A Campanha de Solidariedade Irlanda-Palestina (IPSC, na sigla em inglês) afirma no seu portal que o facto de o «Compromisso dos Artistas da Irlanda para Boicotar Israel» ter atingido e ultrapassado as mil assinaturas é um «marco extremamente significativo».
O documento foi lançado em Agosto de 2010 por Raymond Deane, compositor e co-fundador da IPSC, para apoiar o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) contra Israel, liderado pela sociedade civil palestiniana.
Apoiado inicialmente por 140 figuras do mundo da Cultura, o «compromisso irlandês» baseou-se no «boicote cultural» à África do Sul do apartheid e é considerado o primeiro organizado contra Israel, tendo sido seguido por iniciativas semelhantes na Suíça, na África do Sul, no Reino Unido, entre outros países.
Zoë Lawlor, da secção cultural da IPSC, declarou o «orgulho» da Campanha Solidária por haver «tantos artistas a assinar o compromisso», sublinhando que se trata de «uma afirmação séria de apoio à luta da Palestina pela liberdade, justiça e igualdade» e «quando o povo palestiniano sofre o 73.º ano de roubo, limpeza étnica, apartheid e exílio forçado».
A adesão dos artistas irlandeses ao documento e o seu apoio à Palestina foram ainda mais valorizados por Lawlor pelo facto de «este ano ter sido extremamente difícil», no contexto da crise sanitária.
Mais de mil artistas na Irlanda não branqueiam os crimes de Israel
Nas actuais circunstâncias e «em resposta ao apelo da sociedade civil palestiniana para um boicote cultural a Israel, nós comprometemo-nos a não aceitar qualquer convite para actuar ou expor em Israel, nem financiamento de qualquer instituição ligada ao governo de Israel».
Entre os signatários encontram-se: Stephen Rea, Sinéad Cusack, Donal Lunny, Andy Irvine, Damien Dempsey, Sharon Shannon, Robert Ballagh e Mary Black and Kíla; Sisterix, CMAT, Pillow Queens, Kneecap, TPM, Steo Wall, Oein DeBhairduin e Roisin El Cherif; Kevin Barry, Joe Rooney, Mary Coughlan, Derbhle Crotty, Paul Duane e Eugene O’Hare.
A lista inclui actores, escritores, poetas, pintores, escultores, realizadores de cinema, dançarinos, arquitectos, compositores, designers, músicos, entre outros.
Fatin al-Tamimi, presidente da Campanha de Solidariedade Irlanda-Palestina, disse que, «enquanto os palestinianos lutam para fazer frente à dupla ameaça da pandemia de Covid-19 e do regime opressivo de apartheid de Israel, há uma ausência crescente de esperança no meu país».
«No entanto, o facto de mais de mil artistas na Irlanda estarem dispostos a solidarizarem-se com a nossa luta, recusando-se a ajudar o apartheid de Israel a branquear culturalmente os seus crimes contra o meu povo, é um enorme raio de esperança, e faz-me sentir muito orgulhosa da minha pátria de adopção», disse, citada pelo portal da IPSC.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui