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|desigualdades

Movimento Erradicar a Pobreza aponta à «injustiça social que nos governa» 

No Dia Mundial da Justiça Social, instituído pela ONU, o Movimento Erradicar a Pobreza vinca o aumento das desigualdades no nosso país, situação que, defende, irá agravar-se com a escalada dos preços. 

Refeitório do Centro de Apoio Social dos Anjos
CréditosMiguel A. Lopes / Agência Lusa

Dados revelados no relatório de 2022 do Observatório Nacional de Luta contra a Pobreza, referentes ao ano anterior, davam conta de um elevado aumento das desigualdades em Portugal, destacando-se, entre os países da União Europeia, como aquele que apresentou o maior aumento dos níveis de desigualdades relativamente ao inquérito anterior, com 22,4% da população em risco de pobreza e exclusão social, percentagem que sobe para os 26,7% na camada acima de 75 anos. 

«Quando forem publicadas as estatísticas relativas ao momento presente, a situação será mais grave, como demonstram os números que vão sendo divulgados», admite o Movimento Erradicar a Pobreza (MEP), através de comunicado. «Os preços dos bens essenciais aumentam, particularmente os alimentares, mas também os das energias e da habitação, o que leva a inflação para valores elevados, enquanto os salários, reformas e pensões não acompanham aquelas subidas», constata, sublinhando que «não é preciso ser especialista em economia para perceber que os pobres ficarão mais pobres e muitos que ainda não o eram passarão a essa situação».

Acrescenta que, se nos últimos números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) cerca de 11% das pessoas que trabalham estavam no limiar da pobreza e da exclusão social, muitos mais irão passar a empobrecer mesmo tendo trabalho». Isto apesar do significativo crescimento dos lucros divulgados por grupos financeiros, da energia e da grande distribuição, e que tende a ficar fora da equação.

Hoje mesmo, numa entrevista ao Público, e questionado sobre os protestos contra o aumento do custo de vida, que o Governo se tem recusado a contrariar, António Costa regressa à tese da resignação, alegando que, «quando se tem oito por cento de inflação, não há debate possível».

«É esta a justiça social que nos governa», critica o MEP, insistindo que «é necessário e possível um novo rumo para o País, no respeito pela Constituição da República Portuguesa, onde as prioridades sejam o pão e os direitos de quem trabalha, a produção e a justa distribuição da pobreza, o direito ao trabalho, ao salário, à educação, à saúde e à segurança social públicas, universais e solidárias e que são parte integrante dos direitos humanos e do progresso social».

O panorama em termos globais não é diferente. Em 2022, segundo a organização não governamental Oxfam, a fortuna da minoria privilegiada aumentou 2,7 mil milhões de dólares por dia, enquanto 1,7 mil milhões de trabalhadores viu diminuir o seu poder de compra. 

«Mais um pequeno exemplo, mas ilustrativo, que mostra a lógica do sistema. Segundo notícias recentes na comunicação social, uma empresa anunciou o despedimento de 7% dos trabalhadores e o valor das suas acções em bolsa subiu 2%. Perdas de emprego para uns, enriquecimento para outros», conclui o MEP, admitindo que, perante esta realidade, «assinalarem» o Dia Mundial da Justiça Social «só pode ser considerado um acto de hipocrisia». 

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