O dever de prestar um serviço postal universal, e público, de qualidade, respeitando os cidadãos que dele necessitam, refere o comunicado da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN), devia «envergonhar» aqueles que, hoje em dia, são os principais responsáveis pelo caos que se vive na empresa: os que «que gerem os CTT».
Das 8h30 às 10h30, entre 23 e 27 de Maio, os carteiros do Centro de Distribuição Postal de Santa Maria da Feira vão parar o serviço, exigindo a contratação de mais funcionários, para cumprir os mínimos que são exigidos a um serviço como o que prestam os CTT. Esta acção foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT/CGTP-IN).
«Esta é uma luta pela exigência de melhores condições de trabalho, condição para a prestação de um melhor serviço à população, que se tem vindo a degradar em virtude da privatização dos CTT, já que o objectivo central foi colocar a empresa a gerar lucros para os accionistas», denuncia a federação.
Só em 2021, os CTT lucraram 38,4 milhões de euros
Os lucros e dividendos que a administração privada continuar a retirar dos CTT só é conseguido «à custa da redução de trabalhadores, redução de serviços, baixos salários», e, claro está, abandonando aquela que devia ser a base da sua actividade: «a garantia de acesso dos cidadãos a um serviço público postal de qualidade e eficiente».
Sem nunca esclarecer o número de trabalhadores que pretende recrutar, a administração dos CTT já anunciou uma nova campanha de contratação: «a duração dos contratos poderá variar entre os três e os sete meses» em diversos centros operacionais de Portugal continental e ilhas.
A contratação a prazo de alguns funcionários não resolverá o problema de falta de trabalhadores que afecta a empresa, não só no período de verão. Todos os trabalhadores dos CTT estarão em greve parcial de duas horas na quarta-feira, 25 de Maio, pelo aumento dos salários, melhores condições de trabalho e pela contratação, sem termo, de novos carteiros.