dívida pública

Na semana da aprovação do Orçamento do Estado para 2024 na generalidade, o AbrilAbril procurou dissecar o central dos discursos do primeiro-ministro e do ministro das Finanças. Fica nítido o contraste das suas palavras com a realidade.

Os dados são do Banco de Portugal e indicam que houve um aumento do endividamento no sector não financeiro. Público, empresas privadas e particulares, juntos, registam aumento de 1,6 mil milhões de euros de dívida. 

No quadro da revisão das regras de disciplina orçamental, a Comissão Europeia cedeu à pressão alemã e introduziu uma meta de 0,5% para redução do défice.

O Instituto Financeiro Internacional (IFI), que representa credores privados, enviou uma carta à presidência do G20, onde faz depender o alívio das dívidas públicas da intervenção do FMI.

Para a Intersindical, a proposta de OE deve acolher alterações que valorizem os trabalhadores, uma vez que «a mesma política, submetida aos mesmos interesses, vai produzir os mesmos resultados».

As transferências previstas para Portugal ao abrigo do Fundo de Recuperação seriam significativamente inferiores ao que o nosso país pagaria em juros da dívida durante o mesmo período.

António Costa e Rui Rio assumem-se submissos à União Europeia, pretendendo manter as amarras do País à dívida pública, e não sendo opção, para ambos, a renegociação ou reestruturação da mesma.

O Governo continua a insistir na redução do défice, sacrificando o investimento público e submetendo-se às imposições de Bruxelas.

O BCE lucrou 7,9 mil milhões de euros com dívida soberana portuguesa até ao fim de 2018, valor ao qual irá somar ainda 5,3 mil milhões. Para a Alemanha e a França irão 3,51 mil milhões.

António Costa fala de um resultado «histórico», mas a redução do défice em 570 milhões compara com os mais de 600 milhões de investimento que o Governo não concretizou, face ao que tinha previsto. 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai recuperar a sua parte do empréstimo da troika em menos de cinco anos e com um lucro acima dos 11 mil milhões de euros, só em juros.

Dois terços dos países do euro violam o limite da «dívida de Maastricht». Portugal tem a companhia das quatro maiores economias: Alemanha, França, Itália e Espanha.

Governo e Presidência celebram a subida do rating da dívida pública portuguesa pela Moody's. Dez anos depois da queda do Lehman Brothers, que credibilidade merecem as agências de rating?