Reunidos novamente em plenário, esta quinta-feira, os trabalhadores da Casa da Música reiteraram a sua insatisfação «por maioria esmagadora» e lamentaram «ser necessário chegar a este ponto».
Num comunicado enviado ao AbrilAbril pelo Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE/CGTP-IN) constata-se que as expectativas relativamente à nova administração saíram goradas.
«O actual Conselho de Administração, eleito em Junho passado, mantém a postura dos anteriores e reforça-a, dizendo claramente: não há diálogo!», lê-se na nota. Os trabalhadores criticam a «recusa» em «negociar qualquer medida com os representantes legítimos dos trabalhadores», salientando que isso mesmo ficou exposto na reunião com a direcção do CENA-STE, na terça-feira.
«Depois de anos de negligência das entidades públicas e privadas que gerem a Fundação Casa da Música», os trabalhadores esperam «outra responsabilidade» e «consideração», lamentando a gestão «autoritária e irresponsável» e o «clima de perseguições a quem recusa calar-se e de abusos laborais sucessivos».
E é também por estes que a greve se faz. O fim das «condições precárias» de trabalho, «que se arrastam há longos anos», e dos horários de trabalho abusivos são, a par da ausência de carreiras e de diferenças salariais «astronómicas», algumas das exigências destes trabalhadores, que contestam ainda a existência de falsos contratos a termo e falsos recibos verdes.
Numa visita inspectiva à Casa da Música, em Junho de 2020, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) confirmou haver «trabalho dissimulado» na instituição.
A par da greve, os trabalhadores têm prevista uma concentração na Praça da Casa da Música às 12h, e uma segunda acção de sensibilização pelas 20h.
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