Alexander Nagel, professor e arqueólogo, afirmou que mais de um milhão de peças arqueológicas foram roubadas do Iémen, tendo acrescentado que muitas delas foram contrabandeadas para os Estados Unidos através de países como os Emirados Árabes Unidos e Israel, informa o portal Yemen Extra.
Muitos estrangeiros que entraram no Iémen sob a aparência de arqueólogos e investigadores eram de facto «comerciantes» que fizeram entrar antiguidades iemenitas nos EUA no valor de muitos milhões de dólares – só uma das peças está avaliada em 34 milhões de dólares –, explicou o investigador, que confirmou o envolvimento de «muitos exploradores, académicos e diplomatas» neste «esquema de roubo e saque», indica a mesma fonte.
Os Emirados Árabes Unidos já tinham sido acusados de participar no contrabando de artefactos antigos roubados no Iraque, no Egipto e na Síria – uma parte dos quais foi vendida à sucursal do Museu do Louvre em Abu Dhabi.
Em declarações à agência iemenita Saba, uma fonte do gabinete do chefe de Governo de Salvação Nacional do Iémen, Abdelaziz bin Habtoor, condenou este domingo o «saque» sistemático de sítios arqueológicos e históricos, edifícios e propriedades públicas na província de Aden por parte dos Emirados Árabes Unidos.
Guerra de agressão desde Março de 2015
Recorde-se que este país árabe é um dos principais intervenientes na guerra de agressão ao Iémen, como elemento da coligação liderada pela Árabia Saudita que, em Março de 2015, lançou uma grande ofensiva contra o povo iemenita.
De acordo com a organização Armed Conflict Location and Event Data Project (ACLED), a guerra contra o mais pobre dos países árabes provocou mais de 100 mil mortos em mais de quatro anos e meio.
A guerra de agressão, apoiada pelo Ocidente, provocou grande destruição em zonas residenciais e em infra-estruturas civis iemenitas, incluindo hospitais, escolas, fábricas, sistemas de captação de água e centrais eléctricas.
Também conduziu a uma das piores crises humanitárias de sempre, com surtos de cólera e a má-nutrição severa a afectarem milhões de iemenitas – de acordo com as Nações Unidas, mais de 24 milhões necessitam de ajuda humanitária urgente, incluindo dez milhões que sofrem de níveis extremos de fome.
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