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Pierre Moscovici a jogar ao Monopólio

As afirmações do titular da pasta dos Assuntos Económicos são bem reveladoras do jogo do «nós» e do «eles» em que Bruxelas se move. «Eles», os países que se submetem, e «nós», os que definimos como devem viver esses países. 

O comissário para as questões económicas e financeiras, durante a apresentação das previsões da Primavera da Comissão Europeia. 11 de Maio de 2017
Pierre Moscovici elogiou ontem o desempenho alcançado por Portugal em termos de crescimento económicoCréditosOlivier Hoslet / EPA

O comissário europeu Pierre Moscovici admitiu que as previsões da Comissão Europeia para Portugal nos últimos anos têm sido pessimistas mas que, tal como no jogo do Monopólio, «é melhor que o erro da banca seja a nosso favor do que o inverso». 

As afirmações do titular da pasta dos Assuntos Económicos, esta quinta-feira, são bem reveladoras do jogo do «nós» e do «eles» em que Bruxelas se move. «Eles», os países que (com as devidas excepções) se submetem e são obrigados a cumprir a agenda neoliberal, e «nós», os que definimos como devem viver esses países, em termos financeiros e, necessariamente, em termos sociais. 

Embora não seja propriamente uma novidade, o discurso dá uma ideia do jogo jogado pela União Europeia, onde a soberania – monetária mas também orçamental – é coisa do passado, imperando os dogmas da redução do défice tanto quanto possível, independentemente das consequências para o desenvolvimento dos países e para a vida das populações. 

Neste sentido, Pierre Moscovici elogiou ontem o desempenho alcançado por Portugal em termos de crescimento económico (obtido através de medidas como a reposição de rendimentos aos trabalhadores e pensionistas, para as quais Bruxelas pede sempre muita cautela) e no tão apreciado ajustamento orçamental, destacando como «muito boa notícia» a previsão de que o País – consumido como está pela degradação dos serviços públicos, de que a falta de pessoal nas escolas e no SNS tem sido exemplo – possa chegar a um défice zero em 2020. 

O que pelos vistos não pára de baralhar as «contas certas» que Centeno proclama são as despesas com o Novo Banco, que Bruxelas preferiu vender a pretexto da «estabilidade financeira e do crescimento da economia e do emprego», mas que, a confiar no dinheiro público que lá é injectado, só tinha que estar nas mãos do Estado e ao serviço do País. 

Entende a Comissão Europeia que, se não fosse o banco herdado de Ricardo Salgado, Portugal teria já este ano um excedente orçamental equivalente a 0,5% do PIB e de 0,4% em 2020. Dizem os números que o excedente orçamental é já positivo há vários anos e que só se converte em défice quando entra a parcela dos juros da dívida.

Uma dívida que se tarda em renegociar nos seus montantes, juros e prazos, para que continuem a ser drenados milhares de milhões de euros para o grande capital – o tal que tem em Bruxelas e nos Moscovici's desta vida, os executores da sua cartilha, aqueles que defendem os monopólios e jogam com a vida de quem trabalha e trabalhou.

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