Londres responsabilizada pela crise actual
Segundo um comunicado de imprensa publicado hoje no sítio do Ministério de Negócios Estrangeiros da Federação Russa, «o embaixador da Grã-Bretanha em Moscovo, Laurie Bristow», foi chamado ao ministério para lhe ser expresso «um enérgico protesto» sobre «as acções provocadoras e infundadas» de Londres. A Rússia acusa os britânicos de «instigar vários estados» a expulsarem diplomatas russos, «sem que para isso haja motivo».
A Rússia deu «um mês» à Grã-Bretanha para reduzir o seu pessoal, na embaixada em Moscovo e nos consulados-gerais no país, «ao número de diplomatas e colaboradores técnicos e administrativos russos em comissões de serviço de larga duração na Grã-Bretanha», reafirmando, «tal como expressou em reiteradas ocasiões, a sua disponibilidade para aclarar a verdade, procurar e localizar as pessoas implicadas no ocorrido em Salisbury».
Recorde-se que, em anterior nota de imprensa do MNE russo (28 de Março de 2018) sobre «o recente atentado contra as vidas e saúde de Sergey Skripal e da sua filha Yulia», Londres é acusada de agir «contra todas as normas do Direito Internacional, da ética e, até, do senso comum» e de apontar a Rússia «sem qualquer prova ou, sequer, completo conhecimento do crime», ao mesmo tempo que lhe negava o acesso a amostras do «alegado agente tóxico».
O Foreign Office lamentou os passos de Moscovo, que afirma ter antecipado, e mantém «não haver conclusão alternativa à tentativa de assassinato em solo britânico» – descartando a pista «Porton Down», já noticiada pelo AbrilAbril.
Em 14 de Março, Londres anunciou a expulsão de 23 diplomatas russos do território britânico e o congelamento das relações bilaterais, ao que Moscovo respondeu expulsando 23 diplomatas britânicos e suspendendo a actividade do British Council na Rússia.
Expulsão de diplomatas europeus anunciada durante hoje
Desde o início da manhã, os embaixadores dos países alinhados com Londres, que executaram «acções não-amigáveis» contra a Rússia, têm estado a ser chamados para serem informados das contra-medidas russas, ao mesmo tempo que as mesmas são publicitadas.
As expulsões até agora conhecidas atingem 19 estados europeus e o Canadá: Ucrânia (13 diplomatas); Alemanha, França, Polónia e Canadá (4); Lituânia, Moldávia e República Checa (3); Dinamarca, Espanha, Holanda e Itália (2); Croácia, Finlândia, Irlanda, Letónia, Noruega, Roménia, Suécia (1); e um adido militar da Estónia.
Relativamente à Bélgica, Hungria, Montenegro e Geórgia, Moscovo reserva-se o direito de responder mas não são anunciadas medidas imediatas, anuncia a Sputnik News.
Ainda não há conhecimento de medidas contra três países cujos embaixadores foram, segundo a mesma fonte, também chamados: Austrália, Grécia e Macedónia.
Os embaixadores dos países visados têm evitado responder a perguntas, à saída do MNE russo, e apenas o embaixador alemão, Ruediger von Fritsch, declarou que «uma boa relação com a Rússia é do interesse da Alemanha» e estar o seu país «pronto para o diálogo», esperando do governo russo respostas a questões «justas e abertas».serem informados das contra-medidas russas.
Medidas foram antecedidas por expulsão de diplomatas americanos
No dia 29 de Março a Sergei Lavrov anunciara a expulsão de 60 diplomatas americanos e o encerramento do consulado-geral americano em São Petersburgo. Lavrov frisou que a decisão foi comunicada ao embaixador americano Jon Huntsman – a quem entregou uma nota de protesto –, «pelo meu representante, Sergei Ryabkov, que o esclareceu sobre as medidas recíprocas tomadas contra os Estados Unidos (EUA)» – reporta a Tass, que acrescenta terem sido dadas instruções para o consulado de São Petersburgo ser desactivado até amanhã, 31 de Março de 2018. Os 60 diplomatas americanos devem deixar a Rússia até 5 de Abril.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, segundo a mesma fonte, preveniu Huntsman de que a continuarem «as acções hostis contra as missões diplomáticas e consulares da Rússia nos EUA, medidas adicionais serão tomadas contra o pessoal e as instalações dos EUA na Rússia».
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