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Aumentar a capacidade da Portela desperdiça dinheiro e é sacrifício para a população

Plataforma «Aeroporto Fora, Lisboa Melhora» defende que aumentar a capacidade da Portela não é solução e exige construção faseada do novo aeroporto. Executivo municipal defende mudança rápida para Alcochete. 

foto de arquivo
CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

A Plataforma «Aeroporto Fora Lisboa Melhora», que nos últimos anos tem vindo a lutar pelo encerramento do Aeroporto Humberto Delgado (AHD), defende, depois da decisão anunciada pelo Governo, que se impõe agora  «exigir a construção rápida do novo aeroporto». Os activistas defendem num comunicado que «não há razões para se perder mais tempo», salientando que sendo construído faseadamente, o novo aeroporto permite o alívio gradual do Humberto Delgado, até ao seu encerramento definitivo, poupando assim as mais de 500 mil pessoas sujeitas ao ruído, poluição atmosférica e riscos de segurança acrescidos devido ao tráfego aéreo. 

Em relação à estimativa do Executivo de Montenegro, de o novo aeroporto começar a funcionar em 2034, a Plataforma diz que «não é aceitável anunciar-se dez ou mais anos para a construção da primeira pista do novo aeroporto, quando no próprio documento do Governo intitulado "Evolução do Sistema Aeroportuário de Lisboa: o novo Aeroporto Luís de Camões" se aponta para a conclusão da primeira pista o ano de 2030». Lembra, por outro lado, que a Comissão Técnica Independente (CTI) apontava para a conclusão em 2031 da segunda pista, «que é condição para o encerramento definitivo da Portela». 

A Plataforma insiste que a urgência de encerrar o Humberto Delgado «não é compatível» com prazos tão alargados, admitindo que o prolongar do prazo anunciado de construção «indicia a intenção de justificar o alargamento da Portela», piorando ainda mais a qualidade de vida da população exposta aos aviões. «É um desperdício de tempo e dinheiro, que aumenta o sacrifício da população, que é já tão afectada, e que rejeitamos totalmente», refere.

Câmara vota pela mudança rápida para Alcochete

A construção rápida do novo aeroporto e o encerramento da Portela foram exigências defendidas também em moções aprovadas, esta quarta-feira, na reunião pública da Câmara Municipal de Lisboa, com o voto contra da coligação Novos Tempos (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança). Pelo caminho ficou uma proposta do presidente Carlos Moedas, que, admitindo o aumento da capacidade da Portela, pedia compensações aos franceses da Vinci e ao Governo, através do Fundo Ambiental, pelo aumento dos voos. 

As moções apresentadas pelo PS e pelo PCP foram votadas favoravelmente, e também três dos nove pontos apresentados no documento do BE, designadamente instar o Governo a «não aumentar o número de movimentos por hora do Aeroporto Humberto Delgado». 

Entre outros aspectos, a moção do PS defende a «firme e veemente oposição ao aumento de capacidade aeroportuária numa infra-estrutura, que, encastrada na malha urbana de Lisboa, representa uma situação anacrónica e praticamente sem paralelo à escala europeia». O documento dos comunistas defende, a par de outras medidas, que a construção do novo aeroporto nos terrenos do actual Campo de Tiro de Alcochete «deve ser concretizada o mais rapidamente possível» e que se deve «recusar liminarmente qualquer aumento do tráfego no Aeroporto Humberto Delgado, assim como as obras de expansão que o viabilizem». A alínea sobre «supressão imediata dos voos nocturnos, tal como anteriormente exigido pela» Câmara de Lisboa teve votos contra do PS, mas a proposta passou com os votos dos restantes partidos.

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