O executivo liderado por Nicolás Maduro anunciou esta terça-feira, que irá denunciar junto das Nações Unidas a «grotesca ameaça» do presidente norte-americano, Donald Trump, de impor um bloqueio naval para se apoderar dos seus recursos naturais.
Em comunicado, Caracas afirma que apresentará na ONU uma denúncia por violação do direito internacional, do livre comércio e da livre navegação. O executivo do país sul-americano pede ainda ao povo dos Estados Unidos e aos povos do mundo que rejeitem esta «extravagante ameaça» de Washington.
O texto sublinha que a verdadeira intenção dos EUA «foi sempre apropriar-se do petróleo, das terras e dos minerais do país através de gigantescas campanhas de mentiras e manipulações». E acrescenta: «A Venezuela jamais voltará a ser colónia de algum império ou poder estrangeiro.»
«O povo venezuelano, em perfeita união popular, militar e policial, mantém-se firme na defesa irrestrita do seu território, das suas riquezas e da sua liberdade. Com o nosso Pai Libertador [Simón Bolívar], dizemos: "felizmente, vimos um punhado de homens livres derrotar impérios poderosos"», enfatiza o governo venezuelano.
Trump diz que Venezuela está «completamente cercada»
O comunicado emitido pelo executivo de Caracas segue-se a uma publicação do presidente norte-americano na rede Truth Social, em que afirma ter designado o governo venezuelano como uma «organização terrorista estrangeira».
«A Venezuela está completamente cercada pela maior armada já reunida na história da América do Sul. Só vai aumentar, e o impacto para eles será algo nunca viram antes – até que devolvam aos Estados Unidos da América todo o petróleo, terras e outros activos que nos roubaram», escreveu Donald Trump na sua publicação.
Seis dias após a apreensão de um petroleiro por forças norte-americanas no Mar das Caraíbas, o texto de Trump revela ainda que decreta «um bloqueio total e completo a todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela».
A medida, que visa claramente aumentar a pressão sobre o governo venezuelano, enquadra-se na campanha de ameaças à soberania do país sul-americano, em que se incluem o destacamento de uma grande força militar no Mar das Caraíbas e os ataques repetidos a embarcações pesqueiras, que provocaram pelo menos 95 mortos.
Na sua mensagem, o presidente dos EUA acusa o governo de Caracas de recorrer ao «terrorismo das drogas, ao tráfico de pessoas, ao assassinato e ao sequestro», sem apresentar qualquer prova que fundamente as acusações.
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