O objectivo da jornada de luta desta quarta-feira, em que se incluíam a greve geral e a manifestação convocadas pela central sindical Plenário Intersindical dos Trabalhadores – Convenção Nacional dos Trabalhadores (PIT-CNT), era realizar uma «jornada histórica» contra a política neoliberal do governo de Lacalle Pou.
Em causa estão, como anunciou a central sindical, a defesa do trabalho e dos salários, dos direitos à habitação, à saúde e à educação pública, a denúncia da fome e da precarização do trabalho, a defesa das empresas públicas, contra o seu desmantelamento e a alienação do património do Estado.
A Avenida Libertador, em Montevideu, «foi pequena», disse Marcelo Abdala, ao destacar a enorme adesão à mobilização, que uniu o movimento sindical e um amplo tecido social «que não se resignam a ver como uns quantos enriquecem, aumentam o seu património de forma obscena». «Haverá um antes e um depois da mobilização», frisou o secretário-geral do PIT-CNT no final.
O portal da central sindical destaca que a jornada de luta fica marcada pela «enorme participação» e mostrou a «certeza de que é possível» construir a defesa dos «interesses das grandes maiorias, da classe trabalhadora, dos assalariados rurais, dos pequenos e médios produtores agrícolas», entre outros.
«A fome é política, a habitação também o é»
Em relação às críticas que o governo dirigiu à greve e à manifestação, afirmando que era «política», Abdala disse que sim, «a fome é política, a habitação também o é, como a educação, o trabalho e o salário, porque são necessárias políticas públicas para dar respostas à população».
Ao falar, na sua intervenção, das exigências do povo e dos trabalhadores uruguaios, o secretário-geral do PIT-CNT criticou o «fechamento» do governo e instou o presidente Lacalle Pou a ouvir «os de baixo, o seu povo».
No que respeita ao futuro imediato, Abdala enfatizou a «perspectiva de acção, de luta», de «unidade sem exclusões, de construção da grande maioria que não apenas há-de revogar os 135 artigos da LUC [Lei de Urgente Consideração, promovida pelo governo e considerada pelos trabalhadores como uma programa de restauração conservadora, neoliberal e anti-popular], como abrirá na sua acção a torrente do desenvolvimento nacional para a grande maioria do nosso povo e não só para um grupo de grandes proprietários donos do país».
No acto, foi denunciada ainda a especulação financeira, a entrega dos recursos naturais do país ao capital estrangeiro, bem como o desmantelamento do sector público e o ataque à protecção do Estado.
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