À medida que entravam na região libanesa de Hermel, provenientes da província síria de Homs, os camiões eram saudados por grande número de pessoas, que agitavam bandeiras do Hezbollah, saudavam o presidente sírio, Bashar al-Assad, e lançavam para o ar arroz e pétalas de rosa, refere a PressTV.
Um residente na região de Hermel, Jamal Jawad disse ao portal Naharnet que se trata de «ajuda humanitária para aliviar o sufoco da população».
«O Hezbollah não substitui o Estado porque é uma medida temporária até haver uma solução total para a escassez de combustível, em virtude da qual a companhia de electricidade só fornece uma ou duas horas de serviço por dia», explicou, citado pela Prensa Latina.
Nabiha Idriss, que saudou a caravana à passagem pela aldeia de al-Ain, disse que «é algo de grandioso, porque rompemos o assédio dos Estados Unidos e de outros países».
Alguma imprensa libanesa referiu que o envio do combustível iraniano para o país mediterrânico irá abrir novos horizontes nas relações bilaterais e criar as condições para derrotar a hegemonia dos EUA na região, informa a PressTV.
Com a chegada do combustível ao Líbano, o Hezbollah declarou que tinha quebrado o «cerco americano». O vice-secretário-geral do partido, Sheikh Naim Qassem, afirmou que se trata de um «marco político, social e moral face à opressão dos EUA».
«Ajudar a aliviar o sofrimento das pessoas»
No início deste mês, os navios iranianos descarregaram o combustível que transportavam no porto sírio de Baniyas, de onde foi depois transferido para o Líbano.
Na segunda-feira, Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, anunciou a chegada do combustível iraniano, assim como a sua distribuição, sem encargos, a diversas instituições, como hospitais públicos, lares, orfanatos e a Cruz Vermelha Libanesa.
«O Hezbollah não procura fazer negócio com isto e quer ajudar a aliviar o sofrimento das pessoas», disse o dirigente partidário, acrescentando que o resto do combustível seria vendido «abaixo do custo» a padarias, hospitais privados ou empresas que lidam com geradores privados.
O Líbano enfrenta uma grave crise económica e financeira desde 2019, que está em grande medida ligada às sanções impostas ao país pelos Estados Unidos e seus aliados, bem como à ingerência externa nos assuntos internos libaneses.
Na semana passada, após 13 meses de impasse, foi formado um novo governo.
Entretanto, o Hezbollah anunciou que nas próximas semanas outros três petroleiros iranianos irão descarregar combustível no porto sírio de Baniyas, que será transportado em camiões-cisterna seguindo o mesmo destino desta primeira.
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