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Num momento crucial como este, numa altura em que o custo de vida sobe vertiginosamente e agrava as injustiças de que são vítima todos os trabalhadores, incluíndo aqueles que laboram na Casa da Música, quando todos os empregadores com cultura democrática discutem e negoceiam aumentos salariais com os seus trabalhadores, «a Casa da Música continua refém de práticas de gestão autoritárias, em que a negociação não tem lugar».

A denúncia parte de um comunicado do Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE/CGTP-IN) a que o AbrilAbril teve acesso, que fez repetidos pedidos de reunião à administração ao longo dos últimos meses.

Não chega que a administração se mostre disponível para ouvir as queixas dos trabalhadores. «É um princípio, mas falta a consequência»: uma «negociação séria entre sindicatos e órgãos de gestão». A «Fundação Casa da Música continua a ser uma instituição que paga mal a profissionais da cultura, em contraste com os salários muito acima da média que pratica nos cargos de topo», denuncia o sindicato.

«Os baixos rendimentos atingem técnicos especializados, profissionais de restauração e cantores do coro, entre outros, numa estrutura remuneratória incompreensível que põe em causa, cada vez mais, este projecto valioso e acarinhado pelos trabalhadores, pelo público e pela região».

Com processos de decisão e de gestão «pouco transparentes», a que acresce a incapacidade da administração para «gerar as receitas necessárias à subsistência da Fundação», torna-se mais difícil e morosa a correcção dos erros acumulados na gestão dos recursos humanos.

«A Cultura precisa da Casa da Música, e a Fundação precisa de cultura democrática para cumprir o seu papel», defende o Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos, que garante continuar a dinamizar a luta até que os trabalhadores alcancem os resultados pretendidos.