Com a adesão massiva às paralisações de três horas por turno, os trabalhadores da Teleperformance deixaram clara a sua rejeição ao despedimento anunciado pela empresa, que deixa na rua quase 30 pessoas só na plataforma da Corunha.
No sentido de dar mais visibilidade à sua luta e informar as pessoas sobre as práticas habituais nas empresas do sector, dezenas de trabalhadores da Teleperformance realizaram uma concentração frente à loja que a Vodafone tem na Praça de Pontevedra, no centro da Corunha.
Para a Confederação Intersindical Galega (CIG), o despedimento colectivo apresentado deve ser anulado, na medida em que «não tem uma justificação real».
Delegado na Teleperformance e secretário da CIG-Banca da Corunha, Sergio Toucedo explicou que, depois da reunião negocial anterior, «se confirmou que a culpada deste despedimento é a Teleperformance, que decidiu novamente deslocalizar a actividade» – o serviço de atendimento ao cliente da Vodafone para a Colômbia e a campanha da Verisure da Securitas Direct para Tânger (Marrocos).
Toucedo denunciou a existência de um «acordo tácito» entre estas multinacionais (Vodafone, Securitas e Teleperformance) «para embaratecer os custos, precarizar as condições de trabalho e os serviços, violar a lei de protecção de dados e destruir emprego».
Defender o emprego
Segundo revela a CIG no seu portal, para esta quarta-feira estava marcada nova reunião negocial, na sequência da qual será realizado um plenário de trabalhadores, onde serão prestadas informações sobre a estratégia da empresa e ponderadas medidas de resposta em defesa do emprego.
Recorde-se que a central sindical galega já se tinha mobilizado, a 2 de Junho último, frente à Delegação do Governo espanhol na Corunha, contra o despedimento colectivo «fraudulento» anunciado pela Teleperformance, que afecta mais de 300 pessoas em todo o Estado espanhol, 29 das quais na Galiza.
Na ocasião, Toucedo alertou para a «manipulação de dados» e «manobras» por parte da empresa «para ficar com o pessoal que lhe interessa e utilizar o despedimento colectivo para meter na rua de maneira económica os trabalhadores mais veteranos – que têm quase 20 anos de antiguidade – e continuar a precarizar as condições laborais».
A CIG promete lutar pelos postos de trabalho e diz não entender como, «num tempo em que os avanços tecnológicos facilitam a prestação dos serviços e a realização do emprego desde qualquer parte do mundo», «o Governo não toma medidas que impeçam as empresas de jogar com o nosso sustento».
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