«O que representa um verdadeiro risco é a incapacidade da própria UE para proteger os seus interesses, a sua economia e até a sua dignidade», declarou o Ministério venezuelano dos Negócios Estrangeiros em comunicado.
«Uma burocracia anacrónica e envelhecida, desligada do seu povo, pretende agora ser a guardiã da Venezuela, quando não consegue sequer governar coerentemente o seu próprio espaço», lê-se no texto divulgado esta terça-feira.
Caracas denuncia que a UE «tem bancos a lavar dinheiro nas suas próprias capitais, funcionários que fecham os olhos e paraísos fiscais que operam com total impunidade dentro das suas fronteiras ou sob a sua protecção».
Ao invés, frisa a diplomacia venezuelana, o país caribenho «é uma economia em crescimento, com estabilidade política e com instituições que respondem ao seu povo, não a interesses financeiros ou a lobbies de turno».
«Enfrentámos bloqueios, sanções, tentativas de isolamento e aqui estamos: mais sólidos, mais firmes, e sem dois pesos e duas medidas», sublinha o documento.
Para o governo venezuelano, aquilo que «incomoda a decrépita elite europeia não é o risco, mas a verdade: que há países do Sul que já não baixam a cabeça, que não aceitam a tutela, e que não estão dispostos a entrar nas listas dos obedientes».
A Comissão Europeia actualizou esta terça-feira a sua lista de jurisdições que classifica como de «alto risco», afirmando que os países nela incluídos apresentam deficiências no que respeita a uma luta eficaz contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo.
À lista em que figura a Venezuela foram acrescentadas diversas jurisdições de países terceiros (Argélia, Angola, Costa do Marfim, Quénia, Laos, Líbano, Mónaco, Namíbia e Nepal), enquanto outras foram dela retiradas (Barbados, Gibraltar, Jamaica, Panamá, Filipinas, Senegal, Uganda e Emirados Árabes Unidos). Os EUA não figuram nesta lista da UE.
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