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|alterações climáticas

Fome extrema duplica nos 10 países mais afectados pelas alterações climáticas

Apenas 18 dias de lucros das empresas petrolíferas seriam suficientes para cobrir todo o valor do apelo humanitário das Nações Unidas para 2022: 49 mil milhões de dólares, aponta a Oxfam.

Um milhão de crianças afegãs corre risco de morte devido à fome. Dez milhões de rapazes e raparigas dependem da ajuda internacional para sobreviver. 
Um milhão de crianças afegãs corre risco de morte devido à fome. Dez milhões de rapazes e raparigas dependem da ajuda internacional para sobreviver. Créditos

Somália, Haiti, Djibuti, Quénia, Níger, Afeganistão, Guatemala, Madagáscar, Burkina Faso e Zimbabué. É curioso como, também no que toca às alterações climáticas, são os que menos têm aqueles que mais sofrem: países que, à escala mundial, pouca poluição produzem são os que enfrentam, na primeira linha, as consequências mais brutais

Colectivamente, estes dez países, casa para dezenas de milhões de pessoas, são responsáveis por apenas 0,13% do total das emissões globais de carbono.

A brutalidade das catástrofes climáticas ultrapassa, em muitos casos, a capacidade de resposta dos pobres, empurrando-os cada vez mais para situação de fome severa, alerta um comunicado de imprensa da Oxfam, uma das maiores organizações não-governamentais de luta contra a pobreza no mundo.

«As alterações climáticas já não são apenas uma bomba relógio, estão a explodir diante dos nossos olhos. Está a tornar fenómenos climatéricos extremos, como secas, ciclones e inundações - que quintuplicaram nos últimos 50 anos - mais frequentes e mais mortíferos», alerta Gabriela Bucher, directora executiva da Oxfam Internacional.

Só naqueles dez países, 48 milhões de pessoas sofrem de fome aguda, que se caracteriza pela falta de acesso imediato a alimentação, contra os 21 milhões em 2016, um valor que duplicou em seis anos. 18 milhões de pessoas encontram-se, em 2022, no limiar da fome.

Neste momento, a Somália enfrenta a pior seca de que há registo na sua história; no Quénia, a seca matou quase 2,5 milhões de cabeças de gado este ano, empurrando 2,4 milhões para a fome; no Níger, 2,6 milhões de pessoas enfrentam a fome aguda (um aumento de uns alucinantes 767%, em relação a 2016), tendo sido a quebra de 40% na produção de cereais, este ano, um factor fundamental. A grave situação de seca que afecta a Guatemala contribuiu para a perda de cerca de 80% da colheita de milho, devastando as plantações de café; 

O Burkina Faso registou um espantoso aumento de 1350% da fome desde 2016, com mais de 3,4 milhões de pessoas em fome extrema desde Junho de 2022, devido ao conflito armado e ao agravamento da desertificação das terras cultivadas e pastoris.

«Não podemos corrigir a crise climática sem resolver as desigualdades sistémicas nos nossos sistemas alimentares e energéticos», defende Bucher. O aumento da tributação dos super-poluidores poderia facilmente cobrir o custo destas mudanças estruturais: «apenas 1% do lucro médio anual das empresas de combustíveis fósseis geraria 10 mil milhões de dólares, o suficiente para cobrir a maior parte do défice de financiamento do apelo humanitário da ONU para a segurança alimentar».

A Oxfam dirige um apelo às nações ricas, também em poluição, para que «injectem imediatamente fundos para salvar estas vidas». Para travar a próxima crise climática, as grandes empresas devem «reduzir drasticamente as suas emissões, garantir um financiamento climático adequado para ajudar as pessoas pobres a adaptar-se e, sobretudo, compensar os países de baixos rendimentos afectados, injustamente, pela crise climática».

O sacrifício de uns é o lucro de outros. As nações industrializadas, e poluentes, como as do G20, que controlam 80% da economia mundial, são, em conjunto, responsáveis por mais de 75% de todas as emissões poluentes mundiais de carbono.

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