção entre alvos militares, civis e objectos civis. O pico mais recente de assassinatos de crianças ocorrera em 2018, quando forças israelitas e colonos mataram crianças palestinianas a um ritmo médio superior a uma por semana (57). A maioria dessas mortes ocorreu durante os protestos da Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza, refere o organismo. De acordo com os dados da DCIP, foram mortas 2196 crianças palestinianas, desde 2000, em resultado da presença de militares e de colonos israelitas nos territórios ocupados da Palestina. A Defense for Children International – Palestine é uma das seis organizações de direitos humanos que Israel pretende silenciar, lembra o MPPM, sublinhando que a medida tem merecido a condenação generalizada a nível internacional e foi denunciada pelo MPPM a 29 de Outubro último. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A carta afirma que as forças de ocupação estão a utilizar «a política infame de atirar a matar» – de que resultou a morte de centenas de crianças palestinianas –, ao apontarem «deliberadamente» para a parte superior dos seus corpos. «Israel dispara deliberadamente contra os menores palestinianos com o objectivo declarado de os matar e mutilar, negando-lhes o direito à vida», lê-se no texto, sublinhando que «as crianças jamais devem ser mortas ou mutiladas», bem como a necessidade de medidas urgentes para as proteger da «escalada dos crimes israelitas». Neste sentido, o governo palestiniano exigiu medidas contra Telavive, destacando que as «evidências dos seus crimes crescentes contra as crianças palestinianas são, sem dúvida alguma, esmagadoras», violando o direito internacional e as resoluções que constituem a base da protecção das crianças nos conflitos armados. «A protecção das crianças é a maior obrigação moral, legal e política da humanidade», frisa o documento, no qual se pede à comunidade internacional que «ponha fim a este pesadelo intolerável que as nossas crianças vivem diariamente» e que tome medidas para responsabilizar Israel «pelos seus crimes horrendos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Os que há décadas convivem com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos do povo palestino, não têm autoridade moral para hoje se queixarem das tempestades que provocaram», defende o MPPM. Certo de que a violência poderá alastrar-se a todo o Médio Oriente, o movimento recorda que Israel, «com o apoio dos países "ocidentais" e em primeiro lugar dos Estados Unidos da América», é a maior potência militar da região e a única a dispor de armas nucleares. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em simultâneo, revela a Wafa, têm-se registado múltiplas agressões e raides, da parte de colonos e forças istraelitas, na Margem Ocidental ocupada. Pelo menos cinco palestinianos foram ali mortos nas últimas 24 horas, em vários pontos do território ocupado. A operação israelita de larga escala segue-se à operação, lançada no sábado de manhã, por forças da resistência palestiniana na Faixa de Gaza, onde o Hamas é o elemento predominante. Segundo foi revelado então, a ala militar do Hamas lançou pelo menos 5000 rockets para aquilo que é hoje Israel. As forças da resistência derrubaram, em vários pontos, a vedação que cerca o território e atacaram os colonatos em redor por terra, mar e ar. Pelo menos 700 israelitas foram mortos nessa operação que alguma imprensa israelita classificou como «nunca vista» e mais de cem foram feitos prisioneiros, incluindo militares de alta patente. No domínio político-mediático da «comunidade internacional», o mundo predominantemente ocidental e branco, as vozes sobre «A Guerra» (só havia uma e mais nenhuma: a da Ucrânia) silenciaram-se e, nas fachadas das praças de capitais como Nova Iorque, Berlim ou Bruxelas, as bandeiras da Ucrânia foram substituídas pelas de Israel. Desde o Mandato Britânico que os palestinianos são sujeitos à opressão, que se intensificou com a construção, nas suas terras, do Estado de Israel, erguido à custa das forças paramilitares que expulsaram os palestinianos de suas casas e os mataram ou meteram em guetos. A campanha de limpeza étnica então iniciada mantém-se até hoje, sob um regime de apartheid, por via do saque de territórios e de recursos, a destruição de casas, escolas e outras infra-estruturas, e a expulsão dos palestinianos das terras onde vivem. De forma sistemática, as forças israelitas bombardeiam a Faixa de Gaza, que mantêm fechada e cercada num férreo bloqueio, com mais de dois milhões de pessoas a viver em condições insalubres, sem luz, água potável, mas «a comunidade internacional» projecta as suas bandeiras nos edifícios das suas praças quando a Palestina – reduzida ao Hamas – se ergue e rompe o cerco. Entretanto, no enorme campo de deslocados que é Gaza, cerca de 70 mil pessoas procuraram refúgio dos bombardeamentos nas 64 escolas operadas pela UNRWA – a agência da ONU para os refugiados palestinianos no Médio Oriente. Em comunicado, a UNRWA confirmou que dois alunos em escolas que opera em Khan Younis e Beit Hanoun se encontram entre os mortos. Pelo menos três escolas da organização sofreram danos provocados pelos bombardeamentos, acrescenta o texto. A UNRWA sublinhou que os civis devem ser sempre protegidos, também em período de guerra, e apelou a um cessar-fogo imediato e ao fim da violência em todo o lado. A operação das forças da resistência em território israelita continua. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No Estado espanhol, o movimento solidário com a Palestina teve uma enorme expressão em Madrid, bem como em várias cidades catalãs, bascas e galegas, onde se clamou «Liberdade para a Palestina» e «Boicote a Israel». França, Alemanha, Iémen, Tunísia, Argentina, Brasil, Chile, Bolívia, Líbano, Austrália, Koweit, Marrocos, Turquia e Canadá foram outros países onde ocorreram concentrações e manifestações de apoio à Palestina, exigindo liberdade para o povo palestiniano e o fim da «barbárie sionista». Em Portugal, está convocado um acto público de solidariedade com o povo palestiniano para esta tarde em Lisboa (Martim Moniz, 18h). Esta manhã, o Ministério palestiniano da Saúde actualizou os registos da mortandade provocada pelos bombardeamentos indiscriminados na Faixa de Gaza, tendo revelado em comunicado que, desde sábado, 974 pessoas foram mortas em resultado da agressão israelita em curso e mais de 5000 ficaram feridas. Destas, precisou, 950 foram mortas como consequência dos bombardeamentos no enclave cuja vedação a resistência rompeu no sábado passado. No mesmo período, 24 palestinianos perderam a vida e 150 ficaram feridos na Cisjordânia, como resultado de ataques das forças de ocupação, indica a Wafa. Também esta terça-feira, a Wafa revelou, com base em dados de instituições locais, que a aviação israelita destruiu 22 639 unidades habitacionais, de forma total ou parcial, na Faixa de Gaza. Além disso, foram bombardeadas dez instituições médicas, incluindo sete hospitais, e 12 ambulâncias, enquanto 48 escolas sofreram danos, mais e menos intensos. A mesma fonte revelou que, segundo dados da ONU, mais de 263 mil pessoas foram obrigadas a sair de suas casas e a procurar refúgio pelos bombardeamentos israelitas, que se seguiram ao início da operação da resistência, que ontem continuava. «A paz não é possível enquanto continuarem a ser espezinhados os legítimos direitos do povo palestino». Concentração convocada pelo MPPM, CPPC e a CGTP-IN para o Martim Moniz, 11 de Outubro, às 18h. «A situação dramática que se vive, desde o passado sábado, em Gaza e Israel, e que já causou centenas de vítimas» (de acordo com os dados mais recentes, após bombardeamentos israelitas, são já milhares de mortos e pelo menos 5 mil feridos) é lamentável, «com trágicas consequências para as populações». Enquanto se mantiver a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos, não haverá paz, alerta o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). O MPPM reage assim às acções desencadeadas em Gaza e em Israel na madrugada deste sábado. Eram 4h30 em Lisboa (6h30 no local), quando militantes de organizações da resistência palestiniana lançaram, a partir da Faixa de Gaza, um ataque de surpresa, em larga escala, contra Israel, no que apelidaram de «Operação Dilúvio Al-Aqsa». Segundo as organizações, a acção foi uma resposta à profanação da Mesquita de Al-Aqsa e ao aumento da violência dos colonos, e confirma, insiste o MPPM num comunicado, «que não é possível ter uma situação de paz na Palestina e, por consequência, no Médio Oriente, continuando a espezinhar os legítimos direitos do povo palestino e persistindo em manter a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos». Diversos grupos da resistência declararam o apoio à operação lançada contra Israel, esta manhã, a partir da Faixa de Gaza, sublinhando que faz parte da luta de libertação nacional. «Fazemos parte desta batalha e os nossos combatentes estão lado a lado com os seus irmãos nas Brigadas al-Qassam (ala militar do Hamas) até à vitória», afirmou em comunicado Abu Hamza, porta-voz das Brigadas de al-Quds, braço militar da Jihad Islâmica. Em termos semelhantes, refere a Prensa Latina, se pronunciaram as Brigadas al-Nasser Salah al-Din, do Movimento de Resistência Popular: «Unidos numa trincheira neste dia glorioso do nosso povo.» Por seu lado, as Brigadas de Resistência Nacional anunciaram que os seus membros se juntaram à operação, lançada esta manhã pelo Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de rockets e uma incursão terrestre em território ocupado em 1948. Atingido por disparos de colonos na cidade de Huwara, Labib Dumaidi, de 19 anos, é a mais recente das quatro vítimas mortais na Margem Ocidental ocupada, revelou o Ministério da Saúde. De acordo com a informação divulgada pelo Ministério, Labib Mohammed Dumaidi ficou gravemente ferido durante um ataque de colonos, ontem à noite, na cidade de Huwara, a sul de Nablus. Levado para um hospital, não resistiu aos ferimentos, já nas primeiras horas de sexta-feira. Residentes de Huwara tentaram fazer frente à provocação levada a cabo por dezenas de colonos, protegidos por forças militares israelitas, indica a Wafa. Registaram-se fortes confrontos e as tropas israelitas usaram fogo real, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para dispersar os palestinianos. Fontes do Crescente Vermelho Palestiniano informaram que pelo menos 25 pessoas, incluindo quatro crianças, sofreram efeitos de asfixia devido à inalação de gás lacrimogéneo. Também em Huwara, as forças israelitas mataram, ontem à tarde, outro palestiniano, cuja identidade ainda não foi revelada. Dias depois de colonos extremistas terem invadido e atacado Huwara, Bezalel Smotrich afirmou que Israel deve «aniquilar» a localidade palestiniana no Norte da Cisjordânia ocupada. «Penso que Huwara precisa de ser destruída», disse o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, esta quarta-feira, defendendo que «o Estado devia fazê-lo e não cidadãos privados», refere a PressTV com base na imprensa israelita. As declarações do ministro de extrema-direita do governo de Benjamin Netanyahu seguem-se ao ataque perpetrado contra a localidade palestiniana, no domingo à noite, por centenas de colonos armados. Tratou-se da «resposta» à morte de dois israelitas de um colonato ilegal, executados por um atacante palestiniano de Huwara. Este ataque, por sua vez, seguiu-se ao massacre de Nablus, em que as forças de ocupação israelitas mataram 11 palestinianos e feriram mais de cem. No domingo à noite, os colonos queimaram pelo menos 150 carros, 52 casas e várias lojas. Uma pessoa foi morta e o número de feridos palestinianos é superior a 390, indica a agência Wafa. Grupos israelitas de defesa dos direitos humanos como Peace Now e B’Tselem referiram-se ao ataque dos colonos como um «pogrom» apoiado pelas autoridades de ocupação. Por seu lado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de impedirem as ambulâncias e os paramédicos de acederem ao local do ataque, a poucos quilómetros de Nablus. No Knesset, a extrema-direita israelita considerou os ataques a Huwara «legítimos». Hussein al-Sheikh, da Comissão Executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, no Twitter, que as afirmações de Smotrich para apagar Huwara do mapa são o apelo de um «racista terrorista». Também o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, se referiu às afirmações do ministro israelita como «terroristas» e «racistas», e alertou para o facto de que «fazem prever uma escalada séria» contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Neste sentido, pediu às Nações Unidas, à União Europeia e demais organizações internacionais que condenem as declarações de Smotrich. Antes, já tinha pedido ajuda internacional «contra os crimes de Israel». O Parlamento (da Liga) Árabe, com sede no Cairo, condenou esta quarta-feira os ataques executados por colonos israelitas contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada, referindo-se em especial ao assalto à localidade de Huwara. Perante os ataques terroristas sistemáticos dos colonos contra cidadãos indefesos, com armas de fogo, incêndios de casas e viaturas, expulsão de agricultores, assassinatos e outros crimes, exortou o mundo e em especial o Conselho de Segurança da ONU a adoptar medidas para proteger o povo palestiniano. Antes, a Liga Árabe já tinha proposto que as milícias de colonos passem a ser incluídas na lista de grupos terroristas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na parte da manhã, as forças israelitas já tinham matado dois palestinianos, identificados como Hudhayfah Fares, de 27 anos, e Abd al-Rahman Atta, de 23, na aldeia de Shufa, na sequência de um ataque de colonos a viaturas na região de Tulkarem. De acordo com as Nações Unidas, 2023 está a ser o ano mais mortífero para os palestinianos na Margem Ocidental desde que há registo de fatalidades provocadas pelas forças de ocupação. Nabil Abu Rudeineh, porta-voz da Presidência palestiniana, disse à imprensa que a ocupação israelita pisou todas as linhas vermelhas, com a sua insistência na política de assassinatos e incursões em cidades, aldeias e acampamentos palestinianos. Numa entrevista à Palestine TV, o representante da Presidência responsabilizou o governo israelita e a administração norte-americana pelos «crimes perigosos perpetrados pela ocupação e os seus colonos por todo o território palestiniano», os mais recentes dos quais nas imediações de Nablus e Tulkarem, refere a Wafa. Apesar da «guerra implacável» que a ocupação israelita está a travar contra o povo palestiniano «à vista de todo o mundo», o responsável afirmou que isso não irá impedir «o nosso povo de prosseguir a sua luta legítima» até à «criação do seu Estado independente, com Jerusalém como capital». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na Cisjordânia, a Cova dos Leões, um dos grupos da resistência mais activos, fez um apelo à mobilização geral dos seus membros, bem como ao «ataque imediato em todos os lugares contra as forças de ocupação e os seus colonos». Com base em fontes israelitas, a agência Prensa Latina indica que o Exército de ocupação deu conta de combates em 21 locais no Sul de Israel, na sequência da operação palestiniana – embora tenha posteriormente reduzido esse número para sete. Ao anunciar a ofensiva desta manhã (às 7h locais), o comandante das Brigadas al-Qassam, Muhammad al-Deif, disse que o grupo palestiniano disparou para território israelita 5000 rockets. Al-Deif afirmou que a operação é uma resposta aos sistemáticos crimes israelitas contra o povo palestiniano e a profanação contínua por colonos judeus da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, e ocorre num contexto de escalada de agressões, da parte de colonos e forças israelitas, em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. A Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos registou mais de 135 mil casos de detenções, pelas forças de ocupação israelitas, desde o início da Intifada de al-Aqsa, em 2000. Num relatório emitido por ocasião do 23.º aniversário do início da Segunda Intifada ou Intifada de al-Aqsa (28 de Setembro de 2000), a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos sublinha que as detenções levadas a cabo pelas forças israelitas afectaram todas as camadas da sociedade, e não deixaram de parte menores de idade, idosos e mulheres. Dos mais de 135 mil casos registados pelo organismo, 21 mil dizem respeito a menores, indica o relatório – divulgado pela Wafa –, que dá conta da detenção de metade dos deputados do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), de vários ministros, centenas de académicos, jornalistas e funcionários de organizações da sociedade civil e instituições internacionais. Israel mantém nas suas prisões 1264 palestinianos sem acusações nem julgamento, o número mais elevado em 30 anos, revelou a ONG Hamoked. Desde a Primeira Intifada (1987-1993) que não havia tantos palestinianos detidos ao abrigo da polémica norma, alertou a organização não governamental este fim-de-semana, com base nos dados dos serviços prisionais. Jessica Montell, directora executiva da Hamoked, organização israelita que presta assistência jurídica gratuita aos palestinianos que vivem sob a ocupação, afirmou que a detenção administrativa é «massiva e arbitrária» e que Israel mantém nesse regime, sem acusação nem julgamento, mais de 1200 palestinianos, «alguns dos quais durante anos sem uma revisão eficaz». Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que nove presos palestinianos sem acusação ou julgamento continuam em greve de fome por tempo indeterminado. Os presos Kayed al-Fasfous e Sultan Khlouf iniciaram o protesto contra a detenção administrativa há 19 dias. Por seu lado, Osama Darkouk encontra-se em greve de fome há 15 dias. Outros seis reclusos palestinianos em cadeias israelitas estão em greve de fome há 12 dias: Hadi Nazzal, Mohammad Taysir Zakarneh, Anas Kmail, Abdelrahman Baraka, Mohammad Basem Ikhmis e Zuhdi Abdo, informa a agência Wafa, com base na SPP. Na semana passada, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa», que permite manter na cadeia presos sem acusação ou julgamento, numa clara violação das normas internacionais. Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, esta segunda-feira, que quatro presos palestinianos sem acusação ou julgamento tinham iniciado há nove dias uma greve de fome por tempo indeterminado. Em comunicado divulgado pela Wafa, a SPP indicou que Anas Ibrahim Shadid, de 26 anos, Mahmoud Abdel Halim Talahma, de 32, Abdullah Mohammad Abido, de 36, e Mohammad Ahmad Dandis, de 25, iniciaram o protesto para denunciar a sua detenção sem acusação ou julgamento. Acrescentou que todos os detidos estão na cadeia israelita de Ofer, perto de Ramallah, e são originários da província de Hebron (al-Khalil), no Sul da Cisjordânia ocupada. A organização de defesa dos direitos dos presos informa que Shadid foi preso três vezes, sempre no regime de detenção administrativa, tendo passado, no total, três anos atrás das grades. Durante esses períodos, levou a cabo duas greves de fome, uma delas com a duração de 90 dias, em 2016. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Talahma, detido desde Março de 2022, é um advogado e antigo prisioneiro, que passou dois anos e meio nas cadeias israelitas. Abido é também um antigo prisioneiro, que passou cinco anos e meio nas prisões da ocupação – a maior parte do tempo ao abrigo do regime de detenção administrativa. Por seu lado, Dandis foi preso pela primeira vez a 23 de Março último, tendo-lhe sido imposta uma detenção administrativa por um período de seis meses. Este protesto ocorre num contexto em que Israel intensifica o recurso às detenções sem acusação ou julgamento. Segundo revelou a SPP, existem actualmente nas cadeias israelitas 1083 presos palestinianos a quem foi aplicado este regime de detenção, 17 dos quais são menores. O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, responsabilizou Israel pelo «assassinato» de Khader Adnan, ao não atender ao protesto contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. A Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) afirmou, em comunicado, que Khader Adnan, de 44 anos, foi encontrado inconsciente esta madrugada na sua cela, tendo sido levado para um hospital, onde foi declarado morto. Adnan, natural da cidade de Arraba (perto de Jenin), foi preso 12 vezes ao longo da sua vida, tendo recorrido à greve de fome em diversas ocasiões para protestar contra as suas detenções sem qualquer acusação, afirmou a SPP, citada pela agência Wafa. A última detenção ocorreu a 5 de Fevereiro e Adnan entrou de imediato em greve de fome por tempo indeterminado, refere a fonte, acrescentando que pelo menos 236 presos palestinianos morreram desde 1967. Ao ter conhecimento da notícia, o primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, acusou Israel de ter cometido um assassinato. O número foi destacado pela Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) em conferência de imprensa. A maior parte encontra-se nos centros de detenção de Ofer e de Naqab (Neguev). O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional – até do Departamento de Estado norte-americano e da Amnistia Internacional –, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. Agora, a SPP revelou também que, dos 835 palestinianos actualmente presos ao abrigo deste regime, 80 são mulheres, indica a agência Wafa. Além disso, a organização não governamental (ONG) informou que, ao longo de 2022, as autoridades israelitas emitiram 2134 ordens de detenção administrativa, 242 das quais em Novembro (o ano passado foram 1595). Desde o início de 2022 até ao fim de Novembro, as forças israelitas prenderam 6500 palestinianos, revelou a SPP, citada pela agência turca Anadolu. Entre os detidos, contavam-se 153 mulheres e 811 menores de idade acrescentou. As forças de ocupação israelitas detiveram 5300 palestinianos desde o princípio deste ano, incluindo 111 mulheres e 620 menores de idade, revelou esta segunda-feira uma organização não governamental. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) afirmou que, com 2353 detenções registadas, Jerusalém Oriental ocupada se situa no primeiro lugar por regiões, e que Abril foi o mês com maior número de detenções (1228 casos), noticia a agência Wafa. A SPP condenou os ataques e raides israelitas contra cidades, aldeias e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada para prender activistas, referindo que muitos palestinianos foram mortos, nesse processo, pelas balas do Exército. Neste contexto, o número de execuções extrajudiciais no terreno, em 2022, é mais elevado por comparação com anos anteriores, alertou a SPP, que também questionou os bloqueios militares a localidades e campos de refugiados palestinianos, classificando-os como uma punição colectiva. No que respeita às detenções administrativas, a organização afirmou que este ano, até à data, foram emitidas 1160. Só no mês de Agosto, foram decretadas 272, pelo que, no final de Setembro, havia cerca de 800 palestinianos nas prisões israelitas detidos sem acusação ou julgamento. Ao abrigo deste regime, os períodos de detenção podem ser infinitamente renovados por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. De forma reiterada, os presos palestinianos detidos sob este regime iniciam greves de fome para denunciar os seus casos e a política de detenção administrativa, exigindo a sua libertação. Diversas instâncias das Nações Unidas têm denunciado repetidamente este regime israelita de detenção, na medida em que não faculta aos detidos palestinianos as «salvaguardas jurídicas básicas» e violam o direito internacional humanitário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Só no mês de Novembro, foram detidos 490 palestinianos, incluindo 76 menores e 12 mulheres, informaram, num relatório conjunto, a SPP, a Addameer, o Centro de Informação Wadi Hilweh e a Comissão dos Assuntos dos Presos e Ex-Presos Palestinianos. No relatório mensal a que o Middle East Monitor faz referência, as quatro organizações de defesa dos direitos presos afirmaram que, no mês passado, o maior número de detenções ocorreu em Hebron (al-Khalil; 135 casos), seguida por Jerusalém (123), Ramallah (52), Jenin e Nablus. De acordo com os grupos, há actualmente nas cadeias israelitas cerca de 4700 palestinianos presos, incluindo 34 mulheres e 150 menores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A ocupação israelita e a sua administração prisional levaram a cabo o assassinato deliberado do preso Khader Adnan ao rejeitar o seu pedido de libertação, ao negligenciá-lo medicamente e ao mantê-lo na sua cela apesar da gravidade do seu estado de saúde», afirmou Shtayyeh em comunicado. Várias facções palestinianas pronunciaram-se no mesmo sentido, responsabilizando Israel pela morte de Khader Adnan e sublinhando o crime «premeditado e a sangue-frio». Por seu lado, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu uma investigação internacional sobre a morte do prisioneiro e instou o Tribunal Penal Internacional a incluir este caso no processo relativo aos crimes de guerra cometidos por Israel contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Para denunciar «o crime que levou à morte» de Khader Adnan numa prisão israelita, foi declarada, esta terça-feira, uma greve geral que «afecta todos os aspectos da vida», tanto na Faixa de Gaza cercada como na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, indica a Wafa. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. A 2 de Maio último, Khader Adnan, de 44 anos, morreu na cadeia, quase três meses depois de ter iniciado uma greve de fome contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado de imprensa, que a Wafa cita, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», acrescenta a nota. De acordo com os dados divulgados em Junho último pela organização israelita de defesa dos direitos B'Tselem, em Março deste ano, Israel mantinha nas suas prisões 1017 pessoas em regime de detenção administrativa. É preciso recuar duas décadas, até Abril de 2003, para encontrar um número mais elevado de detidos administrativos nas prisões israelitas – 1140 –, referiu a organização. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou a B'Tselem, outra organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. De forma sistemática, presos administrativos entram em greve de fome por tempo indeterminado para chamar a atenção para os seus casos e forçar a sua libertação. Em meados de Agosto, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa». Num comunicado de imprensa, divulgado pela Wafa, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», afirmou o organismo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde 28 de Setembro de 2000 até à data, refere a Comissão, foram detidas mais de 2600 raparigas e mulheres, incluindo quatro que deram à luz na cadeia. No mesmo período, foram emitidas 32 mil ordens de detenção administrativa, a que Israel recorre para manter reclusos nas cadeias sem acusação nem julgamento, com base numa «prova secreta» que nem o advogado do detido pode ver. A Comissão registou um aumento «assinalável» no recurso a este regime, amplamente condenado a nível internacional, contra o qual os presos palestinianos protestam, de forma reiterada, entrando em greve de fome por tempo indeterminado, para exigir a sua libertação e o fim da aplicação da política de detenção referida. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou recentemente a B'Tselem, uma organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No relatório agora publicado, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos refere-se ainda ao recurso à tortura nos cárceres israelitas, bem como aos assassinatos e às «execuções lentas» por falta de cuidados médicos. Denuncia igualmente a «escalada de casos de opressão, abuso e incitação racista» contra os presos palestinianos. De acordo com o organismo, estão actualmente detidos em cadeias israelitas, nos territórios ocupados em 1948, cerca de 5200 palestinianos. Destes, 38 são mulheres e 170 são menores de idade. Há ainda mais de 1250 presos palestinianos em regime de detenção administrativa e 700 reclusos doentes, 24 dos quais com enfermidades oncológicas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado posterior, as Brigadas al-Qassam afirmaram ter capturado «mais de 35 soldados e civis israelitas do colonato sionista de Sderot». A operação desta manhã apanhou de surpresa o Exército da ocupação, o que está a valer múltiplas críticas ao governo de Netanyahu, em Israel. Entretanto, foi declarado o «estado de preparação para a guerra» entre as forças militares israelitas, e o ministro da Defesa, que aprovou o recrutamento de soldados na reserva, declarou o estado de emergência numa faixa de 80 quilómetros em redor da Faixa de Gaza. A agência Wafa já deu conta de bombardeamentos israelitas contra o enclave costeiro nas últimas horas, dos quais resultaram vários mortos. A mesma fonte refere que o Ministério palestiniano da Saúde colocou todas as unidades hospitalares do país em situação de emergência. De acordo com as autoridades de saúde no enclave costeiro, pelo menos 198 pessoas morreram e mais de 1600 ficaram feridas (muitas das quais em estado grave) como consequência dos bombardeamentos israelitas contra a Faixa e Gaza ao longo do dia, refere a Wafa, em retaliação contra o ataque da resistência palestiniana, esta manhã. Por seu lado, a agência Prensa Latina refere-se à morte de uma centena de israelitas e cerca de 900 feridos, no contexto da operação de grande escala da resistência palestiniana, que ocupou diversas localidades e bases militares da ocupação próximas do enclave cercado. Entretanto, a Wafa dá conta de vários ataques da parte de colonos e forças israelitas contra diversas localidades e bairros palestinianos na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas, dos quais resultaram pelo menos um morto e um número indeterminado de feridos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Israel retaliou com a «Operação Espadas de Ferro», com ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza sitiada e, de acordo com a última contagem do Ministério da Saúde palestiniano, 313 habitantes de Gaza morreram na ofensiva, incluindo 20 crianças, enquanto outros 1990 palestinianos ficaram feridos no enclave. Do lado israelita, foram confirmadas até à manhã de hoje cerca de 300 pessoas mortas e 1864 feridas, das quais 19 estão em estado crítico, 326 em estado grave e as restantes em estado moderado ou ligeiro. No ano em que se assinalam os 75 anos da Nakba (catástrofe), «mais de cinco décadas depois de Israel ocupar militarmente a totalidade do território da Palestina histórica», o MPPM lembra que a campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação de Israel se prolonga até hoje. «Em Gaza, de onde partiu esta acção, vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas, descendentes dessas sucessivas vagas de limpeza étnica», alerta o movimento. Apesar de as Nações Unidas o considerarem «impróprio para sustentar a vida humana», desde 2006 que o Estado israelita impõe um «bloqueio criminoso» sobre aquele território. Uma ONG palestiniana e outra israelita acusam Israel de ter trabalhado para «branquear a verdade» sobre os crimes cometidos pelas suas tropas durante os protestos da Grande Marcha do Retorno, em Gaza. Num relatório conjunto, o Centro Palestiniano para os Direitos Humanos (PCHR), sediado em Gaza, e a organização israelita B'Tselem analisam as investigações que Israel diz ter levado a cabo na sequência da repressão exercida pelas forças israelitas sobre os manifestantes que, na Faixa de Gaza, reclamaram o direito de regresso dos refugiados a suas casas. Os protestos conhecidos como Grande Marcha do Retorno começaram a 30 de Março de 2018 e prolongaram-se por mais de um ano e meio. Pelo menos 200 palestinianos foram mortos e 13 500 ficaram feridos – seguindo os números por baixo, uma vez que outras fontes apontam para mais de 300 mortos e cerca de 18 mil feridos, várias dezenas dos quais menores. O vento e a chuva forte que se abateram esta semana sobre Gaza não impediram centenas de manifestantes de participarem, na sexta-feira, na última manifestação de 2019 da Grande Marcha do Retorno. Dezenas de palestinianos foram feridos esta sexta-feira pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, quando participavam na 86.ª manifestação da Grande Marcha do Retorno, perto da vedação com que Israel isola o território palestino, segundo o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Vários dos participantes nas manifestações, segundo o MPPM, foram feridos por balas reais e revestidas de borracha, enquanto dezenas de outros sofreram de asfixia por efeito do gás lacrimogéneo disparado pelas forças de ocupação. Centenas de manifestantes participaram nos protestos apesar das adversas condições climatéricas. A Faixa de Gaza tem sido batida por vento e chuva forte na última semana, com as inundações a porem em risco cerca de 235 mil pessoas nas áreas mais baixas da Faixa de Gaza, segundo um relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) no território palestiniano ocupado. A 30 de Março os palestinianos comemoram o Dia da Terra. Nesse dia, em 1976, no Norte de Israel, foram assassinados seis palestinianos que protestavam contra a expropriação de terras para dar lugar a aldeamentos judaicos. Cerca de 100 outras pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e as grandes manifestações de protesto que, no mesmo dia, ocorreram no território do Estado de Israel. A 30 de Março de 2018 a comemoração atingiu uma dimensão inusitada, ao tornar a celebração deste dia como o primeiro de uma «Grande Marcha do Retorno», uma reclamação do direito de regresso dos refugiados aos seus lares – tal como prescreve a resolução 194 das Nações Unidas – à Palestina histórica, de onde mais de 700 mil pessoas foram expulsas pelas tropas israelitas em 1948, durante a chamada «catástrofe» («Nakba», em árabe). Desde então o protesto repete-se semanalmente, violentamente reprimido pelas forças israelitas, incluindo com o recurso a snipers e fogo real directo. Como resultado, pelo menos 348 palestinos foram mortos em Gaza por fogo israelita desde o início das marchas, a maioria deles durante as manifestações, segundo uma contagem da AFP citada pelo MPPM. Para além disso, o Ministério da Saúde de Gaza regista mais de 18 mil feridos pelas forças repressivas sionistas. Entre as baixas contam-se crianças, mulheres, muitos adolescentes, jornalistas e trabalhadores dos serviços de saúde que tentam socorrer os manifestantes. Em Março, uma missão de averiguação da ONU concluiu que as forças israelitas cometeram violações de direitos humanos na repressão dos manifestantes em Gaza, o que pode constituir crimes de guerra. Os organizadores da Grande Marcha do Retorno anunciaram nesta quinta-feira que os protestos seriam suspensos até Março de 2020, altura em que serão retomados, coincidindo com o seu segundo aniversário e também com o Dia da Terra palestina (30 de Março). A partir daí realizar-se-ão a um ritmo mensal. Além do bloqueio a que sujeita a Faixa de Gaza, na última década Israel lançou três guerras de agressão contra o pequeno território palestino e dezenas de ataques de escala mais limitada, matando milhares de pessoas e causando enormes destruições de casas e infra-estruturas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As duas organizações não governamentais (ONG) acusam Israel de proteger os responsáveis políticos e militares, «em vez de tomar medidas contra as pessoas que conceberam e implementaram a política ilegal de atirar a matar». Israel foi célere a anunciar que estava a investigar os protestos, sobretudo devido aos procedimentos em curso no Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmaram as organizações numa conferência de imprensa, a que a agência WAFA faz referência. Isso deve-se ao princípio da complementaridade do TPI, ou seja, se um Estado «estiver disposto e tiver capacidade» para realizar a investigação e a efectuar, o TPI não intervém. No entanto, não basta declarar que uma investigação está a ser feita; ela tem de ser eficaz, dirigida às altas patentes responsáveis e conduzir a uma acção contra elas, sublinham, acrescentando que isso não ocorre neste caso. «As investigações conduzidas por Israel não são mais do que uma cortina de fumo erguida para proteger do TPI os funcionários responsáveis. Israel não quer e não consegue investigar as violações de direitos humanos perpetradas pelas suas forças durante os protestos da Grande Marcha de Retorno na Faixa de Gaza. Tendo isto em conta, cabe agora ao TPI garantir a responsabilização penal», disseram as duas organizações. «Estas investigações – tal como as levadas a cabo pelo sistema de aplicação da lei militar noutros casos em que soldados causaram danos aos palestinianos – fazem parte do mecanismo de branqueamento de Israel, e o seu principal objectivo continua a ser silenciar as críticas externas, para que Israel possa continuar a implementar sua política sem mudanças», lê-se no portal da B'Tselem. A mudança da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém fica associada a um «Dia de Raiva» na Palestina. Na Faixa de Gaza cercada, os franco-atiradores israelitas massacram os manifestantes. Quando o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a intenção de mudar a Embaixada do seu país de Telavive para essa cidade, ficou claro que tal passo constituía uma declaração de apoio ao Estado de Israel e à sua política de ocupação e repressão na Palestina, nomeadamente em Jerusalém. Várias organizações têm denunciado o número crescente de ameaças em locais religiosos não-judaicos, na cidade, bem como a intensificação do plano de «judaização» de Jerusalém Oriental, com o aumento da construção de colonatos e a expulsão da população palestiniana de suas casas, que são muitas vezes demolidas. Declarada por Israel como sua capital, Jerusalém tem o estatuto, reconhecido pelas Nações Unidas, de cidade ocupada, sendo Israel a potência ocupante (desde 1967). Os palestinianos querem-na como sua capital e quem apoia a solução dos «dois estados» reconhece que o Estado da Palestina tem em Jerusalém Oriental a sua capital. Logo em Dezembro, foi generalizado o repúdio internacional pela decisão da administração norte-americana e, a 21 desse mês, materializou-se na aprovação, por esmagadora maioria, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução que rejeita essa decisão e insta todos os estados-membros a não estabelecerem missões diplomáticas em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980. Esse repúdio face ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel também se fez sentir no interior de Israel, onde académicos, antigos embaixadores e defensores da paz enviaram uma carta a um representante de Trump, seguntou reportou o periódico Haaretz. Inicialmente, não ficou explícito que a concretização da mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém estaria associada ao 70.º aniversário da criação do Estado de Israel, que hoje se assinala, e que teria lugar na véspera da Nakba – a limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas e pelo Estado de Israel, em que mais de 750 mil palestinianos foram expulsos das suas casas e terras –, uma «catástrofe» que todos os anos os palestinianos marcam a 15 de Maio. Na visita que efectuou em Janeiro a Israel, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, afirmou que essa mudança deveria ocorrer no final de 2019. No entanto, a 23 de Fevereiro, o Departamento de Estado anunciou a antecipação da mudança para 14 de Maio, o que foi encarado pelos palestinianos como mais uma acção de «provocação». Em protesto contra a mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém, os palestinianos chamaram «Dia de Raiva» a este 14 de Maio. Nos territórios ocupados da Cisjordância, há notícia de mobilizações pelo menos em Ramallah e Hebron. Mas a grande mobilização está a ter lugar na Faixa de Gaza cercada, junto às vedações que enclausuram perto de 2 milhões de palestinianos – 80% dos quais são descendentes de refugiados – no pequeno enclave. De acordo com a PressTV, as forças militares israelitas, que reforçaram a sua presença tanto em redor de Gaza como na Margem Ocidental ocupada –, esperavam que 100 mil pessoas se manifestassem nos pontos habituais, hoje, dia da mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém. «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados» Sobre o culminar dos protestos pacíficos da Grande Marcha do Retorno, que se iniciaram a 30 de Março, o ministro israelita da Educação, Naftali Bennet, do partido de extrema-direita Lar Judaico, disse a uma rádio israelita que a vedação seria encarada como uma «Muralha de Ferro» e que quem se aproximasse dela seria tratado como um «terrorista», refere a PressTV. A mesma fonte indica ainda que a Força Aérea israelita lançou panfletos sobre a Faixa de Gaza, ontem e hoje, para demover os manifestantes de se aproximarem da vedação, mas sem sucesso, já que estes, segundo refere a Al Jazeera, têm estado a tentar atravessá-la, «defendendo o seu direito ao regresso, ao retorno, aconteça o que acontecer». Um membro do comité organizador da Grande Marcha do Retorno disse à Al Jazeera que, ao tentarem atravessar a vedação, «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados». Os franco-atiradores responderam de forma brutal, matando mais de quatro dezenas de pessoas que se manifestavam perto da vedação e ferindo perto de 2000, até ao momento. De acordo com a organização, os protestos de hoje e os que estão previstos para amanhã – dia da Nakba – devem ser os mais massivos, sendo o ponto culminante das sete semanas de mobilizações, fortemente reprimidas pelas forças israelitas, junto à vedação com a Faixa de Gaza. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Apesar dos milhares de feridos palestinianos resultantes da política de «atirar a matar» e de mais de centena e meia ter ficado sem membros inferiores ou superiores – as tropas israelitas usaram balas explosivas, as chamadas butterfly bullets, que se expandem no contacto com o corpo, provocando danos severos nos tecidos, nos ossos, nas veias –, nenhum destes casos foi investigado. Sem explicação, os militares decidiram investigar apenas os casos em que palestinianos foram mortos. Dos 234 casos recebidos pelos procuradores do Exército, foi completa a revisão de 143 e um deles, o da morte do adolescente Othman Hiles, de 14 anos, levou à condenação de um soldado por «abuso de autoridade ao ponto de pôr em risco a vida e a saúde». Foi condenado a um mês de serviço comunitário. No seu portal, a B'Tselem sublinha que «a conduta de Israel respeitante à investigação dos protestos em Gaza não é nova nem surpreendente», e recorda o que se passou depois da Operação Chumbo Fundido, em 2009, e da Operação Margem Protectora, em 2014. «Então, também, Israel desrespeitou o direito internacional, recusou-se a reformar a sua política apesar dos resultados letais e desviou as críticas prometendo investigar a sua conduta. Então, também, nada resultou dessa promessa», afirma. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por outro lado, entre Março de 2018 e Dezembro de 2019, uma série de manifestações pacíficas designadas Grande Marcha do Retorno foram brutalmente reprimidas pelo exército de Israel, contabilizando-se 223 mortos e mais de nove mil feridos, sob o silêncio da comunidade internacional. «Os assaltos das forças de ocupação israelita às povoações e campos de refugiados palestinos, assim como a violência dos colonos e as prisões arbitrárias são o quotidiano com que os palestinos, homens e mulheres, jovens e menos jovens diariamente se confrontam», lembra o MPPM, salientando que, até este sábado, pelo menos 247 palestinianos, sobretudo jovens, foram mortos pelas forças israelitas e por colonos. Neste sentido, insiste que a paz no Médio Oriente e a solução da questão palestiniana «passam necessariamente por um desenlace que respeite os direitos inalienáveis» do povo palestiniano a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados. O MPPM rejeita os «lamentos» daqueles que «hipocritamente condenam as acções violentas de resistência dos oprimidos e se calam desde há décadas (ou pior, colaboram) perante a violência da ocupação», e entre os quais se encontra o Governo português. «Israel tem o direito de se defender. Estes ataques nada resolverão, contribuindo apenas para piorar a situação na região. Estamos solidários com Israel e oferecemos condolências pelas vítimas.», disse o ministro João Gomes Cravinho, este sábado, na rede social X. O governo palestiniano denunciou junto da ONU o assassinato de 44 menores, este ano, por soldados israelitas. Neste contexto, reclamou protecção para a infância e a responsabilização de Telavive. Numa carta enviada esta segunda-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu protecção especial urgente para as crianças palestinianas, informa a agência Wafa. Mahmoud Samoudi, de 12 anos, foi, ontem, a vítima mortal mais recente das forças israelitas, não resistindo aos ferimentos quase duas semanas depois de ter sido atingido por uma bala no abdómen, durante uma operação militar na cidade de Jenin (Norte da Cisjordânia ocupada). Só nos últimos dias, «Israel, a potência ocupante, matou cinco crianças e jovens palestinianos, incluindo Adel Adel Daud (14 anos), Mahdi Ladadwa (17), Mahmoud Sous (17), Fayez Khaled Damdoum (17) e Ahmad Draghmeh (19)», indica o texto das autoridades palestinianas. Até 10 de Dezembro, 86 crianças foram mortas nos territórios ocupados da Palestina, fazendo de 2021 o ano mais mortífero para elas desde 2014, segundo os registos de uma organização não governamental. As forças israelitas mataram 76 crianças palestinianas este ano – 61 na Faixa de Gaza cercada e 15 na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Civis israelitas armados mataram duas crianças palestinianas na Cisjordânia, revela o relatório agora publicado pela Defense for Children International – Palestine (DCIP). A estas 78 crianças juntam-se sete que foram mortas por foguetes disparados incorrectamente por grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza, e uma outra que foi morta por uma munição não detonada, cujas origens a ONG não conseguiu determinar. «Nos termos do direito internacional, a força letal intencional só se justifica em circunstâncias em que esteja presente uma ameaça directa à vida ou de ferimentos graves. No entanto, investigações e provas recolhidas pelo DCIP sugerem que as forças israelitas utilizam regularmente força letal contra crianças palestinianas em circunstâncias que podem equivaler a execuções extrajudiciais ou intencionais», lê-se relatório, traduzido pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM. Durante os 11 dias do ataque militar israelita à Faixa de Gaza, em Maio de 2021, naquilo que ficou conhecido como Operação Guardião dos Muros, as forças israelitas mataram 60 crianças palestinianas, segundo os dados recolhidos pela DCIP. «Aviões de guerra israelitas e drones armados bombardearam áreas civis densamente povoadas, matando crianças palestinianas que dormiam nas suas camas, brincavam nos seus bairros, faziam compras nas lojas perto das suas casas e celebravam o Eid al-Fitr [festa no fim do Ramadão] com as suas famílias», disse Ayed Abu Eqtaish, director do programa de responsabilização da DCIP. «A falta de vontade política da comunidade internacional para responsabilizar os funcionários israelitas garante que os soldados israelitas continuarão a matar ilegalmente crianças palestinianas com impunidade», acrescentou. A DCIP lembra que o direito humanitário internacional proíbe ataques indiscriminados e desproporcionados, e exige que todas as partes num conflito armado façam a distinção entre alvos militares, civis e objectos civis. O pico mais recente de assassinatos de crianças ocorrera em 2018, quando forças israelitas e colonos mataram crianças palestinianas a um ritmo médio superior a uma por semana (57). A maioria dessas mortes ocorreu durante os protestos da Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza, refere o organismo. De acordo com os dados da DCIP, foram mortas 2196 crianças palestinianas, desde 2000, em resultado da presença de militares e de colonos israelitas nos territórios ocupados da Palestina. A Defense for Children International – Palestine é uma das seis organizações de direitos humanos que Israel pretende silenciar, lembra o MPPM, sublinhando que a medida tem merecido a condenação generalizada a nível internacional e foi denunciada pelo MPPM a 29 de Outubro último. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A carta afirma que as forças de ocupação estão a utilizar «a política infame de atirar a matar» – de que resultou a morte de centenas de crianças palestinianas –, ao apontarem «deliberadamente» para a parte superior dos seus corpos. «Israel dispara deliberadamente contra os menores palestinianos com o objectivo declarado de os matar e mutilar, negando-lhes o direito à vida», lê-se no texto, sublinhando que «as crianças jamais devem ser mortas ou mutiladas», bem como a necessidade de medidas urgentes para as proteger da «escalada dos crimes israelitas». Neste sentido, o governo palestiniano exigiu medidas contra Telavive, destacando que as «evidências dos seus crimes crescentes contra as crianças palestinianas são, sem dúvida alguma, esmagadoras», violando o direito internacional e as resoluções que constituem a base da protecção das crianças nos conflitos armados. «A protecção das crianças é a maior obrigação moral, legal e política da humanidade», frisa o documento, no qual se pede à comunidade internacional que «ponha fim a este pesadelo intolerável que as nossas crianças vivem diariamente» e que tome medidas para responsabilizar Israel «pelos seus crimes horrendos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Os que há décadas convivem com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos do povo palestino, não têm autoridade moral para hoje se queixarem das tempestades que provocaram», defende o MPPM. Certo de que a violência poderá alastrar-se a todo o Médio Oriente, o movimento recorda que Israel, «com o apoio dos países "ocidentais" e em primeiro lugar dos Estados Unidos da América», é a maior potência militar da região e a única a dispor de armas nucleares. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em nota divulgada pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM), um dos organizadores da concentração que se vai realizar a 11 de Outubro, às 18h, na Praça do Martim Moniz em Lisboa, a organização defende que a segurança de todos os povos da região passa, necessariamente, «pelo respeito do direito inalienável do povo palestino a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados». Já a CGTP-IN, em comunicado, denuncia «a política racista e de humilhação do Estado de Israel sobre os palestinianos» que se agravou nos últimos anos com «acções provocatórias dos sectores mais reaccionários da sociedade israelita, com a cumplicidade do governo de Netanyahu». A central sindical exprimiu ainda o seu «profundo pesar» pelas vítimas dos últimos dias. «Uma situação que só se mantém e agrava pelo incumprimento das dezenas de resoluções da ONU e pela manutenção e aprofundamento da política de ocupação e genocídio que, desde 1948, reprime e oprime o povo palestiniano», nomeadamente através da ocupação de terras, da expansão de colonatos e de crimes cometidos por Israel com vista à «limpeza étnica» da região. «Recordamos a destruição de escolas e serviços públicos, o ataque e prisão arbitrária (incluindo de 1200 crianças que desde o ano 2000 conheceram as prisões israelitas), a invasão de mesquitas, nomeadamente de Al-Aqsa, a destruição e inutilização de água potável e terrenos agrícolas, a manutenção do bloqueio e cerco de Israel a Gaza desde 2007 – onde os mais de dois milhões de palestinianos aí residentes permanecem encarcerados e sujeitos às maiores privações e à violação dos seus direitos mais básicos». No sábado, a resistência palestiniana quebrou a vedação que cerca o enclave e lançou uma ofensiva contra os territórios ocupados em 1948. Desde então, a aviação israelita matou mais de 430 palestinianos. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério palestiniano da Saúde esta manhã, os bombardeamentos indiscriminados na Faixa de Gaza, conhecida como «a maior prisão a céu aberto», provocaram a morte a 436 pessoas, incluindo 91 menores, e fizeram 2271 feridos, 244 dos quais crianças. Nas últimas horas, a aviação da ocupação lançou centenas de raides contra o enclave costeiro, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, atingindo edifícios residenciais, infra-estruturas oficiais e civis, bem como edifícios religiosos, tendo destruído pelo menos duas mesquitas, indica a agência Wafa. Só no sábado, os bombardeamentos israelitas provocaram 300 mortos, o que, segundo destaca o portal The Cradle, é o número mais elevado de palestinianos mortos em ataques aéreos da ocupação num só dia desde 2008. Enquanto se mantiver a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos, não haverá paz, alerta o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). O MPPM reage assim às acções desencadeadas em Gaza e em Israel na madrugada deste sábado. Eram 4h30 em Lisboa (6h30 no local), quando militantes de organizações da resistência palestiniana lançaram, a partir da Faixa de Gaza, um ataque de surpresa, em larga escala, contra Israel, no que apelidaram de «Operação Dilúvio Al-Aqsa». Segundo as organizações, a acção foi uma resposta à profanação da Mesquita de Al-Aqsa e ao aumento da violência dos colonos, e confirma, insiste o MPPM num comunicado, «que não é possível ter uma situação de paz na Palestina e, por consequência, no Médio Oriente, continuando a espezinhar os legítimos direitos do povo palestino e persistindo em manter a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos». Diversos grupos da resistência declararam o apoio à operação lançada contra Israel, esta manhã, a partir da Faixa de Gaza, sublinhando que faz parte da luta de libertação nacional. «Fazemos parte desta batalha e os nossos combatentes estão lado a lado com os seus irmãos nas Brigadas al-Qassam (ala militar do Hamas) até à vitória», afirmou em comunicado Abu Hamza, porta-voz das Brigadas de al-Quds, braço militar da Jihad Islâmica. Em termos semelhantes, refere a Prensa Latina, se pronunciaram as Brigadas al-Nasser Salah al-Din, do Movimento de Resistência Popular: «Unidos numa trincheira neste dia glorioso do nosso povo.» Por seu lado, as Brigadas de Resistência Nacional anunciaram que os seus membros se juntaram à operação, lançada esta manhã pelo Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de rockets e uma incursão terrestre em território ocupado em 1948. Atingido por disparos de colonos na cidade de Huwara, Labib Dumaidi, de 19 anos, é a mais recente das quatro vítimas mortais na Margem Ocidental ocupada, revelou o Ministério da Saúde. De acordo com a informação divulgada pelo Ministério, Labib Mohammed Dumaidi ficou gravemente ferido durante um ataque de colonos, ontem à noite, na cidade de Huwara, a sul de Nablus. Levado para um hospital, não resistiu aos ferimentos, já nas primeiras horas de sexta-feira. Residentes de Huwara tentaram fazer frente à provocação levada a cabo por dezenas de colonos, protegidos por forças militares israelitas, indica a Wafa. Registaram-se fortes confrontos e as tropas israelitas usaram fogo real, gás lacrimogéneo e granadas atordoantes para dispersar os palestinianos. Fontes do Crescente Vermelho Palestiniano informaram que pelo menos 25 pessoas, incluindo quatro crianças, sofreram efeitos de asfixia devido à inalação de gás lacrimogéneo. Também em Huwara, as forças israelitas mataram, ontem à tarde, outro palestiniano, cuja identidade ainda não foi revelada. Dias depois de colonos extremistas terem invadido e atacado Huwara, Bezalel Smotrich afirmou que Israel deve «aniquilar» a localidade palestiniana no Norte da Cisjordânia ocupada. «Penso que Huwara precisa de ser destruída», disse o ministro israelita das Finanças, Bezalel Smotrich, esta quarta-feira, defendendo que «o Estado devia fazê-lo e não cidadãos privados», refere a PressTV com base na imprensa israelita. As declarações do ministro de extrema-direita do governo de Benjamin Netanyahu seguem-se ao ataque perpetrado contra a localidade palestiniana, no domingo à noite, por centenas de colonos armados. Tratou-se da «resposta» à morte de dois israelitas de um colonato ilegal, executados por um atacante palestiniano de Huwara. Este ataque, por sua vez, seguiu-se ao massacre de Nablus, em que as forças de ocupação israelitas mataram 11 palestinianos e feriram mais de cem. No domingo à noite, os colonos queimaram pelo menos 150 carros, 52 casas e várias lojas. Uma pessoa foi morta e o número de feridos palestinianos é superior a 390, indica a agência Wafa. Grupos israelitas de defesa dos direitos humanos como Peace Now e B’Tselem referiram-se ao ataque dos colonos como um «pogrom» apoiado pelas autoridades de ocupação. Por seu lado, o Crescente Vermelho palestiniano acusou as forças israelitas de impedirem as ambulâncias e os paramédicos de acederem ao local do ataque, a poucos quilómetros de Nablus. No Knesset, a extrema-direita israelita considerou os ataques a Huwara «legítimos». Hussein al-Sheikh, da Comissão Executiva da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou, no Twitter, que as afirmações de Smotrich para apagar Huwara do mapa são o apelo de um «racista terrorista». Também o primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana (AP), Mohammad Shtayyeh, se referiu às afirmações do ministro israelita como «terroristas» e «racistas», e alertou para o facto de que «fazem prever uma escalada séria» contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Neste sentido, pediu às Nações Unidas, à União Europeia e demais organizações internacionais que condenem as declarações de Smotrich. Antes, já tinha pedido ajuda internacional «contra os crimes de Israel». O Parlamento (da Liga) Árabe, com sede no Cairo, condenou esta quarta-feira os ataques executados por colonos israelitas contra o povo palestiniano na Cisjordânia ocupada, referindo-se em especial ao assalto à localidade de Huwara. Perante os ataques terroristas sistemáticos dos colonos contra cidadãos indefesos, com armas de fogo, incêndios de casas e viaturas, expulsão de agricultores, assassinatos e outros crimes, exortou o mundo e em especial o Conselho de Segurança da ONU a adoptar medidas para proteger o povo palestiniano. Antes, a Liga Árabe já tinha proposto que as milícias de colonos passem a ser incluídas na lista de grupos terroristas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na parte da manhã, as forças israelitas já tinham matado dois palestinianos, identificados como Hudhayfah Fares, de 27 anos, e Abd al-Rahman Atta, de 23, na aldeia de Shufa, na sequência de um ataque de colonos a viaturas na região de Tulkarem. De acordo com as Nações Unidas, 2023 está a ser o ano mais mortífero para os palestinianos na Margem Ocidental desde que há registo de fatalidades provocadas pelas forças de ocupação. Nabil Abu Rudeineh, porta-voz da Presidência palestiniana, disse à imprensa que a ocupação israelita pisou todas as linhas vermelhas, com a sua insistência na política de assassinatos e incursões em cidades, aldeias e acampamentos palestinianos. Numa entrevista à Palestine TV, o representante da Presidência responsabilizou o governo israelita e a administração norte-americana pelos «crimes perigosos perpetrados pela ocupação e os seus colonos por todo o território palestiniano», os mais recentes dos quais nas imediações de Nablus e Tulkarem, refere a Wafa. Apesar da «guerra implacável» que a ocupação israelita está a travar contra o povo palestiniano «à vista de todo o mundo», o responsável afirmou que isso não irá impedir «o nosso povo de prosseguir a sua luta legítima» até à «criação do seu Estado independente, com Jerusalém como capital». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na Cisjordânia, a Cova dos Leões, um dos grupos da resistência mais activos, fez um apelo à mobilização geral dos seus membros, bem como ao «ataque imediato em todos os lugares contra as forças de ocupação e os seus colonos». Com base em fontes israelitas, a agência Prensa Latina indica que o Exército de ocupação deu conta de combates em 21 locais no Sul de Israel, na sequência da operação palestiniana – embora tenha posteriormente reduzido esse número para sete. Ao anunciar a ofensiva desta manhã (às 7h locais), o comandante das Brigadas al-Qassam, Muhammad al-Deif, disse que o grupo palestiniano disparou para território israelita 5000 rockets. Al-Deif afirmou que a operação é uma resposta aos sistemáticos crimes israelitas contra o povo palestiniano e a profanação contínua por colonos judeus da mesquita de al-Aqsa, em Jerusalém, e ocorre num contexto de escalada de agressões, da parte de colonos e forças israelitas, em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia ocupada. A Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos registou mais de 135 mil casos de detenções, pelas forças de ocupação israelitas, desde o início da Intifada de al-Aqsa, em 2000. Num relatório emitido por ocasião do 23.º aniversário do início da Segunda Intifada ou Intifada de al-Aqsa (28 de Setembro de 2000), a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos sublinha que as detenções levadas a cabo pelas forças israelitas afectaram todas as camadas da sociedade, e não deixaram de parte menores de idade, idosos e mulheres. Dos mais de 135 mil casos registados pelo organismo, 21 mil dizem respeito a menores, indica o relatório – divulgado pela Wafa –, que dá conta da detenção de metade dos deputados do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), de vários ministros, centenas de académicos, jornalistas e funcionários de organizações da sociedade civil e instituições internacionais. Israel mantém nas suas prisões 1264 palestinianos sem acusações nem julgamento, o número mais elevado em 30 anos, revelou a ONG Hamoked. Desde a Primeira Intifada (1987-1993) que não havia tantos palestinianos detidos ao abrigo da polémica norma, alertou a organização não governamental este fim-de-semana, com base nos dados dos serviços prisionais. Jessica Montell, directora executiva da Hamoked, organização israelita que presta assistência jurídica gratuita aos palestinianos que vivem sob a ocupação, afirmou que a detenção administrativa é «massiva e arbitrária» e que Israel mantém nesse regime, sem acusação nem julgamento, mais de 1200 palestinianos, «alguns dos quais durante anos sem uma revisão eficaz». Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que nove presos palestinianos sem acusação ou julgamento continuam em greve de fome por tempo indeterminado. Os presos Kayed al-Fasfous e Sultan Khlouf iniciaram o protesto contra a detenção administrativa há 19 dias. Por seu lado, Osama Darkouk encontra-se em greve de fome há 15 dias. Outros seis reclusos palestinianos em cadeias israelitas estão em greve de fome há 12 dias: Hadi Nazzal, Mohammad Taysir Zakarneh, Anas Kmail, Abdelrahman Baraka, Mohammad Basem Ikhmis e Zuhdi Abdo, informa a agência Wafa, com base na SPP. Na semana passada, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa», que permite manter na cadeia presos sem acusação ou julgamento, numa clara violação das normas internacionais. Ao abrigo deste regime, a detenção, decretada por um comandante militar, com base naquilo a que Israel chama «prova secreta» – que nem o advogado do detido tem direito a ver –, pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, esta segunda-feira, que quatro presos palestinianos sem acusação ou julgamento tinham iniciado há nove dias uma greve de fome por tempo indeterminado. Em comunicado divulgado pela Wafa, a SPP indicou que Anas Ibrahim Shadid, de 26 anos, Mahmoud Abdel Halim Talahma, de 32, Abdullah Mohammad Abido, de 36, e Mohammad Ahmad Dandis, de 25, iniciaram o protesto para denunciar a sua detenção sem acusação ou julgamento. Acrescentou que todos os detidos estão na cadeia israelita de Ofer, perto de Ramallah, e são originários da província de Hebron (al-Khalil), no Sul da Cisjordânia ocupada. A organização de defesa dos direitos dos presos informa que Shadid foi preso três vezes, sempre no regime de detenção administrativa, tendo passado, no total, três anos atrás das grades. Durante esses períodos, levou a cabo duas greves de fome, uma delas com a duração de 90 dias, em 2016. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Talahma, detido desde Março de 2022, é um advogado e antigo prisioneiro, que passou dois anos e meio nas cadeias israelitas. Abido é também um antigo prisioneiro, que passou cinco anos e meio nas prisões da ocupação – a maior parte do tempo ao abrigo do regime de detenção administrativa. Por seu lado, Dandis foi preso pela primeira vez a 23 de Março último, tendo-lhe sido imposta uma detenção administrativa por um período de seis meses. Este protesto ocorre num contexto em que Israel intensifica o recurso às detenções sem acusação ou julgamento. Segundo revelou a SPP, existem actualmente nas cadeias israelitas 1083 presos palestinianos a quem foi aplicado este regime de detenção, 17 dos quais são menores. O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. O primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, responsabilizou Israel pelo «assassinato» de Khader Adnan, ao não atender ao protesto contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. A Sociedade de Prisioneiros Palestinianos (SPP) afirmou, em comunicado, que Khader Adnan, de 44 anos, foi encontrado inconsciente esta madrugada na sua cela, tendo sido levado para um hospital, onde foi declarado morto. Adnan, natural da cidade de Arraba (perto de Jenin), foi preso 12 vezes ao longo da sua vida, tendo recorrido à greve de fome em diversas ocasiões para protestar contra as suas detenções sem qualquer acusação, afirmou a SPP, citada pela agência Wafa. A última detenção ocorreu a 5 de Fevereiro e Adnan entrou de imediato em greve de fome por tempo indeterminado, refere a fonte, acrescentando que pelo menos 236 presos palestinianos morreram desde 1967. Ao ter conhecimento da notícia, o primeiro-ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, acusou Israel de ter cometido um assassinato. O número foi destacado pela Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) em conferência de imprensa. A maior parte encontra-se nos centros de detenção de Ofer e de Naqab (Neguev). O regime de detenção administrativa, que tem merecido ampla condenação internacional – até do Departamento de Estado norte-americano e da Amnistia Internacional –, permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Os prisioneiros iniciaram uma greve de fome, há uma semana, para exigir a sua libertação e denunciar um regime de detenção que permite mantê-los na cadeia sem acusação ou julgamento. O protesto dos trinta presos palestinianos, membros e simpatizantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), completou uma semana sem solução aparente à vista, tendo em conta a inflexibilidade das autoridades de Telavive. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) anunciou que os serviços prisionais israelitas têm estado a ameaçar com castigos os reclusos que lutam contra o regime de detenção administrativa. Entre as punições, contam-se privá-los de visitas, retirar-lhes os seus pertences e isolá-los em celas de castigo. Nesta primeira semana de protesto, os serviços prisionais israelitas colocaram 28 dos grevistas em quatro celas de isolamento na prisão de Ofer, informa a Wafa com base no documento divulgado pelo SPP. Um outro, o advogado Salah Hammouri, foi metido na solitária numa cadeia no Norte de Israel, enquanto Ghassan Zawahreh foi levado para uma cela de isolamento numa prisão localizada no Deserto do Neguev (al-Naqab). Os prisioneiros, em cadeias israelitas, iniciaram uma greve de fome por tempo indeterminado contra um regime que permite mantê-los detidos sem acusação ou julgamento, por períodos renováveis de seis meses. O início do protesto, este domingo, por parte de prisioneiros que são membros ou apoiantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), foi confirmado pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos. Em declarações à agência Wafa, Hassan Abed Rabbo, porta-voz da comissão, disse que os presos decidiram avançar contra uma política que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. Numa mensagem divulgada há alguns dias, os presos sublinharam que a luta contra o regime de detenção administrativa continua e denunciaram que as medidas tomadas pelas autoridades prisionais israelitas «já não se baseiam em obsessões de segurança, mas são actos de vingança devido ao seu passado». Qadri Abu Baker, líder da Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, disse à Wafa que, na próxima quinta-feira, mais 50 presos se devem juntar à greve de fome, para denunciar o regime de detenção administrativa a que são submetidos e a escalada por parte de Israel no que respeita a este procedimento. O maior número de detenções administrativas – sem julgamento ou acusação – foi decretado em Maio, quando Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza. A Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) revelou, este domingo, que o número divulgado diz respeito tanto a novas ordens como à renovação de ordens já emitidas nos territórios ocupados, pelas autoridades israelitas. No documento apresentado, o organismo lembra que política de detenção administrativa visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados –, que são mantidos na cadeia sem acusação ou julgamento, informa a WAFA. O maior número de ordens de detenção administrativa foi emitido em Maio último, quando a Israel lançou uma ofensiva de 11 dias contra a Faixa de Gaza, explicou a organização de defesa dos presos, acrescentado que, ao longo do ano, 60 prisioneiros recorreram à greve de fome com o propósito de reconquistar a liberdade. Uma comissão de apoio aos prisioneiros revelou que 13 palestinianos permaneciam em greve de fome nas cadeias, este domingo, contra o regime que permite mantê-los reclusos sem acusação ou julgamento. Num comunicado ontem emitido, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos informou que o prisioneiro Salem Ziadat, de 40 anos, é, dos 13 que continuavam o protesto, aquele que está em greve de fome há mais tempo, permanecendo em jejum há 28 dias contra a sua detenção administrativa, sem acusação ou julgamento, revelou a agência WAFA. A Comissão informou ainda que o número de reclusos palestinianos em greve de fome até ontem era de 15, mas que Mohammad Khaled Abusill e Ahmad Abdulrahman Abusill tinham chegado a um acordo com o Serviço Prisional Israelita no que respeita à «limitação» da chamada detenção administrativa. Grupos de defesa dos presos apresentaram um relatório sobre o primeiro semestre de 2021. Nas cadeias israelitas, há actualmente 4850 palestinianos, 540 dos quais ao abrigo da «detenção administrativa». Entre os palestinianos que se encontram nos cárceres de Israel, contam-se 43 mulheres e 225 menores, segundo o documento conjunto divulgado este fim-de-semana pela Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, a Sociedade dos Presos Palestinianos, a Addameer e o Centro de Informação Wadi Hilweh. Os organismos referidos precisaram que 12 presos são membros do Conselho Legislativo Palestiniano (Parlamento), 70 são provenientes dos territórios ocupados em 1948, 350 são originários de Jerusalém ocupada e 240 da Faixa de Gaza cercada. O informe destaca a existência de 540 prisioneiros palestinianos em detenção administrativa, sem acusação formada ou julgamento, por períodos de seis meses indefinidamente renováveis. No que respeita a detenções, os organismos de defesa dos presos revelaram que Israel prendeu 5426 palestinianos entre 1 de Janeiro e 30 de Junho deste ano – um número superior a todas as detenções efectuadas pelas forças israelitas em 2020 e registadas por estas organizações: 4636. Por ocasião do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou também que 140 menores permanecem em cadeias israelitas. Os menores palestinianos, alguns dos quais crianças, continuam a ser alvo das forças militares israelitas, que os prendem, muitas vezes de forma violenta, nos territórios ocupados. De acordo com um relatório publicado este domingo pela Sociedade dos Prisioneiros Palestinianos, pelo menos 230 foram detidos desde o início do ano, a maioria dos quais em Jerusalém Oriental ocupada. O grupo de defesa dos direitos dos presos sublinhou que «as crianças encarceradas são submetidas a vários tipos de abusos, incluindo «a recusa de comida e de bebida por longas horas, abuso verbal e a detenção em condições duras». O informe veio a lume na véspera do Dia da Criança Palestiniana, que se assinala a 5 de Abril, com actividades culturais, educativas e mediáticas que, refere a PressTV, visam reforçar a consciência sobre o sofrimento dos menores palestinianos. Também no âmbito do Dia da Criança Palestiniana, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos revelou que 140 menores permanecem em cadeias israelitas, incluindo dois que se encontram presos ao abrigo do regime de detenção administrativa. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por seu lado, a organização Defense for Children International – Palestine (DCIP) destacou que todos os anos entre 500 e 700 menores palestinianos são processados em tribunais militares israelitas e que 85% das crianças palestinianas detidas em 2020 foram «submetidas a violência física». Num comunicado, a DCIP afirma ter documentado 27 casos em que as crianças foram mantidas na solitária um ou dois dias, alegando as forças israelitas «objectivos de investigação». Esta prática é, segundo o organismo, uma forma de «tortura ou tratamento cruel, desumano e degradante». Desde Outubro de 2015, a DCIP registou a 36 ordens de detenção administrativa decretadas contra menores palestinianos, dois dos quais se mantêm nesse regime. Ainda de acordo com o organismo sediado em Genebra, em 2020, as forças israelitas mataram nove menores palestinianos na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, e na Faixa de Gaza, seis dos quais com fogo real. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. O relatório divulgado este fim-de-semana informa que, entre os palestinianos detidos pelas forças israelitas, se incluem 854 menores e 107 mulheres, tendo sido emitidas na primeira metade do ano 680 ordens de detenção administrativa, incluindo 312 novas. No mês de Junho foram presos 615 palestinianos, revela o texto, destacando que Maio foi de longe o mês em que se registou um maior número de detenções na primeira metade deste ano. Então, mês de massacre contra Gaza e de múltiplas provocações sionistas no Complexo da Mesquita de al-Aqsa e em Jerusalém Oriental ocupada, as forças israelitas prenderam 3100 palestinianos, incluindo 2000 nos territórios ocupados em 1948 (actual Estado de Israel) e 677 em Jerusalém Oriental ocupada, informa a WAFA. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos, há actualmente nove presos em greve de fome nos cárceres israelitas como forma de protesto contra o regime de detenção administrativa que lhes foi aplicado. A Comissão pediu às instâncias internacionais e regionais de defesa dos direitos humanos que pressionem as autoridades israelitas no sentido de acabar com os maus-tratos aos presos em greve de fome, que passam também pela sua reclusão na solitária. Os presos palestinianos recorrem com frequência a esta forma de luta contra um regime de detenção ilegal, cujo fim exigem. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com os grupos de defesa dos direitos dos prisioneiros palestinianos, há actualmente quase 550 nos cárceres israelitas detidos ao abrigo deste regime, que tem merecido ampla condenação internacional e que permite a Israel manter nas suas prisões, sem acusação ou julgamento, presos palestinianos por tempo indefinido, na medida em que o período de detenção, até seis meses, é infinitamente renovável. A detenção, que é decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta» – e é tão «secreta» que nem o advogado do detido tem direito a vê-la. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste regime de «detenção», que é considerado ilegal à luz do direito internacional. Como forma de protesto contra as suas detenções ilegais e para exigir que Israel ponha fim a esta prática, os presos palestinianos recorrem com frequência a greves de fome por tempo indeterminado. Apesar da pressão internacional e dos protestos dos prisioneiros, as autoridades israelitas não têm dado sinais de querer acabar com este regime. Pelo contrário, tanto a comissão referida como o Centro Palestiniano de Estudos sobre Prisioneiros têm dado conta de novas ordens de detenção administrativa e de múltiplas renovações. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na maior parte dos casos, estavam presos ao abrigo do regime de detenção administrativa, como Hisham Abu Hawwash, de 40 anos, habitante da localidade de Dura (Cisjordânia ocupada) que se mantém há 140 dias em greve de fome e está numa situação considerada muito crítica. Nos últimos dias, as autoridades palestinianas alertaram para o estado de saúde crítico de Abu Hawwash, responsabilizaram Telavive por aquilo que lhe possa acontecer e pediram à comunidade internacional que pressione as autoridades israelitas para o libertarem. Também a Cruz Vermelha se mostrou preocupada com o caso, sublinhando a necessidade de tratar os reclusos com humanidade e de encontrar uma solução que evite «consequências irreversíveis» para Hawwash. De acordo com a SPP, este domingo cerca de 500 reclusos palestinianos presos em Israel ao abrigo do regime da detenção administrativa – criticado pela ONU – declararam o boicote aos tribunais israelitas, porque «sentem que os tribunais alinham sempre com o governo militar e as suas ordens, e não os tratam com imparcialidade». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a comissão, há actualmente mais de 760 presos nas cadeias israelitas sem acusação ou julgamento. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Cerca de 80% dos presos palestinianos neste regime são ex-presos que já passaram anos atrás das grades, revela a Wafa. Em comunicado, emitido há dias, o Ramo Penitenciário da Frente Popular para a Libertação da Palestina afirmou que «estes 30 prisioneiros, juntos, passaram quase 200 anos em detenção administrativa. Duzentos anos de cativeiro sem acusação ou julgamento por capricho dos oficiais de inteligência da ocupação». O texto, divulgado pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos), sublinha que se trata de uma «pena perpétua», uma vez que muitos presos são libertados durante alguns meses e são novamente detidos. «Temos um mês de liberdade por cada ano de detenção», afirmam. Dizem que são «alimentados pela dignidade» e querem que as autoridades israelitas saibam que, mesmo que os torturem e lhes provoquem dor, «que a nossa luta continua, e que semearemos alegria, vida e esperança, e que nossa luta pela liberdade e pela humanidade livre de tormentos não vai parar». Leila Khaled, membro do Comité Central da FPLP e símbolo da resistência palestiniana, anunciou uma greve de fome solidária com os presos, a quem saudou por estarem «na primeira linha do confronto a este inimigo criminoso fascista». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. De acordo com a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos, dos cerca de 4600 palestinianos actualmente presos nas cadeias israelitas, mais de 760 são reclusos sem acusação ou julgamento, cuja detenção pode ser infinitamente renovada por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. Após o início da greve de fome, Basil Mizher, outro advogado palestiniano detido sem acusação ou julgamento, viu ser-lhe renovada a detenção administrativa por mais três meses, no passado dia 28. Numa mensagem que Mizher escreveu no início do protesto, lida pela sua mãe numa acção solidária no campo de refugiados de Dheisheh, em Belém, o preso diz que a sua profissão é a de advogado, mas que mal se lembra dela, pois quase não a conseguiu exercer desde que se formou – foi submetido a três detenções administrativas desde que passou no exame. Em vez de ir trabalhar, foi para a prisão, lê-se no texto divulgado pela pela Samidoun (rede de solidariedade com os presos palestinianos). «Ou nos submetemos à opressão e à privação e aceitamos o roubo perpétuo da nossa liberdade e da nossa vida à vista do mundo, ou nos revoltamos contra a injustiça e derrubamos os muros do carcereiro com todas as ferramentas que temos», escreveu Basil Mizher a propósito da greve de fome, que é a «recusa da política de subordinação e domesticação». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. Agora, a SPP revelou também que, dos 835 palestinianos actualmente presos ao abrigo deste regime, 80 são mulheres, indica a agência Wafa. Além disso, a organização não governamental (ONG) informou que, ao longo de 2022, as autoridades israelitas emitiram 2134 ordens de detenção administrativa, 242 das quais em Novembro (o ano passado foram 1595). Desde o início de 2022 até ao fim de Novembro, as forças israelitas prenderam 6500 palestinianos, revelou a SPP, citada pela agência turca Anadolu. Entre os detidos, contavam-se 153 mulheres e 811 menores de idade acrescentou. As forças de ocupação israelitas detiveram 5300 palestinianos desde o princípio deste ano, incluindo 111 mulheres e 620 menores de idade, revelou esta segunda-feira uma organização não governamental. Em comunicado, a Sociedade dos Presos Palestinianos (SPP) afirmou que, com 2353 detenções registadas, Jerusalém Oriental ocupada se situa no primeiro lugar por regiões, e que Abril foi o mês com maior número de detenções (1228 casos), noticia a agência Wafa. A SPP condenou os ataques e raides israelitas contra cidades, aldeias e campos de refugiados na Cisjordânia ocupada para prender activistas, referindo que muitos palestinianos foram mortos, nesse processo, pelas balas do Exército. Neste contexto, o número de execuções extrajudiciais no terreno, em 2022, é mais elevado por comparação com anos anteriores, alertou a SPP, que também questionou os bloqueios militares a localidades e campos de refugiados palestinianos, classificando-os como uma punição colectiva. No que respeita às detenções administrativas, a organização afirmou que este ano, até à data, foram emitidas 1160. Só no mês de Agosto, foram decretadas 272, pelo que, no final de Setembro, havia cerca de 800 palestinianos nas prisões israelitas detidos sem acusação ou julgamento. Ao abrigo deste regime, os períodos de detenção podem ser infinitamente renovados por períodos até seis meses. A detenção, decretada por um comandante militar, tem por base aquilo a que Israel chama «prova secreta», que nem o advogado do detido tem direito a ver. De forma reiterada, os presos palestinianos detidos sob este regime iniciam greves de fome para denunciar os seus casos e a política de detenção administrativa, exigindo a sua libertação. Diversas instâncias das Nações Unidas têm denunciado repetidamente este regime israelita de detenção, na medida em que não faculta aos detidos palestinianos as «salvaguardas jurídicas básicas» e violam o direito internacional humanitário. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Só no mês de Novembro, foram detidos 490 palestinianos, incluindo 76 menores e 12 mulheres, informaram, num relatório conjunto, a SPP, a Addameer, o Centro de Informação Wadi Hilweh e a Comissão dos Assuntos dos Presos e Ex-Presos Palestinianos. No relatório mensal a que o Middle East Monitor faz referência, as quatro organizações de defesa dos direitos presos afirmaram que, no mês passado, o maior número de detenções ocorreu em Hebron (al-Khalil; 135 casos), seguida por Jerusalém (123), Ramallah (52), Jenin e Nablus. De acordo com os grupos, há actualmente nas cadeias israelitas cerca de 4700 palestinianos presos, incluindo 34 mulheres e 150 menores. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «A ocupação israelita e a sua administração prisional levaram a cabo o assassinato deliberado do preso Khader Adnan ao rejeitar o seu pedido de libertação, ao negligenciá-lo medicamente e ao mantê-lo na sua cela apesar da gravidade do seu estado de saúde», afirmou Shtayyeh em comunicado. Várias facções palestinianas pronunciaram-se no mesmo sentido, responsabilizando Israel pela morte de Khader Adnan e sublinhando o crime «premeditado e a sangue-frio». Por seu lado, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu uma investigação internacional sobre a morte do prisioneiro e instou o Tribunal Penal Internacional a incluir este caso no processo relativo aos crimes de guerra cometidos por Israel contra o povo palestiniano nos territórios ocupados. Para denunciar «o crime que levou à morte» de Khader Adnan numa prisão israelita, foi declarada, esta terça-feira, uma greve geral que «afecta todos os aspectos da vida», tanto na Faixa de Gaza cercada como na Margem Ocidental ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, indica a Wafa. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em relatórios anteriores, a SPP lembrou que esta política visa «esmagar os activistas políticos palestinianos» e se baseia num ficheiro secreto não acessível aos presos – nem sequer aos seus advogados. Alguns prisioneiros palestinianos passaram mais de uma década nas cadeias israelitas ao abrigo deste sistema, e é comum os presos recorrerem a greves de fome por tempo indeterminado como forma de chamar a atenção para os seus casos e fazer pressão junto das autoridades israelitas para que os libertem. A 2 de Maio último, Khader Adnan, de 44 anos, morreu na cadeia, quase três meses depois de ter iniciado uma greve de fome contra a sua detenção sem acusação ou julgamento. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado de imprensa, que a Wafa cita, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», acrescenta a nota. De acordo com os dados divulgados em Junho último pela organização israelita de defesa dos direitos B'Tselem, em Março deste ano, Israel mantinha nas suas prisões 1017 pessoas em regime de detenção administrativa. É preciso recuar duas décadas, até Abril de 2003, para encontrar um número mais elevado de detidos administrativos nas prisões israelitas – 1140 –, referiu a organização. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou a B'Tselem, outra organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. De forma sistemática, presos administrativos entram em greve de fome por tempo indeterminado para chamar a atenção para os seus casos e forçar a sua libertação. Em meados de Agosto, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos pediu à chamada comunidade internacional que quebre o silêncio em torno do «crime israelita da detenção administrativa». Num comunicado de imprensa, divulgado pela Wafa, a Comissão exigiu «acção real e tangível, no sentido de formar um comité internacional de direitos humanos que vá imediatamente às prisões da ocupação israelita, analise o crime [de detenção administrativa] em todos os seus detalhes e observe de perto o sofrimento dos detidos administrativos, que estão presos sem quaisquer acusações ou julgamentos, e vivem à mercê dos chamados oficiais dos serviços de inteligência israelitas». «Os abusos imorais e desumanos associados à utilização desta política pela potência ocupante violam todos os princípios do direito internacional e da humanidade, e estão em contradição real com os teóricos da democracia e aqueles que afirmam ser democráticos em todo o mundo, especialmente na América e na Europa», afirmou o organismo. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Desde 28 de Setembro de 2000 até à data, refere a Comissão, foram detidas mais de 2600 raparigas e mulheres, incluindo quatro que deram à luz na cadeia. No mesmo período, foram emitidas 32 mil ordens de detenção administrativa, a que Israel recorre para manter reclusos nas cadeias sem acusação nem julgamento, com base numa «prova secreta» que nem o advogado do detido pode ver. A Comissão registou um aumento «assinalável» no recurso a este regime, amplamente condenado a nível internacional, contra o qual os presos palestinianos protestam, de forma reiterada, entrando em greve de fome por tempo indeterminado, para exigir a sua libertação e o fim da aplicação da política de detenção referida. «De acordo com a lei militar que se aplica na Cisjordânia, uma pessoa pode ser detida administrativamente durante seis meses, mas a ordem pode ser renovada, pelo que a reclusão na prática é indefinida e os detidos nunca sabem quando serão libertados», alertou recentemente a B'Tselem, uma organização israelita de defesa dos direitos humanos nos territórios ocupados. Uma comissão da ONU reafirmou denúncias expostas em vários relatórios sobre detenções de menores palestinianos por Israel – quase sempre presos de noite, algemados e vendados. É o início da «viagem ao inferno». A instância, composta por especialistas independentes das Nações Unidas, expressou particular preocupação pela expansão dos colonatos e o aumento da violência dos colonos israelitas, em que se incluem ataques a crianças e às suas escolas. Segundo se pode ler no portal oficial de notícias da ONU, na semana passada diversas organizações informaram a comissão sobre as operações nocturnas levadas a efeito pelas forças israelitas com o propósito de deter crianças e adolescentes na Cisjordânia ocupada, com «graves consequências para o seu bem-estar e gozo dos seus direitos». «Mais de 300 crianças estão detidas no sistema militar israelita. A maioria por delitos menores, como atirar pedras e publicações nas redes sociais», assinala a comissão, que denuncia o facto de os menores serem «levados para locais desconhecidos, presos em viaturas militares e sujeitos a ameaças e abusos verbais», bem como o facto de, por vezes, serem «obrigados a assinar confissões em hebraico, uma língua que não costumam entender». Estas preocupações reafirmam as que têm sido veiculadas, ao longo do tempo, por várias entidades, nomeadamente a Comissão dos Prisioneiros Palestinianos, órgão dependente da Autoridade Palestiniana que, em diversas ocasiões (também este ano), alertou para o facto de os menores serem torturados e sofrerem abusos nos cárceres israelitas, bem como para o facto de serem espancados, insultados e pressionados no momento da detenção. No final de Março, um relatório publicado pelo Ministério palestiniano da Informação denunciava também esta realidade, afirmando que «95% das crianças palestinianas presas pelas autoridades israelitas foram torturadas durante a detenção». De acordo com o relatório, até 2015 foram documentadas anualmente 700 detenções de menores palestinianos. Já em 2017, Israel prendeu 1467 crianças e adolescentes; 1063 no ano seguinte e, nos dois primeiros dois meses deste ano, 118. Entre 2000 e 2018, foram presos mais de 16 mil menores. Numa peça intitulada «“Endless Trip to Hell”: Israel Jails Hundreds of Palestinian Boys a Year. These Are Their Testimonies», publicada em Março e plenamente actual, o periódico israelita Haaretz aborda esta realidade, em que as crianças, algumas com idades inferiores a 13 anos, «são detidas pela calada da noite, vendadas e algemadas, alvo de abusos e constrangidas» a confessar «crimes» que não cometeram. A peça, que reúne testemunhos de sete jovens da Margem Ocidental ocupada com idades compreendidas entre os dez e os 15 anos, revela as diversas fases do processo de detenção, que começa nas operações nocturnas e passa pelo interrogatório, a prisão, o julgamento e a proposta de um acordo. Na sua maioria, os jovens são presos por, alegadamente, terem atirado pedras ou queimado pneus, mas, como sublinha a advogada Farah Bayadsi o objectivo das detenções «é mais para mostrar controlo do que para aplicar a lei». A experiência traumática é fundamentada por tudo aquilo por que as crianças passam durante uma detenção. Arrancadas de casa quando dormem, são algemadas e vendadas, levadas em veículos militares para colonatos e bases israelitas, passando por todo um processo que envolve intimidação, ameaças, agressões físicas, afastamento da família e pressão para «confessar». O nível de brutalidade varia. Khaled Mahmoud Selvi, preso quando tinha 15 anos, foi levado para a prisão e despido (o que, de acordo com o jornal, ocorre em 55% dos casos), tendo sido obrigado a permanecer dez minutos nu, em pé, durante o Inverno. De acordo com os dados recolhidos pela organização não governamental (ONG) British-Palestinian Military Court Watch, 97% dos jovens palestinianos detidos pelas forças militares israelitas (IDF) vivem em pequenas localidades a menos de dois quilómetros de um colonato. O advogado Gerard Horton, da ONG referida, afirma que a ideia é «assustar toda a aldeia» e que se trata de um «instrumento eficaz» para controlar uma comunidade. Acrescenta que, do ponto de vista dos ocupantes e opressores, a pressão «tem de ser constante»: «Cada geração tem de sentir a mão pesada das IDF.» A experiência é traumática. O pai de Khaled Shtaiwi, preso com 13 anos em Novembro do ano passado, contou ao periódico que criou na sua aldeia o «dia da psicologia», porque o seu filho não é capaz de falar sobre o que se passou e porque quer ajudar todas as crianças que foram presas pelos israelitas. Em Beit Ummar, Omar Ayyash foi preso com dez anos de idade, em Dezembro último. Agora, as crianças que brincam nas ruas da aldeia afastam-se assim que se apercebem da aproximação de soldados israelitas. Tornou-se um hábito desde que as tropas levaram Omar. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. No relatório agora publicado, a Comissão dos Assuntos dos Presos e ex-Presos Palestinianos refere-se ainda ao recurso à tortura nos cárceres israelitas, bem como aos assassinatos e às «execuções lentas» por falta de cuidados médicos. Denuncia igualmente a «escalada de casos de opressão, abuso e incitação racista» contra os presos palestinianos. De acordo com o organismo, estão actualmente detidos em cadeias israelitas, nos territórios ocupados em 1948, cerca de 5200 palestinianos. Destes, 38 são mulheres e 170 são menores de idade. Há ainda mais de 1250 presos palestinianos em regime de detenção administrativa e 700 reclusos doentes, 24 dos quais com enfermidades oncológicas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Num comunicado posterior, as Brigadas al-Qassam afirmaram ter capturado «mais de 35 soldados e civis israelitas do colonato sionista de Sderot». A operação desta manhã apanhou de surpresa o Exército da ocupação, o que está a valer múltiplas críticas ao governo de Netanyahu, em Israel. Entretanto, foi declarado o «estado de preparação para a guerra» entre as forças militares israelitas, e o ministro da Defesa, que aprovou o recrutamento de soldados na reserva, declarou o estado de emergência numa faixa de 80 quilómetros em redor da Faixa de Gaza. A agência Wafa já deu conta de bombardeamentos israelitas contra o enclave costeiro nas últimas horas, dos quais resultaram vários mortos. A mesma fonte refere que o Ministério palestiniano da Saúde colocou todas as unidades hospitalares do país em situação de emergência. De acordo com as autoridades de saúde no enclave costeiro, pelo menos 198 pessoas morreram e mais de 1600 ficaram feridas (muitas das quais em estado grave) como consequência dos bombardeamentos israelitas contra a Faixa e Gaza ao longo do dia, refere a Wafa, em retaliação contra o ataque da resistência palestiniana, esta manhã. Por seu lado, a agência Prensa Latina refere-se à morte de uma centena de israelitas e cerca de 900 feridos, no contexto da operação de grande escala da resistência palestiniana, que ocupou diversas localidades e bases militares da ocupação próximas do enclave cercado. Entretanto, a Wafa dá conta de vários ataques da parte de colonos e forças israelitas contra diversas localidades e bairros palestinianos na Cisjordânia e Jerusalém ocupadas, dos quais resultaram pelo menos um morto e um número indeterminado de feridos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Israel retaliou com a «Operação Espadas de Ferro», com ataques aéreos sobre a Faixa de Gaza sitiada e, de acordo com a última contagem do Ministério da Saúde palestiniano, 313 habitantes de Gaza morreram na ofensiva, incluindo 20 crianças, enquanto outros 1990 palestinianos ficaram feridos no enclave. Do lado israelita, foram confirmadas até à manhã de hoje cerca de 300 pessoas mortas e 1864 feridas, das quais 19 estão em estado crítico, 326 em estado grave e as restantes em estado moderado ou ligeiro. No ano em que se assinalam os 75 anos da Nakba (catástrofe), «mais de cinco décadas depois de Israel ocupar militarmente a totalidade do território da Palestina histórica», o MPPM lembra que a campanha de limpeza étnica que acompanhou a formação de Israel se prolonga até hoje. «Em Gaza, de onde partiu esta acção, vivem cerca de 2,2 milhões de pessoas, descendentes dessas sucessivas vagas de limpeza étnica», alerta o movimento. Apesar de as Nações Unidas o considerarem «impróprio para sustentar a vida humana», desde 2006 que o Estado israelita impõe um «bloqueio criminoso» sobre aquele território. Uma ONG palestiniana e outra israelita acusam Israel de ter trabalhado para «branquear a verdade» sobre os crimes cometidos pelas suas tropas durante os protestos da Grande Marcha do Retorno, em Gaza. Num relatório conjunto, o Centro Palestiniano para os Direitos Humanos (PCHR), sediado em Gaza, e a organização israelita B'Tselem analisam as investigações que Israel diz ter levado a cabo na sequência da repressão exercida pelas forças israelitas sobre os manifestantes que, na Faixa de Gaza, reclamaram o direito de regresso dos refugiados a suas casas. Os protestos conhecidos como Grande Marcha do Retorno começaram a 30 de Março de 2018 e prolongaram-se por mais de um ano e meio. Pelo menos 200 palestinianos foram mortos e 13 500 ficaram feridos – seguindo os números por baixo, uma vez que outras fontes apontam para mais de 300 mortos e cerca de 18 mil feridos, várias dezenas dos quais menores. O vento e a chuva forte que se abateram esta semana sobre Gaza não impediram centenas de manifestantes de participarem, na sexta-feira, na última manifestação de 2019 da Grande Marcha do Retorno. Dezenas de palestinianos foram feridos esta sexta-feira pelas forças israelitas na Faixa de Gaza, quando participavam na 86.ª manifestação da Grande Marcha do Retorno, perto da vedação com que Israel isola o território palestino, segundo o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Vários dos participantes nas manifestações, segundo o MPPM, foram feridos por balas reais e revestidas de borracha, enquanto dezenas de outros sofreram de asfixia por efeito do gás lacrimogéneo disparado pelas forças de ocupação. Centenas de manifestantes participaram nos protestos apesar das adversas condições climatéricas. A Faixa de Gaza tem sido batida por vento e chuva forte na última semana, com as inundações a porem em risco cerca de 235 mil pessoas nas áreas mais baixas da Faixa de Gaza, segundo um relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) no território palestiniano ocupado. A 30 de Março os palestinianos comemoram o Dia da Terra. Nesse dia, em 1976, no Norte de Israel, foram assassinados seis palestinianos que protestavam contra a expropriação de terras para dar lugar a aldeamentos judaicos. Cerca de 100 outras pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e as grandes manifestações de protesto que, no mesmo dia, ocorreram no território do Estado de Israel. A 30 de Março de 2018 a comemoração atingiu uma dimensão inusitada, ao tornar a celebração deste dia como o primeiro de uma «Grande Marcha do Retorno», uma reclamação do direito de regresso dos refugiados aos seus lares – tal como prescreve a resolução 194 das Nações Unidas – à Palestina histórica, de onde mais de 700 mil pessoas foram expulsas pelas tropas israelitas em 1948, durante a chamada «catástrofe» («Nakba», em árabe). Desde então o protesto repete-se semanalmente, violentamente reprimido pelas forças israelitas, incluindo com o recurso a snipers e fogo real directo. Como resultado, pelo menos 348 palestinos foram mortos em Gaza por fogo israelita desde o início das marchas, a maioria deles durante as manifestações, segundo uma contagem da AFP citada pelo MPPM. Para além disso, o Ministério da Saúde de Gaza regista mais de 18 mil feridos pelas forças repressivas sionistas. Entre as baixas contam-se crianças, mulheres, muitos adolescentes, jornalistas e trabalhadores dos serviços de saúde que tentam socorrer os manifestantes. Em Março, uma missão de averiguação da ONU concluiu que as forças israelitas cometeram violações de direitos humanos na repressão dos manifestantes em Gaza, o que pode constituir crimes de guerra. Os organizadores da Grande Marcha do Retorno anunciaram nesta quinta-feira que os protestos seriam suspensos até Março de 2020, altura em que serão retomados, coincidindo com o seu segundo aniversário e também com o Dia da Terra palestina (30 de Março). A partir daí realizar-se-ão a um ritmo mensal. Além do bloqueio a que sujeita a Faixa de Gaza, na última década Israel lançou três guerras de agressão contra o pequeno território palestino e dezenas de ataques de escala mais limitada, matando milhares de pessoas e causando enormes destruições de casas e infra-estruturas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. As duas organizações não governamentais (ONG) acusam Israel de proteger os responsáveis políticos e militares, «em vez de tomar medidas contra as pessoas que conceberam e implementaram a política ilegal de atirar a matar». Israel foi célere a anunciar que estava a investigar os protestos, sobretudo devido aos procedimentos em curso no Tribunal Penal Internacional (TPI), afirmaram as organizações numa conferência de imprensa, a que a agência WAFA faz referência. Isso deve-se ao princípio da complementaridade do TPI, ou seja, se um Estado «estiver disposto e tiver capacidade» para realizar a investigação e a efectuar, o TPI não intervém. No entanto, não basta declarar que uma investigação está a ser feita; ela tem de ser eficaz, dirigida às altas patentes responsáveis e conduzir a uma acção contra elas, sublinham, acrescentando que isso não ocorre neste caso. «As investigações conduzidas por Israel não são mais do que uma cortina de fumo erguida para proteger do TPI os funcionários responsáveis. Israel não quer e não consegue investigar as violações de direitos humanos perpetradas pelas suas forças durante os protestos da Grande Marcha de Retorno na Faixa de Gaza. Tendo isto em conta, cabe agora ao TPI garantir a responsabilização penal», disseram as duas organizações. «Estas investigações – tal como as levadas a cabo pelo sistema de aplicação da lei militar noutros casos em que soldados causaram danos aos palestinianos – fazem parte do mecanismo de branqueamento de Israel, e o seu principal objectivo continua a ser silenciar as críticas externas, para que Israel possa continuar a implementar sua política sem mudanças», lê-se no portal da B'Tselem. A mudança da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém fica associada a um «Dia de Raiva» na Palestina. Na Faixa de Gaza cercada, os franco-atiradores israelitas massacram os manifestantes. Quando o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a intenção de mudar a Embaixada do seu país de Telavive para essa cidade, ficou claro que tal passo constituía uma declaração de apoio ao Estado de Israel e à sua política de ocupação e repressão na Palestina, nomeadamente em Jerusalém. Várias organizações têm denunciado o número crescente de ameaças em locais religiosos não-judaicos, na cidade, bem como a intensificação do plano de «judaização» de Jerusalém Oriental, com o aumento da construção de colonatos e a expulsão da população palestiniana de suas casas, que são muitas vezes demolidas. Declarada por Israel como sua capital, Jerusalém tem o estatuto, reconhecido pelas Nações Unidas, de cidade ocupada, sendo Israel a potência ocupante (desde 1967). Os palestinianos querem-na como sua capital e quem apoia a solução dos «dois estados» reconhece que o Estado da Palestina tem em Jerusalém Oriental a sua capital. Logo em Dezembro, foi generalizado o repúdio internacional pela decisão da administração norte-americana e, a 21 desse mês, materializou-se na aprovação, por esmagadora maioria, na Assembleia Geral das Nações Unidas, de uma resolução que rejeita essa decisão e insta todos os estados-membros a não estabelecerem missões diplomáticas em Jerusalém, de acordo com a resolução 478 do Conselho de Segurança, de 1980. Esse repúdio face ao reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel também se fez sentir no interior de Israel, onde académicos, antigos embaixadores e defensores da paz enviaram uma carta a um representante de Trump, seguntou reportou o periódico Haaretz. Inicialmente, não ficou explícito que a concretização da mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém estaria associada ao 70.º aniversário da criação do Estado de Israel, que hoje se assinala, e que teria lugar na véspera da Nakba – a limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas e pelo Estado de Israel, em que mais de 750 mil palestinianos foram expulsos das suas casas e terras –, uma «catástrofe» que todos os anos os palestinianos marcam a 15 de Maio. Na visita que efectuou em Janeiro a Israel, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, afirmou que essa mudança deveria ocorrer no final de 2019. No entanto, a 23 de Fevereiro, o Departamento de Estado anunciou a antecipação da mudança para 14 de Maio, o que foi encarado pelos palestinianos como mais uma acção de «provocação». Em protesto contra a mudança da Embaixada dos EUA para Jerusalém, os palestinianos chamaram «Dia de Raiva» a este 14 de Maio. Nos territórios ocupados da Cisjordância, há notícia de mobilizações pelo menos em Ramallah e Hebron. Mas a grande mobilização está a ter lugar na Faixa de Gaza cercada, junto às vedações que enclausuram perto de 2 milhões de palestinianos – 80% dos quais são descendentes de refugiados – no pequeno enclave. De acordo com a PressTV, as forças militares israelitas, que reforçaram a sua presença tanto em redor de Gaza como na Margem Ocidental ocupada –, esperavam que 100 mil pessoas se manifestassem nos pontos habituais, hoje, dia da mudança da Embaixada norte-americana para Jerusalém. «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados» Sobre o culminar dos protestos pacíficos da Grande Marcha do Retorno, que se iniciaram a 30 de Março, o ministro israelita da Educação, Naftali Bennet, do partido de extrema-direita Lar Judaico, disse a uma rádio israelita que a vedação seria encarada como uma «Muralha de Ferro» e que quem se aproximasse dela seria tratado como um «terrorista», refere a PressTV. A mesma fonte indica ainda que a Força Aérea israelita lançou panfletos sobre a Faixa de Gaza, ontem e hoje, para demover os manifestantes de se aproximarem da vedação, mas sem sucesso, já que estes, segundo refere a Al Jazeera, têm estado a tentar atravessá-la, «defendendo o seu direito ao regresso, ao retorno, aconteça o que acontecer». Um membro do comité organizador da Grande Marcha do Retorno disse à Al Jazeera que, ao tentarem atravessar a vedação, «os palestinianos querem mandar a mensagem de que não se adaptaram nem se vão adaptar à condição de refugiados». Os franco-atiradores responderam de forma brutal, matando mais de quatro dezenas de pessoas que se manifestavam perto da vedação e ferindo perto de 2000, até ao momento. De acordo com a organização, os protestos de hoje e os que estão previstos para amanhã – dia da Nakba – devem ser os mais massivos, sendo o ponto culminante das sete semanas de mobilizações, fortemente reprimidas pelas forças israelitas, junto à vedação com a Faixa de Gaza. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Apesar dos milhares de feridos palestinianos resultantes da política de «atirar a matar» e de mais de centena e meia ter ficado sem membros inferiores ou superiores – as tropas israelitas usaram balas explosivas, as chamadas butterfly bullets, que se expandem no contacto com o corpo, provocando danos severos nos tecidos, nos ossos, nas veias –, nenhum destes casos foi investigado. Sem explicação, os militares decidiram investigar apenas os casos em que palestinianos foram mortos. Dos 234 casos recebidos pelos procuradores do Exército, foi completa a revisão de 143 e um deles, o da morte do adolescente Othman Hiles, de 14 anos, levou à condenação de um soldado por «abuso de autoridade ao ponto de pôr em risco a vida e a saúde». Foi condenado a um mês de serviço comunitário. No seu portal, a B'Tselem sublinha que «a conduta de Israel respeitante à investigação dos protestos em Gaza não é nova nem surpreendente», e recorda o que se passou depois da Operação Chumbo Fundido, em 2009, e da Operação Margem Protectora, em 2014. «Então, também, Israel desrespeitou o direito internacional, recusou-se a reformar a sua política apesar dos resultados letais e desviou as críticas prometendo investigar a sua conduta. Então, também, nada resultou dessa promessa», afirma. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Por outro lado, entre Março de 2018 e Dezembro de 2019, uma série de manifestações pacíficas designadas Grande Marcha do Retorno foram brutalmente reprimidas pelo exército de Israel, contabilizando-se 223 mortos e mais de nove mil feridos, sob o silêncio da comunidade internacional. «Os assaltos das forças de ocupação israelita às povoações e campos de refugiados palestinos, assim como a violência dos colonos e as prisões arbitrárias são o quotidiano com que os palestinos, homens e mulheres, jovens e menos jovens diariamente se confrontam», lembra o MPPM, salientando que, até este sábado, pelo menos 247 palestinianos, sobretudo jovens, foram mortos pelas forças israelitas e por colonos. Neste sentido, insiste que a paz no Médio Oriente e a solução da questão palestiniana «passam necessariamente por um desenlace que respeite os direitos inalienáveis» do povo palestiniano a uma pátria livre e independente, incluindo o direito de regresso dos refugiados. O MPPM rejeita os «lamentos» daqueles que «hipocritamente condenam as acções violentas de resistência dos oprimidos e se calam desde há décadas (ou pior, colaboram) perante a violência da ocupação», e entre os quais se encontra o Governo português. «Israel tem o direito de se defender. Estes ataques nada resolverão, contribuindo apenas para piorar a situação na região. Estamos solidários com Israel e oferecemos condolências pelas vítimas.», disse o ministro João Gomes Cravinho, este sábado, na rede social X. O governo palestiniano denunciou junto da ONU o assassinato de 44 menores, este ano, por soldados israelitas. Neste contexto, reclamou protecção para a infância e a responsabilização de Telavive. Numa carta enviada esta segunda-feira ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, o Ministério palestiniano dos Negócios Estrangeiros pediu protecção especial urgente para as crianças palestinianas, informa a agência Wafa. Mahmoud Samoudi, de 12 anos, foi, ontem, a vítima mortal mais recente das forças israelitas, não resistindo aos ferimentos quase duas semanas depois de ter sido atingido por uma bala no abdómen, durante uma operação militar na cidade de Jenin (Norte da Cisjordânia ocupada). Só nos últimos dias, «Israel, a potência ocupante, matou cinco crianças e jovens palestinianos, incluindo Adel Adel Daud (14 anos), Mahdi Ladadwa (17), Mahmoud Sous (17), Fayez Khaled Damdoum (17) e Ahmad Draghmeh (19)», indica o texto das autoridades palestinianas. Até 10 de Dezembro, 86 crianças foram mortas nos territórios ocupados da Palestina, fazendo de 2021 o ano mais mortífero para elas desde 2014, segundo os registos de uma organização não governamental. As forças israelitas mataram 76 crianças palestinianas este ano – 61 na Faixa de Gaza cercada e 15 na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Civis israelitas armados mataram duas crianças palestinianas na Cisjordânia, revela o relatório agora publicado pela Defense for Children International – Palestine (DCIP). A estas 78 crianças juntam-se sete que foram mortas por foguetes disparados incorrectamente por grupos armados palestinianos na Faixa de Gaza, e uma outra que foi morta por uma munição não detonada, cujas origens a ONG não conseguiu determinar. «Nos termos do direito internacional, a força letal intencional só se justifica em circunstâncias em que esteja presente uma ameaça directa à vida ou de ferimentos graves. No entanto, investigações e provas recolhidas pelo DCIP sugerem que as forças israelitas utilizam regularmente força letal contra crianças palestinianas em circunstâncias que podem equivaler a execuções extrajudiciais ou intencionais», lê-se relatório, traduzido pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – MPPM. Durante os 11 dias do ataque militar israelita à Faixa de Gaza, em Maio de 2021, naquilo que ficou conhecido como Operação Guardião dos Muros, as forças israelitas mataram 60 crianças palestinianas, segundo os dados recolhidos pela DCIP. «Aviões de guerra israelitas e drones armados bombardearam áreas civis densamente povoadas, matando crianças palestinianas que dormiam nas suas camas, brincavam nos seus bairros, faziam compras nas lojas perto das suas casas e celebravam o Eid al-Fitr [festa no fim do Ramadão] com as suas famílias», disse Ayed Abu Eqtaish, director do programa de responsabilização da DCIP. «A falta de vontade política da comunidade internacional para responsabilizar os funcionários israelitas garante que os soldados israelitas continuarão a matar ilegalmente crianças palestinianas com impunidade», acrescentou. A DCIP lembra que o direito humanitário internacional proíbe ataques indiscriminados e desproporcionados, e exige que todas as partes num conflito armado façam a distinção entre alvos militares, civis e objectos civis. O pico mais recente de assassinatos de crianças ocorrera em 2018, quando forças israelitas e colonos mataram crianças palestinianas a um ritmo médio superior a uma por semana (57). A maioria dessas mortes ocorreu durante os protestos da Marcha do Retorno, na Faixa de Gaza, refere o organismo. De acordo com os dados da DCIP, foram mortas 2196 crianças palestinianas, desde 2000, em resultado da presença de militares e de colonos israelitas nos territórios ocupados da Palestina. A Defense for Children International – Palestine é uma das seis organizações de direitos humanos que Israel pretende silenciar, lembra o MPPM, sublinhando que a medida tem merecido a condenação generalizada a nível internacional e foi denunciada pelo MPPM a 29 de Outubro último. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A carta afirma que as forças de ocupação estão a utilizar «a política infame de atirar a matar» – de que resultou a morte de centenas de crianças palestinianas –, ao apontarem «deliberadamente» para a parte superior dos seus corpos. «Israel dispara deliberadamente contra os menores palestinianos com o objectivo declarado de os matar e mutilar, negando-lhes o direito à vida», lê-se no texto, sublinhando que «as crianças jamais devem ser mortas ou mutiladas», bem como a necessidade de medidas urgentes para as proteger da «escalada dos crimes israelitas». Neste sentido, o governo palestiniano exigiu medidas contra Telavive, destacando que as «evidências dos seus crimes crescentes contra as crianças palestinianas são, sem dúvida alguma, esmagadoras», violando o direito internacional e as resoluções que constituem a base da protecção das crianças nos conflitos armados. «A protecção das crianças é a maior obrigação moral, legal e política da humanidade», frisa o documento, no qual se pede à comunidade internacional que «ponha fim a este pesadelo intolerável que as nossas crianças vivem diariamente» e que tome medidas para responsabilizar Israel «pelos seus crimes horrendos». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Os que há décadas convivem com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos do povo palestino, não têm autoridade moral para hoje se queixarem das tempestades que provocaram», defende o MPPM. Certo de que a violência poderá alastrar-se a todo o Médio Oriente, o movimento recorda que Israel, «com o apoio dos países "ocidentais" e em primeiro lugar dos Estados Unidos da América», é a maior potência militar da região e a única a dispor de armas nucleares. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em simultâneo, revela a Wafa, têm-se registado múltiplas agressões e raides, da parte de colonos e forças istraelitas, na Margem Ocidental ocupada. Pelo menos cinco palestinianos foram ali mortos nas últimas 24 horas, em vários pontos do território ocupado. A operação israelita de larga escala segue-se à operação, lançada no sábado de manhã, por forças da resistência palestiniana na Faixa de Gaza, onde o Hamas é o elemento predominante. Segundo foi revelado então, a ala militar do Hamas lançou pelo menos 5000 rockets para aquilo que é hoje Israel. As forças da resistência derrubaram, em vários pontos, a vedação que cerca o território e atacaram os colonatos em redor por terra, mar e ar. Pelo menos 700 israelitas foram mortos nessa operação que alguma imprensa israelita classificou como «nunca vista» e mais de cem foram feitos prisioneiros, incluindo militares de alta patente. No domínio político-mediático da «comunidade internacional», o mundo predominantemente ocidental e branco, as vozes sobre «A Guerra» (só havia uma e mais nenhuma: a da Ucrânia) silenciaram-se e, nas fachadas das praças de capitais como Nova Iorque, Berlim ou Bruxelas, as bandeiras da Ucrânia foram substituídas pelas de Israel. Desde o Mandato Britânico que os palestinianos são sujeitos à opressão, que se intensificou com a construção, nas suas terras, do Estado de Israel, erguido à custa das forças paramilitares que expulsaram os palestinianos de suas casas e os mataram ou meteram em guetos. A campanha de limpeza étnica então iniciada mantém-se até hoje, sob um regime de apartheid, por via do saque de territórios e de recursos, a destruição de casas, escolas e outras infra-estruturas, e a expulsão dos palestinianos das terras onde vivem. De forma sistemática, as forças israelitas bombardeiam a Faixa de Gaza, que mantêm fechada e cercada num férreo bloqueio, com mais de dois milhões de pessoas a viver em condições insalubres, sem luz, água potável, mas «a comunidade internacional» projecta as suas bandeiras nos edifícios das suas praças quando a Palestina – reduzida ao Hamas – se ergue e rompe o cerco. Entretanto, no enorme campo de deslocados que é Gaza, cerca de 70 mil pessoas procuraram refúgio dos bombardeamentos nas 64 escolas operadas pela UNRWA – a agência da ONU para os refugiados palestinianos no Médio Oriente. Em comunicado, a UNRWA confirmou que dois alunos em escolas que opera em Khan Younis e Beit Hanoun se encontram entre os mortos. Pelo menos três escolas da organização sofreram danos provocados pelos bombardeamentos, acrescenta o texto. A UNRWA sublinhou que os civis devem ser sempre protegidos, também em período de guerra, e apelou a um cessar-fogo imediato e ao fim da violência em todo o lado. A operação das forças da resistência em território israelita continua. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Foram muitas décadas em que a União Europeia, incluindo o Governo português, toleraram a quotidiana violação por Israel de inúmeras resoluções da ONU, do direito internacional e do direito internacional humanitário, pactuando com a ausência de qualquer real processo político conducente a uma solução que respeite os direitos destas populações. Quem pactuou com estes crimes não tem, hoje, «autoridade moral para se queixarem das tempestades que provocaram», acrescenta o MPPM. Por todos estes motivos, o MPPM e a CGTP-IN, ao lado do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) decidiram convocar o acto público de solidariedade com o povo palestino (11 de Outubro, às 18h, na Praça do Martim Moniz), «pelo seu direito a resistir à ocupação, pelo reconhecimento dos seus direitos inalienáveis a uma pátria livre, independente e soberana, pelo direito de regresso dos refugiados, e também por uma paz justa e duradoura no Médio Oriente». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Entretanto, o portal The Cradle refere que a passagem fronteiriça de Rafah entre a Faixa de Gaza e o Egipto foi bombardeada duas vezes pela aviação israelita, de modo «a tornar impossível a entrega de qualquer ajuda humanitária» e a colocar em efeito o «cerco total» que o ministro israelita da Defesa, Yoav Gallant, havia anunciado, quando disse que estavam «a lutar contra animais e a agir em consonância». A mesma fonte indica que mais de mil israelitas foram mortos e cerca de 130 foram feitos prisioneiros e levados para Gaza na ofensiva palestiniana iniciada no sábado. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Entretanto, o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) emitiu um comunicado em que dá conta do desaparecimento, desde sábado, dos jornalistas palestinianos Nidal al-Wahidi e Haitham Abdelwahid. Eram ambos fotógrafos e trabalhavam para diversos meios de comunicação. Israel tem um longo historial de assassinato de jornalistas palestinianos que cobrem as atrocidades cometidas pelas suas forças nos territórios ocupados. De acordo com um relatório emitido pelo CPJ em Maio último, as forças israelitas mataram pelo menos 20 jornalistas nos últimos 22 anos – 18 dos quais palestinianos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A acção denunciou décadas de regime militar de excepção, de destruição de ecossistemas, de culturas ou de qualquer outro modo de subsistência, de empobrecimento, detenção e encarceramento sem acusação nem direito a defesa, de morte, tortura e incapacitação causadas pelos bombardeamentos e pelas incursões militares de que o povo palestiniano é, sistematicamente, alvo. «Digam-nos, os que enchem a boca com os valores ocidentais, os que se deleitam com elogios sobre o nosso modo de vida, os que, impantes na sua pesporrência eurocêntrica e tantas vezes mal disfarçadamente racista, ditam lições de moral ao mundo, expliquem-nos», exigiu saber Carlos Almeida, historiador e vice-presidente do MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente, «se a terra dos homens, é de todos os homens, acaso os palestinos não são pessoas? Não lhes cabe um quinhão neste lugar que alguém já chamou azul?». Perante as crescentes evidências de que Israel está a cometer um genocídio contra a população de Gaza, Carlos Almeida, na intervenção que dirigiu aos presentes, denunciou ainda a cumplicidade de vários dirigentes políticos e comentadores na comunicação social com o extermínio do povo da Palestina: «Que ninguém diga que não sabia. Que ninguém se esconda atrás de frases de circunstância, palavras vazias ardilosamente costuradas sobre a necessidade de Israel respeitar o direito internacional humanitário». «A guerra também tem regras, dizem», e as «democracias» nunca falham em observá-las, explicam. «Todos os que desde há uma semana repetem, como autómatos», que Israel tem o direito a defender-se a todo o custo, «todas e todos os que alucinadamente proclamam a necessidade de um banho de sangue, não importa quantas crianças morram, israelitas ou palestinas – todas e todos eles são responsáveis pelo que está a acontecer». «Que o povo palestino, que em Gaza, em Hebron ou em Jerusalém, em Nablus ou Jenin, se saiba que, do outro lado do Mediterrâneo, há um povo, autor colectivo da revolução mais bonita que o mundo conheceu, que foi capaz de derrubar o fascismo e o colonialismo, e que esse povo está solidário com a sua causa, com a sua luta». O CPPC, o MPPM e a CGTP-IN convocaram já uma nova acção para o Largo Camões, em Évora, no dia 19 de Outubro, às 18h. O manifesto «As vidas palestinianas contam! Manifesto de apoio e solidariedade com o povo palestiniano», pode ser consultado e assinado online, contando já com a subscrição de mais de três mil pessoas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Além disso, a inspiração na «matança dos inocentes», ordenada pelo rei Herodes, pretende explorar sub-repticiamente um mero episódio bíblico fora de prazo, ocorrido há exactamente 2023 anos. Num quadro factualmente objectivo, porém, o Hamas partiu para a operação militar parecendo não ter em conta (ou se o teve é porque está deliberadamente a usar o seu povo como carne para canhão) a enorme desproporção de forças militares e militarizadas no terreno. Deste modo, descontadas as primeiras vantagens decorrentes do «factor surpresa», as acções islamitas acabaram por dar oportunidades de ouro aos sectores dominantes israelitas que defendem a violência arrasadora capaz de proporcionar uma alteração qualitativa da situação no terreno e, eventualmente, matar de vez as possibilidades de criar o Estado Palestiniano inscrito há 75 anos no direito internacional. Perante as condições proporcionadas, Israel não hesita em provocar uma vaga de terror e desespero na martirizada população de Gaza, capaz de a fazer aceitar qualquer solução que não seja a morte, destino a que parece cada vez mais condenada; além disso, para tornarem mais credível a ideia de que não hesitarão numa solução final, os militares sionistas dedicam-se à matança de palestinianos em massa numa amplitude poucas vezes ou mesmo nunca conhecida em sete décadas e meia. A limpeza étnica surge mais uma vez, aos olhos dos condenados, como um mal menor que já está em andamento. Como revela o ex-ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Danny Ayalon, o plano é «forçar os palestinianos a entrar no espaço quase infinito do Sinai», onde podem «viver em cidades de tendas». Enquanto os políticos ocidentais, tomados pela histeria, se embrulham em bandeiras sionistas, felizes e emocionados com o genocídio. «Num quadro factualmente objectivo, porém, o Hamas partiu para a operação militar parecendo não ter em conta (ou se o teve é porque está deliberadamente a usar o seu povo como carne para canhão) a enorme desproporção de forças militares e militarizadas no terreno.» A ideia do «esvaziamento» da Faixa de Gaza não é um objectivo novo do sionismo. Há muito tempo que se fala do projecto de «transferir» a população do território para a Península e deserto do Sinai, uma região aliás já anteriormente ocupada por Israel e devolvida ao Egipto na sequência dos acordos de Camp David. O mar de Gaza tem petróleo e gás natural; as costas mediterrânicas de Gaza prometem resorts paradisíacos para as oligarquias judaicas e afins. Na verdade, é difícil acreditar que o mais monstruoso aparelho mundial de espionagem e informações, exportando até gadgets inovadores para regimes autoritários assumidos ou maquilhados de «democratas», estivesse distraído perante os laboriosos preparativos de invasão por parte do Hamas. Como é que organizações de espionagem como as sionistas, que certamente dispõem de milhares de informadores numa população tão densa e caótica como a de Gaza, não tinham sequer uma luzinha sobre o que o Hamas estava a preparar e que não pode ter nascido de uma noite para o dia? E que dizer dos avisos que o Egipto – e parecem não ter sido os únicos – fez chegar a Israel prevenindo de que alguma coisa estava para acontecer a partir de Gaza. Distracção? Incompetência? Sonolência? Seria difícil acreditar em tantas falhas de segurança em cadeia mesmo que se tratasse de uma estrutura de amadores, quanto mais dos serviços de espionagem e informações que são habitualmente apresentados como os mais aptos do mundo. Efrat Fenigsen, ex-oficial de inteligência das tropas israelitas, escreveu em 7 de Outubro: «Servi na inteligência das FDI (Forças de Defesa de Israel) durante 25 anos. Não há possibilidade de Israel não saber o que estava para acontecer. Até um gato movendo-se na cerca accionaria todas as forças, quanto mais isto…». Fenigsen acrescenta: «esta cadeia de acontecimentos é muito incomum e não é típica do sistema israelita de defesa.» A coisa dá que pensar. A oportunidade para a operação foi oferecida de bandeja ao Hamas: nem faltou a provocação de uma multidão de colonos contra a mesquita de Al Aqsa, em Jerusalém, uma «linha vermelha» para qualquer instituição muçulmana. «Servi na inteligência das FDI (Forças de Defesa de Israel) durante 25 anos. Não há possibilidade de Israel não saber o que estava para acontecer. Até um gato movendo-se na cerca accionaria todas as forças, quanto mais isto…». Efrat Fenigsen, ex-oficial de inteligência das tropas israelitas Mas existe ainda uma pergunta por fazer: confirmando-se a impossibilidade de Israel desconhecer previamente o ataque do Hamas, o governo e as forças armadas do país aceitaram sacrificar mais de um milhar de compatriotas a um objectivo que consideram mais importante do que as suas vidas? Não adivinhamos, não conhecemos, nunca conheceremos os meandros desta conjugação de acontecimentos. Nem se a criatura escapou ao criador. Sabemos, isso sim, que está uma alteração qualitativa em andamento no processo israelo-palestiniano, que põe objectivamente em causa a instauração de um Estado Palestiniano independente e viável. É a primeira transformação de fundo, e em sentido contrário, súbita e não gradual, desde as medidas autonómicas incompletas decorrentes do «processo de paz». Está em curso uma nova etapa da Nakba (a catástrofe), a limpeza étnica dos palestinianos da Palestina iniciada em 1948; e com a cumplicidade do «mundo civilizado», aceitando placidamente o diktat sionista. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Gaza é um permanente cenário de guerra, embora o mundo pouca noção tenha disso, enquanto os governantes ocidentais, fiéis ao dogma de que Israel é um pilar do «mundo livre», a «única democracia no Médio Oriente», ignoram ostensivamente a existência dessa chaga humana. E são cúmplices da sua existência. A operação militar do Hamas contra território israelita demonstrou que Israel pode não ser imune, mas continua impune graças à cumplicidade do virtuoso «mundo ocidental». Os sinais de convulsão em todo o Médio Oriente, porém, geram agora novos tipos de interrogações tendo em conta o confronto aberto, e cada vez mais concreto, entre as ordens internacionais unipolar e multipolar. Tudo o que acontecer na região será em cenário geoestratégico renovado. Viver em Gaza era penoso quando visitei pela primeira vez o território, há 35 anos, por alturas da chamada Primeira Intifada ou revolta das pedras, na qual as populações da Palestina sob domínio militar israelita se levantaram pela primeira vez, então de maneira espontânea, contra as forças de ocupação, recorrendo ao uso de fisgas e outros utensílios rudimentares. Em pleno Inverno, os campos de refugiados, habitados pelas multidões de vítimas das limpezas étnicas sionistas de 1948 em diante, eram lamaçais pestilentos; um ano depois, em pleno Verão, verifiquei que os mesmos campos eram infernos de seca e fome, inóspitos e sofrendo de uma angustiante carência de recursos. Campos de refugiados com quase 200 mil pessoas, como o de Jabalia, são atentados contra a dignidade humana que os senhores do mundo se recusam a encarar. Sobre o estado de espírito das pessoas que foram condenadas a esses submundos apenas por existirem, vale a pena reler o herói israelita Moshe Dayan, num discurso de 1956, quando era chefe do governo: «Porque devemos deplorar o seu ódio evidente por nós?... Perante os olhos dos refugiados de Gaza temos transformado as terras e as aldeias onde eles e os seus pais viveram em propriedade nossa». Palavras com 67 anos… Provocações e agressões militares permanentes criavam um clima de medo e pressão asfixiante, a convicção de que a vida de cada um estava presa por um fio a cada instante. Ao recordar esses dias, essas impressões, é impossível esquecer a mortificação daquela mãe muito jovem que no campo de refugiados conhecido como Beach Camp acabara de enterrar a filha, uma bebé de três meses executada com um tiro na cabeça disparado por um soldado israelita. Um caso apenas – uma marca identificadora de um regime assassino. As forças armadas sionistas que participam em exercícios atlantistas são as mesmas que fazem jorrar o sangue de civis indefesos na Palestina, impedidos de escapar às suas bombas. Israel está a cometer mais um acto de apogeu da chacina a que tem vindo a submeter impunemente a população da Faixa de Gaza – e da Palestina em geral – durante as últimas décadas. Os alvos não são «os túneis do Hamas», como informa o regime sionista, mas dois milhões de pessoas que vivem enclausuradas num imenso campo de concentração do qual não podem escapar. Não se trata de um «confronto»: é uma barbárie. Algumas notas sobre o que está a passar-se. A Faixa de Gaza e a respectiva população são um alvo que Israel tem sempre à mão quando necessita de recorrer a manobras de diversão por causa da degradação política interna, como acontece no momento actual, em que se misturam a prolongada indefinição governativa, a corrupção a alto nível do regime e a polémica gestão da pandemia – por sinal, insolitamente elogiada no plano internacional. «A Faixa de Gaza e a respectiva população são um alvo que Israel tem sempre à mão quando necessita de recorrer a manobras de diversão por causa da degradação política interna, como acontece no momento actual» Os dirigentes sionistas não duvidam, nem por um instante, de que podem utilizar o instrumento da guerra contra Gaza porque sabem que a chamada comunidade internacional o permite. As instâncias internacionais, com a ONU à cabeça, e as grandes potências, com destaque para os Estados Unidos e a União Europeia, permitem tudo a Israel sem assumir uma única medida para conter a barbárie. Há mais de 70 anos que a comunidade internacional se vem dotando de instrumentos legais para fazer respeitar os direitos inalienáveis do povo palestiniano e há mais de 70 anos que eles são interpretados como letra morta. Este comportamento é um incentivo à discricionariedade de Israel; e Israel aproveita-o consoante as suas conveniências sabendo que nada de mal lhe acontecerá e nenhuma reacção irá além do apelo à «moderação» e a um «cessar-cessar entre as partes». Isto é, entre uma «parte» que pode tudo e uma «parte» que sofre tudo. Os foguetes do Hamas são irrelevantes quando comparados com o aparelho de guerra usado pelo regime sionista. A actuação da comunidade internacional na questão israelo-palestiniana é o exemplo mais flagrante da sua permanente utilização do sistema de pesos e medidas variáveis. Isolada pela comunidade internacional em geral, a Palestina conta cada vez menos com a solidariedade do chamado mundo árabe. Sob a égide da administração Trump nos Estados Unidos, países árabes como os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein juntaram-se recentemente ao Egipto na normalização das relações com Israel, o que significa abandonar a defesa dos direitos dos palestinianos. Acresce que existem, de facto, relações diplomáticas entre o Estado sionista e a Arábia Saudita, encimadas pela amizade e afinidades entre o primeiro-ministro Netanyahu e o herdeiro do trono wahabita, Mohammed Bin Salman. Uma aliança sobre os escombros da Palestina. «Há mais de 70 anos que a comunidade internacional se vem dotando de instrumentos legais para fazer respeitar os direitos inalienáveis do povo palestiniano e há mais de 70 anos que eles são interpretados como letra morta. Este comportamento é um incentivo à discricionariedade de Israel» Na prática, a solidariedade árabe nunca desempenhou um papel que permitisse a criação de um Estado palestiniano, como determinam as normas e a doutrina estabelecidas pela comunidade internacional. O reconhecimento de Israel por cada vez mais países árabes, porém, reforça a ideia de que o problema palestiniano poderá ter outras «soluções» que não sejam a criação de um Estado palestiniano independente, viável e plenamente soberano. Por outro lado, as relações entre países árabes e Israel transformam cada vez mais o Estado sionista numa entidade plenamente integrada no Médio Oriente, dando assim forma ao arranjo pretendido pelos Estados Unidos de uma região com duas potências dominantes – Israel e Arábia Saudita –, ambas viradas contra o Irão. O novo pico de guerra de Israel contra Gaza não pode desligar-se dos permanentes esforços de Israel para tentar provocar uma guerra directa contra o Irão – à qual as administrações norte-americanas ainda têm resistido. A ofensiva supostamente «contra o Hamas» – grupo que Israel liga a Teerão apesar de ser sunita e não xiita – acontece no preciso momento em que a administração Biden ainda não definiu se regressa ou não ao acordo nuclear 5+1 com o Irão. A mensagem israelita é directa: apoiando grupos activos no Médio Oriente, como o Hezbollah no Líbano e na Síria e o Hamas na Palestina, o Irão terá de ser desencorajado de o fazer. E os acordos com Teerão têm de ser invalidados. Por muito que possam vir a proclamar verbalmente o contrário, os Estados Unidos e a União Europeia estão por detrás de mais esta chacina israelita em Gaza. Se em relação a Washington não existe qualquer dúvida, tanto mais que o aparelho do Partido Democrata no poder é o que está mais sintonizado com os interesses dominantes do sionismo, poderão levantar-se reticências em relação ao papel da União Europeia. «a prática de Bruxelas e dos 27 é objectivamente favorável às atitudes assumidas por Israel, sejam elas quais forem: nada fazem para que seja concretizada a solução de dois Estados na Palestina, mantêm relações económicas e políticas preferenciais com Israel e não assumem nas instâncias internacionais qualquer posição contra as atitudes militares extremas do sionismo» O que não tem qualquer razão de ser. Apesar de algumas declarações de distanciamento, como foi o caso por ocasião da transferência da embaixada norte-americana para Jerusalém, a prática de Bruxelas e dos 27 é objectivamente favorável às atitudes assumidas por Israel, sejam elas quais forem: nada fazem para que seja concretizada a solução de dois Estados na Palestina, mantêm relações económicas e políticas preferenciais com Israel e não assumem nas instâncias internacionais qualquer posição contra as atitudes militares extremas do sionismo. Antes pelo contrário: Israel é um parceiro activo da NATO – que rege a União Europeia do ponto de vista militar – e está mesmo envolvido nos exercícios em curso na Grécia e no Mar Egeu no quadro dos jogos de guerra «Defender Europe». Isto é, as forças armadas sionistas que participam em exercícios atlantistas são as mesmas que fazem jorrar o sangue de civis indefesos na Palestina, impedidos de escapar às suas bombas. Uma aliança que dizima vidas e direitos humanos. A mensagem de Israel com esta nova operação de barbárie é directa: nada fará parar o sionismo no seu objectivo de limpar e submeter etnicamente a Palestina e de impedir qualquer tentativa, por débil que seja, de implementar a solução de dois Estados. O instrumento para concretizar esse objectivo é a colonização ininterrupta dos territórios da Cisjordânia – a par do cerco férreo a Gaza – de maneira a estender a ocupação, inviabilizar as possibilidades territoriais de instaurar um Estado e quebrar a resistência nacional palestiniana. «a operação militar sionista assumiu as já conhecidas proporções de punição colectiva. Contando, para isso, com a habitual impunidade que lhe é assegurada pelas instâncias internacionais. De facto, Israel usa o terrorismo para impor a lei do mais forte sabendo que encontrará pouca oposição e condenação nenhuma» Nas últimas semanas o regime sionista expulsou mais famílias e arrasou as suas habitações no bairro de Sheik Jarrah, em Jerusalém Leste, no quadro da «limpeza» de todos os palestinianos da cidade. Acontece que a ofensiva encontrou forte resistência da população atingida, sinal de que, apesar de isolados internacionalmente, os palestinianos não estão dispostos a abdicar dos seus direitos. Uma vez que Gaza respondeu à agressão e da Faixa de Gaza foram disparados foguetes contra território israelita, a operação militar sionista assumiu as já conhecidas proporções de punição colectiva. Contando, para isso, com a habitual impunidade que lhe é assegurada pelas instâncias internacionais. De facto, Israel usa o terrorismo para impor a lei do mais forte sabendo que encontrará pouca oposição e condenação nenhuma. A nova fase da chacina contra Gaza e da limpeza étnica da Cisjordânia é, afinal, mais um passo no sentido de um desfecho que inviabilize de vez a solução de dois Estados na Palestina. Ao mesmo tempo que este princípio vai sendo invocado como um mantra cada vez mais vazio de significado pelos que insistem em dizer-se defensores das leis internacionais e dos direitos humanos. Enquanto isto, continuam a morrer inocentes indefesos e a Nakba, o holocausto palestiniano, prossegue, dia após dia, sob os olhos e a passividade do mundo. Até ao último dos palestinianos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Nesses anos, Gaza era ocupada militarmente de uma maneira directa, presencial, submetida a todas as sevícias inerentes à situação, desde as punições e prisões arbitrárias, rusgas a residências, tortura, ao assassínio puro e simples. Nas zonas costeiras, onde se podiam usufruir as delícias mediterrânicas, existiam colonatos nos quais escassas centenas de cidadãos israelitas oriundos das mais diferenciadas regiões do globo gozavam de vidas paradisíacas, lado-a-lado com as mais humilhantes e desumanas vastidões de miséria, repressão e tortura. Representando menos de 0,1% da população, os colonos israelitas ocupavam um terço do território. O esplendor do apartheid e da barbárie. Anos mais tarde, em 2007, na sequência do traiçoeiro «processo de paz» e porque a presença militar no território era arriscada e dispendiosa, o primeiro-ministro Ariel Sharon mandou dissolver os colonatos e envolver toda a faixa de terra por cercas de arame farpado, muros e anéis de tropas. As entradas e saídas passaram a processar-se num único posto de controlo, exclusivamente aberto aos palestinianos que, em casos de carência de mão-de-obra escrava em território israelita, conseguiam obter trabalhos episódicos desde que no final do dia regressassem a casa – através do mesmo posto de controlo e sujeitos a humilhações, por exemplo a de serem revistados em gaiolas depois de obrigados a despir-se. Gaza transformou-se assim numa gigantesca prisão a céu aberto, um campo de concentração onde penam 2,3 milhões de pessoas numa área de aproximadamente 350 quilómetros quadrados, dimensão equivalente à do pequeno concelho do Montijo, em Portugal. Onde vivem, segundo o censo de 2021, um pouco menos de 60 mil pessoas. As eleições palestinianas realizadas no âmbito do «processo de paz» de meados dos anos noventa do século passado deram ao movimento islamita Hamas o direito a governar a Faixa de Gaza em sistema de «autonomia» – de gueto, melhor dizendo –, mas submetido, de facto, à tutela militar israelita. Começava a falar-se do Hamas quando visitei Gaza em Fevereiro de 1988. E dizia-se que a acção desse grupo fundamentalista islâmico era muito bem vista, acarinhada, quiçá directamente apoiada por Israel. Nos dias de hoje podemos ir além desse «diz-que-disse». «Sabia que o Hamas foi criado por Israel?» A pergunta surpreendeu Scott Ritter, ex-alto quadro de inteligência da Marinha de guerra norte-americana. Foi formulada por um responsável do Mossad, seu «anfitrião» israelita num trabalho desenvolvido conjuntamente quando Ritter era inspector da ONU, investigando as alegadas armas de destruição massiva do Iraque de Saddam Hussein, no início deste século. «E dizia-se que a acção desse grupo fundamentalista islâmico era muito bem vista, acarinhada, quiçá directamente apoiada por Israel. Nos dias de hoje podemos ir além desse "diz-que-disse".» Em 2002, o historiador israelita Zeev Sternhell, da Universidade Hebraica de Jerusalém, escreveu: «Não esqueçamos que, de facto, foi Israel que criou o Hamas. Pensou que era uma maneira inteligente de empurrar os islamitas contra a OLP». O mote foi retomado na edição de 24 de Janeiro de 2009 do insuspeito Wall Street Journal, através de um artigo intitulado «Como Israel ajudou a gerar o Hamas». Caso ainda haja dúvidas, é altura de dar a palavra a quem mais sabe do assunto. Na edição do dia 9 deste mês de Outubro, já depois de iniciada a operação do Hamas, o jornal israelita Haaretz, de grande circulação, deu conta de uma reunião em Março de 2019 entre Benjamin Netanyahu e o grupo parlamentar do seu partido, o Likud, no Knesset (parlamento). Disse o actual primeiro-ministro, que agora promete «arrasar Gaza»: «Quem queira impedir o estabelecimento de um Estado Palestiniano tem de apoiar o fortalecimento do Hamas e a transferência de dinheiro para o Hamas. Isso faz parte da nossa estratégia – isolar os palestinianos de Gaza dos palestinianos da Cisjordânia». «Impedir o estabelecimento de um Estado Palestiniano…». Na recente reunião da Assembleia Geral da ONU, Netanyahu exibiu um mapa do «Novo Médio Oriente» do qual suprimiu totalmente a Palestina. E tentou fazer humor escarnecendo das resoluções da ONU sobre os direitos do povo palestiniano. Provavelmente saberia alguma coisa que quase todo o resto do mundo desconhece. Não será possível, portanto, olhar para os acontecimentos em curso sem ter em conta estes dados, estas declarações, que embora já não sejam segredo nas altas esferas – e certamente as da União Europeia – não chegam com facilidade ao cidadão comum porque para o aparelho mediático de intoxicação não passam de fake news, de traiçoeiras teorias da conspiração. Qualquer habilidoso fact-checker porá Netanyahu a dizer o contrário do que Netanyahu disse. «Quem queira impedir o estabelecimento de um Estado Palestiniano tem de apoiar o fortalecimento do Hamas e a transferência de dinheiro para o Hamas. Isso faz parte da nossa estratégia – isolar os palestinianos de Gaza dos palestinianos da Cisjordânia.» Benjamin Netanyahu O aparecimento do Hamas no universo plural palestiniano tornou-se rapidamente, como desejaram os seus criadores, um instrumento privilegiado para promover a divisão da resistência à ocupação e minar o papel dominante do sector secular, representado pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP). O que não tardou a comprovar-se, em pleno desenvolvimento do primeiro Intifada. Quando a OLP convocava uma greve geral ou uma manifestação, o Hamas não aderia e convocava por si próprio uma greve geral e uma manifestação para o dia seguinte. O objectivo de dividir era evidente e servia, sem dúvida, os interesses de Israel. Enfraquecia a dinâmica do movimento popular, lançava dúvidas e animosidade, introduzia a delicada questão religiosa numa população multiconfessional, começava a socavar a solidez da resistência histórica. A dicotomia, a fissura, melhor dizendo, entre Gaza e a Cisjordânia, manipulada por Israel consoante os seus interesses, inicialmente com maior incidência sobre o Hamas, enraizou-se e ganhou mais eficácia ainda a partir do chamado «processo de paz» desencadeado pelos Acordos de Oslo de 1993. A direita israelita nunca aceitou este caminho de negociações e tudo fez para o sabotar, com apoio dos Estados Unidos, como «mediadores» e, em última instância, pela inércia ostensiva do chamado «quarteto para a paz» (Rússia, Estados Unidos, ONU e União Europeia), significativamente chefiado pelo aldrabão e criminoso de guerra Anthony Blair. Antes de assinarem os Acordos de Oslo, os dirigentes da OLP deveriam, afinal, ter lido Ben-Gurion: «Se eu fosse um dirigente árabe nunca assinaria um acordo com Israel; é natural, nós tirámos-lhes o país». A partir do momento em que Ariel Sharon e Benjamin Netanyahu reassumiram o poder em Israel, a seguir ao assassínio do primeiro-ministro trabalhista Isaac Rabin – do qual não estão inocentes devido à sua cumplicidade com os grupos de choque de colonos e milícias ortodoxas nas manifestações que culminaram com o crime – tudo mudou em relação ao «processo de paz». As manobras dilatórias das negociações tornaram-se norma e o processo estagnou numa fase de «meia autonomia» controlada pelo aparelho político e de segurança israelita. «A direita israelita nunca aceitou este caminho de negociações e tudo fez para o sabotar, com apoio dos Estados Unidos, como "mediadores", e, em última instância, pela inércia ostensiva do chamado "quarteto para a paz" (Rússia, Estados Unidos, ONU e União Europeia), significativamente chefiado pelo aldrabão e criminoso de guerra Anthony Blair.» As eleições e o processo político palestiniano delas decorrente definiu o cenário ideal para o programa divisionista de Israel: o governo da Autonomia instalado na Cisjordânia, com sede em Ramallah, nas mãos seculares da Fatah/OLP; e o Hamas islamita governando Gaza, onde obteve uma maioria esmagadora – vencendo, aliás, a consulta no conjunto da Palestina ocupada. Todas as tentativas para estabelecer um governo comum da autonomia palestiniana representando simultaneamente as duas regiões, e também Jerusalém Leste, fracassaram – excepto uma, efémera e que teve trágico fim. O mesmo aconteceu ao processo para realização de novas eleições: os mandatos políticos nas duas regiões caducaram há muito. Os palestinianos não vão às urnas desde 2007. Para todos os efeitos, a situação tornou-se propícia a uma dança de Israel com dois parceiros desavindos, jogando com as contradições destes e tirando proveito de cada uma delas. A retirada militar israelita de Gaza e a extinção dos colonatos locais em 2007, medidas tomadas pelo primeiro-ministro Ariel Sharon, foi um gesto importante em direcção do Hamas, «entregando-lhe» a Faixa de Gaza. De certa maneira um estatuto muito mais favorável que o do governo de Ramallah, da responsabilidade dos históricos OLP/Fatah, submetido à complexidade do «meio-acordo» aplicado às zonas A, B, C, que graduam a ocupação militar israelita e o seu tipo de interligação com as entidades autonómicas palestinianas. Em 2008, porém, surge uma grande crise na faixa «autónoma» de Gaza, através da operação «Chumbo Fundido», a primeira das vagas arrasadoras do território desencadeadas pelo exército israelita e que provocou milhares de mortos e feridos, destruições profundas e o agravamento das carências inerentes a uma região que já então estava cercada e transformada numa gigantesca prisão a céu aberto, com mais de dois milhões de detidos. Não é uma guerra, é um massacre de uma das partes; e o único cessar-fogo possível para a situação é o reconhecimento dos direitos do povo palestiniano estabelecidos nas leis internacionais. Enquanto o regime israelita continua a chacinar paulatinamente a população indefesa do campo de concentração em que transformou Gaza multiplicam-se os apelos ao «cessar-fogo» nesta suposta «guerra entre o Hamas e Israel», como afirma a comunicação social corporativa. É o habitual jogo de enganos que visa partilhar equitativamente responsabilidades numa situação de incomensurável desequilíbrio de forças e que pretende colocar no mesmo plano os criminosos e as vítimas. O que está a acontecer não é uma guerra, é um massacre de uma das partes; e o único cessar-fogo possível para a situação é o reconhecimento dos direitos do povo palestiniano estabelecidos nas leis internacionais. Tudo o resto significa o arrastamento da situação e o extermínio de um povo. «A colonização conduz, ninguém o duvide, à criação de uma situação no terreno que inviabiliza totalmente a criação do Estado Palestiniano, porque deixa de haver território para isso; entretanto, os bem-intencionados deste mundo, como os chefes da União Europeia, forçados a dizer qualquer coisa quando as imagens de extermínio não podem ser escondidas, continuam a falar em “solução de dois Estados para a Palestina”» O chefe do governo de Portugal, a exemplo de outros colegas europeus, diz que é necessária a paragem dos ataques de Israel. Belas palavras. E depois? «Para que possamos regressar a um ponto onde o caminho para a paz seja possível», assegura Costa. Palavras muito bem-intencionadas também, reproduzidas de um texto da agência Lusa onde se lê que «existe uma escalada de violência entre israelitas e palestinianos». Qual «caminho para a paz»? O conduzido pelo «Quarteto» chefiado pelo aldrabão profissional Anthony Blair e de que fazem parte a Rússia – manietada pelo veto norte-americano no Conselho de Segurança e por muitas e evidentes cumplicidades com Israel – a complacente União Europeia, o seu aliado norte-americano, cúmplice objectivo do crime no mínimo através do Conselho de Segurança, e também a ONU, entidade que, a reboque de Washington, cultiva a guerra para que dela floresça a paz? Ora este «caminho para a paz», quase sempre «arbitrado» pelos Estados Unidos, aliado da parte agressora, está barrado há muito por acção de Israel, que acusa o lado palestiniano de não ceder às suas exigências de rendição total. Enquanto continua a falar-se de «processo de paz» para que nada de pacífico aconteça, Israel tem recorrido a todos os métodos para inviabilizar uma solução compatível com o direito internacional, isto é, através da criação de um Estado Palestiniano viável, soberano e pleno. O mecanismo mais utilizado e mais eficaz – porque pode ser aplicado sem operações militares que dêem muito nas vistas, sob o silêncio da comunicação social dominante – é o da colonização dos territórios palestinianos ocupados através de uma gradual limpeza étnica com expulsão das populações, destruição de casas, roubo de terrenos, edificação de muros e até prosaicos actos de banditismo como a destruição de colheitas agrícolas. Enfim, a institucionalização de um sistema de apartheid. «Quando um dirigente político, seja ele qual for, fala em necessidade de “cessar-fogo” para regresso ao “caminho da paz” e não formula mecanismos e medidas que permitam à chamada comunidade internacional impor efectivamente a solução de dois Estados, está a ser cúmplice do comportamento criminoso do Estado de Israel. E a participar, no mínimo por omissão, num processo genocida» A colonização conduz, ninguém o duvide, à criação de uma situação no terreno que inviabiliza totalmente a criação do Estado Palestiniano, porque deixa de haver território para isso; entretanto, os bem-intencionados deste mundo, como os chefes da União Europeia, forçados a dizer qualquer coisa quando as imagens de extermínio não podem ser escondidas, continuam a falar em «solução de dois Estados para a Palestina» sabendo perfeitamente – como não pode deixar de ser – que está a ser percorrido não «um caminho para a paz» mas uma via para liquidar o objectivo inscrito no próprio «processo de paz». A guerra que existe é verdadeiramente esta: a do regime sionista contra o povo palestiniano pela liquidação total dos seus direitos, se necessário através do extermínio físico. Quando um dirigente político, seja ele qual for, fala em necessidade de «cessar-fogo» para regresso ao «caminho da paz» e não formula mecanismos e medidas que permitam à chamada comunidade internacional impor efectivamente a solução de dois Estados, está a ser cúmplice do comportamento criminoso do Estado de Israel. E a participar, no mínimo por omissão, num processo genocida. Num caso destes até o silêncio seria mais honesto. Acompanhando os ecos da comunicação corporativa sobre «a guerra entre o Hamas e Israel» ou a «escalada de violência entre israelitas e palestinianos» percebe-se que o conceito de «cessar-fogo» implícito é o da paragem dos bombardeamentos contra Gaza e também do lançamento de foguetes a partir da faixa cercada. Foguetes esses que são, na verdade, os únicos instrumentos através dos quais – perante a imobilidade internacional – sectores palestinianos fazem sentir a Israel que, apesar de tudo, não está completamente impune. Fisgas contra tanques ou foguetes contra tecnologia de guerra de última geração: estamos perante afirmações possíveis de existência e de resistência; nada que se pareça com um confronto entre dois exércitos. Sendo certo que cada vida perdida é uma vítima inútil de uma situação que as forças dominantes teimam em não resolver, a não ser através da aniquilação da outra parte, o cenário mediaticamente instituído de um falso equilíbrio permite-nos perceber até que ponto a comunicação social corporativa se deixou contaminar pelo conceito xenófobo cultivado pelo sionismo quanto à diferença de valor entre as vidas de cidadãos israelitas e árabes. «Se, por exemplo, os dirigentes da União Europeia – ainda que incomodando a administração Biden – experimentassem suspender as relações económicas e militares com Israel até que este país abrisse comprovadamente as portas à solução de dois Estados, talvez o cenário se alterasse. Afinal, suspender relações económicas e impor sanções a países terceiros já não constitui qualquer novidade para a União Europeia, predisposta assim a sofrer as respectivas consequências» A guerra de Israel contra os palestinianos iniciou-se muito antes desta nova fase da barbárie contra Gaza, há mais de setenta anos, e irá prosseguir se o «cessar-fogo» determinar apenas que se calem agora as armas e não for além disso, impondo a Israel medidas completas para que se cumpra de uma forma viável e com um conteúdo plenamente soberano a solução de dois Estados na Palestina. Caso contrário, o fim da actual ofensiva contra Gaza significará a continuação da colonização, do cerco contra a pequena e sobrelotada faixa, da limpeza étnica, das expulsões em Sheik Jarrah e, uma após outra, em todas as comunidades palestinianas de Jerusalém ou da Cisjordânia. Até ao próximo ataque contra Gaza se os palestinianos ousarem exercer activamente o seu direito à existência e à resistência. Um exemplo de como Israel é completamente imune às palavras inconsequentes dos seus amigos e aliados sempre que as imagens da chacina tornam impossível o silêncio é a demolição premeditada do edifício da agência Associated Press (AP) em Gaza. A Israel não será difícil responder a Biden, forçado a perguntar sobre os motivos de tal atitude: o edifício daria acesso aos «túneis do Hamas» ou serviria até de «escudo humano» para o grupo fundamentalista islâmico palestiniano. Uma organização que ganhou vida – é oportuno recordá-lo – com apoio sionista quando se tornou importante dividir o movimento do primeiro Intifada, em finais dos anos oitenta, iniciado precisamente em Gaza. As forças armadas sionistas que participam em exercícios atlantistas são as mesmas que fazem jorrar o sangue de civis indefesos na Palestina, impedidos de escapar às suas bombas. Israel está a cometer mais um acto de apogeu da chacina a que tem vindo a submeter impunemente a população da Faixa de Gaza – e da Palestina em geral – durante as últimas décadas. Os alvos não são «os túneis do Hamas», como informa o regime sionista, mas dois milhões de pessoas que vivem enclausuradas num imenso campo de concentração do qual não podem escapar. Não se trata de um «confronto»: é uma barbárie. Algumas notas sobre o que está a passar-se. A Faixa de Gaza e a respectiva população são um alvo que Israel tem sempre à mão quando necessita de recorrer a manobras de diversão por causa da degradação política interna, como acontece no momento actual, em que se misturam a prolongada indefinição governativa, a corrupção a alto nível do regime e a polémica gestão da pandemia – por sinal, insolitamente elogiada no plano internacional. «A Faixa de Gaza e a respectiva população são um alvo que Israel tem sempre à mão quando necessita de recorrer a manobras de diversão por causa da degradação política interna, como acontece no momento actual» Os dirigentes sionistas não duvidam, nem por um instante, de que podem utilizar o instrumento da guerra contra Gaza porque sabem que a chamada comunidade internacional o permite. As instâncias internacionais, com a ONU à cabeça, e as grandes potências, com destaque para os Estados Unidos e a União Europeia, permitem tudo a Israel sem assumir uma única medida para conter a barbárie. Há mais de 70 anos que a comunidade internacional se vem dotando de instrumentos legais para fazer respeitar os direitos inalienáveis do povo palestiniano e há mais de 70 anos que eles são interpretados como letra morta. Este comportamento é um incentivo à discricionariedade de Israel; e Israel aproveita-o consoante as suas conveniências sabendo que nada de mal lhe acontecerá e nenhuma reacção irá além do apelo à «moderação» e a um «cessar-cessar entre as partes». Isto é, entre uma «parte» que pode tudo e uma «parte» que sofre tudo. Os foguetes do Hamas são irrelevantes quando comparados com o aparelho de guerra usado pelo regime sionista. A actuação da comunidade internacional na questão israelo-palestiniana é o exemplo mais flagrante da sua permanente utilização do sistema de pesos e medidas variáveis. Isolada pela comunidade internacional em geral, a Palestina conta cada vez menos com a solidariedade do chamado mundo árabe. Sob a égide da administração Trump nos Estados Unidos, países árabes como os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein juntaram-se recentemente ao Egipto na normalização das relações com Israel, o que significa abandonar a defesa dos direitos dos palestinianos. Acresce que existem, de facto, relações diplomáticas entre o Estado sionista e a Arábia Saudita, encimadas pela amizade e afinidades entre o primeiro-ministro Netanyahu e o herdeiro do trono wahabita, Mohammed Bin Salman. Uma aliança sobre os escombros da Palestina. «Há mais de 70 anos que a comunidade internacional se vem dotando de instrumentos legais para fazer respeitar os direitos inalienáveis do povo palestiniano e há mais de 70 anos que eles são interpretados como letra morta. Este comportamento é um incentivo à discricionariedade de Israel» Na prática, a solidariedade árabe nunca desempenhou um papel que permitisse a criação de um Estado palestiniano, como determinam as normas e a doutrina estabelecidas pela comunidade internacional. O reconhecimento de Israel por cada vez mais países árabes, porém, reforça a ideia de que o problema palestiniano poderá ter outras «soluções» que não sejam a criação de um Estado palestiniano independente, viável e plenamente soberano. Por outro lado, as relações entre países árabes e Israel transformam cada vez mais o Estado sionista numa entidade plenamente integrada no Médio Oriente, dando assim forma ao arranjo pretendido pelos Estados Unidos de uma região com duas potências dominantes – Israel e Arábia Saudita –, ambas viradas contra o Irão. O novo pico de guerra de Israel contra Gaza não pode desligar-se dos permanentes esforços de Israel para tentar provocar uma guerra directa contra o Irão – à qual as administrações norte-americanas ainda têm resistido. A ofensiva supostamente «contra o Hamas» – grupo que Israel liga a Teerão apesar de ser sunita e não xiita – acontece no preciso momento em que a administração Biden ainda não definiu se regressa ou não ao acordo nuclear 5+1 com o Irão. A mensagem israelita é directa: apoiando grupos activos no Médio Oriente, como o Hezbollah no Líbano e na Síria e o Hamas na Palestina, o Irão terá de ser desencorajado de o fazer. E os acordos com Teerão têm de ser invalidados. Por muito que possam vir a proclamar verbalmente o contrário, os Estados Unidos e a União Europeia estão por detrás de mais esta chacina israelita em Gaza. Se em relação a Washington não existe qualquer dúvida, tanto mais que o aparelho do Partido Democrata no poder é o que está mais sintonizado com os interesses dominantes do sionismo, poderão levantar-se reticências em relação ao papel da União Europeia. «a prática de Bruxelas e dos 27 é objectivamente favorável às atitudes assumidas por Israel, sejam elas quais forem: nada fazem para que seja concretizada a solução de dois Estados na Palestina, mantêm relações económicas e políticas preferenciais com Israel e não assumem nas instâncias internacionais qualquer posição contra as atitudes militares extremas do sionismo» O que não tem qualquer razão de ser. Apesar de algumas declarações de distanciamento, como foi o caso por ocasião da transferência da embaixada norte-americana para Jerusalém, a prática de Bruxelas e dos 27 é objectivamente favorável às atitudes assumidas por Israel, sejam elas quais forem: nada fazem para que seja concretizada a solução de dois Estados na Palestina, mantêm relações económicas e políticas preferenciais com Israel e não assumem nas instâncias internacionais qualquer posição contra as atitudes militares extremas do sionismo. Antes pelo contrário: Israel é um parceiro activo da NATO – que rege a União Europeia do ponto de vista militar – e está mesmo envolvido nos exercícios em curso na Grécia e no Mar Egeu no quadro dos jogos de guerra «Defender Europe». Isto é, as forças armadas sionistas que participam em exercícios atlantistas são as mesmas que fazem jorrar o sangue de civis indefesos na Palestina, impedidos de escapar às suas bombas. Uma aliança que dizima vidas e direitos humanos. A mensagem de Israel com esta nova operação de barbárie é directa: nada fará parar o sionismo no seu objectivo de limpar e submeter etnicamente a Palestina e de impedir qualquer tentativa, por débil que seja, de implementar a solução de dois Estados. O instrumento para concretizar esse objectivo é a colonização ininterrupta dos territórios da Cisjordânia – a par do cerco férreo a Gaza – de maneira a estender a ocupação, inviabilizar as possibilidades territoriais de instaurar um Estado e quebrar a resistência nacional palestiniana. «a operação militar sionista assumiu as já conhecidas proporções de punição colectiva. Contando, para isso, com a habitual impunidade que lhe é assegurada pelas instâncias internacionais. De facto, Israel usa o terrorismo para impor a lei do mais forte sabendo que encontrará pouca oposição e condenação nenhuma» Nas últimas semanas o regime sionista expulsou mais famílias e arrasou as suas habitações no bairro de Sheik Jarrah, em Jerusalém Leste, no quadro da «limpeza» de todos os palestinianos da cidade. Acontece que a ofensiva encontrou forte resistência da população atingida, sinal de que, apesar de isolados internacionalmente, os palestinianos não estão dispostos a abdicar dos seus direitos. Uma vez que Gaza respondeu à agressão e da Faixa de Gaza foram disparados foguetes contra território israelita, a operação militar sionista assumiu as já conhecidas proporções de punição colectiva. Contando, para isso, com a habitual impunidade que lhe é assegurada pelas instâncias internacionais. De facto, Israel usa o terrorismo para impor a lei do mais forte sabendo que encontrará pouca oposição e condenação nenhuma. A nova fase da chacina contra Gaza e da limpeza étnica da Cisjordânia é, afinal, mais um passo no sentido de um desfecho que inviabilize de vez a solução de dois Estados na Palestina. Ao mesmo tempo que este princípio vai sendo invocado como um mantra cada vez mais vazio de significado pelos que insistem em dizer-se defensores das leis internacionais e dos direitos humanos. Enquanto isto, continuam a morrer inocentes indefesos e a Nakba, o holocausto palestiniano, prossegue, dia após dia, sob os olhos e a passividade do mundo. Até ao último dos palestinianos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Israel poderá ainda dizer que não fez nada que a NATO não tenha executado por exemplo em Belgrado, em 1999, quando bombardeou e destruiu o edifício da televisão jugoslava. É certo que a AP tem prestado permanentes e bons serviços ao regime sionista, tal como as outras principais agências internacionais de informação. E não será este aparentemente inusitado bombardeamento que irá interromper a sua fidelidade para com Israel. O governo israelita está seguro disso – é a ordem natural das coisas. Para interrompê-la de maneira favorável ao reconhecimento dos direitos dos palestinianos seria necessário muito mais do que as rotineiras palavras de inquietação e um «cessar-fogo» transitório. Nem tanto. Se, por exemplo, os dirigentes da União Europeia – ainda que incomodando a administração Biden – experimentassem suspender as relações económicas e militares com Israel até que este país abrisse comprovadamente as portas à solução de dois Estados, talvez o cenário se alterasse. Afinal, suspender relações económicas e impor sanções a países terceiros já não constitui qualquer novidade para a União Europeia, predisposta assim a sofrer as respectivas consequências. De um ponto de vista objectivo, não haverá país tão merecedor de tais medidas como Israel, pelo menos tendo em conta palavras proferidas de quando em vez por alguns dirigentes europeus. Fazer sentir aos chefes sionistas que a barbárie tem um preço a pagar seria a maneira de lhes proporcionar um inesperado encontro com uma nova realidade e as consequências dos seus comportamentos cruéis. E seria, sobretudo, um caminho para o fim de uma tragédia humana, não apenas em Gaza mas também na Cisjordânia e até em Israel, onde os dirigentes se debatem com uma interminável crise governativa e mesmo – eles o dizem – com os riscos de «uma guerra civil». José Goulão, exclusivo O Lado Oculto/AbrilAbril Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Em Ramallah, porém, eram cada vez mais nítidos os sinais de dependência das autoridades palestinianas em relação ao poder israelita. O aparelho sionista manietava o núcleo mais histórico e popular da resistência palestiniana e tornava-o até responsável pela repressão do seu próprio povo perante manifestações e movimentos «não oficiais». Neste quadro, o ritmo da colonização israelita da Cisjordânia e Jerusalém Leste cresceu vertiginosamente, flagelando e delapidando populações isoladas, reprimidas, sem apoio concreto e eficaz dos seus dirigentes. Os casos de resistência contra demolições de casas, destruição de propriedades, roubos de colheitas e de expulsão de famílias inteiras para outras regiões ou para o estrangeiro eram e continuam a ser sumariamente combatidos e destroçados, todos os dias, pela violência dos colonos com apoio das forças policiais e militares sionistas. Na única ocasião em que Ramallah e Gaza chegaram a um princípio de acordo sobre um governo comum, em Junho de 2014, Israel encontrou pretextos para uma nova grande operação de bombardeamento contra Gaza, seguida de invasão parcial. Mais de 2500 palestinianos foram assassinados e, no rescaldo da matança, extinguiu-se a hipótese de governo comum. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. «Agir em conformidade» é, como testemunhamos, massacrar metodicamente a população da Faixa de Gaza, replicando práticas dos nazis nos campos de concentração, mas usando métodos mais sofisticados porque Hitler não tinha caças F-16, drones ou artefactos teleguiados que não erram a pontaria, nem mesmo quando miram hospitais. Que afinal, para o regime ocupante de Israel, são muito mais do que hospitais. Hananya Naftali, uma assessora de comunicação de Benjamin Netanyahu, explicou nas redes sociais que «as Forças Armadas de Israel bombardearam uma base terrorista do Hamas dentro de um hospital (al-Ahli) em Gaza; vários terroristas foram mortos». Entre os dirigentes ocidentais não falta quem faça eco da argumentação humanista praticada em Telavive. A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, foi igualmente ao encontro de Netanyahu, a quem incentivou dizendo que «estamos a assistir a uma batalha entre a civilização e os monstros bárbaros, um teste de civilidade»; e «o senhor é capaz de a conduzir da melhor maneira, porque somos diferentes desses terroristas». Não é à toa que o chefe do governo israelita assegura que «Israel é um posto avançado da civilização ocidental num mar de barbárie». Nada mais do que a versão sionista da inspirada tese do chefe da «política externa» da União Europeia, Josep Borrell, quando garante que a Europa «é um jardim cercado pela selva do resto do mundo». Já o retirado presidente norte-americano George W. Bush reforçara as mentiras em que assentou a invasão do Iraque argumentando que esse episódio era uma peça da luta «entre a civilização e a barbárie». «"Agir em conformidade" é, como testemunhamos, massacrar metodicamente a população da Faixa de Gaza, replicando práticas dos nazis nos campos de concentração mas usando métodos mais sofisticados porque Hitler não tinha caças F-16, drones ou artefactos teleguiados que não erram a pontaria, nem mesmo quando miram hospitais.» Joseph Biden, naturalmente, guarda esse conceito no seu espólio político porque, apesar de ser um pilar do Partido Democrático, foi um dos principais apoiantes do republicano Bush nas façanhas do Afeganistão e do Iraque, assumindo depois pessoalmente as piedosas missões «civilizacionais» na Líbia, na Síria, no golpe ucraniano, então como vice-presidente de Obama. Daí que, no recente regresso do Médio Oriente, tenha ainda recomendado aos seus compatriotas que «se ouvirem descrever um palestiniano segundo a terminologia de filho ou filha necessitando desesperadamente de assistência médica então devem ficar cientes de que essa mensagem foi especificamente projectada para criar empatia». Ora, a sintonia ocidental com Israel nestes assuntos chega a ser empolgante. O presidente israelita, Isaac Herzog, considera que «não é verdade essa retórica de que os civis não estão envolvidos (no terrorismo do Hamas); isso não é absolutamente verdade porque poderiam ter-se levantado, poderiam ter lutado contra esse regime maligno que tomou Gaza através de um golpe de Estado». Ora, o chefe sionista sabe que está a mentir. O governo de Gaza foi instalado democraticamente porque resultou de eleições consideradas legítimas até pelos Estados Unidos, mas quem irá agora incomodar-se com esse pormenor? Um «regime maligno» que tem algumas particularidades no relacionamento com o regime sionista, cuidadosamente silenciadas nas declarações oficiais do presidente Herzog mas cujas repercussões permanecem vivas na memória de outros responsáveis ou ex-responsáveis do regime. «O governo de Gaza foi instalado democraticamente porque resultou de eleições consideradas legítimas até pelos Estados Unidos, mas quem irá agora incomodar-se com esse pormenor?» «O Hamas, para meu grande pesar, é criação de Israel», confessou Avner Cohen, ex-funcionário de assuntos religiosos israelita em entrevista publicada no Wall Street Journal, em 2009. «Quando olho para trás na cadeia de acontecimentos, acho que cometemos um erro; mas na época ninguém pensou nos possíveis resultados», revelou David Hacham, especialista em assuntos árabes do exército de Israel. O tema, porém, não ficou «lá atrás»: em 2019, Benjamin Netanyahu disse ao grupo parlamentar do seu partido, o Likud, que era necessário continuar a «apoiar e financiar» o Hamas para manter a divisão entre os palestinianos e a secessão entre a Cisjordânia e Gaza. Em recente reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas, o primeiro-ministro de Israel exibiu um mapa do seu país do qual desapareceram a Cisjordânia, Jerusalém Leste e a Faixa de Gaza. Israel confunde-se com a Palestina histórica. Qualquer chefe de delegação de qualquer país, mesmo que não estivesse atento à aparente bazófia do chefe sionista, concluiria que a manobra representava um requiem pela solução de dois Estados, exactamente no principal fórum da instituição que criou a solução de dois Estados. Nas chancelarias dos países ocidentais, nos truculentos bastidores de Borrell não se ouviu uma palavra, um pio, sobre a provocação de Netanyahu. Mas quando em 7 de Outubro, numa manobra desenvolvida em condições improváveis e intrigantes, o Hamas atacou zonas de Israel, manchando com terrorismo repugnante uma resistência popular que dura há 75 anos, nos países em que assenta a «civilização ocidental» o coro da indignação reagiu afinado tomando as dores de Israel – um coro que jamais assumira o martírio e o sofrimento palestinianos. E que nunca levou a sério os seus direitos. Quando as luzes das bandeiras de Israel se acenderam enfaticamente na Torre Eiffel, no 10 de Downing Street, no Empire State Building, na cobertura do Estádio de Wembley, nas Portas de Brandenburgo já o governo sionista lançara a sua vingança sanguinária, agravando de forma drástica e ainda mais cruel a punição colectiva a que há anos estão submetidos os 2,3 milhões de habitantes da Faixa de Gaza, tornando-os reféns de uma implacável máquina de morte patrocinada e alimentada pelos Estados Unidos e a NATO. «Portugal está com Israel», proclamou o primeiro-ministro António Costa; «só há um lugar para a Alemanha, que é ao lado de Israel», sentenciou o chanceler Olaf Scholz. Borrell e Van der Leyen disputaram renhidamente a oportunidade de serem os primeiros a fazer sentir que a União Europeia «está com Israel»; e depois engalfinharam-se com a mesquinhez inerente aos autocratas imbecis. Não é opção, é uma ordem «baseada em regras»: a lei do «excepcionalismo» de âmbito planetário gerido pela única nação «indispensável». E dizem os comentadores autorizados que não existe imperialismo. Os nossos dirigentes, tanto os que têm envergadura imperial como os seus súbditos, para quem a soberania nacional é coisa arcaica própria de mentes estagnadas, repetem sem descanso, martelando a cabeça dos cidadãos como no método tradicional de ensino da tabuada, que agimos em função dos «nossos valores partilhados». Nós, o garboso Ocidente, senhores do planeta e dos espaços siderais por mandato divino e usucapião fundado em séculos de expansão e extorsão, assim administrando a «civilização». «Nossos valores partilhados» nas bocas dos fundamentalistas ocidentais é todo um programa de dominação, um conceito de ordem mundial assente num único poder centralizado com ambição a tornar-se global e incontestado. Se olharmos o mundo à nossa volta nestes dias assustadores, equipados com lucidez, independência de raciocínio e dose cada vez mais elevada de coragem, concluiremos que a aplicação desses «valores» – a palavra certa é imposição – funciona como um gigantesco exercício de manipulação que transforma princípios universais, humanos, inquestionáveis e comuns a muitas e diversificadas culturas num poder minoritário, de índole mafiosa e níveis de crueldade que vão da mentira institucionalizada à generalização da guerra, passando pelo roubo como forma de governo e de administração imperial/colonial. A este aparelho que pretende impor uma realidade paralela àquela em que vivemos chama-se «ordem internacional baseada em regras», um catálogo de normas de comando voláteis, casuísticas, não escritas e a que todo o planeta deve obedecer cegamente, sem se interrogar nem defender. «Ordem internacional baseada em regras» é o código imperial que veio soterrar o direito internacional e transformar as organizações mundiais que devem aplicá-lo em órgãos que rodopiam à mercê das «regras» de cada momento, manipulados, desvirtuados e instrumentalizados segundo as conveniências do funcionamento da realidade paralela. Poucos princípios preenchem tanto as prédicas dos dirigentes mundiais e seus apêndices às escalas regional e nacional do que liberdade e democracia. Uma liberdade para expandir globalmentee, porém com uma definição muito específica e padrões limitados pelas «regras» da única ordem internacional permitida. A liberdade prevalecente, e que condiciona todas as outras, acaba por ser a da propriedade privada e da inexistência de restrições ao funcionamento do mercado. Todas as restantes alavancas que devem fazer funcionar o mundo assentam neste princípio inquestionável que faz da justiça social uma aberração, transforma em servos a grande maioria dos seres humanos, converte as organizações internacionais e a generalidade dos governos nacionais em instrumentos dos casinos financeiros e das oligarquias económicas sem pátria, fronteiras ou limites comportamentais. Uma liberdade condicionada pela ditadura do lucro e a vassalagem ao dinheiro. Este conceito dominante de liberdade, a liberdade de extorsão própria da realidade em que de facto vivemos, é desde há muitos séculos um alicerce da «civilização» ocidental – a única reconhecida para efeitos de relações internacionais. A ordem «baseada em regras» é extremamente exigente e vigilante em relação a esta mãe de todas as liberdades e, se necessário for, não hesita em recorrer à guerra para a restaurar lá onde estiver ameaçada. «Todas as restantes alavancas que devem fazer funcionar o mundo assentam neste princípio inquestionável que faz da justiça social uma aberração, transforma em servos a grande maioria dos seres humanos, converte as organizações internacionais e a generalidade dos governos nacionais em instrumentos dos casinos financeiros e das oligarquias económicas sem pátria, fronteiras ou limites comportamentais.» Com a democracia acontece mais ou menos a mesma coisa. Só existe um único formato que permite instituir o «poder do povo», mesmo que depois o povo em nada se identifique e beneficie com a interpretação da sua vontade que dela fazem os eleitos. É mais ou menos assim, segundo o padrão «representativo» determinado pelo Ocidente: de x em x anos criam-se festivais ditos políticos onde vigoram a violação tácita da igualdade de exposição de opiniões, a manipulação da informação e das chamadas «sondagens» e a divisão ostensiva e «institucionalizada» entre os partidos com «vocação para governar» e os outros; ensinados assim a «decidir», as maiorias de eleitores escolhem em «liberdade» os seus preferidos, garantidamente aqueles aplicam a doutrina oficial «democrática», nestes tempos o capitalismo na sua arbitrariedade plena, o neoliberalismo. Exemplo desta democracia no seu grau máximo de evolução é a União Europeia: neste caso os cidadãos nem precisam de «escolher» os dirigentes máximos da organização, simplesmente nomeados para não haver erros nem desvios à doutrina governativa oficial e única; e supondo que os eleitores «escolhem» directamente o Parlamento Europeu, este tem poderes limitados para não perturbar o trabalho arbitrário dos não eleitos ao serviço dos seus patrões. Quanto aos Estados Unidos, o paradigma democrático a que deve obedecer-se num mundo unipolar, a escolha imposta aos cidadãos limita-se a dois aparelhos mafiosos de poder que agem em formato de partido único. Sendo esta a democracia que funciona como farol, segundo as sentenças abalizadas dos mestres da opinião única, todas as outras devem seguir tendencialmente o mesmo caminho. Não é opção, é uma ordem «baseada em regras»: a lei do «excepcionalismo» de âmbito planetário gerido pela única nação «indispensável». E dizem os comentadores autorizados que não existe imperialismo. Daí que os praticantes da democracia ocidental, a única, tenham ainda como missão fiscalizar os exercícios democráticos através do mundo. Por isso a União Europeia, por exemplo, arroga-se o direito de «aceitar» ou não os referendos nos quais as populações do Donbass decidiram juntar-se à Rússia. «A ordem "baseada em regras" é extremamente exigente e vigilante em relação a esta mãe de todas as liberdades e, se necessário for, não hesita em recorrer à guerra para a restaurar lá onde estiver ameaçada.» Trata-se, afinal, de aplicar o princípio de reconhecer as eleições e consultas populares que dão o resultado pretendido pelo Ocidente e rejeitar as outras cujos eleitores decidiram de forma não tolerada pelos vigilantes da ordem internacional, como se tivessem violado as «regras» mesmo cumprido os mecanismos processuais das votações instituídos como únicos. É à luz desse entendimento discriminatório que os Estados Unidos e os seus satélites não reconhecem resultados eleitorais na Venezuela, na Nicarágua, na Rússia, por exemplo, mas assinam por baixo a legitimidade de fraudes como nas Honduras, de golpes como no Brasil, Paraguai, Bolívia, Ucrânia, Paquistão (só alguns dos mais recentes) ou a designação como presidentes de indivíduos que nem sequer concorreram a eleições – o caso de Juan Guaidó na Venezuela. A democracia ocidental é, como se prova, bastante elástica em casos que chegam a roçar o absurdo e muito restritiva no reconhecimento de actos eleitorais legítimos, porém menos convenientes para os interesses dos «excepcionalismo». É uma questão de exercício do poder internacional que o Ocidente julga possuir à luz de «regras» casuísticas determinadas consoante os interesses de uma «civilização» que não envolve mais de 15% da população mundial. «É à luz desse entendimento discriminatório que os Estados Unidos e os seus satélites não reconhecem resultados eleitorais na Venezuela, na Nicarágua, na Rússia, por exemplo, mas assinam por baixo a legitimidade de fraudes como nas Honduras, de golpes como no Brasil, Paraguai, Bolívia, Ucrânia, Paquistão (só alguns dos mais recentes) ou a designação como presidentes de indivíduos que nem sequer concorreram a eleições – o caso de Juan Guaidó na Venezuela.» Recorrendo a exemplos muito actuais, eis como a «democracia ocidental» é peculiar no próprio Ocidente. Robert Habeck, ministro da Economia da Alemanha, colosso cada vez mais reduzido a um tapete de Washington, garante que não lhe interessa a opinião do eleitorado, o essencial é que a Rússia seja derrotada pela Ucrânia. E Josep Borrell, o «ministro dos negócios estrangeiros» da União Europeia, que ninguém elegeu, determina que os cidadãos europeus «têm de pagar o preço» necessário para «derrotar a Rússia». Ora aqui estão «regras» que corrigem a própria democracia padrão. O mesmo Borrell, espanhol e também socialista, é claríssimo na interpretação dos «nossos valores partilhados». Considera que na vida internacional há, evidentemente, «dois pesos e duas medidas»: os nossos, os «correctos», e os dos outros, atributos daquilo que George W. Bush qualificou como «a barbárie». Pedra de toque dos «nossos valores partilhados», os direitos humanos traçam a grande fronteira entre o Ocidente «civilizado» e os outros – 85% da população mundial. Direitos humanos são, por sinal, valores que ilustram a preceito a tese de Borrell sobre dois pesos e duas medidas: nós sabemos o que são direitos humanos, os outros não. «E Josep Borrell, o «ministro dos negócios estrangeiros» da União Europeia, que ninguém elegeu, determina que os cidadãos europeus «têm de pagar o preço» necessário para "derrotar a Rússia". Ora aqui estão "regras" que corrigem a própria democracia padrão.» Os principais acontecimentos da actualidade permitiram até refinar o conceito de direitos humanos a partir da clarificação entre seres humanos e entes sub-humanos – distinção baseada nas práticas de Volodimyr Zelensky, por sua vez inspirada nos conceitos purificadores de Stepan Bandera e seus pares, pais e heróis do regime ucraniano de Kiev, no seu tempo colaboradores dos nazis alemães em massacres de dezenas de milhares de seres humanos – talvez deva escrever-se sub-humanos. As nações europeias dançam a música tocada por Zelensky segundo partitura das «regras» de Washington, para que os russos do Donbass e os russos em geral, sub-humanos por definição dos nazis que mandam em Kiev, sejam devidamente sacrificados tal como vinha a acontecer, metodicamente, como resultado de uma guerra iniciada há oito anos. A «democracia ocidental» apostando o que tem e não tem, a própria vida dos cidadãos por ela regidos, para que um regime nazi liquide sub-humanos é um cenário apropriado para quem defende os direitos humanos acima de tudo? É o aval para a conversão do nazismo à democracia ou, antes de tudo, a demonstração de que a «democracia ocidental» segue na direcção do inferno do fascismo? O que nada tem de ilógico, pois foi o fascismo que embalou no berço a ditadura neoliberal que dá forma ao regime financeiro-económico-político dominante em termos internacionais, exercido com ambições globalistas e totalitárias e que, em última instância, dita a «ordem internacional baseada em regras». Governantes, comentadores, analistas e outros formatadores da opinião única incomodam-se quando, a propósito da situação no Donbass, se recordam as atrocidades cometidas pelos Estados Unidos e a NATO, ou respectivos braços mais ou menos informais, nas guerras – algumas delas «humanitárias» – levadas até à Jugoslávia, Afeganistão, Iraque, Somália, Líbia, Síria, Iémen. Sem esquecer o caso exemplaríssimo do Kosovo, onde os Estados Unidos e a União Europeia praticaram uma secessão territorial sem qualquer consulta às populações envolvidas e entregaram o governo a terroristas fundamentalistas islâmicos especializados em múltiplos tráficos, todos eles rigorosamente respeitadores dos direitos humanos, como está comprovado. A arrogância, o autoconvencimento suicida e a subserviência doentia dos dirigentes da União Europeia perante o diktat norte-americano transformou a guerra na Ucrânia no acontecimento fatal para a comunidade. A Europa Ocidental tem apenas mais 20 a 30 anos de democracia; depois disso deslizará sem motor e sem leme sob o mar envolvente da ditadura (…) Willy Brandt, polémico mas suficientemente lúcido para não fechar pontes em plena guerra fria, era um estadista, espécie entretanto desaparecida como os dinossauros. Governou nos tempos em que se pensava existir uma coisa chamada «social-democracia», que durante as últimas décadas também «deslizou sem motor e sem leme» para a selvajaria neoliberal, a ditadura da economia sobre a política, passo decisivo para a extinção da democracia – como estamos a perceber. Brandt não era um bruxo; limitou-se a reflectir sobre perspectivas a médio prazo com base na percepção, leitura objectiva das realidades, experiência e intuição que não lhe faltavam porque era um praticante de política, actividade que é um direito geral de cidadania entretanto «promovida» a uma espécie de «ciência oculta» actualmente apenas ao alcance de uma seita de predestinados com capacidade para governar, dominada pela arrogância, a frieza desumana, a irresponsabilidade e a mediocridade, particularidades afinal essenciais num regime autoritário. «A guerra na Ucrânia, efectivamente travada entre a NATO e a Rússia, contribuiu para trazer à superfície os sinais inequívocos da ascensão da ideia de um mundo polifacetado no qual direitos nacionais plenos até agora violentamente reprimidos pelos poderes coloniais e imperiais do Ocidente se afirmam de modos bastante concretos, operacionais e explícitos. Esse é o combate existencial do nosso tempo» As palavras do antigo chanceler alemão, proferidas pouco antes de deixar o cargo, projectam-se na actualidade de maneira tão evidente como inquietante. Acertam em cheio no «deslizamento» da Europa para a ditadura política, completando-se assim o cenário aberto pelo totalitarismo da economia (ditadura do mercado), embora mantendo aparências formais em matéria de direitos cívicos, entretanto ferozmente vigiados e combatidos passo-a-passo por meios antidemocráticos. Esta Europa, desde que assumiu a forma dominante de União Europeia como expressão do poder oligárquico e braço político da NATO, reforça a visão etnocentrista de uma pax imperial assente em nações «aliadas» orientadas pelo dogma mítico segundo o qual a paz generalizada será encontrada como resultado final de múltiplas guerras «defensivas» e «humanitárias». O chamado Ocidente criará assim as condições propícias para a implantação do globalismo neoliberal, de preferência gerido por um governo único e obviamente totalitário tal como postulam há muito o veterano guru imperialista Henry Kissinger, o conspirativo Grupo de Bilderberg e mais recentemente o Fórum Económico Mundial, instrumento das oligarquias sem pátria que representam menos de um por cento da população mundial e dos expoentes políticos que as servem. Os fundamentos deste modelo imperial pressupõem a continuação do funcionamento inquestionável de uma ordem unipolar mundial, ou «ordem internacional baseada em regras» dirigida de Washington e contornando o direito internacional reconhecido pela esmagadora maioria das nações do mundo. Para a garantir existem 800 bases militares norte-americanas distribuídas pelo mundo, reforçadas com o policiamento permanente dos mares, uma estrutura que tem um papel indispensável na pretendida «globalização da NATO». «Daí os esforços necessários para criar e aproveitar cada oportunidade de paz. Embora a «paz» esteja proscrita e os seus defensores sejam olhados como perigosos dissidentes da narrativa única própria de uma ditadura como a que, há quase meio século, o ex-chanceler alemão Willy Brandt anteviu para a Europa» Apesar disso, essa ordem sente-se ameaçada. A guerra na Ucrânia, efectivamente travada entre a NATO e a Rússia, contribuiu para trazer à superfície os sinais inequívocos da ascensão da ideia de um mundo polifacetado no qual direitos nacionais plenos até agora violentamente reprimidos pelos poderes coloniais e imperiais do Ocidente se afirmam de modos bastante concretos, operacionais e explícitos. Esse é o combate existencial do nosso tempo, em que a ideia do «fim dos Estados-nação» de que se apropriou a oligarquia globalista sem pátria se confronta com a crescente afirmação de relações mais justas e igualitárias entre nações soberanas, independentemente dos seus sistemas políticos. E não, soberanismo não se confunde com nacionalismo e muito menos com populismo. Como é próprio dos conflitos existenciais, sobretudo este que envolve capacidades e estratégias de extermínio global, a situação actual é aterradora. As declarações de um e outro lado encarando a hipótese «limitada» de recurso a esse tipo de armas revelam a irresponsabilidade, a inconsciência e até a loucura sociopata de quem as profere. Sabendo nós que não se trata de casos isolados e de simples ameaças, mas de balões de ensaio induzindo a ideia de que as partes em confronto estão indisponíveis para comprometer-se com a rejeição do uso desses «argumentos» fatais para a humanidade. Daí os esforços necessários para criar e aproveitar cada oportunidade de paz. Embora a «paz» esteja proscrita e os seus defensores sejam olhados como perigosos dissidentes da narrativa única própria de uma ditadura como a que, há quase meio século, o ex-chanceler alemão Willy Brandt anteviu para a Europa. As ditaduras, porém, são absolutistas mas não absolutas. Existem sempre meios de as driblar e derrotar se houver vontade e união para isso. A primeira grande vítima do combate de âmbito global em curso é a União Europeia. Morreu, mas ninguém a informou disso. O seu monstruoso aparelho burocrático e autoritário em modo de realidade paralela funciona em piloto automático, agora definitivamente orientado de Washington, como intermediário privilegiado do tráfego – e tráfico – de armas para alimentar a guerra na Ucrânia; e também como esbirro federalista dos povos do continente às ordens da insaciável oligarquia neoliberal. A União Europeia desapareceu enquanto comunidade com identidade própria, que nunca foi muita. Teve uma síncope na crise financeira de 2008, que procurou combater através da tortura de países governados por apátridas invertebrados e com recurso a instrumentos coloniais. Esteve novamente à beira da morte em 2019 com a hecatombe do pretenso combate colectivo contra a Covid, mais um episódio de salve-se quem puder, cada um por si. Não havendo duas sem três, a União Europeia finou-se agora devido ao comportamento na guerra da Ucrânia convertendo-se, sem reservas nem reticências e com muito afã, num indisfarçado instrumento de mão de Washington e numa ramificação menor da NATO. Já aplanara o caminho nessa direcção há oito anos, ao comparticipar na entronização golpista de um regime nazi em Kiev. «A primeira grande vítima do combate de âmbito global em curso é a União Europeia. Morreu, mas ninguém a informou disso. O seu monstruoso aparelho burocrático e autoritário em modo de realidade paralela funciona em piloto automático, agora definitivamente orientado de Washington» Hoje, o zombie da União Europeia já nem se debate no poço sem fundo em que caiu devido ao modo como abordou a questão ucraniana. A führer Van der Leyen, plagiadora da sua tese de medicina, eleita a pior ministra da Defesa de sempre na Alemanha e admiradora confessa de Erwin Rommel, marechal de campo de Hitler na sua conveniente vertente mítica «anti-III Reich», insiste em cumprir as ordens do decadente presidente Biden para liquidar os ucranianos e arrasar a Ucrânia. O seu escudeiro socialista Borrell, cada vez mais ridicularizado mas sempre perigoso, deveria fazer um voto de silêncio para não agravar ainda mais a situação. É por estes caminhos que a Comissão Europeia, entidade não eleita que gere uma estrutura desumana e feroz sobretudo contra os mais desfavorecidos, caminha agora fantasmagoricamente – mas ainda e sempre cruel. Aos Estados membros, liberais, iliberais ou assim-assim compete obedecer, esvaziar os arsenais de todas as armas e enviá-las para a Ucrânia, meter as mãos nos bolsos dos contribuintes para financiar com centenas de milhões de euros o corrupto e nazi Zelensky. Em contrapartida, devem obrigar os seus povos, através de mecanismos totalitários de manipulação, coacção e chantagem, a aceitar impavidamente os efeitos das sanções impostas à Rússia – ilegais segundo o direito internacional – enterrados numa crise em que o pior ainda está para vir. Willy Brandt sabia do que falava mesmo que os tempos e as circunstâncias fossem bastante diferentes da realidade actual. Certamente porque os traços desviantes em relação ao discurso oficial, a hipocrisia e o cinismo enganador dos povos já então se manifestavam como tendências que são intemporais. «A guerra e a maneira etnocêntrica, xenófoba e mistificadora como a União Europeia a encarou impondo sanções arbitrárias à Rússia, obedecendo a Washington convencida de que o mundo «iria atrás», funcionou apenas, afinal, dentro dos 27 e no universo muito limitado de países que compõem o chamado Ocidente» A arrogância, o autoconvencimento suicida e a subserviência doentia dos dirigentes da União Europeia perante o diktat norte-americano transformou a guerra na Ucrânia no acontecimento fatal para a comunidade. A guerra e a maneira etnocêntrica, xenófoba e mistificadora como a União Europeia a encarou impondo sanções arbitrárias à Rússia, obedecendo a Washington convencida de que o mundo «iria atrás», funcionou apenas, afinal, dentro dos 27 e no universo muito limitado de países que compõem o chamado Ocidente – conceito que é um alter-ego dos Estados Unidos imperiais. O resto do mundo, cerca de 85 da população mundial, assumiu posições próprias, mais ou menos diferenciadas e desafiantes das ordens emanadas de Washington. Ao mesmo tempo as sanções impostas à Rússia contribuíram para gerar outras consequências perversas, além do efeito de boomerang contra os povos dos países que as impuseram. As transformações no mundo com sentido multipolar foram aceleradas pelas novas circunstâncias; daí que seja possível observar como países de outros continentes, com maiores ou menores envergaduras económicas, se juntam em recém-criadas organizações regionais e transnacionais, algumas delas ainda embrionárias, harmonizando interesses próprios, abrindo novas vias de comunicação e de transporte, intercambiando matérias-primas, commodities e outros bens da economia real, tangível, tanto quanto possível à margem do casino financeiro de ambição globalista e do dólar cada vez mais contaminado pela financeirização e a dependência da economia virtual. São relações novas ou ampliadas estabelecidas em condições mais equilibradas e igualitárias, livres de imposições de obediência e das obrigações desiguais próprias das relações até agora dominantes, de índole colonial e imperial. A nova realidade emergente atrai cada vez mais países que estão a redescobrir a importância da soberania e se atrevem a desafiar o Ocidente como nunca o fizeram. Na recente Cimeira das Américas, dirigentes de várias nações disseram ao presidente dos Estados Unidos coisas que ele jamais pensou ouvir; os países ribeirinhos do Mar Cáspio decidiram, em cimeira recente, reforçar a soberania regional, declarando as águas livres de navios da NATO; os presidentes do Irão, da Turquia e da Rússia acordaram modos de cooperação, sobretudo na Síria, que têm como objectivo trabalhar pela saída das tropas norte-americanas deste país, acabando assim com o roubo de petróleo; o presidente norte-americano foi à Arábia Saudita mendigar a redução dos preços do petróleo nos mercados internacionais, mas não passou de Jeddah e as suas súplicas não foram atendidas; ao invés, o encontro do ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, com os dirigentes da Liga Árabe, foi considerado um êxito. Entretanto, o artista da moda e chefe do regime nazi de Kiev não conseguiu pregar a sua homilia à cimeira do Mercosul depois de, há algumas semanas, ter sido escutado por apenas quatro dos 55 chefes de Estado da União Africana. Há realmente cada vez mais mundo para lá da Ucrânia e do Ocidente. E o New York Times já se «esquece» de falar da guerra da Ucrânia em algumas das suas edições. Então o que resta, nestas circunstâncias, da defunta União Europeia? Ou mesmo da Europa, alargando o conceito à antevisão de Willy Brandt? Observa-se, por exemplo, que a democracia é cada vez mais um invólucro desgastado de sistemas económicos e políticos com notáveis tiques ditatoriais. Aliás no Leste europeu, desde a Polónia às Repúblicas do Báltico, tão acarinhadas pela NATO e a União Europeia, os regimes de índole fascista e xenófoba são indisfarçáveis. Na Letónia e na Estónia os cidadãos de origem russa são de segunda categoria, não podem votar, não têm direitos sociais, são párias na sua pátria. Zelensky não inventou nada. Como se percebe, foram instalados regimes de apartheid no interior da União Europeia sem registo de qualquer escândalo por parte da comunicação social corporativa, sempre tão vigilante e de dedo em riste. «A guerra e a maneira etnocêntrica, xenófoba e mistificadora como a União Europeia a encarou impondo sanções arbitrárias à Rússia, obedecendo a Washington convencida de que o mundo «iria atrás», funcionou apenas, afinal, dentro dos 27 e no universo muito limitado de países que compõem o chamado Ocidente» Então, para defender um regime nazi até às últimas consequências – que não se anunciam promissoras – a União Europeia decidiu «cancelar» a Rússia, isto é, prescindir das suas relações políticas e, sobretudo, económicas e comerciais com este país. E fê-lo numa ocasião em que Moscovo já decidira estrategicamente uma ancoragem prioritária com mira no Oriente, abrindo-se daí, ainda mais, para a Ásia, a África e a América Latina. Quem ganha e quem perde com esta opção, que não é uma versão da história do ovo e da galinha? Uma pergunta que os lunáticos de Bruxelas e das restantes capitais dos 27 não fizeram a si próprios antes de investirem com tudo (já só falta a bomba nuclear), e praticamente sem rectaguarda, contra a Rússia. A Europa é um continente envelhecido, uma manta de retalhos que se vai cosendo por conveniência e apenas para imagem externa, um espaço de inércia crescente dominado por uma burocracia retrógrada apesar de digitalizada, mergulhado numa autoimagem arrogante e desligada da realidade mundial. Carece de produtos básicos de alimentação, de matérias-primas essenciais, da maioria dos recursos fundamentais estratégicos, sobretudo fontes de energia e de autonomia tecnológica, sector em que, no que toca a desenvolvimento e inovação, começa a estar a anos de luz não só dos Estados Unidos mas também, e principalmente, da Ásia. O que resta da indústria europeia é subsidiário e dependente do exterior. A questão do abastecimento energético, porém, ilustra como nenhuma o delírio incontrolável de Bruxelas e da maioria dos seus satélites. Para prescindir do petróleo da Rússia, barato e há décadas calibrado para as necessidades europeias, a senhora Van der Leyen pratica mendicidade com países que maltrata e sanciona, como a Venezuela e o Irão, e promete soluções inexistentes a curto e médio prazo. Quanto ao gás natural, está disponível para comprá-lo em estado líquido aos Estados Unidos, em quantidades muito insuficientes e por preços quatro a cinco vezes superiores ao russo, apesar de ser produzido pelo método altamente poluente de fractura hidráulica (fracking). Para que haja uma noção do que aí vem anote-se que o gás natural estava a 200 dólares por mil metros cúbicos antes das sanções, situando-se agora entre os 1500 e 1800 dólares pelos mesmos mil metros cúbicos – sete a nove vezes mais. Além disso, a presidente da Comissão Europeia assegura, com o ar mais solene deste mundo, que está para mais breve do que supomos a autossuficiência energética com moinhos de vento e painéis solares. Pode acrescentar-lhe a produção de gás resultante do tratamento de lixo, dejectos de passarinhos e suínos. Boa sorte com isso. À cautela, conhecendo muito bem a incompetência dos seus subordinados na Comissão e governos adjacentes, os patrões recomendam a restauração do funcionamento das centrais a carvão para tentarem refrear a hecatombe económica que começa a sentir-se, por exemplo, no gigante alemão. O combate às alterações climáticas, claro, pode esperar – aliás como sempre. «A questão do abastecimento energético, porém, ilustra como nenhuma o delírio incontrolável de Bruxelas e da maioria dos seus satélites. Para prescindir do petróleo da Rússia, barato e há décadas calibrado para as necessidades europeias, a senhora Van der Leyen pratica mendicidade com países que maltrata e sanciona, como a Venezuela e o Irão, e promete soluções inexistentes a curto e médio prazo» A Europa transformou-se numa aberração cultural, aceitou que as suas culturas com origens milenares fossem contaminadas e asfixiadas pelo pior dos exemplos, a plastificação dos ambientes criativos pelos mais medíocres centros norte-americanas de propaganda de um «way of life» postiço, estupidificante, monolítico. A «classe política» e a comunicação social corporativa recriaram-se nesse formato e as consequências estão à vista numa opinião única militarizada, hipnotizada pela violência, numa sociedade de vigilância, coacção e bufaria, num entretenimento idiota, alienante e intoxicante onde avulta a programação televisiva uniformizada de cariz preferencialmente alarve. A Europa é provavelmente o único continente que não consegue ser autossuficiente do ponto de vista económico. Mas decidiu isolar-se agarrada ao capote do Tio Sam. No entanto, o espaço para funcionamento dos mecanismos coloniais já não é o que era à medida que a maioria das nações do mundo acordam para novas realidades de relacionamento; a invulnerabilidade militar já teve os seus dias; é cada vez mais difícil roubar os bens alheios: talvez o ouro da Venezuela e do Afeganistão, os fundos soberanos venezuelanos e as reservas cambiais russas sejam os derradeiros assaltos tolerados. E que, mais dia menos dia, terão resposta. Os políticos europeus vocacionados para governar através de uma máquina de manipulação que erradicou na prática o pluralismo, o debate e o esclarecimento, recitam discursos vazios de conteúdo, carregados de promessas vãs, manifestam um ostensivo desrespeito pelas pessoas, pelo trabalho, pelos mais idosos; os comentadores tagarelam dislates, mensagens encomendadas, mentiras, quando não é pura propaganda terrorista; desdobram-se em delações e desfazem-se dos derradeiros resquícios de compostura e vergonha quando lhes oferecem uma guerra «civilizacional» – o que acontece em sessões contínuas. A Europa, evidentemente, precisa muito mais da Rússia, país no topo mundial das matérias-primas, dos recursos naturais estratégicos e das reservas de energia essenciais, do que a Rússia necessita da Europa. Pode passar muito bem sem ela. A Europa, porém, insiste nas sanções, condenando os seus povos a carências há muito não sentidas e, para isso, nem será necessário que Moscovo aperte muito o «torniquete da dor». Pela calada, para não perder a pose perante os seus, Bruxelas vai levantando algumas sanções, como a do comércio de titânio, ou então os aviões começariam a ficar em terra. As medidas avulsas, porém, não tocam no fundo das questões, apenas suscitam ainda mais desprezo por parte da Rússia e de muitos outros países para quem a União Europeia deixou de ser entidade «confiável». As sanções à Rússia e o alinhamento na defesa de regimes nazi-fascistas europeus, caminho para a própria degeneração ditatorial, não são corriqueiros tiros nos pés. São armas de suicídio num caminho que não tem volta. Os tempos da velha e nobre Europa e da sua mítica e falsa União já lá vão. Agora o chamado «Velho Continente» não passa de um corpo estranho, um satélite mumificando em redor da estrela cadente do império. Nem sequer pode desejar-se paz à sua alma. Alma não tem; e repudia a paz. José Goulão, Exclusivo AbrilAbril Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. E que autoridade têm os que condenam a anexação do Donbass, com o presidente norte-americano à cabeça, os mesmos que são cúmplices da anexação de quase toda a Palestina e territórios sírios por Israel, do Saara Ocidental por Marrocos, que esfacelaram o Iraque e a Líbia, que roubam ouro e milhões de milhões de dólares ao Afeganistão, à Rússia, à Venezuela, à Líbia, sem esquecer o petróleo da Síria? Na sequência natural da definição dos padrões únicos e civilizacionais dos direitos humanos surgem outros direitos tão ou mais invocados como sagrados, por exemplo o de opinião, o de expressão, o respeito pela privacidade de cada um, a liberdade de informar e ser informado. A situação actual é rica em exemplos de como a «democracia ocidental», o mundo baseado «em regras» e a partilha dos «nossos valores» andam de mãos dadas com o cinismo, a hipocrisia, a mentira pura e simples e o desrespeito pelo ser humano (para já nem falar nos sub-humanos). A pressão sobre as opiniões e a liberdade de pensar torna-se cada vez mais asfixiante, intolerante, adquirindo contornos inquisitoriais. Regra geral, a partir sobretudo da implantação do neoliberalismo durante os últimos 40 anos, as opiniões dissonantes da verdade única e tolerada foram desaparecendo da comunicação social, dos espaços de debate público, das instituições de ensino. O que é silenciado não existe, o comum dos mortais habituou-se a viver com os conceitos que recebe de enxurrada, quase sem tempo para pensar, se tiver preocupação e cuidado em não perder o hábito de fazê-lo. A individualidade, a faculdade de pensar fundiram-se e dissolveram-se no interior de um imenso rebanho de repetidores de verdades absolutas e incontestáveis que, não poucas vezes, agridem e alienam a sua condição de cidadãos livres e com direitos. O processo não é estático – evolui no pior sentido, o da agressão de um direito essencial do ser humano, que é o de pensar pela própria cabeça e partilhar as reflexões e conhecimentos com os outros. Os acontecimentos acuais, designadamente a guerra na Ucrânia e o envolvimento profundo e cúmplice do Ocidente institucional no apoio ao regime de inspiração nazi de Kiev, transformou a estratégia de silenciamento das opiniões dissonantes numa perseguição de índole totalitária. Pensar de maneira diferente tornou-se um delito, uma colaboração com entidades maléficas, um atrevimento inaceitável e, por isso, submetido a difamações, ameaças de agressão e às mais rasteiras calúnias públicas. Enquanto a comunicação social se tornou refém da propaganda terrorista. «A individualidade, a faculdade de pensar fundiram-se e dissolveram-se no interior de um imenso rebanho de repetidores de verdades absolutas e incontestáveis que, não poucas vezes, agridem e alienam a sua condição de cidadãos livres e com direitos.» Nesta «civilização cristã e ocidental», incapaz de cortar o cordão umbilical com o imperialismo e o colonialismo, sobrevivem reconhecidamente os resquícios inquisitoriais. Que se afirmam com veemência crescente ao ritmo de uma fascização que os horizontes não afastam. Neste contexto, os «nossos valores partilhados» são cada vez mais instrumentos para criação de uma ficção que arrasta perversamente os seres humanos em direcções contrárias aos seus próprios interesses. Trata-se de uma armadilha que é, ao mesmo tempo, um esforço desesperado para tentar impedir o fim da era do poder unipolar, que parece inevitável – mas pode ser travado por uma guerra de proporções e consequências catastróficas. Os «valores partilhados» autodefinidos como um distintivo da pretensa superioridade humanista e civilizacional do Ocidente, e que são fundamentos da arrogância de pretender dar lições a outros povos, culturas e civilizações, são, afinal, universais; não têm donos, proprietários, muito menos polícias e esbirros. E as civilizações não estão hierarquizadas: classificá-las num qualquer ranking entre bondade e maldade, legitimidade e ilegitimidade, correcção e erro é um perigoso jogo de cariz xenófobo – o que parece incomodar cada vez menos os orgulhosos, prepotentes e fundamentalistas praticantes e adeptos da suposta superioridade ocidental, De facto, no Ocidente esses tão invocados «nossos valores partilhados» estão sequestrados, pelo que é fácil subvertê-los e usá-los perversamente como instrumentos para ludibriar e neutralizar o espírito crítico da grande maioria dos cidadãos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. A chacina do povo de Gaza agrava-se de dia para dia, a invasão terrestre já começou, as milhares de pessoas a quem Israel ordenou uma marcha dos condenados em direcção ao sul do território, onde supostamente estariam a salvo, são bombardeadas pela aviação sionista. Dos mais de oito mil civis assassinados pelo regime israelita em Gaza, metade são crianças. Pais e outros familiares começaram a escrever o nome nas mãos e nos braços das suas crianças para poderem ser identificadas depois de abatidas pela «única democracia do Médio Oriente», protegida pelo «exército mais moral do mundo», como é conhecido no «mundo civilizado» o aparelho de extermínio das Forças de Defesa de Israel (IDF). Ironicamente, as pessoas obrigadas pelos nazis a usarem a estrela de David no vestuário, ou os mártires dos campos de concentração com números inscritos nos pulsos, também estavam sinalizados para morrer. Caprichos da História… «Israel tem o direito de se defender», repetem as classes políticas de Lisboa a Vilnius, de Nova York e Otava a Auckland, com escalas em Tóquio e Seul – bizarro «Ocidente» este. Mas os agentes civilizatórios não invocam o direito dos palestinianos a resistir à ocupação, princípio igualmente reconhecido pelo direito internacional. Certamente porque se guiam pela ordem «internacional baseada em regras» e não pelas leis que regem as relações entre as nações. «Pais e outros familiares começaram a escrever o nome nas mãos e nos braços das suas crianças para poderem ser identificadas depois de abatidas pela "única democracia do Médio Oriente"» «O terrorismo do Hamas não pode ficar impune», apregoam as mesmas vozes. Sem dúvida, mas pouco as indigna que seja toda uma população indefesa a pagar por isso enquanto silenciam o terrorismo israelita praticado durante os últimos 75 anos. Limpezas étnicas não são terrorismo? Condenação de milhões de pessoas à fome e à sede não é terrorismo? Destruição de casas, roubo de terras, destruição de colheitas não é terrorismo? Desterrar milhares de pessoas para colocar imigrantes oriundos de vários países, pretensamente guiados por cultos messiânicos, nos locais que habitavam não é terrorismo? Prisões em massa, perseguições étnicas e religiosas, racismo institucional, assassínios indiscriminados, isolamento e cerco de campos de refugiados transformando-os em campos de concentração, manter adolescentes nas cadeias, assaltar e destruir escolas, hospitais não é terrorismo? «É preciso libertar os reféns» do Hamas, exigem os «civilizadores». Para esses humanistas, porém, nunca foi preocupação proteger multidões submetidas a castigos colectivos, que seres humanos sejam desnudados e revistados em gaiolas de ferro antes de iniciarem ou depois de terminarem um dia de trabalho, que nas prisões israelitas haja milhares de detidos, presos políticos sem culpa formada com 12 ou com mais de 80 anos, submetidos sem culpa formada nem julgamento a um regime de detenção administrativa revogável de seis em seis meses, o que equivale à pena de prisão perpétua. Prisões essas que estão, em muitos casos, entregues a mercenários de companhias multinacionais de segurança que se dedicam a práticas de tortura, estupro, humilhação e morte inspiradas nas que os invasores norte-americanos exercitaram na prisão de Abu Ghraib, no Iraque. «Para esses humanistas, porém, nunca foi preocupação proteger multidões submetidas a castigos colectivos, que seres humanos sejam desnudados e revistados em gaiolas de ferro antes de iniciarem ou depois de terminarem um dia de trabalho, que nas prisões israelitas haja milhares de detidos, presos políticos sem culpa formada» Só quando o eng. António Guterres, assumindo-se, nesta situação, verdadeira e corajosamente como secretário-geral da ONU – incapaz de ficar insensível à catástrofe humana que presenciou em Gaza – pôs os pontos nos is, relembrou a história, acentuou a relação desigual de forças e de tratamento entre ocupante e ocupado é que dirigentes ocidentais, pelo menos aqueles que ainda resistiram à tentação de considerar inoportunas e desadequadas as palavras de Guterres, recolocaram a solução de dois Estados em cima da mesa. E defendem eles a sério a solução de dois Estados? Obviamente que não. Além de desumanos e xenófobos são hipócritas. Qual é a sua credibilidade ao falar em dois Estados quando, na prática, não deram um passo para que fossem uma realidade – contemporizando até, pelo contrário, com as manobras dilatórias de Israel que fizeram fracassar o processo de paz? Ou quando nada fazem que force Israel a parar com a criação de colonatos, processo cujo desenvolvimento constante vai ocupando gradualmente os territórios onde deveria assentar um Estado Palestiniano viável? Será que o «Ocidente», sempre lesto a retirar sanções da cartola, já esgotou o stock? «Qual é a sua credibilidade ao falar em dois Estados quando, na prática, não deram um passo para que fossem uma realidade – contemporizando até, pelo contrário, com as manobras dilatórias de Israel que fizeram fracassar o processo de paz?» Amira Hass, jornalista e escritora israelita cujos pais conseguiram sobreviver aos campos de concentração hitlerianos, vê «traição» no comportamento da Alemanha e, por extensão, dos países ocidentais. Escreve que os dirigentes alemães, «com a sua responsabilidade decorrente do Holocausto», «traíram-nos com o seu apoio incondicional a um país como Israel que ocupa, priva as pessoas de água, rouba terras, aprisiona dois milhões de habitantes de Gaza numa jaula lotada, arrasa casas, expulsa comunidades inteiras de suas casas e incentiva a violência dos colonos». Será Amira Hass uma antissemita ao descrever com realismo e objectividade as práticas do seu governo? A estes crimes há a juntar o de limpeza étnica, assunto abordado com pudor, envolvido por forte pressão censória, e para a qual existem planos destinados à Faixa de Gaza – em sintonia com a intenção proclamada por Netanyahu de «esvaziar» o território como parte da construção de um novo Médio Oriente. Porquê estranhar que se fale em limpeza étnica? Não nasceu o Estado de Israel da expulsão de 750 mil pessoas das suas terras e casas? A colonização não é uma forma de limpeza étnica? E o que dizer desta explicação do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros israelita Danny Ayalon: «Não dizemos aos habitantes de Gaza para irem para as praias e afogarem-se… Não, Deus proíbe-o. Vão para o deserto do Sinai – a comunidade internacional irá construir-lhes cidades e dar-lhes de comer»…? Para que isto aconteça, estrategos norte-americanos e israelitas delinearam planos prontos a aplicar: a dúvida é saber quanto tempo resistirá o Egipto às pressões para receber os «refugiados» de Gaza e como irá reagir o mundo árabe e islâmico. É inegável a solidariedade incondicional do Ocidente para com Israel e o seu regime sionista, na verdade uma parte integrante do «Ocidente colectivo». Poderão os países da União Europeia e da NATO dizer que estão com Israel e, ao mesmo, distanciarem-se da matança implacável que este país comete em Gaza? Não podem. O pacote da solidariedade é compacto, indivisível. Seria de supor, se estivéssemos a lidar com gente séria e com princípios, que Israel, para merecer a solidariedade ocidental e fazer parte dessa elite, respeitasse todos os princípios venturosos que fazem parte da cartilha orientadora da nossa «civilização» ajardinada. Cotejemos então a correspondência das práticas de Israel com as apregoadas virtudes que asseguram a superioridade moral e civilizacional do Ocidente. Israel deve, portanto, respeitar os direitos humanos. Não se percebe como cumpre essa norma, olhando para a situação e o tratamento dos palestinianos, sem esquecer a discriminação dos israelitas que não são judeus. Sobre o respeito pelas liberdades cívicas há igualmente qualquer coisa que não parece bem. Israel segrega, maltrata e reprime as pessoas que estão sob sua responsabilidade como potência ocupante (violação das convenções de Genebra); e também estruturou uma forma de Estado onde existem pessoas com menos direitos que outras, uma elite e comunidades de segunda. Apartheid e terrorismo serão compatíveis com direitos humanos e liberdades cívicas? As forças armadas sionistas que participam em exercícios atlantistas são as mesmas que fazem jorrar o sangue de civis indefesos na Palestina, impedidos de escapar às suas bombas. Israel está a cometer mais um acto de apogeu da chacina a que tem vindo a submeter impunemente a população da Faixa de Gaza – e da Palestina em geral – durante as últimas décadas. Os alvos não são «os túneis do Hamas», como informa o regime sionista, mas dois milhões de pessoas que vivem enclausuradas num imenso campo de concentração do qual não podem escapar. Não se trata de um «confronto»: é uma barbárie. Algumas notas sobre o que está a passar-se. A Faixa de Gaza e a respectiva população são um alvo que Israel tem sempre à mão quando necessita de recorrer a manobras de diversão por causa da degradação política interna, como acontece no momento actual, em que se misturam a prolongada indefinição governativa, a corrupção a alto nível do regime e a polémica gestão da pandemia – por sinal, insolitamente elogiada no plano internacional. «A Faixa de Gaza e a respectiva população são um alvo que Israel tem sempre à mão quando necessita de recorrer a manobras de diversão por causa da degradação política interna, como acontece no momento actual» Os dirigentes sionistas não duvidam, nem por um instante, de que podem utilizar o instrumento da guerra contra Gaza porque sabem que a chamada comunidade internacional o permite. As instâncias internacionais, com a ONU à cabeça, e as grandes potências, com destaque para os Estados Unidos e a União Europeia, permitem tudo a Israel sem assumir uma única medida para conter a barbárie. Há mais de 70 anos que a comunidade internacional se vem dotando de instrumentos legais para fazer respeitar os direitos inalienáveis do povo palestiniano e há mais de 70 anos que eles são interpretados como letra morta. Este comportamento é um incentivo à discricionariedade de Israel; e Israel aproveita-o consoante as suas conveniências sabendo que nada de mal lhe acontecerá e nenhuma reacção irá além do apelo à «moderação» e a um «cessar-cessar entre as partes». Isto é, entre uma «parte» que pode tudo e uma «parte» que sofre tudo. Os foguetes do Hamas são irrelevantes quando comparados com o aparelho de guerra usado pelo regime sionista. A actuação da comunidade internacional na questão israelo-palestiniana é o exemplo mais flagrante da sua permanente utilização do sistema de pesos e medidas variáveis. Isolada pela comunidade internacional em geral, a Palestina conta cada vez menos com a solidariedade do chamado mundo árabe. Sob a égide da administração Trump nos Estados Unidos, países árabes como os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein juntaram-se recentemente ao Egipto na normalização das relações com Israel, o que significa abandonar a defesa dos direitos dos palestinianos. Acresce que existem, de facto, relações diplomáticas entre o Estado sionista e a Arábia Saudita, encimadas pela amizade e afinidades entre o primeiro-ministro Netanyahu e o herdeiro do trono wahabita, Mohammed Bin Salman. Uma aliança sobre os escombros da Palestina. «Há mais de 70 anos que a comunidade internacional se vem dotando de instrumentos legais para fazer respeitar os direitos inalienáveis do povo palestiniano e há mais de 70 anos que eles são interpretados como letra morta. Este comportamento é um incentivo à discricionariedade de Israel» Na prática, a solidariedade árabe nunca desempenhou um papel que permitisse a criação de um Estado palestiniano, como determinam as normas e a doutrina estabelecidas pela comunidade internacional. O reconhecimento de Israel por cada vez mais países árabes, porém, reforça a ideia de que o problema palestiniano poderá ter outras «soluções» que não sejam a criação de um Estado palestiniano independente, viável e plenamente soberano. Por outro lado, as relações entre países árabes e Israel transformam cada vez mais o Estado sionista numa entidade plenamente integrada no Médio Oriente, dando assim forma ao arranjo pretendido pelos Estados Unidos de uma região com duas potências dominantes – Israel e Arábia Saudita –, ambas viradas contra o Irão. O novo pico de guerra de Israel contra Gaza não pode desligar-se dos permanentes esforços de Israel para tentar provocar uma guerra directa contra o Irão – à qual as administrações norte-americanas ainda têm resistido. A ofensiva supostamente «contra o Hamas» – grupo que Israel liga a Teerão apesar de ser sunita e não xiita – acontece no preciso momento em que a administração Biden ainda não definiu se regressa ou não ao acordo nuclear 5+1 com o Irão. A mensagem israelita é directa: apoiando grupos activos no Médio Oriente, como o Hezbollah no Líbano e na Síria e o Hamas na Palestina, o Irão terá de ser desencorajado de o fazer. E os acordos com Teerão têm de ser invalidados. Por muito que possam vir a proclamar verbalmente o contrário, os Estados Unidos e a União Europeia estão por detrás de mais esta chacina israelita em Gaza. Se em relação a Washington não existe qualquer dúvida, tanto mais que o aparelho do Partido Democrata no poder é o que está mais sintonizado com os interesses dominantes do sionismo, poderão levantar-se reticências em relação ao papel da União Europeia. «a prática de Bruxelas e dos 27 é objectivamente favorável às atitudes assumidas por Israel, sejam elas quais forem: nada fazem para que seja concretizada a solução de dois Estados na Palestina, mantêm relações económicas e políticas preferenciais com Israel e não assumem nas instâncias internacionais qualquer posição contra as atitudes militares extremas do sionismo» O que não tem qualquer razão de ser. Apesar de algumas declarações de distanciamento, como foi o caso por ocasião da transferência da embaixada norte-americana para Jerusalém, a prática de Bruxelas e dos 27 é objectivamente favorável às atitudes assumidas por Israel, sejam elas quais forem: nada fazem para que seja concretizada a solução de dois Estados na Palestina, mantêm relações económicas e políticas preferenciais com Israel e não assumem nas instâncias internacionais qualquer posição contra as atitudes militares extremas do sionismo. Antes pelo contrário: Israel é um parceiro activo da NATO – que rege a União Europeia do ponto de vista militar – e está mesmo envolvido nos exercícios em curso na Grécia e no Mar Egeu no quadro dos jogos de guerra «Defender Europe». Isto é, as forças armadas sionistas que participam em exercícios atlantistas são as mesmas que fazem jorrar o sangue de civis indefesos na Palestina, impedidos de escapar às suas bombas. Uma aliança que dizima vidas e direitos humanos. A mensagem de Israel com esta nova operação de barbárie é directa: nada fará parar o sionismo no seu objectivo de limpar e submeter etnicamente a Palestina e de impedir qualquer tentativa, por débil que seja, de implementar a solução de dois Estados. O instrumento para concretizar esse objectivo é a colonização ininterrupta dos territórios da Cisjordânia – a par do cerco férreo a Gaza – de maneira a estender a ocupação, inviabilizar as possibilidades territoriais de instaurar um Estado e quebrar a resistência nacional palestiniana. «a operação militar sionista assumiu as já conhecidas proporções de punição colectiva. Contando, para isso, com a habitual impunidade que lhe é assegurada pelas instâncias internacionais. De facto, Israel usa o terrorismo para impor a lei do mais forte sabendo que encontrará pouca oposição e condenação nenhuma» Nas últimas semanas o regime sionista expulsou mais famílias e arrasou as suas habitações no bairro de Sheik Jarrah, em Jerusalém Leste, no quadro da «limpeza» de todos os palestinianos da cidade. Acontece que a ofensiva encontrou forte resistência da população atingida, sinal de que, apesar de isolados internacionalmente, os palestinianos não estão dispostos a abdicar dos seus direitos. Uma vez que Gaza respondeu à agressão e da Faixa de Gaza foram disparados foguetes contra território israelita, a operação militar sionista assumiu as já conhecidas proporções de punição colectiva. Contando, para isso, com a habitual impunidade que lhe é assegurada pelas instâncias internacionais. De facto, Israel usa o terrorismo para impor a lei do mais forte sabendo que encontrará pouca oposição e condenação nenhuma. A nova fase da chacina contra Gaza e da limpeza étnica da Cisjordânia é, afinal, mais um passo no sentido de um desfecho que inviabilize de vez a solução de dois Estados na Palestina. Ao mesmo tempo que este princípio vai sendo invocado como um mantra cada vez mais vazio de significado pelos que insistem em dizer-se defensores das leis internacionais e dos direitos humanos. Enquanto isto, continuam a morrer inocentes indefesos e a Nakba, o holocausto palestiniano, prossegue, dia após dia, sob os olhos e a passividade do mundo. Até ao último dos palestinianos. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Estado de direito? É improvável que Israel o seja: instituiu o apartheid, formatou um Estado para um só povo e uma só religião onde o primeiro-ministro, além disso, continua a querer acabar com a independência do aparelho judicial para apagar os seus casos de corrupção. Quanto ao direito internacional, Israel é um fora-de-lei. Viola e até achincalha as resoluções da ONU, insulta quem, com toda a objectividade, ponha em causa as suas verdades absolutas – nem o secretário-geral da ONU escapa –, pratica o terrorismo, desrespeita as suas obrigações como potência ocupante, liquidou o processo de paz, neste caso com a prestável ajuda dos Estados Unidos e da União Europeia. Nada há de surpreendente neste comportamento recorrente do «mundo civilizado». Não foram as principais potências da União Europeia, França e Alemanha, que assinaram os acordos de Minsk sobre a Ucrânia sabendo que iriam ser violados? Com base numa definição parcial, messiânica, xenófoba e propagandística, Israel acusa de antissemitismo toda e qualquer pessoa, instituição ou país que não esteja de acordo com as práticas do regime. Também nesta matéria os países e os media ocidentais seguem incondicionalmente as posições israelitas, elas próprias antissemitas no sentido autêntico do termo. O povo palestiniano, os povos árabes são semitas, tal como os judeus. O extermínio em Gaza, as incursões punitivas e cleptómanas dos esquadrões da morte de colonos, a atribuição da condição de cidadãos de segunda aos israelitas de origem árabe são manifestações claras de racismo e de antissemitismo. A propaganda israelita faz confundir ostensivamente as críticas ao sionismo, as denúncias dos crimes do governo de Telavive e até as acusações ao comportamento de Netanyahu como casos de antissemitismo. Além de xenófobo, este tipo de propaganda esconde uma das mais expandidas formas de antissemitismo: a que se manifesta contra os árabes – e até contra os muçulmanos, no seu complemento islamofóbico. Vimos que a escritora israelita Amira Hass é uma antissemita, segundo os cânones oficiais do sionismo. E será também antissemita o prestigiado jornalista Gideon Levy, do diário Haaretz, quando escreve que «só psiquiatras podem explicar o comportamento de Israel»? E o que dizer do antissemitismo do próprio Haaretz quando na sua secção editorial se pode ler que «inegavelmente, o governo israelita é o único responsável pelo que acontece, por negar os direitos dos palestinianos»? E serão antissemitas os milhões de judeus não-sionistas, por exemplo a multidão imensa que recentemente tomou a Estação Central de Nova York em solidariedade com a Palestina e os palestinianos? Os países ocidentais acompanham incondicionalmente Israel nesta deriva em que viola, ponto por ponto, todos os princípios de que se ufana o Ocidente para se distinguir, de forma xenófoba, arrogante e colonial, da «barbárie» que diz persegui-lo. «E o que dizer do antissemitismo do próprio Haaretz quando na sua secção editorial se pode ler que "inegavelmente, o governo israelita é o único responsável pelo que acontece, por negar os direitos dos palestinianos"?» Mas quem melhor traduz este cenário de cumplicidades, mentiras, falsificações e cobertura do terrorismo é o jornal New York Times, a bússola pela qual se guia qualquer dirigente ocidental que se preze e serve de modelo a qualquer publicação «de referência». Pois o Conselho Editorial dessa bíblia intocável sentenciou: «Israel pode defender-se e defender os seus valores; o que Israel está a fazer é lutar para defender uma sociedade que valoriza a vida humana e os estado de direito». É o retrato da grande mentira em que vivemos, escondida numa verdade única que vai dissolvendo o contraditório e, no fundo, a realidade na qual os povos ocidentais se movem. A situação, porém, está a mudar e as manifestações que juntam milhões de pessoas em todo o mundo, comovidas e solidárias com a luta e os direitos dos palestinianos, provam-nos que a consciência da realidade começa a perfurar a monstruosa e tóxica barreira da corrupção política e da mistificação mediática associada à propaganda sionista e terrorista. Dominique de Villepin, diplomata e ex-primeiro-ministro da França (2005-2007) na presidência de Jacques Chirac, está em Gaza. Numa entrevista a uma rádio francesa não esconde o papel daquilo a que chama o «ocidentalismo» na tragédia humana que ali se vive. O «ocidentalismo», disse, «é a ideia de que o Ocidente, que durante cinco séculos geriu os interesses do mundo, será capaz de continuar a fazê-lo silenciosamente. E podemos ver claramente, mesmo nos debates da classe política francesa, que existe a ideia de que, face ao que está a acontecer actualmente no Médio Oriente, temos de continuar ainda mais a luta, rumo ao que pode considerar-se uma guerra religiosa ou civilizacional. Ou seja, isolarmo-nos ainda mais no cenário internacional». Villepin considera também que este comportamento está associado à «armadilha do moralismo»: «Temos a prova disso através do que está a acontecer na Ucrânia e no Médio Oriente, da dualidade de critérios que é denunciada em todo o mundo». Dualidade de que George Orwell já falava no seu famoso 1984 invocando o conceito de doublethink (pensamento duplo), que definiu desta maneira: «repudia a moralidade enquanto a reivindica». Uma perspectiva que reproduz na perfeição, principalmente agora, na confluência das situações na Ucrânia e no Médio Oriente, a falsidade, a insensibilidade, a desumanidade do comportamento da «civilização ocidental» e a sua miséria moral. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Opinião|
A miséria moral da «civilização ocidental»
Opinião|
As danças de Israel com o Hamas (I)
Opinião|
As danças de Israel com o Hamas (II)
A inteligência e a «falha»
Nacional|
«Se a terra dos homens é de todos os homens, acaso os palestinos não são pessoas?»
Internacional|
Vários jornalistas palestinianos mortos no massacre de Gaza
Internacional|
Continua o massacre israelita de Gaza
Internacional|
MPPM. Só haverá paz quando forem reconhecidos os direitos do povo palestiniano
Internacional|
Resistência palestiniana unida em torno da operação contra Israel
Internacional|
Colonos e forças israelitas matam quatro palestinianos na Cisjordânia
Internacional|
Ministro israelita das Finanças defende a «aniquilação» de terra palestiniana
OLP classifica Smotrich como «terrorista racista» e AP pede ajuda internacional
Parlamento Árabe condena violência dos colonos
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Uma população e um território mártir
Opinião|
Gaza, notas sobre uma chacina
1) O principal responsável pelo massacre não é Israel: é a chamada comunidade internacional
2) O mundo árabe isola cada vez mais a Palestina
3. Um massacre com o Irão na mira
4. O papel dos Estados Unidos, União Europeia e NATO
5. A causa próxima: colonização e limpeza étnica
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A mão de Israel no Hamas
Processo de paz e processo de guerra
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A matança, o cessar-fogo e a solução de dois estados
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Por que não carregar onde dói?
Opinião|
Gaza, notas sobre uma chacina
1) O principal responsável pelo massacre não é Israel: é a chamada comunidade internacional
2) O mundo árabe isola cada vez mais a Palestina
3. Um massacre com o Irão na mira
4. O papel dos Estados Unidos, União Europeia e NATO
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Impossível?
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O mapa de Netanyahu e a distracção ocidental
Opinião
Os «nossos valores» sequestrados
Liberdade e democracia
Direitos humanos
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A União Europeia morreu e ninguém a informou
Willy Brandt, chanceler da República Federal da Alemanha, 1974Salve-se quem puder
O que resta?
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Cotejemos então
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Gaza, notas sobre uma chacina
1) O principal responsável pelo massacre não é Israel: é a chamada comunidade internacional
2) O mundo árabe isola cada vez mais a Palestina
3. Um massacre com o Irão na mira
4. O papel dos Estados Unidos, União Europeia e NATO
5. A causa próxima: colonização e limpeza étnica
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O correspondente de defesa do mesmo Haaretz, Amos Harel, muito ligado ao aparelho militar sionista, afirma que «Israel só agora começa a aperceber-se da amplitude e sofisticação da rede de túneis», pelo que «mesmo os chefes militares não têm a certeza sobre o seu propósito final». O mesmo comentador reconhece que, «com o Hamas debaixo de terra, as forças militares israelitas reivindicam muitos êxitos mas não apresentam corpos de combatentes do Hamas».
As imagens censuradas e fornecidas pelas autoridades israelitas, divulgadas e repetidas até à exaustão pelos media globalistas transnacionais, limitam-se a mostrar os militares sionistas em acção através das ruínas provocadas pelos bombardeamentos israelitas, expondo estranhos combates «unilaterais» dos quais o inimigo parece ausente. Dir-se-ia estarmos perante exercícios militares.
O que sobressai dessas imagens, para quem não foi infectado ainda pela propaganda doentia que obriga cada um de nós a ser «um israelita», é o verdadeiro significado dos cenários de terra queimada e arrasada onde foram captadas. Os seres humanos que aí viviam, com dificuldades, é certo, mas com a dignidade possível, desapareceram por completo. Ou foram assassinados ou fugiram para sul do território tentando salvar o que lhes resta, a própria vida. É certamente isto que está na mente do primeiro-ministro quando proclama o seu objectivo de transformar Gaza numa «ilha deserta». Algo que Israel e as suas forças armadas, garante Netanyahu, «estão a fazer de acordo com os mais elevados padrões do direito internacional e, para evitar prejudicar inocentes, continuaremos a fazê-lo até à nossa vitória».
«A pressão israelita orienta-se inequivocamente pelo objectivo de amassar cada vez mais os 2,3 milhões de habitantes do território junto ao ponto de passagem de Rafah, até que o Egipto seja obrigado a ceder por "razões humanitárias"»
As zonas do Norte do território e dos arredores da Cidade de Gaza onde é possível ver as tropas sionistas participando em tiroteios no meio de escombros – e rezam as crónicas de que também por ali andam militares norte-americanos e mercenários – testemunham que está em curso uma operação conjunta de chacina e de limpeza étnica. Entretanto, no Sul do enclave, onde se concentram as populações expulsas do Norte, os bombardeamentos continuam enquanto já se desenvolvem incursões terrestres, principalmente na cidade de Khan Yunis, a maior da região meridional – uma mensagem aos palestinianos de que o martírio não acaba ali. A pressão israelita orienta-se inequivocamente pelo objectivo de amassar cada vez mais os 2,3 milhões de habitantes do território junto ao ponto de passagem de Rafah, até que o Egipto seja obrigado a ceder por «razões humanitárias», incapaz de resistir à dimensão catastrófica da situação e aos clamores misturados com insinuações chantagistas de muitos governos mundiais, a começar pelo dos Estados Unidos, que têm pelos palestinianos, na prática, um desprezo quase igual ao que é manifestado pelas autoridades israelitas.
O cenário que a muitos ainda parece inacreditável, continuando a outorgar ao governo sionista umas réstias de zelo humanitário e uma noção dos limites que efectivamente não tem – basta olhar para a história – pode não estar assim tão distante, dependendo do tempo que esta tragédia leve até se tornar insustentável. Todos os comportamentos israelitas são expressão de terrorismo de Estado. Escrevê-lo não significa uma absolvição do Hamas, desculpar as atrocidades cometidas por este grupo ou ilibá-lo por isso. O terrorismo é uma estratégia usada pelos dois campos. Não há, porém, terrorismo bom e terrorismo mau. Esta maneira de estar no cenário internacional, um exemplo de «regra» da «ordem internacional baseada em regras», é própria do chamado «mundo ocidental» e «civilizado», que assim vai perdendo o pouco respeito que ainda possa merecer por parte do resto do mundo, a maioria global. Se continuar a deixar-se arrastar pela criminalidade israelita até às últimas consequências, o Ocidente sujará ainda mais a sua arrogante imagem de farol da moralidade e dos direitos humanos. O culto do faz de conta tem prazo de validade.
«O Estado de Israel está assente em limpezas étnicas. Foi criado e tem-se desenvolvido expulsando os palestinianos de lugar após lugar da Palestina para neles instalar imigrantes sionistas»
Um outro jornalista israelita do Haaretz, Aluf Benn, aborda a realidade de maneira ainda mais aguda ao notar que «a expulsão dos residentes palestinianos, a transformação das suas casas em pilhas de escombros e as restrições de entrada de suprimentos e combustíveis» revelam uma estratégia israelita diferente em relação a anteriores agressões contra o superlotado território palestiniano transformado num campo de concentração. Aluf Benn faz notar que «mesmo que em breve seja declarado algum cessar-fogo, sob pressão norte-americana, Israel não terá pressa em se retirar e permitir que a população volte ao Norte da Faixa de Gaza; e, se as pessoas voltarem, para onde voltarão? Afinal, já não têm as suas casas, as suas ruas, as suas instituições de ensino, comércio e outras quaisquer infraestruturas de uma cidade moderna», incluindo, como se sabe, hospitais e demais centros de assistência humanitária.
Uma situação que afinal é de hoje, de ontem, de todos os dias se recuarmos até 1947/48. Qualquer fuga em massa de palestinianos resultante de acções militares terroristas do aparelho sionista tem sentido único, o de ida. O «direito ao retorno» dos refugiados está inscrito na lei internacional, mas não passa de uma norma em letra morta. Nem Israel a aceita, nem a chamada comunidade internacional a impõe. O Estado de Israel está assente em limpezas étnicas. Foi criado e tem-se desenvolvido expulsando os palestinianos de lugar após lugar da Palestina para neles instalar imigrantes sionistas, e mesmo «sionistas» que viram subitamente «a luz» graças a um expedito sentido de oportunidade.
Insaciável sede de sangue e destruição
Cessar-fogo? Netanyahu responde: «não vamos parar, não haverá tal coisa». Dos Estados Unidos chega a citação de um membro da administração Biden dizendo que «eles (Israel) estão seguros de que não os podemos impedir de fazer o que estão a fazer». Na verdade, sobretudo em período em que já cheira a eleições presidenciais nos Estados Unidos, e também para renovação das câmaras legislativas, vem à superfície um facto indesmentível que qualquer candidato com verdadeiras ambições de poder não pode arriscar-se a ignorar: o lobby judaico tem mais influência no Congresso do que qualquer equipa da Casa Branca. Mesmo que tenha as mãos a pingar sangue das crianças de Gaza.
A administração Biden está bem ciente disso e, mesmo que, por absurdo, quisesse travar Israel, não o fará. John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, admitiu que Israel deverá ficar a ocupar Gaza «depois de derrotar o Hamas», «pelo menos até que a Autoridade Palestiniana» possa assumir a tarefa. Hipótese que, na prática, está posta de lado nos planos oficiosos israelitas existentes para consumar a limpeza étnica – como se perceberá em próximo artigo.
«[...] vem à superfície um facto indesmentível que qualquer candidato com verdadeiras ambições de poder não pode arriscar-se a ignorar: o lobby judaico tem mais influência no Congresso do que qualquer equipa da Casa Branca»
Por outras palavras, esta sentença acende a luz verde para que Israel cumpra uma intenção já manifestada por Netanyahu: a de «governar Gaza por tempo indeterminado».
Na sequência, naturalmente, da limpeza étnica do território. Ainda que fosse contra o mundo – o que está longe de ser previsível –, percebe-se hoje que o sionismo está determinado a fazê-la.
E por muito que numerosas almas imbuídas do espírito «informativo», «esclarecedor» e «democrático» da comunicação social corporativa estejam reticentes quanto à realidade de estarmos a assistir a essa limpeza étnica de mais de cinco milhões de pessoas, nos territórios palestinianos de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Leste, não há negação engenhosa, mentira genial ou silêncio inviolável que mascarem a realidade. Ela está em curso, um crime de guerra e contra a humanidade executa-se sob os nossos olhos.
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