Escola Pública

Números da Fenprof desmentem ministro da Educação. Na primeira semana de Setembro registaram-se 401 horários por preencher, 8946 horas sem professor e mais de 48 mil alunos afectados pelo problema, revela a federação.

A estrutura sindical dos professores manifestou forte preocupação com as recentes medidas anunciadas pelo Governo para responder à escassez de docentes, considerando-as «avulsas e tímidas», incapazes de resolver os problemas na educação. 

Os professores vêem com preocupação a chamada «Reforma do Estado» na Educação, que transfere responsabilidades de gestão para outras entidades e promove o financiamento do ensino privado. 

É o número mais baixo de colocações desde 2016 e mais uma machadada na coesão territorial e no desenvolvimento que tanto falta ao Interior. Resultados da primeira fase expõem desigualdades, alertam politécnicos.

Segundo o Ministério da Educação, Ciência e Inovação, foram colocados 18 899 docentes para o ano lectivo 2025/26. Omitidos ficaram os 3 152 horários que ainda estão por preencher, alerta a Fenprof/CGTP.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) admite que a retirada da educação sexual da disciplina de Cidadania «confirma pendor retrógrado, de cedência à direita conservadora» e neoliberal. 

No debate sobre o estado da nação, o primeiro-ministro disse que «o país está melhor», resumindo a acção do Governo na saúde, educação e habitação a uma frase por cada um dos sectores. Sobre os rendimentos, disse haver um aumento, não revelando que a descida do IRS corresponde a 13 cêntimos por dia para a maioria. 

O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) apela à rejeição dos partidos que pretendem «reduzir e privatizar» serviços, como o SNS, a Segurança Social e a Escola Pública, em nome da «livre escolha». 

Docentes de todos os níveis educativos estão em greve, esta segunda-feira, contra o contínuo «subfinanciamento» imposto por Ayuso, presidente da Comunidade de Madrid – a que menos investe na Educação.

A falta de professores, fruto de políticas que têm desestruturado a carreira docente, não é um problema exclusivo da Escola Pública.

A paralisação abrange todas as actividades relacionadas com estas provas de avaliação e iniciar-se-á na próxima segunda-feira, 10 de Fevereiro.

Os números divulgados pela tutela foram «martelados» para «servir interesses», acusa a Fenprof, salientando que continua a haver muito mais alunos no ensino público. 

Esta quinta-feira, pelas 11h, a comunidade educativa marcha «por uma verdadeira escola inclusiva» e denúncia do «atraso de vida em que se transformou» a Câmara de Sintra para os trabalhadores não docentes. 

Cerca de cem docentes estão concentrados junto ao Ministério da Educação, em Lisboa, para exigir o alargamento do apoio financeiro a todos os docentes colocados longe de casa, numa manifestação organizada pela Fenprof. 

Os trabalhadores não docentes exigem a criação de carreiras especiais, aumentos salariais, melhores condições de trabalho e a revisão da portaria de rácios. Esta tarde há manifestação nacional, em Lisboa. 

Celebração e luta, no próximo sábado os docentes farão um desfile em Lisboa para assinalar o Dia Mundial do Professor e alertar para a necessidade da valorização das carreiras e da democratização das escolas.