Mensagem de erro

User warning: The following module is missing from the file system: standard. For information about how to fix this, see the documentation page. in _drupal_trigger_error_with_delayed_logging() (line 1143 of /home/abrilabril/public_html/includes/bootstrap.inc).

|Uruguai

Estado uruguaio assume responsabilidade por crimes na ditadura

Numa cerimónia no Palácio Legislativo, esta quinta-feira, o Estado uruguaio reconheceu a sua responsabilidade em assassinatos cometidos durante a ditadura militar vigente no país entre 1973 e 1985.

Cartazes com as «Raparigas de Abril» 
Cartazes com as «Raparigas de Abril» Créditos / Prensa Latina

Com a cerimónia que ontem teve lugar no Congresso, o Uruguai deu cumprimento a uma condenação do Tribunal Interamericano dos Direitos Humanos de 2021. Na ausência do presidente Luis Lacalle Pou, coube à vice-presidente, Beatriz Argimón, assumir a responsabilidade em nome do Estado.

Ao discursar, Argimón reconheceu os crimes perpetrados contra Óscar Tassino e Luis Eduardo González, bem como o massacre das jovens Silvia Reyes, Laura Raggio e Diana Maidanik, conhecidas como as «Raparigas de Abril», pois foram crivadas de balas no dia 21 de Abril de 1974, numa operação do Exército e da Polícia.

«Reconhecemos que o Estado é responsável pela violação dos direitos e o reconhecimento da personalidade jurídica à vida, à integridade pessoal e à liberdade pessoal», disse a vice-presidente da República.

Argimón instou quem tiver informação sobre os restos mortais dos detidos desaparecidos a entregá-la, para que possam ser encontrados.

Cerimónia no Salão dos Passos Perdidos do Congresso, em Montevideu, em que o Estado uruguaio assumiu a responsabilidade por crimes perpetrados na ditadura / PL

Na cerimónia, que a TeleSur classifica como «emotiva», procedeu-se também ao reconhecimento do significado dos crimes perpetrados durante a ditadura, bem como da política de repressão e terrorismo de Estado então vigente.

Em simultâneo, refere a fonte, tratou-se de uma homenagem às vítimas e aos seus familiares, que mantiveram viva a memória dos seus entes queridos, mesmo sem saber o seu paradeiro.

Em comunicado, os familiares dos desaparecidos, que tinham convocado os cidadãos a participar na cerimónia que se realizou no Salão dos Passos Perdidos do Congresso, reclamaram um maior empenho dos comandos das Forças Armadas e do governo, com vista a saber mais sobre o paradeiro dos desaparecidos antes e depois do golpe de Estado de 27 de Junho de 1973.

Além disso, Karina Tassino, representante da associação Mães e Familiares de Uruguaios Presos Desaparecidos, lamentou a ausência do presidente da República nesta cerimónia.

Recorde-se que, no passado dia 21 de Abril, passaram 49 anos sobre o massacre, levado a cabo por efectivos do Exército e da Polícia, de Silvia Reyes, grávida de 19 anos, e das suas companheiras Laura Raggio e Diana Maidanik, ambas estudantes de Psicologia.

Luis Eduardo González, de 22 anos, foi levado de sua casa em Dezembro de 1974 e morreu devido às torturas. Óscar Tassino, funcionário da empresa eléctrica UTE e militante do Partido Comunista, foi preso a 19 de Julho de 1977. Foi levado para o centro de detenção de La Tablada, onde morreu depois de ter sido espancado. Tinha 40 anos de idade.

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui