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|Um outro Mundial

O futebol praticado por homens num campeonato de vários campeonatos

Entre a pressão que toca aos catarianos que querem brilhar em casa, os senegaleses sem a sua estrela e a afirmação daqueles que lutam pela liberdade onde ela insiste em ser limitada. Há homens para lá das polémicas.

Pedro Miguel, jogador do Catar, reage à derrota frente ao Equador no primeiro jogo do Mundial de Futebol 2022 
Pedro Miguel, jogador do Catar, reage à derrota frente ao Equador no primeiro jogo do Mundial de Futebol 2022 CréditosFriedemann Vogel / EPA

O nervosismo parece ter atacado os jogadores do Catar na partida de estreia deste Mundial. Erro nosso que, no foco que colocamos nas grandes questões que rodeiam o país organizador, pouca atenção acabámos por dar aos homens envolvidos na sua representação. A seleção catariana leva anos a preparar-se para esta competição. Um enorme investimento que coloca o talento de um conjunto de jogadores, que nunca atuou ao mais alto nível, perante uma situação insustentável. Com os olhos do mundo sobre a sua atuação, terá eventualmente sentido mais a exigência que os seus compatriotas lhes colocaram no dia de estreia.

A derrota frente ao Equador acabou por ser natural. Mas o vencedor da Taça Asiática, com passagens aceitáveis na Copa América e na Gold Cup, terá que mostrar algo mais. O seu grupo, no entanto, não lhe permite facilidades. O Senegal fez uma interessante exibição perante os Paises Baixos, mostrando que há vida para lá de Sadio Mané.

A sua foi uma das derrotas com sabor de injustiça. Merecendo mais, não somou qualquer ponto. Pelo que com menos de uma semana de competição teremos um jogo de vida ou morte. Entre aqueles que jogam em casa e aqueles que tentam construir uma casa sem o apoio da sua maior estrela. O futebol não se deixa levar pela empatia, quando toca a eliminar os que não são fortes o suficiente.

O campeonato dos protestos e da diplomacia

O Irão não cantou o seu hino, Sardar Azmoun foi aplaudido por ter dado voz aos manifestantes, Mehdi Taremi e os seus companheiros não festejaram os golos marcados. No entanto, o seu treinador tentou reduzi-los a «rapazes que só querem jogar à bola». Há muitos casos em que não parece haver uma conexão direta entre o que vemos acontecer e aquilo que os intervenientes querem que nós vejamos acontecer.

O Irão joga bem perto de casa, o que permitiu que algumas mulheres pudessem, pela primeira vez, ver um grande jogo de futebol nas bancadas de um estádio. É inegável que os iranianos e iranianas anseiam por respirar ares de liberdade. Nada adianta que uns quantos atores tentem tapar os nossos olhos às evidências.

Os jogadores alemães taparam as bocas para a fotografia, os jogadores dinamarqueses entraram com camisolas onde os seus emblemas apareceram quase apagados, mas a braçadeira da One Love não entrou em campo, apenas nos braços de uma comentadora inglesa e de uma ministra alemã. No entanto, dirigentes e políticos ingleses, alemães e dinamarqueses foram consistentes e insistentes na maneira de expressar as suas ideias e posições, colocando-se como porta-vozes de uma sensibilidade que tem tocado este Mundial, visto da Europa. Nesse campo, já há vencedores a agraciar.

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