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|Um outro Mundial

O tornozelo de Neymar, Messi e o feiticeiro

As lesões continuam a atormentar o Mundial, com Neymar a transformar-se em mais uma dúvida. Depois de uma entrada em falso, a Argentina tem um sinal a dar, num grupo onde a Arábia Saudita recebe a ajuda de um autêntico feiticeiro.

Neymar é reconfortado por colegas da seleção brasileira após ter saído lesionado do primeiro jogo dos canarinhos contra a Sérvia, no Mundial de 2022. Lusail, Catar, 24 de Novembro de 2022 
Neymar é reconfortado por colegas da seleção brasileira após ter saído lesionado do primeiro jogo dos canarinhos contra a Sérvia, no Mundial de 2022. Lusail, Catar, 24 de Novembro de 2022 Créditos / SkySports

Sentado no chão, a face de Neymar Júnior parecia antever um reencontro com uma dor já conhecida. Havia um estranho conforto de quem sabe exatamente aquilo que está a viver. O jogador de futebol, de 30 anos, conhece demasiado bem o seu corpo. As dores não lhe surgem por surpresa, são uma situação constante, com a qual se aprende a viver e a lidar. Mas as lesões são algo de diferente. Um jogador pode aguentar a dor. A lesão é quem o faz parar.

O inchaço no tornozelo, quando saiu do relvado, já sem bota nem meia, fala de uma forma que o olhar de Neymar não saberia explicar melhor.

O médico da seleção brasileira veio pedir calma, no final do encontro frente à Sérvia. Não havia como ditar uma sentença sobre a situação física do líder da equipa brasileira. É preciso esperar. Talvez seja o mais difícil de pedir aos adeptos que vivem este jogo como uma religião. Não adianta fazer nada - fazer gelo, talvez. Terá de ser o corpo a sentenciar como recupera e se permitirá a Neymar voltar a jogar neste Mundial. Entretanto, o Brasil segura a sua respiração, assiste, condicionado, aos festejos de uma vitória que ameaça ser a crónica de uma ausência anunciada. No silêncio do seu quarto de hotel, o corpo de Neymar tem um caminho a percorrer.

Messi e o feiticeiro

O anunciado último Mundial de Lionel Messi começou com uma derrota. Do outro lado estava um francês com fama de feiticeiro. Hervé Renard fez a sua fama em África. Depois de uma carreira de jogador sem grande expressão e um início de caminho enquanto técnico nas divisões secundárias de França e Inglaterra, o treinador fez as malas para a Zâmbia, um país que na década de 90 conjugou os seus tempos mais áureos com os seus tempos mais negros. Faltava a esta seleção um título e Renard entregou-o em 2012. Três anos mais tarde, repetiu o feito com a Costa do Marfim. Só em Marrocos acabou por falhar a sua missão. O que acabou por o fazer mudar de continente.

Na Arábia Saudita encontrou uma realidade diferente. O talento disponível não parece tão natural, não nasce tão solto nas ruas de uma país fechado e desconfiado de si próprio. No entanto, as estruturas e os clubes existentes oferecem condições que não se encontram em África. Tal como os meios oferecidos por um Estado que trouxe o futebol para tentar aliviar o que as suas políticas e as suas ameaças regionais parecem não permitir: um certo encanto para lá da obediência.

O feitiço de Renard voltou a revelar-se. Depois de uma primeira parte sofrível, os sauditas responderam com uma qualidade poucas vezes vista. E bateram a Argentina, do seu embaixador para o Turismo, Lionel Messi. Coração, história e dinheiro, dentro de campo, nem sempre têm o destino traçado da forma como se espera.

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