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Monopólios tornam vacinas mais caras e são um entrave à imunidade global

O pedido da OMS às farmacêuticas para que não subam preços reforça a necessidade de outra política relativamente às vacinas. Sem monopólios, o custo de vacinar poderia ser, pelo menos, 5 vezes mais baixo. 

CréditosTiago Petinga / Agência Lusa

Segundo um ministro francês citado pela agência noticiosa AFP, mas não identificado, a Pfizer/BioNTech e a Moderna, que beneficiaram de investimento público para produzir as vacinas contra a Covid-19, baseadas na tecnologia do ARN mensageiro, vão aumentar os preços das doses para a União Europeia, justificando a subida com a adaptação das vacinas às variantes do novo coronavírus.

Esta quarta-feira, a subdirectora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou que, «numa situação de mercado normal, os preços devem baixar e não aumentar», tendo alertado para a importância de as farmacêuticas praticarem «preços acessíveis». 

Resta saber se um bem público, como são as vacinas, deverá estar sujeito à lógica do «mercado» e se, em vez de alertas deste tipo, não se deveria partir de uma vez para a suspensão das patentes e para a aposta na produção pública das vacinas, diminuindo a dependência externa de países como Portugal. 

Os incumprimentos no fornecimento de vacinas e os consequentes atrasos na imunização dos grupos de risco foram, juntamente com o facto de existirem na Europa fábricas impedidas de produzir vacinas contra a Covid-19 devido às patentes, alguns dos factos que colocaram o tema na agenda, mas que o Parlamento Europeu travou, ou não estivesse comprometido com os interesses dos grandes grupos económicos.

Um relatório da People's Vaccine Alliance, divulgado recentemente no site da agência não governamental Oxfam, põe o dedo na ferida e expõe algumas das consequências da política de concentração das vacinas num pequeno grupo de farmacêuticas.

De acordo com a análise, o custo de vacinar a população mundial contra a Covid-19 poderia ser cinco vezes mais barato se as empresas farmacêuticas não estivessem a beneficiar de grandes lucros em virtude das patentes e do facto de, no caso da Pfizer e da Moderna, cobrarem «até 41 mil milhões de dólares acima do custo estimado de produção». Por outro lado, refere-se no documento, até agora a Pfizer e a Moderna venderam mais de 90% das suas vacinas para países ricos, cobrando até 24 vezes o custo potencial de produção.

A análise das técnicas de produção das vacinas do tipo mRNA, só desenvolvidas graças a mais de oito mil milhões de investimento público, sugere que cada dose pode ser feita por pouco mais do que um euro, lê-se no relatório.

Em contrapartida, e segundo avançou o Finantial Times no último fim-de-semana, a Pfizer e a Moderna subiram o preço de cada dose, aumentando dos actuais 15,50 euros para 19,50 euros, no caso da Pfizer, enquanto o preço de uma dose da Moderna subiu de 19 para 21,48 euros.

O estudo divulgado pela Oxfam conclui ainda que o investimento realizado até ao momento pela Covax poderia ter sido suficiente para vacinar todos os países com vacinas a preço de custo, desde que houvesse uma oferta suficiente. Esta quinta-feira, o enviado especial da União Africana para a Covid-19 afirmou que apenas chegaram a África 10% dos 320 milhões de vacinas que a Covax tinha anunciado que chegariam à região em Agosto.  

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