Mensagem de erro

User warning: The following module is missing from the file system: standard. For information about how to fix this, see the documentation page. in _drupal_trigger_error_with_delayed_logging() (line 1143 of /home/abrilabril/public_html/includes/bootstrap.inc).

|Peru

Peru: dirigente da CGTP reafirma exigência de demissão de Boluarte

A maior central sindical peruana reafirmou o apoio à exigência de demissão da presidente Dina Boluarte, «por ilegitimidade e ineficiência», bem como a sua participação nas mobilizações que começam a 19.

Manifestação em Lima a 24 de Junho de 2023 
Manifestação em Lima a 24 de Junho de 2023 Créditos / @romanhelipc

O presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP), Luis Villanueva, defendeu que as manifestações agendadas entre 19 e 28 de Julho se devem manter, tendo em conta que a continuidade de Boluarte no cargo «é inconveniente para os peruanos».

Em seu entender, quando o ex-presidente Pedro Castillo foi destituído e preso, Boluarte, que era então vice-presidente, assumiu constitucionalmente o cargo, «mas perdeu a legitimidade assassinando os peruanos».

Referiu-se deste modo aos quase 70 mortos durante os protestos que tiveram lugar no país sul-americano contra o actual governo e a actual presidente, desde 7 de Dezembro último e que se prolongaram até Março deste ano.

Luis Villanueva, presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) / PL

Villanueva sublinhou que o governo de Boluarte se caracteriza pela instabilidade política e «é um governo incapaz», tendo dado como exemplos a má gestão das crises dos surtos de dengue e das chuvas torrenciais no Norte do país.

Em declarações citadas pela agência Prensa Latina, afirmou que a saída para a crise política e social passa pela demissão da presidente e a convocação de eleições gerais imediatas, pois a outra via, a das eleições antecipadas, aprovadas pelo Congresso, foi tapada no parlamento, em concertação com o executivo.

Sobre os dez dias de protesto com início a 19 de Julho, convocados pela Coordenadora Nacional de Luta, que integra um vasto leque de organizações, como a CGTP, Villanueva disse que as associações patronais estão assustadas com as mobilizações – a seu ver, de modo injustificado.

A este propósito, o dirigente sindical explicou que não se trata de uma greve geral, mas de mobilizações de protesto e uma marcha de grupos de representantes das regiões do país até Lima, tendo referido que os sindicatos filiados na CGTP vão mobilizar-se nas suas respectivas regiões.

Villanueva reafirmou que as mobilizações terão um carácter pacífico, embora tenha alertado para o risco de provocadores infiltrados; por isso, os organizadores terão brigadas que estarão atentas, de modo a neutralizar a sua actividade.

Os empresários deviam preocupar-se mais com o «impopular Congresso, que cria mais dias feriados, e o governo, que decreta feriados longos», argumentando que assim estão a promover o turismo, disse ainda o dirigente da CGTP, sublinhando que a população carece de recursos para andar a passear.

Coordenadora protesta contra fundos destinados à repressão

Numa conferência de imprensa, em Lima, dirigentes sindicais, agrícolas, de organizações regionais, estudantis e de bairro que integram a Coordenadora Nacional de Luta reagiram à notícia publicada no semanário Hildebrandt en sus trece sobre fundos públicos e privados cujo objectivo será reprimir as mobilizações.

De acordo com a publicação, o governo decretou a transferência de 12 milhões de soles (cerca de três milhões de euros) para o Ministério da Defesa, para que sejam atribuídos às Forças Armadas e, desse foram, sirvam para reprimir os protestos que se iniciam esta semana.

Para o mesmo fim, acrescenta, irão servir mais 4,7 milhões de soles (mais de 1,1 milhões de euros) entregues por um grupo de bancos à Polícia Nacional.

Esta sexta-feira, o secretário da CGTP, Manuel Coronado, denunciou que o financiamento «evidencia claramente que o governo quer incentivar os militares e polícias à repressão, e torná-los mercenários contra o povo».

«Isso é algo jamais visto, nem sequer no governo repressivo de Alberto Fujimori (1990-2000), e vamos denunciar a [situação] junto dos organismos nacionais e internacionais de direitos humanos», afirmou, citado pela Prensa Latina.

Para o dirigente sindical, «é absurdo que um governo que não tem o apoio do povo faça uma demonstração de força», referindo-se às sondagens em que Boluarte aparece com 80 a 90% de desaprovação.

Numa conferência em que também participaram representantes de regiões do Sul do país, por via telemática, foram reafirmadas as exigências da demissão de Boluarte, de encerramento do Congresso, de convocação de eleições gerais, de saída das tropas norte-americanas do país e de castigo para os responsáveis pelas mortes dos manifestantes nas mobilizações anti-governamentais.

Um representante da zona popular Lima Este instou a população a derrotar aquilo que designou como campanha de medo levada a cabo pelo governo e a imprensa de direita, «defendendo as bandeiras do povo».

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui