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|Uruguai

Espanha recusou extradição de uruguaio acusado de torturas na ditadura

A Justiça espanhola impediu a extradição para o Uruguai de Fleming Gallo, acusado da prática de tortura e crimes contra a humanidade, na ditadura (1973-1985), contra militantes de esquerda uruguaios.

Manifestantes participam na Marcha do Silêncio, em Montevideu (imagem de arquivo) CréditosSarah Yanez-Richards / EPA

A Justiça espanhola corroborou a posição apresentada pelo Ministério Público (MP) espanhol em Novembro do ano passado, durante uma audiência em que Fleming Gallo se declarou inocente alegando que estava preso quando foram cometidos os crimes de que é acusado.

O MP expôs que a extradição não devia ocorrer porque o crime de torturas de que o cidadão uruguaio é acusado prescreveu, segundo a lei espanhola.

No que respeita ao crime contra a humanidade, a Procuradoria afirmou que é reconhecido em Espanha desde 2004, entendendo que não deve ser aplicado retroactivamente, refere o jornal uruguaio La Diaria. Ou seja, a Justiça espanhola não reconheceu o carácter imprescritível dos crimes contra a humanidade.

Segundo indica a fonte, no final de Fevereiro, a decisão judicial foi comunicada ao procurador uruguaio especializado em Crimes contra a Humanidade, Ricardo Perciballe.

Agora, a defesa de Gallo pondera processar o Estado uruguaio pelo tempo que passou em prisão preventiva à espera do final do processo de extradição. Gallo foi detido em Abril do ano passado na região de Huesca, em Aragão.

Reconhecido como torturador por vítimas do terrorismo de Estado

Gallo é investigado no seu país num processo sobre torturas no centro clandestino de detenção do Corpo de Fuzileiros Navais (Fusna), onde cerca de 50 pessoas, na maioria militantes do Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros e do Grupo de Acção Unificadora, denunciaram ter sofrido torturas entre 1972 e 1985.

Sobre Fleming Gallo pesa a acusação de ter operado num gabinete de uma agência interna do Fusna conhecida como La Computadora, dirigida por Juan Carlos Larcebeau, já falecido, e pelo capitão de navio Jorge Tróccoli, recentemente condenado pela Justiça italiana no processo Plano Condor.

La Computadora, que funcionava no Porto de Montevideu, encarregava-se de processar informação proveniente das torturas sobre militantes e organizações de esquerda. Gallo, que também é investigado no âmbito de outros dois processos ligados ao Fusna, iniciados em 2011, foi reconhecido por diversas vítimas do terrorismo de Estado como um dos executores directos dos suplícios.

Fleming Julio Gallo Sconamiglio foi detido em 1976 numa operação contra o Partido Comunista do Uruguai, em que militava. Depois de ceder na tortura, Gallo começou a colaborar com os esbirros da ditadura e traiu os seus camaradas, de tal modo que, segundo refere a agência uy.press, teve participação activa nos interrogatórios a vários deles.

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