São várias as críticas dos trabalhadores à actual situação vivida na Casa da Música. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (CENA-STE/CGTP-IN), os trabalhadores estiveram reunidos em plenário para discutir o ponto de situação do processo negocial em torno do Acordo de Empresa que se encontra parado.
Segundo a estrutura sindical, o Conselho de Administração não entregou a prometida proposta de carreiras e salários, prevista para Junho de 2025. As negociações começaram por iniciativa dos trabalhadores, com o objectivo de melhorar condições de trabalho, tendo em conta que havia um novo Conselho de Administração, no entanto não se verificaram avanços.
Avaliando a estagnação salarial, em plenário, os presentes manifestaram a sua preocupação com o futuro da Fundação Casa da Música, apontando que a má gestão, agravada por sucessivas mudanças desorganizadas na administração anterior, compromete o funcionamento da instituição: «A deterioração do modo como a Fundação tem sido gerida, particularmente desde que a anterior administração criou o caos organizativo com sucessivas e contraditórias reformulações de organograma, tem prejudicado o normal desenrolar das atividades da instituição», aponta o sindicato.
O CENA-STE informa ainda que para os trabalhadores criticam ainda a ausência de resultados na revisão do modelo de governação da Fundação Casa da Música, que continua dependente de um Conselho de Fundadores composto, em grande parte, por entidades sem ligação ao sector cultural e sem responsabilidades financeiras actuais, apenas de um contributo inicial feito há 20 anos.
A par da estagnação do processo negocial, no plenário foi ainda vincada a oposição ao pacote laboral apresentado pelo Governo. Para os trabalhadores a manobra do Executivo é um ataque a direitos básicos dos trabalhadores que significa um retrocesso civilizacional, ao incrementar a exploração e os baixos salários.
Além dos seus problemas concretos e das questões gerais, os trabalhadores expressaram também um agradecimento a quem participa nas manifestações de solidariedade com a Palestina organizadas por trabalhadores da Casa da Música. «Na falta de programação interventiva na generalidade das instituições culturais, o Porto tem uma Casa da Música Palestiniana que se faz ouvir todas as quartas-feiras, à hora de almoço», informa o CENA-STE.
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