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EUA: corrupção mediática a favor da guerra não pára de crescer

Jornalistas de vários órgãos de comunicação dos EUA trabalham para um grupo que recebe grandes fundos da indústria de armamento, do Pentágono e do Departamento de Estado, denuncia The Grayzone.

Créditos / The Grayzone

O jornalista Dan Cohen afirma que o Center for New American Security (CNAS) abriu as portas aos principais correspondentes de segurança nacional, enquanto recebe financiamento massivo da administração dos EUA e da indústria armamentística norte-americana.

«Imaginem um país em que não há separação entre o governo, o Exército e os meios de comunicação. Muitos norte-americanos pensariam na China, na Rússia ou na Coreia do Norte, mas é uma descrição perfeita dos Estados Unidos hoje», pode ler-se no portal thegrayzone.com.

O CNAS, considerado o principal think tank sobre política externa do Partido Democrata, é financiado pelo Departamento de Estado e o Pentágono, e recebeu mais dinheiro das empresas de armamento nos últimos anos do que qualquer outro think tank em Washington.

O grupo é também financiado por empresas petrolíferas, grandes bancos e governos de direita – basicamente, as forças mais destrutivas do planeta, afirma Dan Cohen.

«Para o presidente Biden, o CNAS serve como uma quinta onde são cultivados postos-chave da sua administração», refere o texto, acrescentando que «pelo menos 16 ex-alunos do CNAS ocupam agora postos-chave no Pentágono e no Departamento de Estado».

Cohen afirma que o «mais chocante» é o facto de vários repórteres de segurança nacional e política externa de «órgãos de comunicação norte-americanos de elite» estarem filiados no CNAS, estando assim indirectamente ligados ao governo e a empresas dos EUA, pelos quais são provavelmente pagos – «precisamente as forças que deveriam responsabilizar».

Vários exemplos de uma situação já denunciada mas que não parou de crescer

The Grayzone afirma que, durante mais de 20 anos, David Sanger, correspondente do New York Times em Washington, promoveu «o engano de forma implacável para levar o público a apoiar a agressão e a guerra dos EUA».

Desde as «mentiras» sobre as armas de destruição maciça no Iraque até às que dizem respeito à tentativa de o Irão criar armas nucleares, passando pelas alegações sem provas dos serviços secretos sobre os ciberataques russos – tudo isto foi levado à letra com o objectivo claro de pressionar o então presidente Trump a intensificar a agressão a Moscovo, enquanto, de forma conveniente, enchia os bolsos dos benfeitores da indústria do armamento de Sanger, destaca o portal.

«A fantasia da guerra cibernética neoconservadora de Sanger foi inclusive transformada num filme pela HBO. Hoje, David Sanger está centrado na teoria das fugas de laboratório da Covid-19. Esteve na vanguarda de todas as campanhas de propaganda que não apenas justificam a agressão e a guerra, mas que também ajudam a gerar enormes lucros para os financiadores do CNAS», revela The Grayzone.

Dan Cohen dá vários exemplos de correspondentes que, em diversos jornais de primeiro plano, violam a ética jornalística por via desta «parceria». Algumas destas ligações «ímpias» entre os media e o aparelho de inteligência militar têm sido denunciadas, como o fez a revista The Nation há mais de uma década. No entanto, refere The Grayzone, este casamento só tem aumentado e tornado mais aberto.

«Como resultado directo, sublinha, a política norte-americana virou mais à direita, as agências de espionagem ganharam um poder sem precedentes e a nova guerra fria acelerou.»

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