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|Palestina

A sedução cultural israelita tem um «lado escuro»

A propósito da visita a Portugal da Batsheva Dance Company, o MPPM alerta para natureza do Estado de Israel, fundado sobre a limpeza étnica e sustentado por uma política de ocupação colonial e de apartheid.

Créditos / MPPM

Na nota emitida este sábado, o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) afirma que «está em curso uma vasta operação de reforço da presença de Israel no nosso país, através da sua embaixada e com a participação activa de inúmeras entidades portuguesas, públicas e privadas, incluindo municípios, empresas e o próprio Ministério dos Negócios Estrangeiros».

Denuncia, além disso, o facto de não ser «a primeira vez que o Festival de Almada traz a Portugal uma companhia israelita, contribuindo para a normalização do Estado de Israel», atitude que lamenta profundamente e que, sublinha, «não faz justiça aos valores de liberdade e respeito pelos direitos humanos que historicamente marcaram aquele importante evento cultural».

Esta «normalização do Estado de Israel, assim como o alinhamento, por acção ou omissão, com a sua política de apartheid e segregação constituem, objectivamente, um acto de cumplicidade com os crimes de Israel», alerta o movimento solidário.

Lembra, além disso, que tal ocorre num momento em que «a extrema-direita mais racista e fanática está no poder em Israel, em que hordas de colonos semeiam diariamente o terror nas aldeias e vilas nos territórios palestinianos ocupados em 1967 e em que o Exército de Israel tem em curso uma ofensiva de grande envergadura – mais uma – contra a cidade e o campo de refugiados de Jenin».

A vinda da Batsheva Dance Company a Portugal

O texto de denúncia foi divulgado tendo em conta que a Batsheva Dance Company – uma companhia de dança israelita, sediada em Telavive – se apresenta em Portugal, este mês, com espectáculos no Rivoli, no Porto, e no CCB, em Lisboa – com estes últimos integrados na programação do Festival de Almada.

O MPPM lembra que a Batsheva Dance Company é apoiada pelo governo de Israel, através do Ministério da Cultura e Desporto e do Ministério dos Negócios Estrangeiros, bem como pelo Município de Telavive, que, «nos últimos sete anos, contribuíram com 38% das receitas da companhia».

«A Batsheva Dance Company transmite uma imagem de cultura, modernidade e normalidade do Estado de Israel, mas é essencial conhecer o outro lado da realidade», afirma o MPPM, chamando a atenção para «a verdadeira natureza do seu apoiante Estado de Israel, fundado sobre a limpeza étnica do povo palestiniano e sustentado por uma política de ocupação colonial e de apartheid».

Projecto de colonialismo, apartheid e de apagamento da identidade palestiniana

Lembrando que o Estado de Israel foi criado em 1948 «sobre as ruínas de 500 vilas e aldeias palestinianas, sobre as casas e terras de 750 mil homens, mulheres e crianças palestinianos forçados ao exílio, sobre os corpos de 15 mil palestinos mortos na guerra ou massacres perpetrados pelas milícias sionistas», o MPPM sublinha que, desde então, o Estado de Israel vem desenvolvendo uma política de colonialismo de povoamento que visa a ocupação da totalidade do território palestiniano.

«Estão amplamente documentados os crimes de Israel contra o povo palestiniano, da pilhagem dos seus recursos naturais aos assassinatos extrajudiciais, das prisões arbitrárias à violência dos colonos, do bloqueio ilegal imposto à Faixa de Gaza à construção de um "muro da vergonha" que corre na quase totalidade em território palestiniano», afirma.

Em simultâneo, alerta que «Israel desenvolve uma política consistente de apagamento da identidade cultural palestiniana». Como exemplo, refere a destruição e o ataque sistemático a símbolos nacionais, como a bandeira da Palestina, que se enquadra naquilo a que Francesca Albanese, relatora especial da ONU, caracteriza como «um esforço mais vasto e mais profundo para "desconstruir e substituir" a Palestina do imaginário colectivo, através de uma combinação de apropriação cultural e do apagamento de entidades culturais fundamentais».

«A eliminação da história palestiniana nas escolas de Jerusalém Oriental, a revogação das licenças concedidas às escolas palestinianas que não aderem às políticas curriculares israelitas e a conversão ou encerramento de locais que representam a identidade cultural, política e religiosa palestiniana são "tentativas de apagar o carácter palestino do que resta das terras ancestrais palestinas"», sublinha o texto.

A imposição de toponímia hebraica e a falsificações arqueológicas são ainda tentativas de «eliminar todos os vestígios e expressões da existência palestiniana» e de «incorporação de uma visão revisionista da história para afirmar (falsas) reivindicações de soberania no território palestiniano ocupado», afirma.

No entanto, nem sempre a tentativa de apagamento da cultura palestiniana se reveste de «um carácter tão discreto», afirma o MPPM, lembrando que, na madrugada de 3 de Junho, o Teatro da Liberdade, no campo de refugiados de Jenin, «foi atingido por um míssil disparado pela aviação israelita. Uma criança ficou ferida».

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