incêndios florestais

«Há um alarmismo que não percebo». É assim que o presidente do Governo Regional da Madeira analisa a situação, mesmo já se sabendo que área ardida está perto do pior registo dos últimos 25 anos e que existe o risco real de derrocadas.

No passado mês, o gestor da Navigator disse: «Para continuarmos a ser sustentáveis precisamos de ter mais floresta plantada de eucalipto». Este mês foram várias as zonas do país em chamas. Sim, há correlação e submissão do poder político ao económico.

Embora os 415 hectares ardidos em 2022 não fossem suficientes para obter grandes apoios do Estado, as diligências institucionais feitas pelo município de Palmela garantiram 201 mil euros para recuperar esta área.

Cinco anos após o incêndio no Pinhal de Leiria, que destruiu 86% da área total, o PCP alerta para a estratégia em curso de «perversão da matriz, natureza e funções do pinhal».

No próximo dia 21 de Agosto, os Guardas-Florestais do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR voltam a fazer greve, face à ausência de respostas do Ministério da Administração Interna sobre as reivindicações apresentadas.

Ao sétimo dia, o fogo não deu tréguas. O incêndio que deflagra na Serra da Estrela, que se estende por cinco concelhos e consumiu, pelo menos, 16 mil hectares, é sintoma de uma falta de investimento crónica.

Durante o período de contingência, decretado por causa da onda de calor, as autarquias vêem-se obrigadas a pagar serviços gratificados às forças de segurança para garantir a vigilância nos seus territórios.

Agricultores e populações rurais, vítimas dos incêndios, vêem o seu sustento comprometido. Confederação Nacional da Agricultura (CNA) reclama apoios rápidos e repudia passa-culpas. 

Os guardas-florestais vão estar em greve, esta sexta-feira, contra a falta de efectivos. Primeiro-ministro vem apontando «razões» para os incêndios, sem nunca falar da ausência de investimento público.

Cinco anos depois dos incêndios de Pedrógão Grande, «que causaram inúmeras vítimas, a destruição de bens e biodiversidade com repercussões no imediato e a longo prazo no ecossistema», muito está ainda por fazer, alerta o PEV.

A Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) recomenda o controlo estatal pleno da gestão e operação dos equipamentos da rede de transmissão que suporta o sistema integrado de redes de emergência.