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Argentina: «Hoje o que está em jogo nos bairros é se comem ou não»

Movimentos sociais e sindicatos agendaram para dia 12 nova jornada de protesto contra os cortes do governo de Milei e de alerta para a grave situação em que se encontram as camadas populares.

Nos quase três meses de governo de Milei, o índice de pobreza aumentou para 60%  
Nos quase três meses de governo de Milei, o índice de pobreza aumentou para 60%  Créditos / Página 12

Com os rendimentos a diminuírem e a pobreza a aumentar, a União de Trabalhadores e Trabalhadoras da Economia Popular (Utep), em conjunto com outros sindicatos e organizações de esquerda, propõe-se realizar uma mobilização massiva e com cortes de acessos à cidade de Buenos Aires.

«Hoje o que está em jogo nos bairros é se comem ou não», alertou um dos representantes das organizações presentes na reunião de terça-feira, onde foi decidida a jornada de luta, refere o diário Página 12.

De acordo com a fonte, «não faltou ninguém», dada a ampla representação de movimentos e sindicatos presente. Tal convergência de acção não se via desde o final dos anos 90 e está a consolidar-se no contexto da «guerra declarada» por Milei aos movimentos sociais: porque não lhes dá respostas, deixou de executar a maior parte dos programas de ajuda e lançou uma «campanha de demonização» contra eles.

Apesar da argumentação oficial utilizada – variada –, o facto é que os alimentos deixaram de chegar aos refeitórios populares e as escassas medidas tomadas não alcançam 10% das necessidades.

Apertadas pela urgência de receber o que a tutela não envia, as cozinheiras vão-se arranjando com o que chega das províncias, fazem colectas entre moradores e pedem donativos a comerciantes, explica a fonte.

Nalguns casos, como na província de Tucumán, os refeitórios comunitários estão a fechar, depois dos cortes feitos pelo Ministério do Capital Humano. A ministra alega que assinou acordos com organizações não governamentais religiosas – com pastores da direita evangélica e com a Cáritas –, mas tem sido a própria Igreja a alertar para a falta de comida nos bairros e a pedir ao governo que não acabe com os apoios.

Outra das denúncias feitas pelos movimentos está relacionada com os desbastes do governo de Milei ao plano Potenciar, de apoio à reinserção laboral, criado no governo de Alberto Fernández.

Dina Sánchez, da Frente Darío Santillán, disse ao Página 12 que «não há canais de diálogo» com o Ministério do Capital Humano, que «não responde a chamadas telefónicas, nem responde a e-mails, e desactivou a página para fazer reclamações».

Pobreza a aumentar de forma exponencial

De acordo com dados divulgados pelo Observatório da Universidade Católica, nos quase três meses de governo de Milei o índice de pobreza aumentou para 60%. No mesmo período, a consultora Isepci registou um encarecimento de 70% nos alimentos na região metropolitana de Buenos Aires.

Neste contexto, em vez de diálogo, confronto com os movimentos sociais. Estes afirmam que se trata de uma aposta de Milei em extinguir as organizações sociais e, a propósito, lembram que Federico Sturzenegger, assessor de Milei e autor da Lei de Bases, disse numa conferência em Harvard (EUA) que «é preciso empobrecer os grupos de interesse», «drenar-lhes» os recursos.

Outro aspecto apontado pelos movimentos sociais é o total desconhecimento, por parte do elenco ministerial, da realidade que se vive nos bairros e do tecido que os sustenta.

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