Reunidos no Hotel Alba Caracas desde quarta-feira, os delegados venezuelanos e estrangeiros, provenientes de mais de 70 países de todos os continentes, concordaram na necessidade de constituir uma plataforma unitária de luta para exigir o respeito pelo direito de autodeterminação dos povos, o direito internacional e o princípio de não ingerência nos assuntos internos de cada Estado.
O trabalho dos delegados em torno da consolidação de uma «poderosa plataforma anti-imperialista para travar a ofensiva neoliberal» e da criação de um sistema de órgãos de comunicação alternativos que «possa enfrentar com êxito a campanha mediática mundial» já tinha sido revelado, em declarações aos repórteres da Prensa Latina, por Julio Chávez, membro da Direcção Nacional do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e delegado ao encontro.
Chávez sublinhou a necessidade de os povos se colocarem na vanguarda da luta anti-imperialista em 2020, ano que designou como de transição entre a hegemonia dos Estados Unidos – que tende a desmoronar-se – e o surgimento da «multipolaridade», que é traçada por países como China, Rússia, Vietname, Venezuela, Cuba, entre outros.
O delegado venezuelano destacou que a participação da delegação internacional no evento foi precedida de uma forte campanha de pressões, perseguição financeira e bloqueio. Não obstante, o facto de o encontro contar com representantes de mais de 70 países de todos os continentes evidencia a capacidade de organização da Venezuela, bem como o reconhecimento dos povos do mundo à resistência do país bolivariano, disse.
Resolução contra a acção dos EUA
No primeiro dia de trabalhos, a sessão plenária do Encontro Mundial contra o Imperialismo aprovou por unanimidade uma resolução para fazer frente às acções da administração dos EUA contra os povos do mundo.
O documento condena os ataques à paz na América Latina, convoca as diversas organizações a defender a soberania dos povos e exige à Casa Branca que respeite o direito internacional.
«Exortamos os partidos políticos e movimentos sociais a juntar esforços para fazer frente à utilização do terrorismo para impor uma política neocolonial que visa controlar os recursos naturais da região», refere o texto, citado pela Prensa Latina.
«Devemos sair daqui mais unidos, mais preparados para enfrentar as ameaças do imperialismo, de Donald Trump, que quer submeter os povos», lê-se ainda no documento.
Defesa da unidade
Por seu lado, Víctor Gaute, membro do secretariado do Comité Central do Partido Comunista de Cuba, disse à Prensa Latina, no último dia do evento, que o Encontro Mundial contra o Imperialismo deixou em evidência a «vocação de paz da América Latina e Caraíbas», mesmo quando confrontada com as agressões imperialistas norte-americanas.
Gaute disse ainda que ficou patente que há um aumento na escalada de agressões de Washington e da direita mundial, sendo que Cuba, a Venezuela e a Nicarágua são os principais alvos na região. Neste cenário, sublinhou a importância da unidade.
«Todas as declarações destacaram a necessidade de defender a paz, a soberania e, sobretudo, a solidariedade entre os países da região», disse.
O Encontro Mundial contra o Imperialismo, em cuja sessão de encerramento esteve presente o presidente da República Bolivariana da Venezuela, Nicolás Maduro, teve como lema «Pela Vida, a Soberania e a Paz», e, dando continuidade ao XXV Fórum de São Paulo – que se realizou em Julho do ano passado em Caracas –, visou criar mecanismos de articulação para travar a ofensiva neoliberal e imperialista.
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