A necessidade de avançar com aumentos significativos nos vencimentos da ADP Fertilizantes era, já, evidente: a empresa, líder de mercado em Portugal no sector da produção e comercialização de fertilizantes, «teve lucros extraordinários e foi generosa nos prémios para os administradores». Uma pequena percentagem dos gastos anuais da ADP têm a ver com os salários dos trabalhadores.
O acordo alcançado nas negociações mantidas entre a empresa e a Comissão Negociadora Sindical da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal/CGTP-IN), estabelece uma «actualização de 6,6% (+0,1% de arredondamento) na tabela salarial e nas matérias pecuniárias», inscritas no Acordo de Empresa.
É um «mínimo de 70 euros de aumento nos salários-base, acrescendo uma subida de 17 ou 18 euros por mês no subsídio de refeição e um euro por anuidade». Os trabalhadores por turnos passam ainda a receber «mais 22 euros por mês, fora as outras matérias pecuniárias».
Os resultados do acordo alcançado «são positivos, mas claramente insuficientes», perante as dificuldades dos trabalhadores, destaca a federação sindical. A Fiequimetal, assim como o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Centro-Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA/CGTP), assim como do Sul (SITE Sul/CGTP), «assumem o compromisso de continuar o caminho de aumento do salário-base, com reforço da organização e da participação dos trabalhadores».
Neste sentido, não deixando de valorizar as conquistas já alcançadas, os trabalhadores, em plenário, aprovaram a continuação da acção reivindicativa nas matérias que ainda não obtiveram respostas da administração: um seguro de saúde que abranja todo o agregado familiar; mais um dia de férias, sem condicionalismos; valor de um salário a título de participação nos lucros da empresa e a aplicação do subsídio de turno sobre o valor de retribuição do escalão B do nível 9.