No dia do derradeiro debate entre os dois candidatos, um político do Partido dos Trabalhadores (PT) foi assassinado em Jandira, no estado de São Paulo, baleado a partir de um veículo quando estava já muito próximo de casa.
Reginaldo Camilo dos Santos, de 51 anos, conhecido por Zezinho, foi candidato a deputado federal nas eleições de 2 de Outubro, mas não foi eleito. O motivo do crime ainda é desconhecido, mas a associação às eleições é imediata, depois de, no passado mês de Julho, um tesoureiro do PT, em Foz de Iguaçu, ter sido assassinado por um apoiante do candidato da extrema-direita, entre outros episódios de violência que ocorreram durante o período de campanha.
Uma sondagem da Datafolha, divulgada na quinta-feira, mostrava Lula da Silva (53%) com uma vantagem de seis pontos percentuais sobre Jair Bolsonaro (47%), cenário que parece ter sido consolidado no debate da TV Globo, esta sexta-feira. Sondagens divulgadas pelo Vermelho mostram que o ex-presidente e candidato da coligação «Brasil da Esperança» foi o favorito, destacando-se em matérias como o salário mínimo nacional. Lula da Silva constatou que o valor do salário mínimo é menor actualmente do que quando o candidato do PL foi investido, criticando Jair Bolsonaro por não o ter aumentado.
Os retrocessos dos últimos quatro anos, como o corte de financiamento de programas dedicados a proteger as mulheres de violência doméstica ou a falta de reforço do merenda escolar, foram outros destacados por Lula no debate.
Depois de uma campanha eleitoral marcada pelo assédio e por uma manipulação com base em notícias falsas (fake news), Bolsonaro voltou a acusar Lula da Silva de, numa visita ao Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, Lula da Silva se ter encontrado com traficantes de droga. Esta segunda irritou Bolsonaro na conferência de imprensa após o debate. Questionado por um jornalista sobre o porquê de insistir na narrativa do narcotráfico, o candidato da extrema-direita irritou-se e abandonou a conferência.
Intitulado «Pelo bem do Brasil», o programa de Jair Bolsonaro inclui medidas como promover o turismo em terras indígenas, aumentar o acesso a armas, privatizações e alterações da legislação laboral, precarizando ainda mais o emprego. A candidatura da coligação «Brasil da Esperança», encabeçada por Lula da Silva, aponta um conjunto de compromissos, como a recuperação das condições de vida da população brasileira, justiça social e inclusão com direitos.
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